PANROTAS MEXE EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO

Eventos bem organizados, com bons conteúdo e formato, tendem a ser bem sucedidos pelo simples fato de que as pessoas sabem reconhecer, com facilidade, o que é bem feito.

Da mesma forma, quem não percebe, em uma única participação, quando um evento não vai vingar? Por mais organizado e marqueteado que seja, por melhores que sejam o local, o atendimento e os serviços, o conteúdo acaba por estabelecer se as pessoas voltarão ou não.

Por tudo isso, no primeiro Forum Panrotas em 2003, já ficou evidente a que viria o hoje, indiscutivelmente, principal evento da indústria de viagens e turismo da America Latina.

Estou escrevendo sobre este assunto antes da sua 13a. edição, que começa amanhã, no WTC Golden Hall, em São Paulo, depois de 12 edições sucessivas no palco da Fecommercio.

Uma corajosa mudança, que implica em sair de uma zona de conforto representada, até o ano passado, pelo pleno conhecimento dos espaços, da estrutura e até do staff da locação anterior (o conhecido “isso pode, isso não pode”) que nos leva a concluir que a Panrotas está mexendo em time que está ganhando, uma iniciativa típica dos inconformados, de quem deseja sempre mais e melhor, de quem ousa não deitar em berço esplêndido, porque deseja manter-se no topo e honrar a liderança conquistada.

Este ano, tudo é novo, a começar pelo gigantesco espaço, onde até os tempos (de tráfego ao WTC, de acesso ao auditório, de deslocamento ao palco, de mobilidade de uma forma geral) são menos conhecidos e podem ser muito importantes durante o desenrolar do evento.

Estas e outras preocupações, por serem variáveis sem tanto controle, devem estar nas cabeças perfeccionistas (e detalhistas) dessa gente da Panrotas que faz o Forum ser o sucesso que é, porque buscam com obstinação a qualidade como meta, e a responsabilidade autoimposta de superar-se a cada ano.

Como amigo de todos e por conhecê-los bem, estou seguro, confiante, tranquilo mesmo, de que, apesar das mudanças (ou com a ajuda delas), nesta terça e quarta-feiras participaremos de mais uma edição do Forum Panrotas que entrará para a história do mercado de viagens e turismo brasileiro.

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ESTELIONATO ELEITORAL

Está difícil ouvir os pareceres de juízes, magistrados, juristas renomados e outros especialistas em direito constitucional, sobre a impossibilidade de um processo de impedimento da presidente da República, por eventuais crimes cometidos antes do atual mandato.

Ou seja, qualquer fato ocorrido no mandato anterior ou durante o período em que a presidente integrava o Conselho da Petrobrás (época em que ocorreram os principais desvios de dinheiro investigados pela operação Lava-Jato), não podem ser considerados, nem sequer arrolados, como motivadores da abertura de um processo de “impeachment”.

Ou seja, um presidente pode cometer as maiores sandices no exercício do cargo que, se forem descobertas após o final do mandato, estarão automaticamente prescritas…

É isso mesmo ou entendi errado?

Da mesma forma, um candidato pode prometer o céu para ser eleito (ou reeleito), sem o menor compromisso ou responsabilidade em honrar aquilo que prometeu, caso tenha êxito na eleição.

O fato é que a eleição presidencial de 2014 nos tornou vítimas do maior engodo eleitoral que o Brasil já presenciou.

Por isso, penso que o período compreendido entre 2015 e 2018 passará para a história como um dos mais tristes da trajetória política de nosso país.

Este sentimento de impotência é o que derruba a motivação do cidadão: mas será que não há nada a fazer?

Sim, há o que fazer: mudar imediatamente a legislação eleitoral através de uma completa reforma política.

A proposta de Vabo Júnior, que eu assino embaixo, segue detalhada para sua análise:

– Fim do financiamento de campanhas por empresas
– Limite de gastos de campanha
– Sistema eleitoral distrital misto
– Criminalização do caixa 2
– Corrupção caracterizada como crime hediondo
– Fim da reeleição no executivo
– Eleição de prefeito com governador e presidente
– Fim do suplente de senador
– Fim de coligação
– Fim do sistema proporcional
– Congressista perder mandato se assumir ministério
– Redução de benefícios e privilégios para ocupantes de cargos eletivos do executivo e do legislativo
– Fim da aposentadoria para ocupantes de cargos eletivos do executivo e do legislativo

Esquecemos alguma coisa ?

Vale acompanhar a reunião da Comissão da Reforma Política através do twitter @indio do Deputado Federal Indio da Costa, relator da Lei da Ficha Limpa.

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CONHEÇA O “MANUAL DO COMPRADOR”…

É raro, mas de vez em quando, posto aqui texto de outros autores se, e somente se, identifico no texto 1) alguma sintonia com a minha opinião sobre o tema e/ou 2) sua abordagem tenha algo a ver com o momento que vivemos.

O texto abaixo é um caso 2), tudo a ver com o momento esdrúxulo que vivemos, de completa inversão de valores, em que as pessoas sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor de nada…

“Vender não é uma tarefa fácil. Oferecer seu produto a clientes em potencial e efetivar a venda é um dos principais objetivos de uma organização (se não o principal), pois sem esta ação aparentemente simples não há faturamento. Sem faturamento, não há empresa.

Diversos obstáculos opõem-se a concretude deste objetivo, incluindo restrições orçamentárias, produtos concorrentes e custos de divulgação. Como se não bastassem estes obstáculos, alguns clientes incluem em suas políticas de compra regras eticamente questionáveis.

Relações ganha-ganha entre cliente e fornecedor trazem resultados ao longo prazo, através de uma relação duradoura. Porém, a postura de algumas grandes redes varejistas no Brasil é a de focar um ganho maior no curto prazo, utilizando seu alto poder de barganha para manter uma relação conflitante com seus fornecedores, espremendo ao máximo o vendedor.

O “Manual do Comprador” a seguir é um resumo extraído de uma grande rede de supermercados que alegadamente o usa para treinar seus compradores. A disposição de cooperação para a criação de resultados conjuntos parece que ficou de fora do manual…

MANUAL DO COMPRADOR – LEIA COM ATENÇÃO
(Os comentários entre parênteses são do autor)

1. Nunca demonstre simpatia a um vendedor, mas diga que é parceiro.
(Trabalhar em um clima hostil deve ser motivante)

2. Considere o vendedor como inimigo número 1.
(O que sobra para o concorrente?)

3. Jamais aceite a primeira oferta, deixe o vendedor implorar, isto dá margem a maior barganha para nós.
(Sabendo disto, já iremos preparados, com o preço mais alto, para baixarmos depois)

4. Quando o vendedor dá facilmente ou pede para ir ao banheiro ou telefonar e vem com a aprovação, considere que o que ele está dando já poderia ser dado. Peça mais.
(Ótimo, vou colocar mais margem aqui e ficar mais na defensiva)

5. Não faça concessões sem contrapartida.
(OK, OK, vou fazer o mesmo)

6. Não tenha dó do vendedor, jogue o jogo dos “maus”.
(Agora fiquei com medo)

7. Não hesite em usar argumentos, mesmo que sejam falsos, por exemplo: o concorrente do vendedor sempre tem a melhor oferta, maior giro e maior prazo.
(Tá valendo mentir? Pensei que tivéssemos uma relação honesta)

8. Mantenha-se repetindo as mesmas objeções mesmo que sejam absurdas e de tanto repetí-las o vendedor acaba acreditanto.
(Também vou colocar as minhas objeções absurdas e com insanidades vamos acabar os dois loucos)

9. Desestabilize o vendedor, exigindo coisas impossíveis. Ameace romper a negociação a qualquer momento. Deixe-o esperando. Marque horário e não cumpra. Faça outro vendedor passar à frente dele. Ameace tirar os produtos dele de linha. Dê pouco tempo para ele se decidir. Faça cálculos mesmo que sejam falsos. O vendedor acaba dando mais.
(Agora gostei. É pra faltar com o respeito mesmo)

10. Se o vendedor demorar para dar a resposta, diga que fechou com o concorrente dele. Assim ele fará mais concessões.
(E se eu descobrir que você não fechou com o concorrente? Vai perder credibilidade…)

11. Evite que o vendedor fique lendo nossas informações no visor. Quanto mais desinformado o vendedor for, mais ele acreditará em nós.
(Vão me colocar um tapa-olho de cavalo quando eu entrar na loja?)

12. Finalmente não se esqueça da regra de ouro de um bom comprador:

“Não perca tempo com vendedores profissionais, invista seu tempo no vendedor despreparado, não se assuste com grandes marcas (por trás de uma grande marca, pode estar um vendedor despreparado que só conta com a marca), invista seu tempo no vendedor que não faz cálculos, que cede facilmente, que quer entrar ou tem medo de sair da rede.”

Consigo compreender (porém não aceitar os itens que extrapolam os limites éticos, como mentir) que supermercados utilizem estratégias como essa para comprar tomates e abacaxis.

Porém, a coisa começa a ficar interessante quando estas mesmas políticas são utilizadas para comprar serviços de TI…”

Autor: Paulo Krieser

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