A SUBMARINO VIAGENS E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO

Alguém poderá dizer que a minha percepção é a de que tudo o que acontece em nosso mercado de viagens e turismo provoca algum impacto na distribuição…, e é verdade, é esta mesmo a minha percepção.

Afinal, no conceito “teia de distribuição”, que substituiu há muito tempo a conhecida “rede de distribuição”, que havia tomado o lugar da velha expressão “cadeia de distribuição”, as ocorrências relacionadas à entrada, saída ou mudança de controle de um “player” importante acabam por interferir, com maior ou menor consequência, na correlação de forças de um mercado tão nervoso quanto sensível.

Por isso, postei aqui sobre A NASCIMENTO E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO, e agora repito o mantra, mas a respeito da saída da B2W do mercado de turismo, através da venda, para a CVC, da Submarino Viagens, braço de turismo da Submarino.com, que ao lado de Americanas.com e Shoptime.com formam o triunvirato de gigantes do e-commerce brasileiro controlado pela B2W, entre outras empresas.

Há muitos meses o mercado especulava sobre as negociações da CVC para aquisição da Nascimento, jamais concluída, e logo após o anúncio do pedido de recuperação judicial da tradicional operadora paulista, somos surpreendidos com a conclusão da negociação da mesma CVC com a Submarino Viagens, uma OTA (agência de viagens online), cuja operação é totalmente automatizada e focada na internet.

Este movimento da CVC, também uma tradicional operadora paulista, além de reconfirmar que seu apetite ainda não foi totalmente saciado, indica claramente para onde as tradicionais operadoras devem focar seus investimentos se desejam permanecer competitivas e rentáveis, uma mudança de rumo que praticamente refunda uma organização.

Um trajeto que as TMCs (agências de gestão de viagens corporativas) já trilham há pelo menos 10 anos, algumas mais focadas, outras menos, mas atualmente todas prestam seus serviços baseados no self-service proporcionado pela internet e, talvez por isso, permaneçam no jogo, atualizadas, renovadas, modernizadas, e se tomarmos a ABRACORP como referência, cada vez mais fortes.

São verdades que nos fazem pensar…

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OPM DA HARVARD BUSINESS SCHOOL

Eu achei pomposo o nome desse curso, típico da cultura americana de marketear tudo: Owner/President Management…

Mas por ser ministrado pela Harvard Business School, universidade Top nos EUA e Top 5 no mundo, resolvi entender o público alvo, a motivação e, principalmente, a percepção dos participantes que concluíram o curso.

Resumidamente o OPM é um curso 3 x 3, ou seja, são três semanas de um determinado mês, durante três anos, mas são 21 dias intensos, dedicados, exclusivos, focados, imersos em estudo de casos, os tais “cases”…

E não tem casinho, só negócios disruptivos, fora da caixa, que fogem do status quo, sejam da Nigéria, da Índia, ou do Cazaquistão…

Leitura prévia para debate em aula
Leitura prévia para debate em aula

Para começar, tão logo inscrito e aceito por Harvard (a confirmação da inscrição é um capítulo à parte), o aluno (comprovadamente presidente, fundador e/ou proprietário de uma empresa de tamanho X), recebe material suficiente para ocupá-lo durante semanas, em leitura, análises e relatórios, que serão objeto de debate em sala de aula.

Sempre “cases” de negócios bem sucedidos nos quatro cantos do mundo redondo.

Para se ter uma ideia da diversidade de uma turma do OPM, segue a relação dos países de origem dos alunos que compõem a turma do Vabo Júnior, cuja primeira fase (3 semanas do primeiro ano) será concluída no próximo fim de semana:

Turkey
Switzerland
Nigeria
Australia
India
Saudi Arabia
USA
Brazil
Portugal
Ecuador
Philippines
Russia
Canada
England
Dubai
Panama
Mexico
South Africa
Hong Kong
Venezuela
China
Israel
Belgium
Germany
Lebanon
Pakistan
Malaysia
Honduras
Argentina
Namibia
Spain
New Zealand
Singapore
Kazaquistao
Czech Republic
France

Dentro desta turma, há um israelense (60y) fundador e CEO do maior “private equity” do mundo, um nigeriano (50y) dono de empresa de petróleo, um alemão (40y) especialista em M&A, um indiano (38y) comerciante de madeira no Oriente Médio, um mexicano (35y) dono de rede de farmácias, etc etc etc.

Do Brasil, além de Vabo Jr. (29y) CEO de empresa focada em ecommerce e novas tecnologias, alguns outros jovens executivos, entre sucessores das Casas Bahia e Grupo Votorantim a empresários de startups, especialmente de empresas de internet.

Uma turma diversificada, com idiomas, crenças e culturas completamente diferentes, comprovando que, independentemente do estágio de desenvolvimento de seu país de origem, a sede de conhecimento é universal e a capacidade de aprendizado compartilhado, infinita.

Visão da sala de aula, em formato auditório, da perspectiva de Vabo Jr
Visão da sala de aula, em formato auditório, na perspectiva de Vabo Jr a partir de sua posição no início do curso
Folder de divulgação dos princípios da Harvard Business School espalhados pelo campus
Folder de divulgação dos princípios de Harvard espalhados pelo campus
Mestres inspirados e inspiradores
Mestres inspirados e inspiradores
Empreendedores da Dhamani, presentes na aula sobre o caso da Joalheria Dhamani
Empreendedores da Dhamani, presentes na aula sobre o caso da Joalheria Dhamani
Vabo Junior em aula, feliz igual a criança no parque de diversões...
Vabo Junior em aula, feliz igual a criança no parque de diversões…
Estudo do "case" Cirque du Soleil
Estudo do “case” Cirque du Soleil
Placa de ageadecimento a um brasileiro benemérito da instituição
Placa de agradecimento a um brasileiro benemérito da instituição
Case da China
Estudo de caso sobre o crescimento da China
Vabo Jr na cara do gol
Vabo Jr chega “na cara do gol” na terceira semana do curso…

Nota do autor: Este é o segundo de 3 posts que reportarão a experiência, em tempo real, de um jovem empreendedor brasileiro cursando extensão em Harvard, no mês de maio de 2015.

O primeiro post pode ser lido aqui: HARVARD INNOVATION LAB

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A NASCIMENTO E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO

A teia de distribuição dos serviços de viagens é complexa, integrada e interdependente, e não me refiro aqui somente aos sistemas de reservas ou mesmo aos contratos cruzados entre os diversos players, cias. aéreas, hotéis, operadoras e agências de viagens, entre outros.

A principal complexidade de nosso mercado de viagens e turismo reside justamente na sensibilidade de um negócio que sobrevive (e se expande) baseado na confiança entre as pessoas.

A Nascimento nasceu, cresceu e se agigantou a partir de muito trabalho, baseado do nome, crédito e confiança inspirados pela figura, trajetória e reputação de seu fundador, que deu seu próprio nome à operadora, caso em que empresa e empresário se confundem ou melhor, se fundem numa só imagem.

Isto é bom para o mercado, ótimo mesmo, mas somente quando os negócios vão bem…

Um pedido de recuperação judicial de uma empresa do porte e, mais importante, da imagem da Nascimento, uma marca forte, conhecida, de uma operadora séria, de empresários sérios e dedicados ao negócio, simplesmente mexe com o subconsciente de todo o mercado de distribuição de viagens e turismo.

Diante de uma ocorrência desta envergadura, para retomar o ritmo normal dos negócios, que já andam bem complicados pela crise econômica petista, as agências de viagens colocam um pé atrás, os operadores internacionais colocam dois pés atrás, as redes hoteleiras ficam ariscas, as cias. aéreas (bem, as cias. aéreas são um caso à parte em sua estratégia de distribuição no Brasil) e, por fim, os clientes passam a desconfiar de tudo e de todos.

Não é por outro motivo que todas as entidades representativas do mercado de viagens e turismo vieram à público manifestar-se, de alguma forma, a respeito do assunto, seja para orientar os agentes de viagens, esclarecer o público consumidor ou simplesmente marcar posição (de alerta) a respeito do ocorrido.

O fato inquestionável (embora ainda há quem questione) é que a atividade de comercializar serviços de viagens e de turismo já mudou, não porque os novos empreendedores da internet assim planejaram, mas porque é isso que o consumidor deseja e a internet permite.

A esse respeito, é emblemática (e constrangedora) a forma como a jornalista Mara Luquet se desculpa, ao vivo na Globo News (vídeo abaixo), sobre sua visão a respeito do valor da atividade do agente de viagens, e mais constrangedora ainda é o curto comentário do jornalista Jorge Pontual, correspondente em New York, que quase no final do vídeo, explica de forma tão simples, quanto contundente, o seu ponto de vista sobre a nossa atividade profissional.

Para concordar or discordar, vale a pena assistir…

http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-em-pauta/videos/t/todos-os-videos/v/mara-luquet-comenta-a-compra-de-passagens-aereas/4195894/

Podemos gostar ou detestar o que dizem, mas a franqueza desta conversa descompromissada, nos leva a pensar…

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