COM FOTOS: TURISMO X ECOMMERCE

Tenho 54 anos de idade, mas não me considero um “tiranossauro do turismo” (talvez, no máximo, um velociraptor)…

Ao ler a boa notícia de que a ABAV Expo 2015 contará com mais 2 salas para painéis e debates na Vila do Saber, deparei-me com uma frase do presidente Antonio Azevedo, que iniciava assim: “Dentre os temas já definidos, vamos falar de e-commerce, ambiente mobile…” que lembrou-me a experiência recente que tive ao visitar o Forum E-Commerce Brasil 2015, evento realizado dias 28 e 29/07/15 no Transamerica Expo Center, São Paulo.

Embora eu não tenha (nunca tive e espero nunca ter) qualquer tipo de preconceito, em especial quanto à idade, não pude deixar de observar a idade média dos profissionais presentes a esta, que já é a segunda maior feira e congresso especializado em ecommerce do mundo.

Visitei o evento como convidado da Sieve, empresa de inteligência em precificação, recém adquirida pelo grupo B2W, e fui motivado especialmente em conhecer uma proposta diferente de um grande evento de negócios, composto por exposição e congresso.

O primeiro choque foi exatamente o que abre este post: andando pelos corredores da feira, raramente encontrei um “dinossauro do ecommerce” (embora existam, apesar dos somente 15 anos desta indústria), mas sim uma turma imensa de jovens profissionais, na faixa dos 30 anos de idade, todos fazendo o que se costuma fazer em feiras corporativas: visitando os estandes, encontrando pessoas, conhecendo soluções, mas principalmente, negociando e contratando serviços.

Desde os organizadores do evento até os executivos das empresas expositoras, além dos visitantes congressistas e palestrantes, quase a totalidade é composta por essa garotada que trabalha para conquistar o mundo do varejo com armas diferentes das utilizadas por shopping centers, mega-stores e supermercados, modelos de negócio de varejo que dominam esta área há mais de 50 anos…

Mas identifiquei algumas outras diferenças em relação aos eventos de viagens e turismo:

– Estandes padronizados com tamanho, forma e decoração iguais, abertos e livres. Ao questionar os organizadores, ouvi que “evitam ostentação e marketing e estimulam visitação e negócios”.

Estandes padronizados sem ostentação = foco nos negócios
Estandes iguais, padronizados, sem ostentação: “Foco nos negócios”
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– Corredores dimensionados para facilitar o fluxo, com sinalização simples, lógica e eficiente, permitindo boa visibilidade entre os estandes e facilitando o deslocamento.

Corredores nem estreitos nem largos bem sinalizados: "Objetividade a serviço dos negócios"
Corredores sinalizados e bem dimensionados: “Objetividade a serviço dos negócios”
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– Sem venda de alimentação, que é oferecida grátis em pequenos buffets self-service (mini-massas, sanduíches prontos, snacks etc.), um conceito PRO (prático, rápido e objetivo), aprovado pelos expositores e congressistas com quem abordei este assunto: “não há tempo a perder numa feira de negócios”.

Serviço de buffet incluído no preço do ingresso: "Não há tempo a perder"
Serviço de buffet incluído no preço do ingresso: “Não há tempo a perder”
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– Congresso com salas no meio da feira para pequenos workshops e um grande auditório, onde palestrantes debatem durante os 2 dias inteiros do evento, que contaram com a ótima moderação do jornalista Ricardo Boechat nos principais painéis.

Workshops no meio da feira = capacitação entre os estandes
Workshops no meio da feira entre os estandes: “Capacitação integrada aos negócios”
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– Sala de imprensa, estações de rádio e TV aberta operando dentro da feira. Sim, a jovem indústria do ecommerce já atrai a grande mídia, com cobertura permanente durante todo o evento.

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O objetivo aqui é tão somente provocar nossa reflexão quanto aos nossos atuais modelos de negócio e de eventos.

Penso que ambos precisam de mudanças, não necessariamente para o modelo do ecommerce, mas precisamos repensar a nossa indústria de viagens e turismo, para atender ao novo consumidor, justamente esta turma de jovens que deseja comprar viagem e turismo onde, quando e da forma mais econômica e conveniente possível.

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NOVO ANTIGO DESAFIO (DESDE 2004)

Como divulgado, o NDC (New Distribution Capability) é o programa lançado pelo IATA para o desenvolvimento e adoção, pelo mercado de distribuição de reservas aéreas, de um novo padrão de transmissão de dados (NDC Standard), com objetivo das companhias aéreas apresentarem ao mercado uma nova variedade de ofertas de tarifas e de serviços (tipos de tarifas aéreas, produtos e serviços auxiliares e/ou uma combinação de ambos).

O NDC também pode incluir informações mais completas sobre os produtos e suas características fornecendo conteúdo rico (rich content), como descrições detalhadas, imagens em boa resolução, vídeos etc.

O que o NDC oferece não é totalmente novo. É muito parecido com a forma com que os GDSs se conectam a cias. aéreas “low cost” e como algumas companhias aéreas já distribuem seus produtos por canais diretos (direct connect), mais conhecido no Brasil como conexão XML, utilizada por sistemas de self-booking, integradores, de gestão de viagens corporativas, de consolidadores e de operadoras turísticas.

Como o desenvolvimento deste novo padrão NDC é aberto e conta com o apoio de algumas das principais empresas de tecnologia de todo o mundo, seu conceito está caminhando para padronizar e igualar as oportunidades de distribuição do inventário de todas as cias. aéreas por todos os players, indistintamente.

Com o NDC, os sistemas de reservas das cias. aéreas, os GDS, os sistemas integradores de conteúdo, os self-booking tools, todos os sistemas que fazem parte da teia de distribuição de reservas aéreas, deverão ter os mesmos recursos, oportunidades e oferta de conteúdo.

Por isso, acredito que serão muitas as vantagens, tanto para as cias. aéreas, para os fornecedores de tecnologia de distribuição, para as agências de viagens, mas principalmente para os clientes, sejam corporativos ou de turismo, uma vez que o NDC permitirá que os diversos serviços e preços, de diferentes cias. aéreas, possam ser comparados numa mesma plataforma, gerando mais agilidade e maior transparência ao processo de compra, facilitando muito a decisão do cliente.

E quando me refiro a igualdade, não é propriamente do modelo de distribuição, mas a padronização das oportunidades de distribuição do inventário de todas as cias. aéreas.

Pode parecer pura semântica, mas não é.

O modelo de distribuição de serviços de viagem, sejam serviços de transporte aéreo, serviços de hospedagem ou qualquer outro, não é estabelecido pelas cias. aéreas ou hotéis, mas pelo conjunto de atores do mercado (fornecedores, distribuidores e consumidores).

Igualar as oportunidades de distribuição fortalecerá ainda mais a distribuição multicanal, uma vez que dotará todos os sistemas das mesmas capacidades e padrões tecnológicos, permitindo que cada um estabeleça seus diferenciais baseado somente em qualidade e preço.

Obviamente que isso nada tem a ver com as políticas comerciais de cada cia. aérea, ou seja, o NDC não tem o propósito de padronizar a estratégia de distribuição das cias. aéreas, nem mesmo de qualquer empresa desta imensa teia de distribuição, mas de padronizar os recursos tecnológicos dos diversos sistemas distribuidores.

O Reserve foi convidado pelo IATA para integrar o grupo de empresas de tecnologia que estão influenciando este novo padrão, justamente pelo fato de termos sido pioneiros em desenvolver um sistema que transforma inúmeros diferentes “hostings”, de diferentes formatos, em um único padrão (atualmente, o nosso padrão Reserve).

Conceitualmente, o atual desafio tecnológico do NDC é justamente aquilo que nos impulsionou, que foi nossa mola mestra, em 2004.

Levamos nossa tecnologia “Made in Brazil” ao IATA para mostrar como fazemos, há mais de 10 anos, para organizar e padronizar informações fragmentadas de centenas de cias. aéreas, distribuídas por Navitaire, TTI Cions, MySky, Farelogix, Sabre, Amadeus, Travelport etc. e mostrá-las numa mesma interface padronizada, independentemente da origem e do formato dos dados, para o consumo de 2 milhões de usuários ativos, colaboradores de quase 20 mil empresas, por sua vez clientes de 100 agências de viagens corporativas.

Breve, teremos novas notícias sobre esta inovação global que influenciará todo o mercado mundial de distribuição de reservas e serviços das cias. aéreas.

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POR QUE CASAR? CASAR PRA QUÊ?

Pois é, o que 5 anos de experiência (em escrever sobre tudo um pouco no Blog Panrotas) fazem com a gente !!

Um casal de amigos cariocas me convidou para celebrar seu matrimônio !

Parece que tornou-se usual, para quem não professa uma fé religiosa tradicional, convidar um amigo, alguém com quem o casal tenha importante afinidade e confiança, para celebrar o matrimônio.

Confesso que senti-me honrado pelo convite, mas considero este momento tão sagrado, que não pude aceitá-lo (e me penitenciei por isso durante 3 meses).

O casal, Luciana Costas e Alexandre Vique, amigos do coração, ambos na faixa dos trinta e poucos anos, não se sentiram abalados com minha reserva e transformaram o convite à celebrante em oportunidade para eu redigir e ler uma mensagem, um texto escrito especialmente para a ocasião, única na vida dos dois, o que seria feito logo após Solange declamar, com beleza e emoção incontida, a oração de São Francisco de Assis.

Ainda assim preocupei-me, pois a responsabilidade era imensa.

Inspirado no casal, preparei um texto baseado na minha própria percepção do que significa o casamento e participei ativamente da cerimônia, que foi celebrada por um astrólogo (sim, sincretismo total).

Ao testemunhar a entrada da noiva, que chegou de chalana (um tipo de barco, pois estávamos numa ilha) diante do olhar estupefato dos convidados, lembrei-me da máxima da Fernanda, minha norinha querida, que afirma, com experiência de causa: “Noiva não sente frio, não sente calor, não sente fome, nem sede, noiva é a síntese do casamento”.

Segue o texto que preparei exclusivamente para os noivos e tive a honra de ler durante a cerimônia do casamento, neste sábado passado, 01/08/15:

“LUCIANA e ALEXANDRE,

Estamos aqui reunidos, neste lindo dia, para testemunhar a união de vocês, dois jovens antenados, viajados, desencucados, inquietos, companheiros e apaixonados.

Na última vez que estiveram em nossa casa, há 2 semanas, flagrei por acaso, em uma sequência de fotos, o Alexandre abraçando voluptuosamente a Luciana, sentados à mesa do almoço, quando se desequilibraram e quase caíram da cadeira.

A Luciana não somente correspondeu ao carinho, entregando-se de braços abertos ao iminente tombo no chão (confiando que o Alexandre a seguraria), como divertiu-se com a situação.

Estavam bobos como duas crianças felizes…

Observando as fotos do “quase tombo” posteriormente, refleti sobre o que motiva as pessoas ao casamento…

Enfim, casar pra quê? POR QUE CASAR?

Porque estou amando, acredito no amor e quero construir uma relação duradoura?

Porque quero ter filhos e quero que meus filhos sejam filhos de uma relação de amor verdadeiro?

Porque quero que a minha vida tenha sentido e, por isso, quero ter ao meu lado alguém que valorize o fato de eu existir?

Porque quero uma companhia para todos os momentos, quero uma testemunha da minha história, um cúmplice da minha vida?

Uma vez identificado porque casar, a pergunta é: COM QUEM CASAR?

Case com quem inspira confiança, case com quem não minta, nunca, jamais, em hipótese alguma.

Case com quem gosta de escutar você, mesmo quando você conta, outra vez, os benefícios da alimentação “paleo primal”.

Case com quem você adora ouvir, mesmo quando ele insiste em repetir a escalação do Fluminense para o jogo de domingo.

Case com quem tenha defeitos, pois ninguém suporta a perfeição por muito tempo.

Case com alguém por quem você tenha tesão, principalmente tesão de vida, pois passar a vida sem tesão deve ser muito chato.

Case com alguém que não peça para você melhorar, que não critique você à toa, que não te aborreça.

Case com alguém que você admire genuinamente, pois essa admiração motivará você a ser melhor, sempre.

Case com quem gosta de viajar, porque você adora e não há nada melhor do que viajar em boa companhia.

Case com quem olhe mais para você do que para o smartphone.

Case com quem beija bem, pois nada mais triste do que um beijo burocrático, insosso, sem paixão.

Case com quem olha na mesma direção que você, pois sem isso não há como caminhar juntos.

Case com quem você acompanharia nas maiores furadas da sua vida, porque elas existirão.

Case com quem faça você rir, pois poderá chegar o dia em que rir juntos será a coisa mais gostosa a fazer.

Case com alguém que preocupe-se com você e que cuide mais de você do que de si mesmo.

Luciana e Alexandre, por tudo isso, acho que vocês escolheram muito bem um ao outro.

Sejam muito felizes !”

Achei bem legal essa experiência e resolvi compartilhar aqui com os leitores do Blog.

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