LEONARDO RAMOS: NÃO FOI ISSO QUE EU ESCREVI…

O Panrotas usualmente publica uma nota sobre determinados posts da Blogosfera e isso geralmente estimula os leitores a ler e analisar o texto do Blog.

Fico feliz quando esta divulgação é precedida de uma análise e compreensão do texto, que leve o jornalista a interpretar o que publiquei e, com suas próprias palavras, detalhar alguns trechos do post, de forma a motivar o leitor a buscar o conteúdo apresentado.

Infelizmente não foi o que aconteceu com o post SOBRE TECNOLOGIA, PÉGASUS E UNICÓRNIOS em que expus um fato a respeito do Uber e do Airbnb e o jornalista interpretou como uma opinião a respeito de barreiras de entrada à inovações tecnológicas…?!?!

A colega blogueira Mariana Aldrigui e o Adriano Pereira, leitor frequente do Blog B2Tech, comentaram meu post e questionaram o que seriam as barreiras de entrada que cito no texto e então expliquei:

“Quando me refiro à “sem barreira de entrada”, quero dizer que, apesar de disruptivos, os modelos de negócio de Uber e Airbnb podem ser facilmente copiados (e já o são) por diversos outros players.

Obviamente que não defendo barreiras de entrada, apenas faço no texto uma análise de que qualquer tecnologia pode ser facilmente copiada e que, sem um diferencial difícil de ser reproduzido é apenas questão de tempo para ser diluída a vantagem competitiva do “first mover”.

Entendo que a chamada deste post, feita pelo Panrotas, pode levar à falsa impressão de que eu defendo barreiras de entrada…

Basta ler o título da matéria do Portal Panrotas: Modelos disruptivos precisam de barreiras de entrada

Ou a legenda da foto que ilustra o artigo: “Para Luís Vabo, modelos disruptivos estão sendo copiados e melhorados de maneira excessiva, e barreiras são necessárias”

Aliás, por mais que eu leia e releia, não consigo encontrar onde este trecho está escrito no post, para que o mesmo tenha sido atribuído a mim, afinal ele representa o extremo oposto do que acredito e sempre defendi.

Esclareci ainda por solicitação da Mariana:

“Barreiras de entrada são, por exemplo, os códigos-fonte proprietários (não abertos) de softwares bem sucedidos, que dificultam que um determinado sistema seja imediatamente copiado. Exemplo: Windows, MS Office, iOS, Corel Draw, SAP, Oracle e muitos outros. São sistemas que podem ser copiados em suas funcionaliddaes, mas jamais serão exatamente reproduzidos, a não ser que seja retirada esta barreira, ou seja, seus códigos-fonte sejam abertos.

Também têm barreiras de entrada as tecnologias muito distribuídas e muito consolidadas nas mãos de poucos players, que se transformam em “hubs” para os usuários que desejam utilizá-las. Exemplos clássicos são o Google, o Facebook e o Youtube e, em nosso mercado de turismo, os GDSs.

São barreiras de entrada para negócios tradicionais, como pequeno ou grande comércio, aquelas vinculadas a “branding”, onde uma franquia bem sucedida pode criar uma dificuldade extra para quem deseja competir naquele mercado. Exemplos são O Boticário, Natura e, em nosso mercado, a CVC e a Flytour, como apresentado no Forum Panrotas 2017.”

O fato é que defendo a livre iniciativa e a livre concorrência, ampla, geral e irrestrita, como já divulguei diversas vezes por aqui, mas isso não me impede de comentar um fato, sendo certo que este comentário não significa necessariamente que eu esteja defendendo este ponto de vista.

Se um blogueiro ou um articulista escreve sobre o funcionamento dos cassinos em Las Vegas, por exemplo, não significa necessariamente que esteja defendendo a liberação do jogo no Brasil.

Caso você queira opinar sobre o assunto, por favor leia aqui meu post no Blog e leia aqui o artigo que “interpreta” este mesmo texto.

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FEEDBACK DE DENTRO DO FORUM PANROTAS

Participamos do Forum Panrotas desde o início, Solange palestrou em uma das primeiríssimas edições, passamos a patrocinar há cerca de 7 anos, sempre procuramos contribuir de alguma forma e nesta edição 2017 tive a oportunidade de moderar o David Barioni no painel sobre empreendedorismo, tema que pesquiso e me interesso há alguns anos.

Desde 2010, quando o Panrotas convidou-me para o ofício de blogueiro, passei também a postar aqui as minhas opiniões sobre o Forum Panrotas, com o propósito de oferecer um feedback para meus amigos organizadores do forum, sempre com absoluta transparência e liberdade de expressão, características que estão no DNA da Panrotas.

O que me surpreendeu no Forum Panrotas 2017:

1) A quantidade de participantes
Seria até natural alguma redução na quantidade de inscritos, devido à crise econômica, mas o evento esteve lotado nos dois dias, em praticamente todos os painéis.

2) A aderência ao Grand Hyatt
Para um evento que nasceu e cresceu no formato da Fecomercio SP e experimentou o WTC Golden Hall, as salas do Hyatt funcionaram bem, apesar das oscilações da internet que chegaram a interromper a transmissão no FB Live.

3) A capacidade de se reciclar
Enquanto edições anteriores pesaram em temas como mídia e marketing digital, esta edição 2017 equilibrou bem os assuntos, entre aqueles mais tradicionais (economia, fidelização, gestão, pesquisa e política), e as mais atuais (experiência do cliente, multiculturalismo, inovação, empreendedorismo e design), e ainda houve espaço para abordar temas relacionados aos principais serviços do mercado de viagens e turismo (cias. aéreas, hotelaria e locadoras).

Percebi também uma maior valorização dos empresários e profissionais do trade, gostei de ver a participação do Louro, Patriani, Perez, entre outros, e ouvir nomes como Elói, referência ao seu ineditismo na franquia de turismo no Brasil, e de Gargioni, reverenciado por sua lealdade (por Guillermo) e por sua liderança (por Barioni), entre outros nomes experientes de nosso mercado.

Precisamos e temos boas referências, nosso mercado foi construído por personagens como estes e se nós não formos capazes de reconhecer o valor do legado destes empreendedores, quem o fará?

Entre os painéis que assisti da plateia, destaco 3 no primeiro dia e 2 no segundo dia:

1o. dia – Segunda-feira 13/03/17

Tendências e transformações na experiência do viajante
– Nienke Bloem (consultora)
Painel bem informativo, com a palestrante tranquila, muito bem preparada e, como me disse o Guillermo, com uma pronúncia clara do idioma, que facilita o entendimento e a interação da plateia. Logo no início, este painel deu o tom da expressão mais utilizada em todo o evento: “experiência”.

Os insights de Nienke Bloem e sua oratória, fácil de entender, agradaram a plateia

Multiculturalismo nas empresas como fator de competitividade
– Apoorva Gandhi (Marriott)
O tema me pareceu apaixonante e o VP de assuntos multiculturais da Marriott ilustrou sua apresentação com exemplos bem curiosos. A multicultura está mesmo no mindset das organizações.

Eventos como alavanca para destinos
– Luis Justo (Rock in Rio)
O Rock in Rio é motivo de orgulho para cariocas e brasileiros, um exemplo de melhoria contínua a cada edição. O painel foi uma overdose de competência na organização de megaeventos.

Luis Justo, CEO do Rock in Rio, mostrou a emoção e grandiosidade do evento

2o. dia – Terça-feira 14/03/17

Franquias no Turismo, uma alternativa para pequenos empreendedores?
– Marcus Rizzo (ABF)
– Fabio Oliveira (Flytour)
– Matt Teixeira (Best Western)
– Valter Patriani (CVC)
Moderador: Artur Andrade.
É sempre uma aula de vendas ouvir o Patriani, mas o Fabio não se intimidou e também vendeu bem o seu peixe. Naturalmente o Matt não polemizou, pois seu objetivo é que ambos vendam muito a Best Western.
Obs.: descobri neste Forum Panrotas que o Patriani desenvolveu uma técnica de oratória imbatível, ele fala e respira simultaneamente, assim o Artur não consegue tomar a palavra dele 🙂

Flash point 2017: o ano da retomada
– Paulo Kakinoff (Gol)
O presidente da Gol estava bem firme na apresentação que fez e nos pontos que defendeu e, mesmo abordando temas polêmicos como a resolução 400 da ANAC, em que defendeu de forma genuína a livre concorrência, sua palestra foi coerente e boa de assistir. Também abordou de forma clara o programa Voe Biz, que confirma a estratégia da Gol de liderar o mercado corporativo.

Entre os painéis que assisti pelo FB Live, destaco o Desafio OTA hotelaria, com a hotelaria vencendo de goleada o desafio proposto no painel, graças à segurança e coerência da Rosângela Gonçalves, muito inspirada ao tratar do tema debatido e à indestrutível convicção do Luppa de que o melhor negócio é vender através do agente de viagens.

Parabéns à família Alcorta, ao time do Panrotas e à Imaginadora por mais esta edição do mais importante evento para as lideranças do turismo brasileiro.

Ano que vem tem mais…

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GESTÃO CORPORATIVA

Falar em disrupção tecnológica nos faz pensar em quantas inovações provocadas pela tecnologia testemunhamos neste século, que tem menos de 20 anos…

Inovação é uma palavra desgastada atualmente, tudo (ou quase tudo) se diz inovador, os termos novidade e inovação são frequentemente confundidos, por equívoco, por hábito ou por exagero mesmo.

Vamos então falar da verdadeira disrupção, da genuína inovação tecnológica, resumindo: a inovação disruptiva.

A mais recente foi mesmo a internet e não é nosso objetivo aqui discorrer sobre ela, assunto velho, manjado, presente em nossas vidas, em nossas mãos e mentes, 24 horas por dia. Apesar de jovem, cerca de 20 aninhos se considerarmos o início da aderência popular, praticamente uma menina no frescor da juventude, o fato é que a internet transformou-se num grande “museu de novidades”.

Se você acredita que, entre as diversas tecnologias em pesquisa e desenvolvimento nos laboratórios em todo o mundo, nehuma impactará tanto a nossa vida quanto a internet, é hora de rever seus conceitos.

A Inteligência Artificial vai superar a internet em termos de impacto disruptivo

1) O avanço da IA será estimulado pela própria internet e por uma indústria em ascensão, apesar de ainda pouco difundida no uso popular: a robótica cognitiva.

2) Os grandes players da tecnologia de massa (Microsoft, Apple, Google e Facebook) e os grandes marcas da indústria de bens de consumo (automobilística, eletroeletrônicos etc) investem muito dinheiro e esforço em IA, visando perpetuar seus negócios e sair na frente nesta que consideram a nova fronteira do comportamento humano.

3) Os algoritmos baseados em IA já superam algumas das maiores barreiras da inteligência humana, estabelecidas desde que o supercomputador Deep Blue da IBM venceu o campeão mundial de xadrez Gary Kasparov no final do milênio passado, e seu sucessor Watson, também da IBM, venceu 2 super-campeões do tradicional programa de conhecimentos Jeopardy, da TV americana, em 2011.

O super-computador Watson da IBM: pela primeira vez na história, a inteligência artificial venceu a inteligência humana

4) IA já tem capacidade de i) aprender e aplicar conhecimento, ii) entender, simular e reagir de acordo com o comportamento humano, iii) ensinar, ludibriar e emocionar um ser humano, iv) sentir emoções e reagir de acordo.

5) Cientistas já trabalham e avançam no que consideram o último elo deste caminho sem volta: o sentido ético, o discernimento entre o certo e o errado, aquilo que define a sociabilidade de um indivíduo, o elo que levará à capacidade de julgamento por IA…

IA + Big Data + IoT + Robótica Cognitiva, juntas, levarão a humanidade a uma nova ordem

Diante do desafio de encarar essa nova onda gigantesca, esse verdadeiro tsunami tecnológico que começa a se formar, algumas empresas de tecnologia tentam boiar para sobreviver, enquanto outras simplesmente mergulham, apesar do risco de não mais emergir.

Vertente fundamental da IA, o “machine learning” ou aprendizado de máquina significa um avanço tecnológico sem precedentes, tema de inúmeras pesquisas e teses de mestrado e doutorado, mas a verdade é que ninguém ainda faz ideia do quanto IA impactará o mercado de gestão corporativa.

O conceito de inteligência artificial considera a tomada de decisões a partir do processamento e análise de quantidade massiva de dados

Imagine um cenário em que você receberá uma oferta de transporte (avião, ônibus ou carro alugado), da melhor hospedagem (hotel, hostel ou Airbnb), do transfer (99taxi, Uber ou Cabify), recomendação de restaurantes e outros serviços diretamente em seu smartphone, tudo isso para as datas de uma viagem que você está ainda pensando em fazer…

Ou ainda um sistema de reservas em que seu cliente corporativo simplesmente fala para o smartphone o que deseja em quais datas, e o sistema responde com as melhores opções de serviços, após pesquisar online todos os fornecedores e cruzar a política de viagens da empresa com o perfil de preferências e comportamento do passageiro.

Nós decidimos surfar esta nova onda, Inteligência Artificial já faz parte de nosso roadmap de produtos em 2017

Não, isso não é ficção científica, esses são apenas exemplos de soluções já em desenvolvimento, sistemas que contarão com algoritmos de IA para antecipar a demanda do cliente, no momento em que ele deseja e na forma que ele aceita, tudo em compliance com as regras de negócio e com as políticas de despesas e viagens da empresa pagante.

Como se vê, o futuro chegou. Podemos desacreditar o inexorável ou até achar que não estaremos aqui para presenciar isso, mas em algum momento teremos que escolher entre sermos expectadores ou protagonistas desta nova realidade, que já está sendo considerada a Quarta Revolução Industrial.

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