CONTRATAR OU MONTAR UMA AGÊNCIA DE VIAGENS CORPORATIVAS?

Antes mesmo do crescimento da internet, muitas pessoas tinham o desejo “secreto” de ser agente de viagens, fosse para atender a família, amigos ou até mesmo para si próprio.

Pesquisar e planejar viagens de férias é o prazer de muita gente, normalmente pessoas que confundem o ato de viajar com a atividade profissional especializada do agente de viagens.

O ato prazeroso de planejar viagens é diferente do trabalho profissional do agente de viagens
O ato prazeroso de planejar viagens é diferente do trabalho profissional do agente de viagens

Provavelmente advindo daí, de tempos em tempos assistimos este movimento ocorrer também nas empresas, quando um grupo de funcionários assume o papel de agência de viagens e atua em substituição ao trabalho especializado de uma TMC.

O mais curioso sobre isso é a interpretação de que este movimento revela uma tendência das empresas aderirem à compra direta junto aos fornecedores de serviços de viagens ou que o “open booking” ainda encontra espaço nas empresas.

Num caso recente, que chegou a atrair o interesse da imprensa, um gestor de viagens (que trazia experiência anterior como ex-funcionário de TMC), conseguiu convencer sua diretoria a estruturar um departamento de viagens para assumir todas as demandas da companhia, e desta forma, “economizar” na contratação de uma agência.

A matéria divulgava que a empresa abriu mão de contratar uma TMC e operava todos os serviços diretamente junto aos fornecedores e, para isso, contava com 6 profissionais (!!!) especializados em reservas e emissão de bilhetes aéreos, hospedagens e gestão de viagens…

Ou seja, a empresa deixou de contratar uma TMC, para contratar 6 profissionais (mais o executivo que liderou o processo), absorvendo portanto um custo muito maior do que uma TMC cobraria por serviços especializados, pois uma equipe com 7 profissionais dedicados, incluindo seus custos diretos e indiretos, seguramente custa o dobro do que a consultoria de uma agência especializada, para o volume daquela empresa.

Tiro no pé…

Da mesma forma que este, outros casos similares escondem o desejo de alguns profissionais de empreenderem como agentes de viagens corporativas, que assim o fazem sob a proteção de uma empresa-cliente que lhes garante o ofício e minimiza os riscos.

Sinto que lhes sobra capacitação mas falta o gosto pelo risco, o arrojo de empreender, o espírito de “dono”, como diria o Jorge Paulo Leman.

Como toda iniciativa empreendedora, o maior desafio de uma agência de viagens é conquistar e manter uma carteira de clientes
Como toda iniciativa empreendedora, o maior desafio de uma agência de viagens é conquistar e manter uma carteira de clientes

O governo do PT, sob a batuta do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (este mesmo envolvido nas maracutaias do crédito consignado aos funcionários públicos), teve iniciativa semelhante, ao criar uma central de compra de bilhetes aéreos com a principais cias. aéreas nacionais, com quem celebrou acordos comerciais para venda direta.

Neste caso, o governo federal alardeou que “economizou” na contratação de agências de viagens formalmente estabelecidas, ao optar pela utilização de funcionários públicos para realizar, com a ineficácia conhecida, as mesmas atividades das TMCs.

Outro tiro no pé…

Na ânsia de mitigar o que consideram ser um custo de comercialização dispensável, tanto as empresas quanto o governo acabam por gerar uma despesa muito maior e sem a mínima contrapartida da eficácia, da economia e dos resultados obtidos pelas agências de gestão de viagens corporativas.

Esses movimentos são cíclicos, acontecem de tempos em tempos, mas em algum momento essas empresas, públicas e privadas, percebem o erro estratégico que cometem e voltam a contratar agentes de viagens especialistas, as TMCs, reduzindo assim seu custo global de contratação e permitindo que foquem efetivamente no seu negócio principal.

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11 ASSUNTOS QUE NINGUÉM AGUENTA MAIS OUVIR FALAR

O título deste post poderia ser: CANSEI DE DISCURSO REPETITIVO…

Alguns políticos têm a característica de se apegar a um determinado discurso e, por preguiça ou falta de conteúdo, passam sua vida pública repetindo aquele mantra, verdadeira ladainha, como um samba de uma nota só…

É o caso de alguns políticos de cidades do interior que se elegem, ano após ano, por defenderem a construção de uma ponte sobre um rio que divide a cidade ou passam o mandato discursando sobre a seca no sertão.

Poucas coisas são mais irritantes do que o discurso monocórdio de políticos dissociados da realidade
Poucas coisas são mais irritantes do que o discurso monocórdio de políticos dissociados da realidade

Quando a ponte finalmente é construída ou quando passam vários anos sem a seca assolar sua região eleitoral, o discurso esvazia e o político tem dificuldade de encontrar outro tema para justificar sua relevância junto ao eleitorado e, por isso, ele segue com o mesmo velho e surrado discurso, tentando dar uma sobrevida ao tema que domina, apesar de superado.

Percebo situações muito parecidas no dia-a-dia de alguns executivos, atores do mercado de trabalho mutante que vivemos atualmente, profissionais que, diante da velocidade com que os temas, os problemas e as soluções surgem e desaparecem num ritmo vertiginoso, acabam por fixar-se em alguns macro-temas, nos quais tornam-se especialistas, mesmo quando o assunto entra em obsolescência (e isso ocorre cada vez mais rapidamente).

Existe um desalinhamento do mercado de viagens e turismo à realidade do atual cenário econômico brasileiro
Existe um desalinhamento do mercado de viagens e turismo à realidade do atual cenário econômico brasileiro

Não farei juízo de valor aqui, até porque estou longe de considerar-me dono de qualquer verdade (e suspeito que eu mesmo possa ser um desses executivos repetitivos), mas mesmo assim eu convido você a refletir sobre 11 temas de nosso mercado de viagens e turismo e identificar quais têm alguma analogia com os casos dos discursos repetitivos (alguns à exaustão), ou seja, temas que pareciam importantes quando surgiram e que, apesar de não mais gerarem tanto interesse das pessoas, ainda insistem em ser ressuscitados de tempos em tempos:

1) Ameaça das OTAs

2) Fim do comissionamento

3) Fragmentação de conteúdo

4) Fusão de empresas

5) Gamification

6) Geração Y

7) Open booking

8) Oportunidades das redes sociais

9) Relevância dos Apps

10) União das entidades

11) Venda direta

Existem outros temas como estes, que perambulam como mortos-vivos num cenário real de uma economia de sobrevivência, que tornaram-se pouco impactantes, desimportantes, batidos de tão repetitivos, especialmente num momento que as cabeças dos empresários e dos profissionais estão concentradas na perpetuação do negócio e, em momentos de crise, focam sua atenção em: 1) manter receita e 2) reduzir despesas.

Seu tempo é precioso, selecione bem em que dedicar sua atenção, pois a vida é curta, a economia decresce, a tecnologia avança, mas os bons negócios estão cada vez mais raros e não há tempo a perder.

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O SEGREDO DO FORUM COSTA BRAVA

Vi o Forum Costa Brava nascer em 2011, e testemunhei, ao longo dessas 6 edições, seu crescimento e evolução, seu amadurecimento como um evento que, desde lá atrás, percebíamos que tinha vindo para ficar.

Realizado pela Costa Brava, TMC associada e co-fundadora da Abracorp, sempre no excelente Royal Palm Plaza de Campinas, o FCB é produzido para gestores de viagens, profissionais também denominados “travel managers”, que tanto podem ser gestor de viagens puramente, quanto gerente de compras, de logística, de RH, financeiro, administrativo, de mobilidade etc, conforme o foco que a empresa dedicar a esta atividade.

Acredito ser este o principal motivador do sucesso do FCB, além de toda a qualidade da organização, desde o local e agenda, até os paineis e palestrantes convidados, mas a grande sacada da família Schwartzmann é tão simples quanto inteligente: foco no cliente !

O Forum Costa Brava aplica com maestria a estratégia Foco no Cliente, baseada nas ações de atendimento, relacionamento e qualidade na prestação de serviços aos clientes
O Forum Costa Brava aplica com maestria a estratégia Foco no Cliente, baseada nas ações de atendimento, relacionamento e qualidade na prestação de serviços aos clientes

Sim, há espaço para patrocinadores, logos, estandes etc., mas definitivamente o evento não é produzido pensando nessa turma, embora sejam todos sempre bem-vindos (e são muitos nesta edição 2016), em especial por serem parceiros da Costa Brava nos negócios durante todo o ano, o que acaba por gerar excelente networking durante os intervalos entre as palestras e painéis.

Foi no palco do 2o. Forum Costa Brava, em 2012, que Solange Vabo apresentou a primeira versão do Reserve Expense, um conceito novo à época, que deixou a plateia imaginando o que ainda viria por aí em termos de tecnologia para o controle das despesas corporativas.

Nesta 6a. edição, realizada ontem 14/06/16, Sidney Lima Filho, nosso diretor de Negócios Corporativos, abordou como o atual cenário econômico ampliou o escopo da gestão de viagens para gestão de despesas corporativas e debateu o tema com Augusto Cruz, diretor de TI da Suzano Papel e Celulose, Rafael Lima, gerente de Suprimentos da DPaschoal e Rubens Schwartzmann, presidente da Abracorp e da Costa Brava, anfitriã do evento.

Sidney apresentou o resumo de 10 pesquisas sobre o comportamento do viajante corporativo
Sidney apresentou o resumo de 10 pesquisas sobre o comportamento do viajante corporativo

Sidney divulgou dados estatísticos surpreendentes, do Brasil, EUA e Europa, sobre o comportamento dos colaboradores das empresas ao reportarem gastos corporativos com viagens e outros, além de detalhes sobre a tecnologia para controle de despesas integrada à gestão de viagens corporativas, implantada no Brasil, entre outras corporações, pela DPaschoal (mais de 200 lojas no Brasil) e pela Suzano (mais de 8.000 funcionários), cujos executivos mostraram um pouco do sucesso da implementação desta tecnologia em suas empresas.

O debate com executivos da DPaschoal, Suzano e Abracorp, revelou característica para uma implantação bem sucedida de um sistema de gestão de despesas corporativas
O debate com executivos da DPaschoal, Suzano e Abracorp, revelou algumas variáveis para uma implantação bem sucedida de um sistema de gestão de despesas corporativas

O Rodrigo Vieira do Portal Panrotas fez a cobertura do evento, com fotos de Emerson Souza, e publicou uma ótima matéria sobre o conteúdo deste painel, sintetizando bastante bem o que foi apresentado pelo Sidney e debatido pelos painelistas: Como TMCs podem enxugar custos e evitar desperdícios.

Pelo interesse e participação da plateia, durante e após o debate, o painel do Sidney captou tão bem a essência do evento, que traduziu-se na imagem e semelhança do próprio Forum Costa Brava: focou totalmente o cliente.

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