A prisão do líder do governo no Senado é emblemática.
Representa uma ruptura no “status quo”, quase impensável num país onde não se prendiam ricos e poderosos, onde se incluem políticos, empreiteiros e banqueiros, entre outros (embora não se possa generalizar).

Representa, antes de tudo, a independência dos poderes, ou seja, bastam processos bem consubstanciados para que a lei seja cumprida e o STF, ou o respectivo tribunal, faça a sua parte.
Sem fazer pré-julgamento, afinal ninguém da Operação Lava-Jato foi ainda julgado (exceto pela imprensa e pela opinião pública), mas a simbologia dessas prisões, baseadas em escutas autorizadas pela justiça, delações premiadas (portanto legais) e outras provas, é um alento para um país marcado pela desonestidade como padrão de comportamento do cidadão, pela ilegalidade como norma de relacionamento e pela corrupção endêmica entre o poder pública e a iniciativa privada.
Apesar de tudo isso, o pulso ainda pulsa e ainda vejo alguma luz no fim do túnel, muito fraca, mas ela está lá…
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