Guillermo Alcorta
A introdução, entre intimista e emocionada, sempre com generosas citações a pessoas, típico de quem valoriza relacionamentos em primeiro lugar (negócios vem depois) segue sendo, há 10 anos, o melhor aquecimento para o FP.
Show musical
Aquarela do Brasil cantada lindamente arrancou um comentário do Luiz Ambar: “não se faz música linda como essa hoje em dia”. A dupla de cantoras demonstrou sutil entrosamento quando uma delas esqueceu, por um segundo, qual música cantar, e recebeu da parceira um beijo à distância, dica suficiente para que emendasse com “Bésame mucho”…
Ministro da Argentina Enrique Meyer
Apesar do esforço físico em comparecer ao evento, sua palestra não empolgou, muito burocrática, uma apresentação política com dados estatísticos pouco atraentes.
Ministro do Chile Pablo Longueira
Mais empático, com um discurso mais solto, de improviso, com uma apresentação em vídeo como pano de fundo, com imagens turísticas mostrando qualidade de vida e os resultados concretos de políticas objetivas, que contam com apoio do povo e governo chilenos.
Ministra do Mexico Gloria Guevara
Simpática, objetiva, com discurso e aparência de eficácia, apresentou os resultados de um amplo Acordo de Turismo do Mexico, uma espécie de pacto nacional do turismo, que pretende transformar cada mexicano num agente de receptivo.
Ministro do Brasil Gastão Vieira
Desperdiçou uma incrível chance de conquistar a confiança dos principais líderes do turismo brasileiro. Após destacar que sua presença era uma prova da importância do Forum Panrotas (um comentário pouco feliz por desconsiderar que 3 ministros de outros países também estavam presentes ao evento), nosso ministro parecia o que menos preparou-se para encarar o trade, pois confundiu dados, deu as costas à plateia para ler o slide e, durante o debate, foi socorrido por um assessor que lhe entregou alguns documentos. Ao assegurar que tudo ficará pronto para a Copa, não transmitiu segurança à platéia a respeito do assunto.
Eulogio Bordas
O especialista encantou os interessados no tema (e os nem tanto assim), com frases como “Há vida depois do sol e da praia…”, referindo-se aos 309 segmentos do turismo oficialmente registrados, e “Cuidado com o demonio chamado comoditização. O turista enxerga personalização como proposta de valor”.
Mailson da Nobrega
Didático e professoral, com uma pitada de showman, o ex-ministro fez das 1000 pessoas presentes ao plenario do FP, bons alunos atentos, disciplinados e estimulados. Misturando episódios da história recente (e nem tanto) com análises macroeconômicas, deu um verdadeiro show de empatia e conhecimento, além de muita firmeza na defesa das opiniões da corrente politica que representa.
Peter Long
Fez uma apresentação institucional da Tui misturada com análises do cenário econômico mundial, destacando a importância do crescimento do Brasil em relação ao resto do mundo. Um conteúdo fantástico, um tanto prejudicado pela fala burocrática, voz baixa, de vez em quando pontuada por palavras destacadas em tom mais alto, recurso típico de palestrante inglês. Mais uma constatação de que as qualidades de um palestrante são tão fundamentais para o sucesso de uma apresentação, quanto o seu conteúdo.
Os experientes Guilherme Paulus, Luis Paulo Luppa e Francisco Costa Neto fizeram um debate interessante, com a moderação sempre mordaz do Artur, mas apresentaram alguns conceitos difíceis de acreditar e deixaram pelo menos uma pergunta sem resposta: se a CVC tem planos de ingressar no mercado corporativo…
O que funcionou bem
Palco em formato arena: inovação (lançada no LACTE) surpreendeu a platéia do FP, aproximou palestrantes e público e deu dinamismo aos debates.
Painel único com patrocinadores: muito bonito, deu visibilidade a todos sem comprometer o layout.
O que pode melhorar
Painéis monitores de vídeo: a ideia foi genial, mas pecou pela baixa resolução das imagens.
Wireless e 3G: não funcionaram devido ao excesso de antenas, rádios e celulares, muitas frequências diferentes cruzando o ambiente ao mesmo tempo.
Hoje tem mais Forum Panrotas 2012.
Nos veremos lá.
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Concordo plenamente, Vabo!
Vi gente criticando as brincadeiras do Maílson da Nóbrega com o PT, sem entender o espírito da coisa.
Ele realmente deu um show como palestrante. Não adianta ter conteúdo e não conseguir prender a atenção e inspirar as pessoas, como alguns outros que subiram ao palco.
Se saímos impassíveis de uma palestra é porque o speaker não conseguiu se conectar conosco. Ele, com certeza, fez o pessoal pensar, discordar, analisar, concordar, etc.
Disparado o melhor palestrante do evento (no primeiro dia).
Abraços e continuo acompanhando seus posts! Gabriela
Pois é isso, Gabriela,
Um evento da envergadura do FP tem a difícil missão de mesclar painelistas que reúnam conteúdo, talento e inovação.
Falar baixo, timidamente, de forma desmotivada, rápido ou lento demais, acaba passando uma imagem de desinteresse, incompatível com uma plateia de 1000 líderes da indústria de viagens e turismo.
Obrigado por passar por aqui de vez em quando.
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Lendo seu post senti-me como se tivesse estado lá. Perfeito, era isso que eu queria ler, um relato objetivo e mordaz sobre o que de mais importante ocorreu.
Concordo com você também na questão da qualidade dos palestrantes. Ao longo de minha trajetória como palestrante percebi logo que não adianta apenas dominar o assunto. É preciso ser didático, saber usar as inflexões de voz, temperar o conteúdo com pitadas de humor (ironia e sarcasmo também fazem sucesso), provocar a platéia, enfim, ser quase um showman. Só não vale querer aparecer mais do que a mensagem que se quer passar, claro!
O Maílson da Nóbrega, independentemente de suas preferências políticas, é realmente um craque, já o ouvi algumas vezes. Basta ler os artigos dele na Veja para perceber suas qualidades.
Parabéns ao Grupo Panrotas por mais esse sucesso e obrigado a você por nos colocar lá dentro mesmo à distância.
Abraço
Rui,
Quando escrevo sobre um evento, procuro simplesmente relatar o que vi, naturalmente pelo meu ponto de vista.
Penso que, algumas vezes, pelo fato da narrativa que uso procurar descrever os acontecimentos, acaba por tornar-se útil para quem não compareceu.
Fico feliz por isso.
[]’s
Luís Vabo