LULA PARECE SARNEY

Parece até que o ex-presidente Sarney chamou o ex-presidente Lula prum bate-papo em São Luís do Maranhão, apenas para passar um pouco de sua experiência como eminência parda do governo, algo que Sarney exercitou durante muitos anos, desde que deixou a presidência no início de 1990.

Sarney e Lula
José Sarney (é o da esquerda) ao lado do Lula, ambos com o bigode do Sarney

Todo projeto importante do governo precisava passar pelo Sarney, independentemente do partido que estivesse no poder, fosse o PSDB de FHC ou o PT do próprio Lula (Collor foi o único que bateu de frente com a dinastia maranhense e, coincidência ou não, deu no que deu).

O atual governo da presidente Dilma age da mesma forma, consultando e condicionando suas principais decisões às percepções e opiniões do ex-presidente Lula, que atua de forma parecida com o ex-presidente Sarney, finge que não participa do governo, mas não abre mão de ser ouvido e de dar a última palavra nos assuntos que realmente importam.

A diferença fundamental entre os dois é que Sarney manteve sua participação no cenário político nacional através de 3 mandatos de senador legitimamente conquistados no voto (apesar de pelo Amapá, estado diferente do seu), enquanto Lula continua desempregado (ou aposentado da presidência), sem qualquer atividade produtiva a não ser comentar, opinar e influenciar o governo petista, com sua forma peculiar de enxergar o Brasil, com suas frases de efeito duvidoso e com sua postura de ex-poderoso que continua no poder…

Há quem veja neste comportamento do Lula, uma bem planejada estratégia de perpetuação no poder, cujo resumo (autêntico, exagerado ou fantasioso) está representado no vídeo abaixo:

http://youtu.be/1FDVDvPIrew

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A WTM E O ATUAL MODELO DE DISTRIBUIÇÃO

Eu nunca havia visitado a WTM e quando o Bruno Ciancio me convidou para irmos juntos conhecer a feira, achei boa oportunidade para encontrar alguns amigos do mercado de viagens e turismo.

Afora as questões técnicas da planta, como palestras sem proteção acústica no mesmo ambiente da feira ou a área de alimentação insuficiente e mal posicionada, achei uma feira bonita, bem organizada, confortável e agradável para passear, e foi o que fiz.

Passeando pelos corredores, amplos, limpos, vazios em alguns pontos e movimentados em outros, encontrei mesmo muita gente amiga, expositores e visitantes, todos fazendo algo parecido com o que eu estava fazendo: encontrando amigos numa feira posicionada claramente como uma exposição atacadista de turismo, cheia de fornecedores e operadores, no espaço da Braztoa e fora dele.

Entre muita gente boa, abracei Edmar Bull (sempre correndo para alguma entrevista), Guillermo Alcorta e os amigos da Panrotas (minha casa em qualquer feira), Paulo Amorim (executivo revelação), Mohammed Darwich (leitor atento deste Blog), Afonso e Flavio Louro (parceiros recentes), Ezequiel Santos (parceiro há mais tempo), Luciano Barreto, Sergio Fumioka, Lincoln Amano, Agnaldo Marcon, Luiz Martins e Eduardo Murad (clientes amigos) e conversei com muitas pessoas, mas o papo com o Sidney Alonso foi o mais longo (talvez porque ambos estávamos ali um tanto descompromissados).

Sidney não conseguia entender (tampouco eu pude esclarecer) o propósito de alguém vir do Cazaquistão ao Brasil (mínimo de 2 dias de viagem cada perna), para investir num estande de uma feira, onde o potencial de negócios para aquele país é próximo de zero.

– “A conta não fecha”, repetia ele, com aquele jeito peculiar, que somente quem o conhece há 15 anos, consegue entender.

– “Do jeito que o mercado está, não basta continuar pedalando, tem que pedalar cada vez mais rápido, pra bicicleta não cair”, comentou sobre o impacto da crise econômica sobre o mercado de turismo brasileiro.

– “É, já tem gente vendendo o almoço pra pagar o jantar”, tentei completar o raciocínio, concordando que “o mar não está pra peixe”…

Para saber mais sobre a visita do Sidney Alonso à WTM, leia o ótimo post Bate-Pronto do Blog Sem Fronteiras.

A partir dessa conversa, e de algumas outras durante a feira, eu passei a caminhar pelos corredores, refletindo sobre o atual modelo de distribuição do mercado de viagens e turismo.

Um modelo que está ruindo aos poucos, minado pelas novas tecnologias e pelo desejo do cliente de consumir viagem de outra forma, a distribuição passa pela dicotomia entre ser controlada por gigantes no velho modelo (que não podem parar de pedalar) ou ser pulverizada entre milhares de novos players com diversos e variados novos modelos (que formam uma metamorfose ambulante: quando um cansa, outros chegam pedalando cada vez mais rápido).

Visitar a WTM foi bom para testemunhar “in loco” como o velho modelo de distribuição (e de exposição) de viagens e turismo precisa se renovar, rápido, urgente, pra ontem, justamente para “a conta poder fechar”.

Só não se sabe quem arriscará, dando o primeiro passo, muito menos em qual direção…

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INDEPPPENDÊNCIA

Uma das principais características de um jovem empreendedor é a de buscar a independência dos 3 Ps: dos Pais, dos Professores e dos “Patrões”.

Desde cedo, ele deseja e busca a independência financeira dos pais, que o preparam para tocar sua vida de forma livre, autônoma, autossuficiente e independente.

Ele bebe na fonte dos estudos, da universidade, além de ser um autodidata por excelência, ele absorve tudo o que puder dos professores, que o capacitam a pesquisar, aprender, analisar, raciocinar e decidir, de forma solitária ou compartilhada, mas sempre independente.

No mercado de trabalho, ele atua com zelo, dedicação, responsabilidade e começa a escrever sua própria história, sempre atento aos “patrões”, cuja trajetória análoga tende a oferecer o exemplo e a inspiração, necessários para despertar um espírito independente.

Um espírito empreendedor, catalisado por esses três componentes, torna-se um profissional autoconfiante e determinado.

Um profissional pronto para seguir uma carreira independente dos pais, dos professores e “patrão” de si mesmo…

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