BOLSONARO É O NOVO LULA?

Como sei que este assunto costuma gerar reações acaloradas nos leitores, antes de mais nada declaro aqui o meu voto no candidato João Amoêdo, do Partido Novo.

Fujo do que Vabo Jr chama de “profecia autorrealizável”, que é quando o eleitor escolhe o seu melhor candidato, mas não vota nele por achar que tem pouca chance de vencer…

Mas o assunto aqui é o Bolsonaro, este personagem político que representa muito mais do que querem desacreditar seus detratores e bem menos do que acreditam seus seguidores.

Pelas entrevistas recentes em que participou (no Roda Viva e na GNT), Bolsonaro confirmou o que todos nós já sabíamos, seus conhecimentos limitados a respeito dos grandes problemas nacionais, sua formação conservadora, seu patriotismo exacerbado, sua intolerância com a desonestidade e o crime, seus conceitos muito pessoais (que alguns chamam de arcaicos, outros de tradicionais), sua doutrina militar, suas opiniões a respeito da ideologia de gênero, do aborto, das drogas, e de outros temas polêmicos etc etc etc.

Mas o que não sabíamos é que ele subiria nas pesquisas amparado justamente nas mesmas 2 premissas fundamentais que elegeram Lula:

1) Bater de frente com a imprensa

Bolsonaro descobriu que brigar com a imprensa pode não dar ibope de imediato, mas rende voto ao longo da campanha.

Apesar de não ser um bom orador e de sua conhecida inflexibilidade política, Bolsonaro foi o entrevistado que melhor usufruiu do espaço dessas entrevistas, pois se expôs abertamente (autêntico), sempre foi direto ao ponto (objetivo), sem fugir das verdades (genuíno), mantendo a coerência até nos absurdos (obstinado), reafirmando a todos que “gostem ou não, eu sou assim”. Cheguei a lembrar da famosa “profecia de Zagalo”…

Do outro lado, jornalistas muito bem preparados para tratar com gênios da política (aquelas velhas figuras poderosas e plastificadas), mas que não sabem entrevistar um sujeito simplório, sem meias verdades, que fala o que lhe vem à cabeça (a exceção entre os entrevistadores foi o Gabeira, que percebeu e considerou a personalidade do entrevistado desde o início).

Bolsonaro segue os passos de Trump até no relacionamento com a imprensa, pois quanto pior a relação com os jornalistas, tanto melhor a aceitação popular

A Miriam Leitão passou pelo maior constrangimento de seus 40 anos de carreira, ao repetir, igual a um papagaio, o que ouvia pelo ponto eletrônico, afirmando que “O Globo mudou de opinião”, apesar de Bolsonaro não ter se referido aO Globo em nenhum momento, mas sim ao Roberto Marinho.

Cheguei a sentir pena da Miriam Leitão, uma ex-guerrilheira que se destacou no jornalismo econômico brasileiro, ter que pagar um mico desta magnitude ao vivo…

São entrevistas como estas, com jornalistas em cima do sapato alto, com falas rebuscadas e doutorados em ciência política, que fazem com que um candidato como este suba nas pesquisas.

A fórmula é tão simples quanto óbvia: o jornalista, preocupado em parecer perspicaz, faz uma pergunta que o povo não entende e o candidato, um homem simples de classe média, responde algo que o povo entende, e ainda aproveita para falar o que o povo quer ouvir.

Pronto, são mais 100 mil votos pra contagem…

2) Falar a linguagem simples, óbvia e direta que o povão entende

Embora situados nos extremos opostos do espectro político brasileiro, Bolsonaro e Lula reúnem características pessoais muito parecidas.

Calma, eu vou explicar !

Bolsonaro me parece tão despreparado quanto Lula há 20 anos (quando o molusco entrou pra valer na corrida presidencial).

Lula também aproximou-se de lideranças de esquerda que o inspiram até hoje, sob o argumento de que o socialismo é maior do que todos os seus personagens.

Ambos (Bolsonaro hoje e Lula há 20 anos) têm o mesmo discurso moralizador (de honestidade e caça aos corruptos), falam em acabar com o desemprego (embora com estratégias bem diferentes), dizem ter a solução para a segurança pública (sem detalhar o que será feito), prometem investir em saúde e educação (sem explicar de onde virão os recursos) e resolver o rombo da previdência (apesar da conta não fechar), mas garantindo aposentadorias dignas (seja lá o que isso significa), além de divulgar que são apegados às suas famílias e amigos (o povo entende isso como honradez), que são muito trabalhadores (embora ambos sejam aposentados), que acreditam no valor de resgate do passivo social (um diz defender a doação do peixe, o outro diz que ensinará a pescar) da população desassistida.

Não quero aqui destilar ceticismo, mas eu já vi esse filme e não gostei do final…

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CLASSE MÉDIA DESEJA SAIR DO BRASIL

De vez em quando é bom mudar o tema aqui no Blog B2BTech, pra arejar o espaço, sair do lugar comum, variar um pouco que seja.

Por conta disso, resolvi postar algumas frases do ex-presidente americano Ronald Reagan, que assim como a ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, defendia um estado minúsculo e eficiente, e uma iniciativa privada forte e criativa, conceitos que acredito e defendo, apesar de serem diametralmente opostos à nossa realidade nos últimos 15 anos.

Leia e reflita sobre essas pérolas, conceitos globais que parecem inspirados nos problemas arraigados no Brasil:

Sobre programas sociais

“Não devemos julgar os programas sociais por quantas pessoas estão neles, mas por quantas estão saindo.”

“O melhor programa social é o emprego.”

No Brasil, os programas sociais visam tornar a população dependente das benesses da corte.

Sobre política e governo

“A política é supostamente a segunda profissão mais antiga do mundo, com incrível semelhança com a primeira.”

“As melhores mentes não estão no governo, pois se alguma estivesse, a iniciativa privada já a teria atraído.”

Sobre política econômica

“O governo é como um bebê: um canal alimentar com um grande apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.”

“A visão do governo sobre economia pode ser resumida em frases curtas: se a coisa se move, deve ser taxada; se continuar em movimento, deve ser regulada; se ela parar de se mover, deve ser subsidiada, até voltar a se mover…”

“Contribuinte é o indivíduo que trabalha para o governo sem ter que prestar concurso.”

“Recessão é quando seu vizinho perde o emprego, enquanto depressão é quando você perde o seu.”

Sobre regimes de governo

“Comunista é alguém que lê Marx e Lênin. Anticomunista é alguém que entende Marx e Lênin.”

“O socialismo é um sistema que só funciona no céu, onde não precisam dele, e no inferno, onde ele já existe.”

Não sei qual a sua opinião a respeito, mas o fato é que a relação entre governo (incluindo políticos e servidores públicos de todas as esferas e poderes) e a população, continua muito similar à relação da corte com os plebeus nos antigos regimes feudais.

A plebe (nós todos) trabalhamos para nos sustentar e para sustentar o governo (incluindo políticos e servidores públicos de todas as esferas e poderes), o qual tem o poder de estabelecer unilateralmente (sem a participação da plebe) quanto precisa de contribuição de cada cidadão para poder manter os “direitos” crescentes, que só os membros do governo dispõem, além das mordomias dignas dos integrantes de uma corte imperial.

No Brasil, os políticos e servidores públicos formam uma casta que serve exclusivamente aos seus próprios interesses

No Brasil, este cenário é ainda um pouco pior, pois a parcela que contribui para sustentar a corte é apenas uma menor parte da população, também chamada de classe média (ou burguesia, no passado), cujo esforço, risco e trabalho, tem que manter também, além da corte, a outra parcela da população que não contribui, e que forma o maior grupo, de pessoas pobres, carentes ou dependentes de programas sociais (o proletariado), que assim é mantida (na pobreza e dependência), para permitir um maior controle pelos integrantes da corte.

Para piorar ainda mais (sim, pode piorar), o governo brasileiro entrega os piores serviços públicos que um cidadão poderia esperar, ao ponto de empurrar o contribuinte para a contratação de serviços privados de saúde, educação, transporte, segurança e previdência, aumentando ainda mais o peso econômico nas suas costas, devido à má qualidade ou mesmo inexistência desses serviços essenciais.

No Brasil, políticos e servidores públicos lutam por manter seus privilégios, inclusive os relacionados ao poder de aumentá-los sempre

Por este motivo, os impostos subiram de um quinto de tudo o que se produzia no Brasil Colônia (daí vinha a expressão “quinto dos infernos”), para dois quintos de tudo o que se produz atualmente no país (38,6% do PIB).

Como não há “burguesia” que suporte isto por muito tempo, a classe média brasileira está literalmente se mudando para outros países, a começar pela classe média alta, que já foi para Portugal, EUA, Canadá, Espanha etc.

No limite, poderá chegar o momento em que não haverá a quem explorar para sustentar a corte, que estará rodeada somente pelo proletariado, cada vez mais carente, por ter sido habituado a depender do Estado.

Na Europa do passado e na América Latina do presente, entre outros, temos exemplos práticos do resultado deste tipo de cenário.

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A ERA DA INSEGURANÇA

Vivemos em um mundo inseguro, desde a Idade da Pedra isso não mudou.

Por questão de sobrevivência, continuamos obrigados a atentar para os riscos da subtração indesejada, furtiva ou violenta, de todo e qualquer bem, material ou não, que se tenha adquirido, o tal do senso de propriedade, tal caro para quem os conquista de forma legal.

E a indústria da insegurança prosperou, e continua a prosperar, proporcionalmente às conquistas da humanidade, que quanto mais avança, quanto mais desbrava, quanto mais conquista, tanto maiores são os riscos e, consequentemente, maiores os investimentos em tentar evitá-los ou, ao menos, reduzi-los.

Grades, muros, portões, portas blindadas, sistemas de monitoramento, equipes de vigilância, sistemas de iluminação com sensor de presença, arames farpados e de concertina, cercas eletrificadas, sensor infravermelho, carros blindados, onde tudo isso vai parar?

A insegurança tecnológica

Depois que Gates lançou em 1995 o livro “The Road Ahead” (aqui lançado como “A Estrada do Futuro”) e em 1999 “Business @ the Speed of Thought” (aqui “A Empresa na Velocidade do Pensamento”), duas obras que demarcaram o final da transição da economia global, da era industrial para a era da informação, começou-se a entender onde toda essa revolução tecnológica poderia nos levar, e levou…

Informação é poder: os dados são a nova moeda no mundo dos negócios.

As empresas disputam o controle e a gestão da informação colhida, não que ainda saibam como utilizá-la de forma eficaz, ainda estão aprendendo com os erros, muitos erros (Mark que o diga), mas ninguém quer ou pode perder informação.

Ou seja, antes de tudo, buscam preservar a informação obtida, mantê-la guardada, disponível, mas segura, para ser utilizada para o bem do consumidor, dentro dos limites da lei (ainda pouco definidos), mas dentro dos limites da ética, neste caso delimitada pela opinião dos próprios consumidores, geradores e, em última análise, detentores dos dados.

Cada vez mais as empresas preocupam-se com quem é o fiel depositário de seus dados comerciais e estratégicos. Além de segurança, confiança é fundamental.

Por isso, dentro do ambiente do ecommerce, prospera o crescimento das exigências de segurança pelas entidades envolvidas (PCI DSS por exemplo), a evolução das práticas processuais na internet, a multiplicidade de mecanismos de segurança digital, as inovações tecnológicas para filtrar (e dificultar) o acesso, a criptografia, os antispam, os antimalware, os antiphishing, os antipopup, o backup do backup, os firewalls, os tokens físicos, os tokens digitais, os teclados virtuais, as verificações de robô captcha e no-captcha, as senhas cada vez maiores e mais difíceis de parametrizar e memorizar, as perguntas personalizadas para recuperação de senha, as contra-senhas, os PINs, os PUKs, o touch id, o face id e, por fim (por enquanto), os ambientes de navegação fechados, com token digital encapsulado no App, lançados pelo internet banking, como a última panaceia para garantir a segurança de transações pela internet.

Assim como no mundo físico, aprendemos que a segurança digital pode ser gerenciada e os riscos reduzidos a um mínimo possível, geralmente proporcional ao valor do que está sendo transacionado e/ou guardado.

Fato é que se o seu negócio é intensivo em transações pela internet, independentemente da forma de pagamento utilizada, o investimento em segurança digital deixou de ser opcional, agora é mandatório, e postergá-lo significa ampliar o risco de fraude e/ou desvio de dados de seus clientes.

Em qualquer dos casos, seu negócio poderá estar em risco e por isso, além de segurança digital para garantir a integridade dos dados, tornou-se crucial ter confiança no depositário e operador das suas informações digitais.

Ou você entregaria seus dados comerciais para alguém que você não confia?

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Leia outros textos da série ERA:

A Era da Velocidade

A Era da Abundância

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