Matéria d’O Globo de sábado, 20/06/15, destaca confissão de Lula a religiosos, durante evento dentro do instituto que leva seu nome, em São Paulo.
Deste desabafo, em tom característico do ex-presidente, chamaram-me atenção algumas afirmações (ou seriam bravatas?) que indicam que Lula está tentando se descolar da presidente e de sua péssima gestão, numa precoce preparação para sua própria candidatura em 2018 ou, mais provável, pelo desespero provocado pelas recentes prisões da Operação Lava-Jato.
Observe estas frases e reflita sobre as reais intenções de Lula:
— Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto…
— Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei esta pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo.
— Nós tivemos as eleições no dia 26 de outubro. De lá pra cá, …qual é a noticia boa que nós demos para este país?
— Eu fiz essa pergunta para Dilma: “Companheira, você lembra qual foi a última notícia boa que demos ao Brasil?” E ela não lembrava. Como nenhum ministro lembrava. Como eu tinha estado com seis senadores, e eles não lembravam. Como eu tinha estado com 16 deputados federais, e eles não lembravam. Como eu estive com a CUT, e ninguém lembrava.
— Primeiro: inflação. Segundo: aumento da conta de água, que dobrou. Terceiro: aumento da conta de luz, que para algumas pessoas triplicou. Quarto: aumento da gasolina, do diesel, aumento do dólar, aumento das denúncias de corrupção…
— E o anúncio de que ia mexer na pensão, na aposentadoria dos trabalhadores.
— Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: “Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa”. E mexeu.
— Tem outra frase, que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: “Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano”. E fez.
As falhas grosseiras da gestão de Dilma e do PT não são novidade para ninguém, mas mesmo não tendo citado todas, Lula tenta dar algum sinal para os eleitores (e para o próprio PT) de que ele não tem nada a ver com o descalabro que está aí.
E o pior é que pode existir quem acredite nessa história da carochinha…
É como a fábula em que o Dr. Frankenstein defende sua criatura contra tudo e contra todos, até o momento em que percebe que o monstro transfigurou-se e que sua estupidez o ameaça diretamente e, então, abandona-o e passa a defender-se de sua existência.
Tudo indica que os finais das duas histórias também serão iguais…
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