SOBRE AGÊNCIA, GDS, OTA, CIA. AÉREA E IATA

Em nosso mercado de viagens e turismo, assim como em vários outros mercados, testemunhamos diariamente diversas relações de amor & ódio entre parceiros no negócio e isso é absolutamente normal e até salutar.

Sabemos que esta relação tempestuosa existe entre cias. aéreas e agentes de viagens, por conta do “custo de distribuição” representado pelas agências, embora em momentos de vacas magras, a distribuição barata dos agentes seja vista com muito bons olhos.

Outra relação carinhosa em alguns momentos, mas espinhosa em outros, é a que ocorre entre cias. aéreas e GDSs, mas neste caso é por conta do “custo de distribuição” representado pelos sistemas globais, apesar das cias. aéreas reconhecerem (quase sempre) o valor da capilaridade e a importância deste canal.

Outra recente frente de afagos e rusgas ocorre entre cias. aéreas e OTAs, mas aqui o motivo é justamente o “custo de distribuição” representado atualmente pelas grandes agências de viagens online, mesmo considerando que as cias. aéreas valorizam muito o poder de venda deste novo canal.

Ou seja, o pivô é sempre o mesmo…

É natural e compreensível que a IATA tenha entre seus objetivos, a redução deste “custo de distribuição”, naturalmente melhorando sua qualidade, penetração e controle sobre o mercado.

Encarar cada frente destas (agências, GDSs e OTAs) individualmente tem sido trabalhoso, oneroso e nem sempre com bons resultados.

Mas todos os dias, um fictício gênio da distribuição, consultor do IATA, acorda de manhã cedo com este desafio na cabeça: como reduzir o “custo de distribuição” das cias. aéreas, sem comprometer sua capilaridade e eficácia?

Por ser um desafio tão grande, o consultor evolui na questão: o que pode ser tão disruptor, na distribuição de viagens e turismo, ao ponto de pretender substituir agências, GDSs e OTAs?

Aguarde (preocupado) cenas dos próximos capítulos desta novela…

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MANIFESTAÇÃO CONTRA O QUE MESMO?

A hegemonia conquistada pelo PT desde que assumiu o poder (e que se mantém até hoje), levou os partidos brasileiros a conviverem num ambiente político que está, há mais de 10 anos, contrabalançando suas próprias crenças com a popularidade de Lula e, agora, de Dilma.

Desde então, nenhum partido (e nenhum político de expressão) ousou apresentar, até hoje, uma alternativa clara de oposição, um projeto político que efetivamente contraponha-se ao poder vigente, devido ao inconfesso receio de “conflitar” com os mais de 70% dos eleitores que consideram bom ou ótimo (!?) o governo Dilma.

Caso típico de privilegiar o projeto político pessoal em detrimento da própria consciência, este comportamento dos políticos brasileiros assemelha-se muito à atitude geral da população, que considera natural o “eu” estar à frente do “nós”.

Apesar disso, este vácuo na prática política nacional (a falta de uma oposição legítima) acaba de ser preenchido pelo povo brasileiro.

Para quem teve alguma dificuldade (alguns ainda tem) de identificar a motivação dos atuais movimentos populares, espontâneos, sem lideranças, sem coordenação (também por isso, mais legítimos do que nunca), de tudo o que li e captei das passeatas, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, as principais demandas são justamente saúde, educação, transporte, serviços públicos de uma forma geral, ou seja, aquilo que os 3 mandatos do PT deixaram de entregar (entre outros), apesar do estúpido aumento da carga tributária.

Mas existe um item, mais evidente do que todos os outros, mais desejado que tudo, verdadeira unanimidade entre os manifestantes de todos os estados brasileiros, de qualquer idade, gênero, classe social ou mesmo tendência política: o povo brasileiro não suporta mais a corrupção, a impunidade, a gestão fraudulenta, a política dissociada da ética e praticada em benefício próprio, a falta de representatividade, o enriquecimento ilícito, a justiça lenta, lerda, comprada, a prevaricação, a dissimulação, a “esperteza”, o engodo, a fraude.

O sentimento maior é que a falta de justiça gera a impunidade, que gera a corrupção, que gera todos os outros males.

Você consegue imaginar o que pode acontecer se os processos dos mensaleiros não terminarem da maneira que o senso comum espera?

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3 BRASIS

Sem se conhecerem, milhares de pessoas se encontram em determinados pontos do país, para realizarem juntas (sem qualquer ensaio), um direito (e também um desejo) do cidadão comum, e sua manifestação conjunta, por ter a força da união de toda a nação, acaba por expor um novo Brasil para o mundo.

Você pode achar que estou referindo-me às manifestações de revolta popular que pululam nas principais capitais do país, orientadas, em tese, pelo direito à livre expressão associado a um sentimento de “basta” de impunidade e corrupção…

Mas eu poderia estar simplesmente citando a torcida pela seleção brasileira, que leva famílias inteiras, alegres e coloridas, aos nossos novos estádios de futebol, para exercerem seu direito ao lazer e seu desejo de apoiar um dos símbolos populares do nosso país, durante a Copa das Confederações.

Ou ainda, o texto poderia referir-se, daqui a alguns dias, aos encontros religiosos por ocasião da visita do Papa Chico, em que estão programados verdadeiros retiros espirituais da Jornada Mundial da Juventude, onde cerca de 2 milhões de pessoas exercerão seu direito à religião.

O fato aqui é que existem, pelo menos, 3 nações diferentes dentro do país neste momento:

– O Brasil da revolta

– O Brasil da torcida

– O Brasil da fé

O Brasil da revolta considera alienada a população do Brasil da torcida e o Brasil da fé.

O Brasil da torcida não entende a motivação das pessoas do Brasil da revolta e torce pelo feriado que será criado graças ao Brasil da fé.

E o povo do Brasil da fé reza pelo Brasil da revolta e, às vezes, soma esforços ao Brasil da torcida.

E o mais curioso de tudo é o tremendo esforço da mídia (em especial da televisão) para equilibrar-se entre estes 3 Brasis, sem parecer governista, alienada ou discricionária.

Não tem conseguido.

Aguardemos os próximos capítulos…

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