SUA EMPRESA GANHA DINHEIRO COM O QUÊ MESMO?

Em São Paulo para algumas reuniões na semana passada, assisti algumas apresentações interessantes e chamou-me a atenção um slide que afirmava que algumas cias. aéreas europeias estão atingindo a incrível marca de 40% de participação de “ancillary services” (ou serviços acessórios) sobre sua receita total.

Ou seja, 60% da receita advém do negócio de transporte aéreo em si, ou se verificarmos de outra forma, para cada USD 6 milhões de receita de bilhetes aéreos, entram outros USD 4 milhões de receitas acessórias…

Acessórias ?!?

Seguindo a mesma fórmula, hotéis e locadoras também estão esforçando-se para criar serviços acessórios para também auferir novas receitas que venham a complementar o negócio principal e, conforme estamos testemunhando mais recentemente, também os consolidadores estão buscando diversificar sua oferta de serviços.

E por que esta tendência está tão forte?

Num ambiente concorrencial em que diferentes prestadores de serviço oferecem praticamente o mesmo serviço, neste caso o transporte de A para B (ou uma diária de hospedagem ou locação de carro), o caminho para a diferenciação, até a década passada, era melhorar a experiência de voo do passageiro, com investimentos no aprimoramento da qualidade do serviço.

Como cada item de qualidade pode ser quase que imediatamente copiado pelo concorrente, oferecer transporte com qualidade e com o menor preço possível (às vezes impossível) passou a nivelar o serviço por cima, ao mesmo tempo em que nivelou o preço por baixo.

Com as tarifas mal pagando os custos do transporte, nada mais natural do que diversificar (ah, esta palavra bendita), preferencialmente através da oferta de serviços relacionados ao próprio transporte aéreo.

Afinal, é bem mais aderente oferecer seus “novos” serviços aos seus clientes de sempre, não é?

A base já está lá, já conhece a sua empresa, já experimenta e aprova o seu serviço, seguramente sua chance de sucesso será maior ao oferecer serviços correlatos para seus clientes do que para novos “prospects” que não conhecem sua empresa, ou oferecer serviços que nada tenham a ver com seu escopo principal.

No atual cenário econômico, simplesmente não dá para ficar deitado em berço esplêndido vivendo somente do seu escopo principal, é necessário mesmo diversificar dentro do mesmo negócio.

E os agentes de gestão de viagens corporativas, que novos serviços poderiam oferecer para sua carteira de clientes?

Responda rápido: quais são seus serviços acessórios??

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UM AVANÇO CIENTÍFICO PARA A HUMANIDADE

A respeito das manchetes da grande imprensa, sempre pessimistas, sempre destacando más notícias, sempre muito negativas, comentei no post anterior que publicaria aqui hoje uma boa notícia, uma descoberta científica importante para o avanço do tratamento de cancer, uma pesquisa liderada por um jovem cientista brasileiro, o Dr. Daniel Diniz de Carvalho, no Princess Margaret Cancer Center, da Universidade de Toronto, Canadá,

Trata-se de uma descoberta baseada em uma inovação na maneira como os cientistas sempre tentaram combater, através da imunoterapia, uma determinada disfunção celular.

O desafio médico da imunoterapia reside no fato de que os tumores cancerígenos são capazes de “desligar” os genes responsáveis pela defesa do paciente e, com isso, as células doentes conseguem passar desapercebidas.

A nova linha de pesquisa, desenvolvida pela equipe de cientistas liderada pelo Dr. Daniel de Carvalho, parece ter encontrado uma solução para isso.

Nos termos deste leigo aqui (tentando explicar para leitores provavelmente tão leigos quanto eu), o novo tratamento, desenvolvido a partir de drogas epigenéticas, utiliza a estratégia de “enganar” as células de defesa, fazendo com que ataquem o tumor como se estivessem combatendo um vírus, interrompendo sua proliferação, estancando assim o carcinoma e a consequente metástase.

Testes em laboratório indicam que esta simples resposta antiviral do organismo é capaz de enfraquecer o carcinoma e melhorar significativamente o resultado da imunoterapia, de acordo com o Dr. Daniel de Carvalho, primeiro autor do artigo publicado na revista Oncogene, do grupo Nature.

“A principal contribuição do estudo foi a descoberta do mecanismo molecular responsável por desligar a Trail na leucemia”, afirmou o pesquisador brasileiro.

Se você tiver interesse nesta boa notícia, leia matérias do Correio Braziliense a respeito desta experiência, cuja pesquisa foi publicada em revistas científicas internacionais, mas ainda pouco divulgada pela grande imprensa brasileira:

Link 1: Técnica criada por ex-aluno da UNB ajuda no combate ao câncer

Link 2: Pesquisa busca como manter mecanismo molecular de defesa contra o câncer

Para entender melhor o propósito da equipe de cientistas coordenada pelo pesquisador brasileiro, conheça o De Carvalho Lab, de Toronto, Canadá.

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QUER UMA BOA NOTÍCIA?

Conversando com amigos em São Paulo, ouvi críticas ao título do post publicado no início da semana passada (sobre os consolidadores entrarem simultaneamente no mercado de distribuição hoteleira).

Fiz um “mea culpa” afirmando que são títulos curiosos como aquele que atraem os leitores e, por isso, usei aquela figura de linguagem, sem outra intenção que não fosse a de provocar a curiosidade dos leitores.

Refletindo sobre isso, percebi o quanto os jornalistas e articulistas profissionais utilizam este recurso, algumas vezes correndo o mesmo risco que eu (articulista amador) corri neste caso: incorremos naquilo que os ingleses chamam de “misunderstanding”.

Faz parte…

O fato é que raramente as boas notícias atraem o leitor, o ser humano é tão focado em problemas que acaba morbidamente atraído por notícias ruins, fatos negativos e ocorrências desagradáveis.

Os grandes feitos da humanidade raramente têm o mesmo apelo popular como têm as desgraças e as catástrofes, as quais têm o poder de causar comoção imediata e gerar disseminação viral.

Por isso, e na contramão desse comportamento (talvez para autopenitenciar-me) publicarei amanhã um post sobre uma boa notícia, uma pesquisa científica recente, ainda pouco divulgada, de um jovem PhD brasileiro, que trabalha no Canadá liderando um grupo de jovens cientistas de diversas nacionalidades, todos PhD, pesquisa esta que gerou uma importante descoberta para o tratamento de alguns tipos comuns de câncer.

Trata-se de importante avanço biomédico, já publicado em revistas científicas internacionais, mas que, no Brasil, foi divulgada somente pelo jornal Correio Braziliense, talvez pelo fato do líder da pesquisa ter nascido em Brasília.

Leia mais sobre essa verdadeira boa notícia para a humanidade, aqui, amanhã.

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