“MAKEUP” DE INGRESSOS: DO COPACABANA PALACE DIRETO PRA DELEGACIA

Pois é, já sabemos que o CEO da Match não deve ir para Bangu 1, conforme “habeas corpus” obtido na madrugada, mas é difícil até comentar essa história da máfia de ingressos para os jogos da Copa.

Algumas matérias sobre o caso retratam um pouco do roteiro, que não é de novela, mas é bem parecido com a vida real.

A empresa credenciada pela FIFA (até 2023), para a venda de ingressos para os jogos da Copa, resolveu antecipar o movimento dos cambistas, fazendo ela mesma a intermediação da distribuição dos ingressos pelo câmbio negro…!!

Segundo matéria da Globo.com, pelo artigo 41-G do Estatuto do Torcedor, a pena para o crime de “fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos para venda por preço superior ao estampado no bilhete” é de dois a quatro anos de prisão, além de multa e o suspeito vai responder ainda por associação criminosa.

Então vou repetir, para não restar dúvidas: uma empresa autorizada a vender os tickets para os jogos, passa a vendê-los por preço acima do valor real do bilhete (o tal do valor de face).

Qualquer analogia imediata com outros mercados de venda (e maquiagem) de bilhetes não é mera coincidência (cinema, teatro, passagens aéreas, shows, eventos, entre outros).

A regra é clara, mas em alguns desses mercados, o fraudador é simploriamente chamado de cambista enquanto que, em outros, o “makeup” é propositalmente confundido com o “markup”.

Cada mercado com a sua regulamentação.

.

P.S.: Ainda bem que o Artur resumiu bem nosso sentimento sobre a Copa da Mundo de Futebol no Brasil.

.

“LOBISTAS DO BEM” CONSEGUEM APROVAÇÃO NA CÂMARA

No final de 2011, como argumento para a primeira lista dos 25 mais influentes do turismo brasileiro, o Artur cunhou a expressão “lobista do bem” para se referir ao trabalho de persuasão que faço, há mais de 10 anos, sobre as vantagens da tecnologia para o mercado de gestão de viagens corporativas, através das associações, palestras em eventos, no Blog Distribuindo Viagens, entre outros.

Lembrei-me deste caso, quando soube que a Câmara Federal aprovou, hoje, pensão mensal vitalícia para Laís Souza, atleta olímpica brasileira que fraturou uma vértebra quando treinava para as Olimpíadas de Inverno 2014, na Rússia.

Neste caso específico, os lobistas do bem foram milhares de brasileiros que fizeram um senhor trabalho de persuasão nas redes sociais (e nas redes pessoais), no Brasil, EUA e Europa, visando arrecadar apoio a esta causa, desde o fatídico acidente durante treinamento no início deste ano nos EUA.

Eu embarquei nessa e publiquei aqui no Blog Distribuindo Viagens, o texto LAÍS SOUZA: ATLETA OLÍMPICA É ESPERANÇA PARA A HUMANIDADE, onde abordei as pesquisas experimentais com células troncos (que a Laís concordou em participar) e que são esperança para milhões de pessoas, acidentadas ou não, deficientes físicos em todo o mundo.

Estou mesmo muito feliz com esta aprovação na Câmara (o trabalho continua, pois o texto ainda será submetido ao Senado), agradeço e compartilho aqui com os leitores do Panrotas.

.

ALL FAKE CORPORATION

O Brasil está repleto de empresas e empresários atentos às boas práticas de gestão e de planejamento estratégico, que buscam efetivamente administrar o seu negócio baseado nas metodologias e procedimentos largamente utilizados em todo o mundo. A essas empresas, chamaremos de empresas Tipo A.

Mas há também aquelas empresas que são tocadas baseadas, quase unicamente, no instinto do(s) dono(s), sem qualquer embasamento teórico ou científico, o que não representa propriamente um problema, mas costuma limitar seu crescimento. São as empresas Tipo B.

Um pouco mais complicado, um terceiro grande grupo de empresas brasileiras acredita que basta disseminar a imagem de gestão profissional, de técnicas de gerenciamento corporativo e de práticas de administração da empresa moderna, para obterem os resultados esperados, mesmo sem efetivamente seguirem estes conceitos. Este grupo é composto pelas empresas Tipo C.

No fundo, as empresas Tipo C acabam por enganar a si e ao mercado, ao agirem de forma completamente oposta à imagem que divulgam:

– O planejamento estratégico inicia pela tradicional análise FOFA, de “Fiz Outrora, Faço Agora”, típico das empresas que buscam resultados diferentes, mesmo fazendo sempre igual.

– Quando questionados sobre a aplicação de Acordos de Nível de Serviço, apresentam seu particular conceito sobre SLA, de “Sabe-se Lá Aonde”.

– A gestão dos prazos de entrega é objeto permanente de melhoria contínua baseada no tradicional PDCA, de “Promete, Depois Corre Atrás”.

– Os cronogramas são elaborados de acordo com o indefectível método “Cálculo Hipotético Universal de Tempo Estimado”, mais comumente referido pela sua sigla…

– As convenções internas são utilizadas para divulgar as “boas práticas de gestão” da companhia, em detrimento do real objetivo de cada evento.

No cenário de incertezas da economia brasileira, especialmente para os próximos dois anos, não há espaço para este tipo de empresário, nem para este tipo de empresa, as margens estão cada vez mais disputadas, a imagem é cada vez mais efêmera e, apesar de tudo o que se divulga, a verdade sempre acaba prevalecendo.

.