A DCC E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO

É isto mesmo, mais uma sigla criativa na sopa de letrinhas das cias. aéreas: DCC ou “Distribution Cost Charge”

Mas, neste caso, esta Taxa de Distribuição representa a cobrança de forma destacada, pelas cias. aéreas, de uma das despesas que compõem a matriz do custo comercial do transporte aéreo.

A título hipotético, apenas como comparação ou analogia, imagine que as cias. aéreas resolvessem, de uma hora para a outra, cobrar uma “Airport Cost Charge”, uma “Fuel Cost Charge”, uma “Maintenance Cost Charge”, ou ainda uma “Pilot’s Salary Rate”, apenas para referenciar alguns dos principais custos da aviação comercial.

Alguém poderá contrapor argumentando que a DCC será cobrada somente quando houver o custo de distribuição dos GDS’s e não será cobrada nas demais formas de reserva e emissão do bilhete aéreo e que isto a diferencia das demais taxas fictícias que citei acima.

O fato é que, assim como os custos de distribuição variam conforme o canal (e isso não é de hoje), também os custos de aeroporto, combustível, manutenção e salários, estão sujeitos a algumas variáveis e, por isso, poderiam ser cobrados através de taxa destacada do preço do bilhete aéreo…, ou não?

Parece-me, portanto, mais um capítulo na eterna relação de amor e ódio entre as cias. aéreas e os GDS’s, como tantas que testemunhamos ao longo dos últimos 10 anos, uma disputa pelo controle estratégico da distribuição de transporte aéreo, entre o prestador do serviço e seu maior distribuidor, neste caso, uma luta entre criador e criatura, como já citei por aqui antes.

A despeito de confirmar ou não esta minha percepção sobre a DCC, reside em uma outra sigla a mais efetiva iniciativa das cias. aéreas em retomar o controle estratégico da distribuição, ao promover a padronização e o equilíbrio de recursos tecnológicos entre todos players envolvidos no negócio distribuição.

Mas esta iniciativa não é tão simples como aplicar a cobrança de uma nova taxa, e sua efetividade somente será confirmada com o tempo, este que é o senhor da razão…

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A SUBMARINO VIAGENS E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO

Alguém poderá dizer que a minha percepção é a de que tudo o que acontece em nosso mercado de viagens e turismo provoca algum impacto na distribuição…, e é verdade, é esta mesmo a minha percepção.

Afinal, no conceito “teia de distribuição”, que substituiu há muito tempo a conhecida “rede de distribuição”, que havia tomado o lugar da velha expressão “cadeia de distribuição”, as ocorrências relacionadas à entrada, saída ou mudança de controle de um “player” importante acabam por interferir, com maior ou menor consequência, na correlação de forças de um mercado tão nervoso quanto sensível.

Por isso, postei aqui sobre A NASCIMENTO E O IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO, e agora repito o mantra, mas a respeito da saída da B2W do mercado de turismo, através da venda, para a CVC, da Submarino Viagens, braço de turismo da Submarino.com, que ao lado de Americanas.com e Shoptime.com formam o triunvirato de gigantes do e-commerce brasileiro controlado pela B2W, entre outras empresas.

Há muitos meses o mercado especulava sobre as negociações da CVC para aquisição da Nascimento, jamais concluída, e logo após o anúncio do pedido de recuperação judicial da tradicional operadora paulista, somos surpreendidos com a conclusão da negociação da mesma CVC com a Submarino Viagens, uma OTA (agência de viagens online), cuja operação é totalmente automatizada e focada na internet.

Este movimento da CVC, também uma tradicional operadora paulista, além de reconfirmar que seu apetite ainda não foi totalmente saciado, indica claramente para onde as tradicionais operadoras devem focar seus investimentos se desejam permanecer competitivas e rentáveis, uma mudança de rumo que praticamente refunda uma organização.

Um trajeto que as TMCs (agências de gestão de viagens corporativas) já trilham há pelo menos 10 anos, algumas mais focadas, outras menos, mas atualmente todas prestam seus serviços baseados no self-service proporcionado pela internet e, talvez por isso, permaneçam no jogo, atualizadas, renovadas, modernizadas, e se tomarmos a ABRACORP como referência, cada vez mais fortes.

São verdades que nos fazem pensar…

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OPM DA HARVARD BUSINESS SCHOOL

Eu achei pomposo o nome desse curso, típico da cultura americana de marketear tudo: Owner/President Management…

Mas por ser ministrado pela Harvard Business School, universidade Top nos EUA e Top 5 no mundo, resolvi entender o público alvo, a motivação e, principalmente, a percepção dos participantes que concluíram o curso.

Resumidamente o OPM é um curso 3 x 3, ou seja, são três semanas de um determinado mês, durante três anos, mas são 21 dias intensos, dedicados, exclusivos, focados, imersos em estudo de casos, os tais “cases”…

E não tem casinho, só negócios disruptivos, fora da caixa, que fogem do status quo, sejam da Nigéria, da Índia, ou do Cazaquistão…

Leitura prévia para debate em aula
Leitura prévia para debate em aula

Para começar, tão logo inscrito e aceito por Harvard (a confirmação da inscrição é um capítulo à parte), o aluno (comprovadamente presidente, fundador e/ou proprietário de uma empresa de tamanho X), recebe material suficiente para ocupá-lo durante semanas, em leitura, análises e relatórios, que serão objeto de debate em sala de aula.

Sempre “cases” de negócios bem sucedidos nos quatro cantos do mundo redondo.

Para se ter uma ideia da diversidade de uma turma do OPM, segue a relação dos países de origem dos alunos que compõem a turma do Vabo Júnior, cuja primeira fase (3 semanas do primeiro ano) será concluída no próximo fim de semana:

Turkey
Switzerland
Nigeria
Australia
India
Saudi Arabia
USA
Brazil
Portugal
Ecuador
Philippines
Russia
Canada
England
Dubai
Panama
Mexico
South Africa
Hong Kong
Venezuela
China
Israel
Belgium
Germany
Lebanon
Pakistan
Malaysia
Honduras
Argentina
Namibia
Spain
New Zealand
Singapore
Kazaquistao
Czech Republic
France

Dentro desta turma, há um israelense (60y) fundador e CEO do maior “private equity” do mundo, um nigeriano (50y) dono de empresa de petróleo, um alemão (40y) especialista em M&A, um indiano (38y) comerciante de madeira no Oriente Médio, um mexicano (35y) dono de rede de farmácias, etc etc etc.

Do Brasil, além de Vabo Jr. (29y) CEO de empresa focada em ecommerce e novas tecnologias, alguns outros jovens executivos, entre sucessores das Casas Bahia e Grupo Votorantim a empresários de startups, especialmente de empresas de internet.

Uma turma diversificada, com idiomas, crenças e culturas completamente diferentes, comprovando que, independentemente do estágio de desenvolvimento de seu país de origem, a sede de conhecimento é universal e a capacidade de aprendizado compartilhado, infinita.

Visão da sala de aula, em formato auditório, da perspectiva de Vabo Jr
Visão da sala de aula, em formato auditório, na perspectiva de Vabo Jr a partir de sua posição no início do curso
Folder de divulgação dos princípios da Harvard Business School espalhados pelo campus
Folder de divulgação dos princípios de Harvard espalhados pelo campus
Mestres inspirados e inspiradores
Mestres inspirados e inspiradores
Empreendedores da Dhamani, presentes na aula sobre o caso da Joalheria Dhamani
Empreendedores da Dhamani, presentes na aula sobre o caso da Joalheria Dhamani
Vabo Junior em aula, feliz igual a criança no parque de diversões...
Vabo Junior em aula, feliz igual a criança no parque de diversões…
Estudo do "case" Cirque du Soleil
Estudo do “case” Cirque du Soleil
Placa de ageadecimento a um brasileiro benemérito da instituição
Placa de agradecimento a um brasileiro benemérito da instituição
Case da China
Estudo de caso sobre o crescimento da China
Vabo Jr na cara do gol
Vabo Jr chega “na cara do gol” na terceira semana do curso…

Nota do autor: Este é o segundo de 3 posts que reportarão a experiência, em tempo real, de um jovem empreendedor brasileiro cursando extensão em Harvard, no mês de maio de 2015.

O primeiro post pode ser lido aqui: HARVARD INNOVATION LAB

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