Esta frase foi imortalizada pelo ex-técnico da seleção brasileira de futebol Mario Jorge Lobo Zagallo que, inconformado com a pressão da imprensa esportiva, que insistia na sua substituição, saiu-se com esta pérola, ao conceder uma entrevista após uma vitória histórica sobre a seleção local, na decisão do título da Copa América 1997.
Esta expressão passou a ser aplicada, indiscriminadamente, em todas as situações em que a capacidade de uma pessoa é subestimada ao limite e, em seguida, esta pessoa comprova indubitavelmente a sua competência e/ou realiza uma espetacular conquista.
Tem sido assim desde 1997, a frase pegou, virou um dito popular, sempre pontuando situações iguais ou análogas a esta.
Até que chegou a Dilma…
A presidente Dilma Roussef inaugurou uma segunda etapa para a expressão cunhada pelo velho Lobo, ao dizer sem dizer, ao declarar sem manifestar-se, ao sinalizar sem formalizar, que não sairá do governo antes do final do seu mandato.
Ao ignorar o anseio popular, fingir que a crise não é com ela, nega-se a efetivamente reduzir despesas e desperdícios da máquina pública, tenho a impressão de que a presidente brasileira passa a seguinte mensagem para você, leitor e contribuinte: “Pode manifestar-se à vontade, pois o choro é livre na democracia. Pode rebelar-se à vontade, desde que de forma pacífica e ordeira (senão vai preso). Pode fazer oposição, compactuar e trabalhar contra o governo, mas a verdade é que concluirei o meu mandato até o fim e, até lá, vocês vão ter que me engolir…”
É, amigos, enquanto esta frase, dita pelo Zagallo há quase 15 anos, soou de forma pitoresca e até engraçada, hoje soaria como um escárnio, um verdadeiro desrespeito com o cidadão, se dita pela presidente.
Apesar disso, através de seus gestos e atitudes recentes, ela demonstra pensar exatamente desta forma.
Ou não?
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