Ante um cenário de quedas acentuadas (do PIB, do superavit primário das contas públicas e da arrecadação tributária), algum desavisado poderá acreditar que trata-se de um momento pontual, apenas um soluço dos indicadores econômicos brasileiros ou “uma onda que vai passar”.
Ao observarmos mais de perto, verificamos que nem tudo caiu, alguns indicadores estão efetivamente subindo:
Inflação está subindo
– Já é a maior desde 2003
Dólar está disparando
– R$ 3,00 é a maior cotação nos últimos 10 anos
Importações estão aumentando
– Deficit de USD 4,95 Bi na balança comercial
Desemprego está crescendo
– 81.000 vagas desapareceram somente no mês de janeiro
Parece bem ruim, não é?
Mas o governo federal parece estar trabalhando arduamente para piorar o quadro econômico ainda mais e, por isso, estabeleceu medidas sucessivas de arrocho econômico e aperto fiscal, tendo aumentado só neste início de ano:
– o imposto sobre a folha salarial
– o preço da energia elétrica
– o preço dos combustíveis
Até agora não vi qualquer ajuste do governo nas contas públicas, apenas aumento de tributos…
Como para toda ação há uma reação (igual ou aparentemente maior) em sentido contrário, já caíram:
– a confiança do consumidor, do eleitor e do empresariado
– a confiança dos investidores e da comunidade internacional
– os investimentos das empresas brasileiras e das multinacionais
– os investimentos do próprio governo no PAC e em programas sociais
Como nada está tão ruim que não possa piorar, aguardemos o que ainda vem por aí em 2015, que está só começando.
Obs.: Sou um otimista incorrigível, mas diante do atual cenário, não me peçam para enfiar a cabeça num buraco e fingir que está tudo bem…
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