HARVARD INNOVATION LAB

Abordar inovação, um tema que faz parte do DNA de nossa empresa, é muita responsabilidade, a começar pelo conceito de inovação em si, que varia muito, conforme a interpretação e, às vezes, o interesse de cada um.

Portanto, não trataremos aqui do conceito de inovação, nem mesmo de alguma inovação propriamente, mas de um ambiente propício e estimulador do espírito inovador.

As grandes empresas reconhecidamente inovadoras, como a Apple, a Microsoft e o Google (apenas para citar alguns exemplos bem conhecidos) costumam ser festejadas também por oferecerem um ambiente de trabalho que estimula a liberdade de pensamento, a criatividade e o experimento.

Todas essas empresas investem bastante em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, que costumam chamar resumidamente Lab, com versões em instalações físicas e diversas variações online, virtuais, open space, collaborative, etc.

É um tal de Google Lab, Microsoft Lab, Apple Lab, conceito que inspirou milhares de empresas, de todo tamanho, a multiplicarem essa ideia em todo o mundo (daí o nosso Reserve Lab), cujo principal objetivo é justamente este: estimular o espírito inovador.

Na verdade, este tipo de iniciativa corporativa remonta ao início do século passado, quando empresas norte-americanas e europeias já investiam em departamentos ou núcleos de P&D, visando o desenvolvimento e aprimoramento de seus produtos, da mesma forma que os japoneses intensificaram esta prática, após a segunda guerra mundial.

Mas é o conceito moderno de Lab que bomba atualmente, e é tão vencedor que fez o trajeto inverso: saiu do mercado para a academia e as universidades passaram a alocar orçamentos especiais, que permitiram a criação destes espaços para incentivar a produção de ideias, projetos, tecnologias (disruptivas ou não), sistemas, serviços e produtos inovadores.

Um desses laboratórios universitários, recém-criado (é de 2011), e que já desponta com algumas das mais recentes criações da indústria do software (entre outras), é o Harvard Innovation Lab, ligado à Harvard Business School, escola da tradicionalíssima universidade de Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos.

No próximo post, mostrarei um pouco da experiência, compartilhada em tempo real por Luís Vabo Júnior, que está, nesta e nas próximas semanas, cursando o OPM – Owner/President Management da Harvard Business School, uma oportunidade incrível de capacitação e contato com o que há de mais inovador em gestão, tecnologia, economia, comportamento, empreendedorismo etc. em todo o mundo.

Convido você a acompanhar por aqui esta saga, a partir do próximo post.

Vabo Jr na entrada do Harvard Innovation Lab, também conhecido como Hi
Vabo Jr na entrada do Harvard Innovation Lab, também conhecido como Hi
Welcome no momento do check in no Hi
Welcome no momento do check in no Hi
Mesa típica de um pesquisador do Hi
Mesa típica de um pesquisador do laboratório de inovações de Harvard
Desenvolvimento de novas ideias
Desenvolvimento de novas ideias no Hi
Novos estudantes
Os novos estudantes se encantam com os projetos do Hi

Nota do autor: Este é o primeiro de 3 posts que reportarão a experiência, em tempo real, de um jovem empreendedor brasileiro cursando extensão em Harvard, neste mês de maio de 2015.

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A CULTURA DO “É PROIBIDO PROIBIR”

Não concordo, mas os sociólogos, de uma forma geral, opinam que vem do tropicalismo, que bebeu na fonte do movimento de 68, da filosofia hippie, mesclado com a leniência da mistura de portugueses e africanos ou sei lá de onde veio.

O fato é que nós brasileiros temos mesmo esta dificuldade em seguir regras, normas, procedimentos, regulamentos, leis…

E ainda levantamos o nobre argumento do livre arbítrio, segundo o qual temos todos nós, o direito analienável, inquestionável e irrecorrível, de fazer aquilo que nos vem à cabeça e, caso haja alguma proibição àquilo que desejamos fazer, muito seguramente esta proibição precisa ser revista, urgente de preferência.

E daí o brasileiro segue furando sinal de trânsito (pra quê ficar parado se não está passando nenhum carro nem pedestre?), dando gorjeta pro guarda (alivia aí, chefia!), fazendo corpo mole no trabalho (se meu salário é igual no fim do mês, vou ralar pra quê?), desviando 10% (ou mais, bem mais) para as “causas” do partido político, dirigindo pelo acostamento (só eu estou com pressa), chegando atrasado ao trabalho (esse negócio de horário de trabalho está ultrapassado), furando fila (não notei que tinha fila…!), estacionando em vaga de idoso (é rapidinho!), parando na faixa de pedestre (fechou em cima), fechando o cruzamento no sinal fechado (já vai andar…), criticando quem faz tudo isso (apesar de também fazer), bebendo só um choppinho antes de dirigir (vejo a blitz da “Lei Seca” pelo Twitter), atrasando a consulta do paciente (o médico não pode esperar, mas o cliente pode?!), desrespeitando o conjunto da sociedade (portanto a si próprio), se isso significar a conquista de alguma vantagem pessoal.

Dizem que o brasileiro não tem auto-estima, quando na verdade sua auto-estima é tão alta, tão exacerbada, um amor próprio que beira o egoísmo, ao ponto de privilegiar a si mesmo sobre todas as outras pessoas, sobre o conjunto da sociedade.

Daí a questão de que as normas, regras, leis etc, em especial as proibições, não pegam no Brasil, quer dizer, “não pegam pra mim, mas deveriam pegar pros outros…”, exatamente como parece agir a maior parte da sociedade brasileira.

Como mudar isso? Não tenho a fórmula, mas sempre que penso nisso (e esta não é a primeira vez que escrevo sobre o tema), lembro daquela história do garoto que, diante da areia de uma praia repleta de milhares de estrelas do mar, torrando ao sol após terem sido deixadas pela ressaca da noite anterior, começou a recolher e lançar, uma a uma, de volta ao mar.

Ao ser perguntado se aquela ação individual de salvar as estrelas do mar, uma a uma, faria alguma diferença, diante de milhares que ele não conseguiria salvar, simplesmente respondeu, após lançar mais uma estrela de volta ao mar:

– “Para esta estrela, fez diferença…”

E prosseguiu devolvendo as estrelas ao mar, em seu esforço pessoal para salvá-las, focando simplesmente em fazer o que estava ao seu alcance.

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DISCORDO, MEU AMIGO EDUARDO MURAD

Eu li, reli e li outra vez, espremi e refleti sobre o post “Door to Door” do meu amigo e presidente da ALAGEV e, por isso, resolvi repercutir e contrapor aqui no Blog Distribuindo Viagens.

Chamou-me atenção o trecho “A possibilidade de prestação de contas é um adicional ao processo [de um OBT mais completo]” com o qual venho discordar, mesmo sem a intenção de polemizar, mas por puro amor ao debate.

O fato dos sistemas de gestão de viagens terem sido criados antes dos sistemas de gestão de despesas não muda o conceito de que viagem corporativa é um tipo de despesa corporativa e, portanto, o sistema de gestão de despesas corporativas é que deve incluir as viagens corporativas entre seus serviços, não o contrário.

A gestão de despesas só é adicional ao processo de viagens, nos sistemas que nasceram OBT e adaptaram um aplicativo (ou um serviço, ou um módulo ou um adendo) para prestação de contas, dentro da mesma plataforma anterior.

Parece pouco, mas esta conceituação é fundamental para uma estratégia de gestão de despesas bem sucedida, até porque um sistema de gestão de despesas deve ser capaz de gerir as despesas tradicionais de viagens corporativas (aéreo, hotel, carro etc.), além das despesas acessórias das viagens corporativas (alimentação, táxi, ônibus, metrô, combustível, estacionamento, pedágio, etc.) e também (por que não?) inúmeras outras despesas da empresa, como despesas administrativas, de treinamento, de marketing, de eventos, que podem ou não, estarem relacionadas às viagens corporativas.

Esta é a diferença fundamental entre os dois conceitos (e entre os dois sistemas): um sistema de gestão de despesas gerencia todas e quaisquer despesas, entre as quais estão as viagens, enquanto um sistema de gestão de viagens gerencia as viagens e suas despesas acessórias.

Com relação aos 5 fatores relacionados como dificultadores da efetividade da solução, também comento abaixo:

Precariedade do sistema de transporte público: efetivamente pouco se utiliza transporte público para deslocamento ao aeroporto no Brasil, mas essa realidade está mudando, com sistemas como o BRT no Rio de Janeiro e outras iniciativas em outras capitais. O sistema de gestão de despesas e viagens corporativas deve considerar este meio de transporte sim.

Conteúdo de hotéis online: não é mais um issue faz tempo, já que diversas redes hoteleiras estão plugadas em sistemas que funcionam como “hubs” de hotelaria, como CMNet, Cangooroo e B2B (este exclusivo da Abracorp), além de integrações via Brokers, como Trend, Hoteldo e E-HTL (que são online, apesar de não direto com os hotéis). O sistema de gestão de despesas e viagens corporativas pode e deve oferecer reservas online de hotéis.

Uso de cartão corporativo: o aumento da aderência ao cartão corporativo no Brasil tem sido lento e gradual, mas vem evoluindo sempre. O sistema de gestão de despesas e viagens corporativas deve considerar este meio de pagamento, oferecer conciliação automática e, também, considerar outros meios de pagamento, como o fatídico faturamento, já que ainda é muito utilizado no Brasil.

Corrida de táxi: como principal meio de locomoção terrestre do viajante corporativo, incluindo ir para e sair de aeroportos, o sistema de gestão de despesas e viagens corporativas deve oferecer integração com aplicativos de táxi, em especial aqueles com serviço corporativo de gestão e faturamento.

Aderência dos usuários: também acredito que já reduziu muito a resistência, mesmo de usuários de gerações mais antigas, à realização de self-booking ou mesmo de fast-ticket (emissão robotizada do bilhete) nos sistemas de gestão de despesas e viagens corporativas, em especial pela popularização das OTA’s e pela própria evolução do e-commerce brasileiro de uma forma geral. Acreditar nas recomendações de um sistema ou de um aplicativo se tornará tão comum como seguir a voz do GPS no carro, e mais atualmente, acreditar que o atalho que o Waze indicou fará você economizar 15 minutos no trânsito.

A boa notícia é que esta realidade já está ao alcance das empresas brasileiras, seja através de sistemas desenvolvidos no Brasil ou fora dele, e como o Murad bem afirmou em seu post, o importante é ficarmos de olho [bem aberto e ouvidos bem atentos]…

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