Li a notícia na quinta-feira passada, logo após ser publicada, e aguardei até esta segunda-feira para ver se meu querido amigo e blogueiro Cássio Oliveira, postaria algo sobre o assunto no Blog Consolidando.
Por considerar o fato relevante dentro do mercado da consolidação, o qual é parte importante da distribuição de serviços de viagens e turismo no Brasil, é que comento abaixo aqui no Blog Distribuindo Viagens.
Tenho escrito com certa frequência a respeito da associatividade, do que move as pessoas e as empresas a se associarem, formando blocos de atuação em prol de mesmos objetivos ou inspirados num mesmo sonho.
Não posso deixar de registrar a minha surpresa e, de certa forma, estranheza, com a saída da Esferatur da recém-criada AirTkt, a associação de consolidadores fundada há menos de um ano.
A surpresa refere-se a já haver uma dissidência, em especial do peso de uma Esferatur, no curto período de vida da entidade, e a estranheza tem a ver com o fato de que a Esferatur foi justamente uma das 5 fundadoras da AirTkt.
“O que leva um craque a abandonar um time de craques?”
Ouvi esta pergunta de um agente de viagens em São Paulo, onde estive sábado para a eleição do novo comando da ABAV Nacional.
Na minha trajetória no mercado de viagens e turismo, tive a oportunidade de co-fundar 2 associações, ABRACORP e ALAGEV, ambas advindas de outras associações existentes, FAVECC + TMC e ABGEV, respectivamente, e sei bem o que significa (e o trabalho que dá) fundar uma associação.
Não, o maior trabalho não é elaborar, negociar, votar, aprovar e dar legalidade ao novo estatuto ou regimento. O trabalho mais importante precede a elaboração do estatuto, precede a própria constituição e divulgação da entidade, o trabalho fundamental é identificar o propósito do grupo, aglutinar os objetivos da associação, alinhar os valores inegociáveis da entidade e conciliar as diferentes visões e formas de persegui-los.
Não faço juizo de valor a respeito dos motivos da saída da Esferatur da AirTkt (até porque não tenho informações sobre o assunto), mas a impressão que tive como observador, pelo teor do comunicado dos amigos Beto Santos e Carlos Vazquez, divulgado no finzinho na quinta-feira passada (“quando a linha de ação e pensamento passam a não se alinhar…”) é que pode ter faltado esta sequência lógica na formação da nova associação: alinhamento de propósitos (motivação), elaboração do estatuto (regulação), registro da entidade (legalização), anúncio ao mercado (divulgação).
Como conheço os idealizadores e fundadores da AirTkt, bem como seu diretor executivo, com sua longa experiência e atenção aos detalhes, não creio que tenha sido esta troca da ordem dos fatores que tenha alterado o produto.
E talvez nunca venhamos a saber…
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