Há dez anos o mercado brasileiro de turismo vem vivendo desafios crescentes, numa trajetória paralela (mas não idêntica) ao que acontece em todo o mundo.
Tantas mudanças, de modelos de negócios, de remuneração, de conhecimento, de parcerias, de regulação, de concorrência, de fornecedores, de consumidores, de distribuição, de comportamento, de mercado…, não poderiam ser enfrentadas sem ferramentas tecnológicas adequadas.
E isto também vem ocorrendo nos diversos segmentos do nosso mercado de viagens e turismo:
– na hotelaria, com a proliferação de operadoras com sistemas consolidadores de hotéis.
– no turismo, através da multiplicação das online travel agencies (agências de viagens online).
– na consolidação, pelo fortalecimento das consolidadoras com sistemas integradores de reservas.
– no corporativo, vide o crescimento acima da média das agências corporativas especializadas em self-booking tools (sistemas de reserva e gestão de viagens corporativas).
Em cada um desses segmentos houve um primeiro “player” em nosso mercado que, ao investir em uma ideia, acabou lançando um novo negócio.
Com o tempo, cada um desses novos negócios, ao se comprovarem economicamente viáveis, acabam por criar um novo mercado, gerando novas oportunidades e atraindo novos “players” competidores, num fenômeno positivo para o mercado, estimulando a livre concorrência e a competitividade.
Mas como fica o investimento do primeiro “player”, o inovador, o que arriscou onde nada havia a não ser uma demanda do mercado, um vislumbre de oportunidade?
Costumo dizer que os inovadores, os visionários, os que puxam a boiada, recebem o bônus e o ônus do chamado “first move advantage”.
Aliás, diferentemente do que a tradução deste termo indica, ele carrega consigo o investimento em pesquisa, o risco, o erro, a correção, o teste, o beta-teste, a aderência do usuário, entre diversos outros itens imponderávais que torna o primeiro movimento (first move) uma vantagem (advantage) se, e somente se, tudo isso der muito, muito certo.
Da mesma forma ocorre com o lançamento de novas versões de um sistema, ou seja, aqueles que o utilizam antes dos demais recebem o bônus de sairem na frente, de serem os primeiros a utilizar e se beneficiar da nova tecnologia, mas podem também passar um tempo de amadurecimento da nova plataforma, com ajustes “on the job” inevitáveis.
Conhece bem isso aqueles que gostam de experimentar as novas versões do Windows tão logo são lançadas, ou que compraram o iPhone 4 logo que saiu nos EUA ou ainda, os que aderiram ao portal da TAM logo no início em 2004, assim como os que estão testando agora o seu retorno aos GDS’s…
Todos esses são casos de novas plataformas que apresentaram “bugs” no início da operação comercial ou que foram lançadas incompletas, faltando funcionalidades importantes ou nem tanto.
Comento isso com tranquilidade por serem fatos que vivenciamos e porque nenhuma empresa de tecnologia (incluindo o Reserve) está livre desta etapa.
Lançar-se à frente com um novo sistema tem sempre algum risco, que deve ser avaliado em função da vida pregressa da empresa que o desenvolveu originalmente, que o está relançando e que o desenvolverá dali em diante.
Nos exemplos citados, todas as empresas possuem reputação tecnológica suficiente para que os riscos possam ser considerados menores, mas não tenha dúvida de que será sempre necessário um certo tempo para ajustar um novo sistema, amadurecê-lo e adequá-lo ao mercado a que se destina e às necessidades de seus usuários.
Este é o preço de sair na frente, para aqueles que desejam chegar na frente…
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Luis até que enfim chegou das ferias.
Edmar,
Estou voltando e diretamente para São Paulo…
P.S.: Antes fossem férias, amigo.
[]’s
Luís Vabo
Luís,
Lá em casa, quando se joga truco, costumamos falar que o primeiro “tento” vale uma boiada.
Traduzindo: quem ganha a primeira rodada de 3 tem uma boa vantagem para ganhar o jogo.
Um outro mestre me falou que a tradução para EMPREENDEDOR é tomador de risco. É, quem se arrisca pela vantagem tem mais chances de dar certo, ficar milionário e fazer lindas viagens pelo mundo, certo?
Abraços,
Gustavo
Syllos,
Ou fica rico de atribuições, muita responsa e trabalho e, de vez em quando, vai ao Chile a passeio ou à Orlando/cruzeiro da Disney, como correspondente internacional ou ainda, vai à Fitur e estica em Barcelona no fim de semana…
São os “ossos” do ofício de quem trabalha neste meio, viagem à trabalho vira lazer e viagem à lazer vira trabalho…
[]’s
Luís Vabo
Luís,
eu acho que é melhor arriscar com as novas oportunidades do que ficar parado no tempo.
Seus blogs estão cada vez, melhor!
Que venha o V3!
Abs,
Oi, Ana,
É por aí mesmo.
Também acho que vale a pena arriscar, senão não estaríamos aqui, não é?
Ocorre que muitos pensam unicamente nas vantagens de uma nova tecnologia e esquecem ou desconhecem o ônus de quem sai na frente…
[]’s
Luís Vabo
Caro Luigino
Pelo menos via blog, sabemos que já ocorreu o retorno á America Latrina (rs)…as vezes quando leio seus posts, me dá a impressão de andar “sobre ovos”, sempre naquela incerteza que algum vai quebrar, …..voce é esperto até nisso …vai até onde percebe “não correr riscos de tomada de opiniões”, logico que a gente (pelo menos eu ) percebo todas as suas “entre linhas” concordo…mas…ao mesmo tempo discordo!!!! talvez seja seu DNA carioca aguçado que entra em ação nessas horas, com jogo de cintura, diplomacia, monta sua barraquinha de casquinha de siri…e quando a gente vai comer…se dá conta que só tem a ………………casquinha. Eta sujeito esperto da frase to indo “pela tangente”.
Anyway bom retorno
Querido Rocco,
Retornamos de Barcelona na 3a. feira à noite e já estive em São Paulo, na 4a. e 5a. feiras…
Gosto muito quando você concorda e também gosto quando você discorda, pois ao concordar, denota que estamos alinhados em muitos conceitos e, ao discordar, mostra que temos muito a conversar e debater juntos.
Por exemplo, concordo quando você cita jogo de cintura e diplomacia, pois apesar do pavio meio curto, eu tento trabalhar este meu lado conciliador e negociador.
Mas discordo quanto ao “indo pela tangente”…
Prefiro a transparência e ir direto ao assunto.
[]’s
Luís Vabo
[…] Agora que tudo deu certo, que o lançamento foi um sucesso e que a nova maneira de dispor as múltiplas famílias de tarifas está disponível para todos, lembrei-me do post que publiquei no início de 2011, no saudoso Blog Distribuindo Viagens do Portal Panrotas, o qual, por permanecer atual, eu recomendo a releitura: QUANTO VALE ESTAR ATUALIZADO? […]