ONDE DEVO INVESTIR NA CRISE?

Esta pergunta anda reverberando na cabeça do empresariado brasileiro.

“Ora, todo empresário vive pensando nisso, qual a novidade?”, dirão alguns…

A novidade é a tão evitada expressão “crise econômica”, que tudo muda, desde o comportamento do consumidor, do empreendedor, do cidadão de uma forma geral.

Tanto empresários capitalizados, quanto os não capitalizados, e até mesmo os que estão em dificuldades financeiras, buscam incessantemente respostas para esta pergunta, pois investimento pode ser de qualquer recurso importante, seja de capital, de tempo, de pessoas e até de prioridades.

Tenho investido meu tempo (e alguns recursos) em pessoas, na equipe, não necessariamente em contratações (que também temos feito, muito seletiva e cuidadosamente), mas principalmente na preparação de uma força de trabalho criativa e empreendedora, um time de tantos pontos fora da curva, que estabeleçam uma nova curva…

Obviamente, este é um dos caminhos, desde que implementado de forma planejada e com antecedência, para sobreviver, triunfar e até crescer durante as crises, mas não é o único.

Existem outros, alguns outros…

.

DISTRIBUIR HOTEL VIROU FESTA DE RUA

Nos meus tempos da faculdade de engenharia, quando alguma coisa organizada saía do controle, ou quando uma determinada especialização passava a ser de domínio público, ou ainda quando qualquer pessoa passava a fazer coisas que somente especialistas faziam, era porque aquele assunto “virou festa de rua”…

O motivo é que festa de rua costuma ter pouca organização, quase nenhum controle e, principalmente, não requer ingresso para entrar e participar, ou seja, a rua não tem dono e é de todos, ao mesmo tempo.

Pois é exatamente isso que está acontecendo com a distribuição de reservas hoteleiras, na qual empresas especializadas em consolidação de bilhetes aéreos anunciaram, quase simultaneamente, novos projetos de consolidação (intermediação via agentes de viagens) de hotelaria, curiosamente após se organizarem embaixo de uma mesma associação (dirigida por meu amigo e guru Cassio) de consolidadores, cujo nome não renega sua origem e foco no bilhete aéreo.

Festa de rua ou sinal dos tempos?

Em março de 2010, em meu primeiro post aqui no Blog Distribuindo Viagens, arrisquei a visão de que a fragmentação da distribuição, que parecia uma “ameaça” naquela época, ainda cresceria muito e que, em outras palavras, o ambiente concorrencial de viagens e turismo seria tomado por empreendedores de todos os tipos, novos entrantes ameaçando velhos mercados e antigos players defendendo posições, inclusive diversificando sua oferta de serviços através de iniciativas como esta.

Afinal, mercado nenhum pertence a ninguém especificamente e se a oportunidade está lá, por que não conquistá-la?

Por isso, acho natural este movimento dos consolidadores de bilhetes aéreos entrando no mercado de distribuição hoteleira.

E vice-versa…

.

REFLEXÕES SOBRE “ESTAR NA FRENTE”

O comentário do Edmar Bull na matéria do Panrotas de ontem, sobre o primeiro piloto do NDC no Brasil, suscitou-me a reflexão sobre o que ele realmente quis dizer com a frase “Temos que estar na frente”.

Muita gente acredita que o mais importante num ambiente concorrencial é “sair na frente”, ou seja, antecipar-se, fazer o primeiro movimento, até mesmo correndo o risco de queimar a largada.

Mas bastam alguns segundos de reflexão para deduzirmos que, na verdade, o que realmente importa é “chegar na frente”, pois nada garante que “sair na frente” garantirá a chegada em primeiro lugar… Ou não?

Este é outro engano, já que uma análise mais acurada não deixa margem para incertezas, pois “chegar na frente” pode ser importante uma vez ou outra, para viabilizar o real objetivo que deve ser “estar na frente” sempre que possível.

Afinal, para cada etapa percorrida, chegando ou não em primeiro lugar, outra etapa inicia-se imediatamente, e depois outra e mais outra, sucessiva e ininterruptamente.

Diferentemente de uma corrida do atletismo ou de Fórmula 1, por exemplo, no caso do ambiente corporativo a percepção de quem sempre está na frente caberá a quem mais vezes ocupar a primeira colocação durante todas as etapas, independentemente de “sair na frente” ou de “chegar na frente”.

Afinal, a medalha deste torneio infinito pode ser medida pelo reconhecimento do mercado consumidor, a tal percepção subjetiva da imagem.

E isso não tem preço.

.