Refiro-me especificamente ao último painel da manhã do segundo dia do fantástico Forum Panrotas 2015, quando surpreendi-me, desde o início, com a constatação de que, apesar do atraente título “As Últimas Novidades em Distribuição On-line no Brasil e no Mundo”, não havia um único painelista relacionado ao transporte aéreo (ou a outros serviços de viagem), somente à hotelaria…
“Sintomático”, pensei… “Ou será que distribuição agora é só de reservas hoteleiras e não me avisaram?”
Reunir num mesmo painel o Luppa, da Trend, o Bonadona, da Accor, o Bob Rossato, da Viajanet e o novo diretor Latam da Booking.com, Victor Donmez, moderados pelo Luiz Ambar, do Sabre, com a “intermoderação estruturada em pé” (mistura de intermediação com moderação caminhando) do Paulo Salvador, já antecipou o que estava por vir.
Eu ouvi atentamente cada colocação, cada opinião, cada revelação, achei graça das frases espirituosas do Luppa, mais ainda da preocupação do Victor em responder detalhando o gigantismo da Booking.com no mundo, acompanhei o Bob na explicação de sua estratégia “a la Patriani” de chegar no consumidor, assisti à curiosa troca de papéis não ensaiada entre o Ambar e o Salvador, já quase no final do painel.
No painel, descobri que o Booking.com baseia sua estratégia na velocidade das respostas do site, quer ser o mais rápido site de hotéis do mundo. Também descobri que a Trend trabalha para agregar valor à experiência de vender reserva hoteleira pelos agentes de viagens. Descobri ainda que a Viajanet almeja que o consumidor substitua o desejo de comprar uma geladeira ou TV nova, por uma viagem de turismo.
Eu via, ouvia e pensava: “Enquanto os distribuidores debatem como fazer para melhor distribuir o inventário de hotéis, o Bonadona deve estar pensando em quantos apartamentos ele tem para ocupar cada santo dia, sem exceção, dia sim e outro também, faça chuva ou faça sol, seja dia útil, fim de semana ou feriado…”
Ao mesmo tempo, eu pensava em como inovar nesta questão, como a tecnologia poderia contribuir ainda mais com a distribuição de um conteúdo tão variado e disperso, de forma diferente, ágil, barata e eficaz.
Eu pensava nisso sem perder a atenção nos painelistas, um time de especialistas competentes em suas áreas de atuação, que explanavam como fazem em suas empresas para vender muito, cada dia mais, numa espiral de crescimento que os coloca sempre diante de um novo desafio: o ano seguinte, que sempre deverá superar o atual.
Eu acreditava que a resposta às minhas indagações viria daquele palco, de alguma argumentação, de algum conceito ou ideia “fora da caixa” ou mesmo um simples “insight” para um caminho inovador, quando me dei conta de que, infelizmente, o painel havia terminado…
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Olá Luis tudo bem
Vi o debate e li seu blog
Acho que enquanto as partes não tiverem uma linha única de padrão , teremos uma colcha de retalhos na hotelaria como foi feito no aéreo.
Você não acha que cada um deve cuidar do seu foco ????
Abraço
Edmar Bull
Acho sim, Edmar,
Cada um na sua, mas seguindo um mesmo padrão seria o mundo ideal para a diatribuição de hotelaria.
Mas quem vai estabelecer o padrão único?
No caso das cias. aéreas, a IATA está trabalhando no NDC, que visa padronizar a distribuição do conteúdo aéreo.
Mas a hotelaria não tem um órgão regulador global.
Então fica esta salada…
[]’s
Luís Vabo
Excelente Luís!
Thks, Tanaka,
[]’s
Luís Vabo