O ANO ACABOU, VIVA O ANO !

O otimista diz que estamos no fim de um ano difícil, mas ano que vem “a coisa vai melhorar”.

O pessimista sempre soube que 2015 seria terrível, mas ele espera “um 2016 pior ainda”.

Já o realista, que preparou-se com antecedência para esta crise, afirma que “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

Mas o fato é que a chegada de um novo ano nos enche de esperanças e nos estimula a refletir sobre alguns valores importantes, que independem da situação econômica do país.

Relacionei aqui alguns dos conceitos em que acredito, que deixo como mensagem para o Ano Novo:

Sobre conquistas

1. Antes de querer mais (saúde, dinheiro, trabalho, amor, amigos, reconhecimento, alegria), reflita se você já não tem o suficiente para ser feliz.
2. Estude e aprenda sempre, apenas conhecimento conquista progresso, dinheiro e reconhecimento.
3. Podem tirar tudo de você, exceto sua dignidade e o conhecimento adquirido.

Sobre trabalho

1. O melhor ambiente de trabalho é estar com pessoas geniais.
2. Entre planejar e fazer, não tenha dúvidas: faça.
3. Trabalho sem realização, sem produção e sem entrega de resultado, é puro passa-tempo.

Sobre comunicação

1. Não deixe de dizer o óbvio. O óbvio precisa ser dito.
2. Seja transparente, evite mal entendidos, esclareça dúvidas, fuja do duplo sentido e das meias palavras.
3. Confirme sempre se você está sendo entendido, pois mensagem não compreendida é falatório inútil e tempo perdido.

Sobre sentimento

1. Observe sempre com os olhos, ouvidos, coração e estômago.
2. Sempre mostre os dentes com convicção, para os amigos você estará sorrindo…
3. Há coisas na vida que só fazem sentido quando são sentidas.

Sobre negócios

1. Faça seu negócio criar o próprio dinheiro, ou desfaça o negócio.
2. Parcerias são importantes, desde que você saiba o que você deseja, o que seu parceiro deseja e se vale a pena o resultado que vai dar.
3. Seu caráter, formação e obstinação são o que farão diferença nos seus negócios.

Sobre empreendedorismo

1. Empreenda porque você tem um propósito, não porque é legal ou está na moda.
2. Planeje bastante todos os seus movimentos, mas não leve tempo demais.
3. O Brasil não é um país para amadores, dê tudo de si e prepare-se para o pior, sempre.

Sobre progresso

1. Desfoque de ter ou ser, priorize fazer e o restante virá como consequência natural.
2. Todo mundo acha que ganha menos do que merece, exceto quem mede e remunera por resultados.
3. A diferença entre um louco e um visionário é a fortuna que as pessoas acreditam que um deles tem.

Sobre autoconhecimento

1. Ouça as pessoas, pois o maior investimento que se pode receber é o tempo de alguém, tão valioso que custa um pedaço da vida desta pessoa.
2. Não é a imprensa, um prêmio ou um título que vai definir quem você é ou onde vai chegar.
3. Um líder que precisa afirmar isso na verdade não é nada.

Sobre família

1. Quando o trabalho estiver atrapalhando a convivência familiar, pergunte-se por quem você trabalha tanto.
2. Família é aquele grupo de pessoas que não foi você quem escolheu para serem seus amigos, foi Deus.
3. Quando você envelhecer e depender de ajuda para continuar vivo, tente abrir os olhos e perceber quem está a seu lado.

Sobre relacionamento

1. Seja simples e autêntico, só assim você poderá ser percebido como incrível.
2. Coloque-se sempre no lugar do seu interlocutor e trate-o como você espera ser tratado.
3. Onde couber, diga sempre as 4 palavrinhas mágicas: obrigado, com licença, por favor e desculpe. Elas fazem um bem enorme a quem diz e a quem ouve.

Sobre futuro

1. A competição pelo futuro é uma corrida sem linha de chegada.
2. Não importa o que você fez no passado, tampouco o que faz no presente. Ninguém o perdoará se você negligenciar o futuro.
3. A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.

Esses conceitos, tão simples quanto óbvios, não são uma fórmula de sobrevivência à crise tripla (econômica, política e ética) que vivemos em 2015 e que, seguramente, nos acompanharão por mais alguns anos.

Mas podem ajudar a reflexão para sobreviver a ela.

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UM MERCADO QUE NÃO EXISTE MAIS

Há um mês, publiquei um post com o título “QUERIDA OLGA” OU “BRAVO, MAKTOUR?”, onde comentei os textos de meus amigos blogueiros Artur e Sidney, campeões de audiência nos Blogs Panrotas, sobre a quebra da Design e a atitude da Maktour, respectivamente.

Entre os vários bons comentários que recebi sobre este texto, um chamou-me a atenção pela eloquência e lucidez, postado pelo leitor Bruno Talevi, que prometi repostar o tema, comentando e agregando ao texto do Bruno.

E aqui vai:

Bruno Talevi: Bom Dia Luís.

Acompanho seus artigos com frequência e mesmo sendo todos muito ricos em conteúdo este em especial me motivou a comentar….

Quando você diz: “A baixa compreensão dos empresários tradicionais sobre a web como ambiente de negócios (e-commerce) e suas consequências, apesar da internet estar aí há 20 anos.” – ao meu ver você acerta o coração da questão com uma precisão ímpar.

Sem pretenções de subestimar a ninguém, mas pelo simples fato de existir esta “baixa compreensão” me preocupa que os leitores de seu artigo não se dêem conta do real significado desta frase…

Luís Vabo: Escrevo este blog aqui no Panrotas há mais de 5 anos, tempo em que tive a sorte de atrair um contingente de leitores bem antenados.

Por isso, acredito que uma parte dos leitores dão conta do significado desta frase, concordando ou não com ela. Uma outra parte acredita que esta frase é exagerada ou que não faz sentido. E tem ainda os que efetivamente não se deram conta do que se trata e acham que fazer e-commerce é manter um site da internet…

Bruno Talevi: Digo isto porque vejo muitos empresários investirem em e-commerce e darem o assunto por resolvido. Ao meu ver o cenário exige que se enxergue muito além…

Me diga sua opinião Luís, veja se concorda… A internet mudou completamente o comportamento do consumidor, em resumo eu diria que ela transformou por inteiro cada etapa em seu processo de pesquisa e compras!

Luís Vabo: O que ocorreu é que a internet é um novo ambiente de negócios completamente diferente da realidade pré-existente, o que acabou por gerar uma mudança mais disruptiva do que os shopping centers representaram para o comércio de rua a partir dos anos 80.

A internet destruiu paradigmas e criou outros, ainda difíceis de entender para quem empreendeu há mais de 20 anos...
A internet destruiu paradigmas e criou outros, ainda difíceis de entender para quem empreendeu há mais de 20 anos…

Todos os atuais empresários com mais de 35 anos de idade (onde me incluo) tiveram sua formação profissional baseada num ambiente de negócios que simplesmente desapareceu, costumo dizer que são empreendedores de um mercado que não existe mais.

Aqueles que não perceberam as mudanças, ou não tiveram oportunidade de acompanhar e evoluir com este novo mercado consumidor, ou ainda estavam muito ocupados tentando manter suas posições conquistada no cenário anterior, são os que estão sofrendo mais, com repercussões que variam de encolhimento do negócio até encerramento das atividades.

O empresário de viagens e turismo está ocupado demais para dedicar tempo às novas tecnologias
O empresário de viagens e turismo está ocupado demais para dedicar tempo às novas tecnologias

Bruno Talevi: Aos empresários do setor eu daria uma sugestão: Faça uma lista de cada etapa de cada processo adotado por cada área em sua empresa. Vendas, suporte, SAC, marketing, operações… Uma vez finalizada a lista analise ítem a ítem…

Luís Vabo: O procedimento de mapeamento de processos sempre foi importante, seja para treinar e retreinar as equipes, documentar/reter conhecimento e manter a qualidade de cada etapa das atividades.

Mas como mapear processos que necessariamente mudam (ou devem mudar) frequentemente, na velocidade do pensamento?

Bruno Talevi: Se qualquer um destes ítens ainda hoje praticados estiverem em uso a mais de 3 anos consideres substitui-los porque eles foram criados para os consumidores “de ontem” e são grandes as chances de não gerarem mais resultados positivos!

Empresas feitas para consumidores de ontem não atenderão as expectativas dos consumidores de hoje!

Luís Vabo: Sou um pouco mais radical em relação a isso, acho que não dá mais para separar os consumidores em ontem e hoje, pois as mudanças são muito rápidas.

A rigor, o consumidor de hoje é a verdadeira “metamorfose ambulante”, seu interesse muda todo dia, sua forma de comprar é diferente a cada momento, seus meios para informar-se sobre um produto ou serviço são virtualmente infinitos, não há mais qualquer fronteira para seu poder de consumir.

Bruno Talevi: O ideal é fazer este exercício a cada um, dois anos… As mudanças jamais aconteceram com tanta velocidade…

Luís Vabo: Recomendo implantar um ambiente de requestionamento permanente da forma de fazer, um espírito de mudar e fazer diferente sempre, conectado com o que o cliente deseja consumir, da forma que ele deseja comprar. Focar obstinadamente nisso.

Seu negócio, assim como a sua vida, será impactado pelas suas escolhas
Seu negócio, assim como a sua vida, será impactado pelas suas escolhas

Bruno Talevi: O problema talvez vá além de compreender os impactos da internet, talvez o problema enraizado mesmo seja a incapacidade ou falta de vontade em evoluir…

Dói, dá trabalho mas é preciso !

Luís Vabo: É preciso, é fundamental, não há alternativa. É evoluir ou morrer.

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PEQUENAS AGÊNCIAS É QUE SÃO O MOTOR DO MERCADO

Não, este post não é patrocinado pelo SEBRAE, tampouco pela revista PEGN.

Mas ele surge num momento em que a crise econômica se agrava (quando os avestruzes tiram a cabeça do buraco), médias empresas enfrentam problemas devido à dificuldade de crescer para perpetuar-se, grandes empresas buscam fusões e/ou aquisições para continuarem a mesma luta de sempre por maior participação num bolo que só faz diminuir, e as pequenas…, bem, as pequenas são o verdadeiro motor da economia mundial.

“O blogueiro ficou maluco”, alguém dirá, ou “Vabo está fazendo lobby outra vez”, pensarão meus leitores mais bondosos…

Dados recente do Sebrae indicam que, do total das empresas existentes no Brasil, 99% são de pequenas empresas (micro e pequeno portes), que respondem por mais da metade de todos os empregos formais da economia brasileira e por mais de 40% da folha salarial formalmente paga.

E o potencial de crescimento desta parcela de empreendedores é enorme, pois correspondem atualmente a 27% do PIB brasileiro, enquanto na Europa as pequenas empresas produzem, em média, o dobro deste índice (na Alemanha e Itália acima de 60% do PIB é gerado por pequenas empresas).

Apesar do cenário adverso este ano, as pequenas empresas brasileiras empregaram mais 1,7%, de janeiro a setembro de 2015, na contra-mão das médias e grandes empresas que, salvo raras exceções, estão desmobilizando estruturas, investimentos e pessoal.

Digo tudo isso, porque nosso mercado de viagens e turismo não é diferente.

São as pequenas agências que movem a economia de serviços de viagens e turismo, distribuindo ao passageiro final, de forma capilar, os serviços dos fornecedores (cias. aéreas, hotéis etc.), que os distribuem através dos grandes operadores, consolidadores e brokers de todo o tipo.

A questão aqui é (ainda) não dispormos de números precisos para comprovar esta afirmativa com dados estatísticos consubstanciados e isentos.

Digo “ainda” porque esta é uma das prioridades da gestão Edmar Bull à frente da Nova ABAV: tornar a ABAV referência do mercado de viagens e turismo no Brasil, fornecendo dados estatísticos reais consolidados diretamente da fonte produtiva, suas mais de 3.000 associadas, após cruzamento e conciliação com os números das principais associações do mercado de viagens brasileiro.

Um projeto gigante, do tamanho da força das pequenas agências e que, tal como elas, exigia uma liderança que encarasse o desafio, à frente de um grupo que ignorasse os avisos de que “esta é uma tarefa impossível”, que simplesmente chegasse e fizesse acontecer.

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