UNIÃO ENTRE CIAS. AÉREAS, TMCs, ASSOCIAÇÕES E O LEGADO DE RUBINHO

Convenção Anual Abracorp, Mendoza, Argentina, de quinta a domingo, espaço de união, aprendizado e reafirmação do valor das relações duradouras. Sinto que aprendo cada vez mais quando me reúno com as TMCs associadas nesses sempre incríveis 4 dias de convivência.

Apesar do desejo dos associados, Rubinho anunciou que não concorrerá à reeleição, prerrogativa que o estatuto oferece, mas que conflita com os atuais desafios que os empresários enfrentam no dia-a-dia, que cobram a conta de uma dedicação exclusiva aos negócios, incompatível com as demandas do cargo de presidente do conselho de administração da entidade que, com apenas 30 agências associadas, gerencia 50% do volume de viagens corporativas do país.

Sim, uma potência, a Abracorp é mesmo uma potência, como bem afirmou o Guillermo Alcorta em discurso de impulso durante almoço dos associados e familiares na Bodega Zuccardi: “…Continuem unidos assim, pois vocês formam a melhor associação de viagens e turismo do Brasil.”

Sobre a gestão Rubens Schwartzmann

Dando sequência às gestões de Francisco Leme e Edmar Bull, o atual Conselho de Administração liderado pelo Rubinho, em apenas 2 anos, deixará a Abracorp:

1. Mais moderna e alinhada com as boas práticas de governança, com um novo estatuto, modernizado após meses de estudos apoiados pela KPMG e aprovação unânime em AGE aqui em Mendoza.

2. Mais moderna e atualizada tecnologicamente, com a consolidação do projeto BI Abracorp, origem dos “dados de vendas mais aguardados do mercado”, segundo o Eduardo Bernardes da Gol.

3. Mais moderna e organizada, com a operacionalização dos comitês e grupos de trabalho, com foco especial em pessoas, tecnologia e produtos, tripé que sustenta a associação.

Sobre a força da união

O crescimento da GOL no market share da Abracorp comprova a conhecida máxima do “juntos somos mais fortes”. A Gol nunca esteve tão junto da Abracorp como nos últimos 3 anos, tanto em parceria operacional, entendimento do negócio distribuição e relacionamento pessoal, sempre norteado pela qualidade do serviço ao cliente corporativo.

Gol, Delta e AirFrance KLM tem dado ao mercado outra lição do “juntos somos mais fortes”, com seus executivos, em todos os níveis, atuando e apresentado-se sempre juntos nos eventos, como este em Mendoza. “Em 2017, Gol, Delta e AirFrance KLM pareciam trigêmeos siameses, estiveram sempre colados um no outro, buscando sinergias e contornando diferenças, uma verdadeira aula de união operacional entre cias. aéreas”, comentei num coquetel no evento.

Não é uma fusão, mas as 3 cias. aéreas operam em sinergia exemplar

Mas a maior reafirmação de união em nosso mercado de viagens e turismo é mesmo o congraçamento entre concorrentes, o debate respeitoso com visões divergentes, a busca da conciliação a partir da controvérsia, proporcionados pelas reuniões e assembleias da Abracorp. Um ambiente em que a amizade e o respeito pessoal se sobrepõem aos conflitos concorrenciais (e existem), as principais virtudes dos associados são valorizadas no melhor espírito do “extrair o melhor de cada um em benefício de todos”, as especificidades regionais são consideradas nas decisões estratégicas.

As reuniões da Abracorp são norteadas para o permanente aprimoramento do mercado e de todos os players

Sobre o futuro

Assim é a Abracorp, um exemplo a ser seguido, uma inspiração para outras entidades e, quem sabe, a semente para uma união maior entre agências, em outra escala e outro formato, que confirme que a força de uma associação profissional é proporcional ao conjunto de todos os seus associados, que lhe emprestam representatividade no âmbito de mercado e legitimidade no âmbito da política, arena onde se resolvem os principais temas que travam o desenvolvimento do mercado de viagens e turismo brasileiro.

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A VIRTUDE ESTÁ NO EQUILÍBRIO

Alguns conceitos importantes na vida (este mosaico composto por múltiplos fragmentos, de tempo, fatos, sentimentos e momentos), passam por profundas transformações neste início de século.

A sabedoria, conquistada pela experiência, foi substituída pelo conhecimento. O conhecimento, adquirido pelo estudo, foi substituído pela informação. A informação, disponível e barata, é acessada aos pedaços, formada por blocos de dados, clipes de imagens, textos e sons, micro dados que refletem instantes furtivos.

Como tudo muda incessantemente, o passado é história, o futuro é incerto e o presente, apesar de efêmero, é o único que importa.

Por isso, perdemos a capacidade de admirar qualquer coisa real, pois tudo está aí mesmo, já não temos mais o senso do aqui agora, pois só existe o aqui agora, ignoramos a oportunidade de testemunhar nossa própria existência, alheios que somos ao mínimo traço de percepção histórica.

O dia-a-dia nos consome e dificilmente conquistamos a capacidade do equilíbrio

O dia continua com 24 horas, recuperar as energias demanda em média 8 horas, restando incríveis 16 horas por dia para fazermos o que quisermos com as nossas vidas. E dá pra fazer muita coisa.

A virtude está no equilíbrio, mas o equilíbrio não está mais no pessoal x profissional, pois esses conceitos hoje se misturam.

O desafio me lembra o esforço do malabarista em manter todos os pratos girando e, para isso, ele deve dar atenção a todos, mesmo que gire alguns com mais força ou se detenha mais tempo girando algum outro, todos devem receber a atenção necessária para continuar girando e não perder o equilíbrio…

A cada dia temos mais e mais pratos para girar, na vã tentativa de manter nossa vida equilibrada

Sua saúde, seu amor, seus filhos, sua família, seus amigos, seu trabalho, suas contas a pagar, seus compromissos, seus grupos sociais (a academia, o clube, o condomínio, as associações etc.), seus estudos, o esporte que você gosta de praticar, a fé que você professa, a mídia que você gosta de acompanhar, seus projetos pessoais, todos estão girando em perfeito equilíbrio, sem risco de cair?

Ao longo da vida, quanto mais desafios superamos e mais vitórias conquistamos, mais pratos temos para equilibrar.

De tempos em tempos é bom parar para tentar reconhecê-los, identificar quais merecem continuar girando e reconfirmar se você está mesmo dando conta de manter todos em equilíbrio.

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SOMOS TODOS PROTAGONISTAS DA MESMA NOVELA

Quando citei o termo “teia” no lugar do conhecido “cadeia” de distribuição, durante o primeiro Forum Abracorp, realizado dentro da ABAV Expo 2017, referia-me exatamente ao atual ecossistema de negócios de viagens e turismo, no Brasil e no mundo.

Não há mais uma ligação linear entre os players da indústria, quando o cliente corporativo acionava uma agência que contratava um broker de hotelaria (por exemplo) que contratava um hotel, que prestava o serviço de hospedagem para o cliente corporativo, e o processo todo evoluia sem conflitos, sem zona cinzenta, com cada um cuidando do seu pedaço…

As relações entre os diversos atores do ecossistema da distribuição de serviços de viagens se assemelha a uma teia tridimensional

Hoje não existem mais donos do pedaço, e todo mundo pode fazer (ou querer fazer, ou julgar que sabe fazer) um ou mais papéis desta verdadeira teia da distribuição, onde hoteleiros vendem via agência ou via broker ou direto ao cliente, brokers vendem milhares de hotéis concorrentes entre si, via agência ou direto ao cliente, agências vendem direto ao cliente ou operam pacotes de hospedagem (como se operadoras fossem), e clientes compram via agência ou via broker ou diretamente no hotel, acreditando que podem fazem melhor sozinhos.

Não há limites (e é bom que não haja), todos os integrantes desta imensa teia são importantes para o seu funcionamento, não há preponderância de um sobre qualquer outro, pois da mesma forma que o cliente é fundamental, os prestadores de serviço também o são, afinal como seriam as viagens corporativas sem as agências de gestão de viagens? Ou sem os OBTs e GDSs? Ou ainda sem as cias. aéreas, hotéis, meios de pagamento, entre muitos outros??

Os esforços concorrenciais dos diversos players da nossa indústria acabam por provocar sua evolução natural

Para esta teia funcionar, cada um exerce seu papel na exata medida de sua relevância para o conjunto da distribuição dos serviços de viagens, compondo uma teia ampla, abrangente, às vezes caótica, mas que, independentemente do cenário econômico e dos diferentes atores, caminha sempre pra frente, evolui, recebe novos entrantes, inova, realiza e produz.

E somente isso já é forte motivo para se comemorar.

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