A teia de distribuição dos serviços de viagens é complexa, integrada e interdependente, e não me refiro aqui somente aos sistemas de reservas ou mesmo aos contratos cruzados entre os diversos players, cias. aéreas, hotéis, operadoras e agências de viagens, entre outros.
A principal complexidade de nosso mercado de viagens e turismo reside justamente na sensibilidade de um negócio que sobrevive (e se expande) baseado na confiança entre as pessoas.
A Nascimento nasceu, cresceu e se agigantou a partir de muito trabalho, baseado do nome, crédito e confiança inspirados pela figura, trajetória e reputação de seu fundador, que deu seu próprio nome à operadora, caso em que empresa e empresário se confundem ou melhor, se fundem numa só imagem.
Isto é bom para o mercado, ótimo mesmo, mas somente quando os negócios vão bem…
Um pedido de recuperação judicial de uma empresa do porte e, mais importante, da imagem da Nascimento, uma marca forte, conhecida, de uma operadora séria, de empresários sérios e dedicados ao negócio, simplesmente mexe com o subconsciente de todo o mercado de distribuição de viagens e turismo.
Diante de uma ocorrência desta envergadura, para retomar o ritmo normal dos negócios, que já andam bem complicados pela crise econômica petista, as agências de viagens colocam um pé atrás, os operadores internacionais colocam dois pés atrás, as redes hoteleiras ficam ariscas, as cias. aéreas (bem, as cias. aéreas são um caso à parte em sua estratégia de distribuição no Brasil) e, por fim, os clientes passam a desconfiar de tudo e de todos.
Não é por outro motivo que todas as entidades representativas do mercado de viagens e turismo vieram à público manifestar-se, de alguma forma, a respeito do assunto, seja para orientar os agentes de viagens, esclarecer o público consumidor ou simplesmente marcar posição (de alerta) a respeito do ocorrido.
O fato inquestionável (embora ainda há quem questione) é que a atividade de comercializar serviços de viagens e de turismo já mudou, não porque os novos empreendedores da internet assim planejaram, mas porque é isso que o consumidor deseja e a internet permite.
A esse respeito, é emblemática (e constrangedora) a forma como a jornalista Mara Luquet se desculpa, ao vivo na Globo News (vídeo abaixo), sobre sua visão a respeito do valor da atividade do agente de viagens, e mais constrangedora ainda é o curto comentário do jornalista Jorge Pontual, correspondente em New York, que quase no final do vídeo, explica de forma tão simples, quanto contundente, o seu ponto de vista sobre a nossa atividade profissional.
Para concordar or discordar, vale a pena assistir…
Podemos gostar ou detestar o que dizem, mas a franqueza desta conversa descompromissada, nos leva a pensar…
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