HOTEL x AGÊNCIA: O JOGO VIROU ??

Leio, releio e analiso as inflamadas opiniões das associações da hotelaria e, antes mesmo de tecer algum juízo de valor a respeito da atitude do Decolar, não consigo deixar de observar o mais curioso dessa história: o jogo virou !

Os fornecedores de serviços de viagens, cias. aéreas e hotéis à frente, sempre foram a locomotiva da atividade de viagens e turismo e, por isso, sempre estabeleceram as regras do jogo unilateralmente, em especial as comissões a serem pagas aos agentes de viagens e esses tinham que se adequar, buscar, negociar ou encontrar maneiras de sobreviver num negócio em que sempre foi considerado como custo comercial.

Agora, finalmente, temos uma agência de viagens dizendo quanto quer receber de comissionamento !

Na verdade, o boicote ao Decolar e outras OTAs esconde uma realidade inversa, pois foi o Decolar quem afirmou antes: quem não me pagar 22% de comissão, está fora da minha disponibilidade !!!

Sei das dificuldades que os hotéis estão passando, que infelizmente não devem melhorar após os Jogos Olímpicos…, mas a rigor, quem escolheu este caminho, de privilegiar alguns poucos canais, foram os próprios hotéis.

Quando o mercado está quente, a hotelaria escolhe com quem trabalhar, para quem paga comissão ou incentivo, simplesmente manda no pedaço e estabelece as regras do jogo. Afinal, sai muito mais barato gerenciar a oferta em 10 ou 20 agências do que em 100 ou 200, ou mesmo em 2.000 ou 3.000 agências de viagens…

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Pelo mesmo motivo, as cias. aéreas optaram, há muitos anos, em concentrar sua distribuição em consolidadores, pois é mais fácil e garantido gerenciar a distribuição através de 10 ou 20 agentes consolidadores do que distribuir por milhares de agências de viagens.

O fato dos hotéis terem ficado dependentes das OTAs é uma consequência óbvia de uma decisão estratégica equivocada, dos próprios hotéis, ao longo dos últimos 10 anos.

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Não dá é pra achar que esta é uma questão a ser resolvida no tapetão ou com discursos inflamados, pois o único caminho é sentar e negociar, com sabedoria, humildade e conhecimento das regras de mercado.

A quem não tem bom jogo não mão, recomenda-se não pagar para ver…

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POR QUE SERÁ?

E lá vou eu na minha sina, não bastasse termos assumido o gigantesco desafio da Diretoria de Tecnologia e Integração da ABAV, e resolvemos começar a implantação de Grupos de Trabalho da ABAV justamente pelo tema Tecnologia, conforme o Portal Panrotas publicou.

Por que será?

Conforme afirma o Edmar no post Tecnologia, sem mitos e preconceitos do Blog Espaço ABAV, “não foi difícil identificar por qual segmento deveríamos começar, na missão de organizar grupos de trabalho em busca de soluções para os problemas do dia-a-dia do agente de viagens.”

Por que será?

A tecnologia já é o segundo item mais importante e de maior valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens, de qualquer porte, de qualquer segmento, de qualquer lugar do mundo.

Por que será?

Este fato (já deixou de ser tendência) acaba de ser confirmado pela Sita, cuja apresentação no Air Transport IT Summit 2016, em Barcelona, transformou em dados estatísticos a realidade que todos nós, viajantes e profissionais da indústria de viagens e turismo, já vivenciamos há alguns anos.

Por isso, a ABAV destacou a Tecnologia como seu primeiro Grupo de Trabalho, considerando que o ICCABAV já trata o item número um em importância e valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens: as pessoas.

Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil
Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil

Não conseguimos reunir todos (não há espaço para tantos), mas seguramente agrupamos a nata da tecnologia em viagens no Brasil (e ainda temos 3 vagas), com ótimas cabeças que nos ajudarão a buscar soluções, interpretar tendências e antecipar caminhos para o mercado de distribuição de viagens e turismo no Brasil.

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