FÓRUM REFERÊNCIA EM GESTÃO DE VIAGENS CORPORATIVAS

Quando o Rubinho (Rubens Schwartzmann) lançou, em 2011, a proposta de um evento privado sobre gestão de viagens corporativas, muita gente considerou uma aposta arriscada fazê-lo fora da cidade de São Paulo e com aquela envergadura já na primeira edição.

Pois na 3a. feira da próxima semana, dia 21/05, a partir das 8:00h, acontecerá o 3o. Fórum Costa Brava de Gestão de Viagens Corporativas, um evento anual que já consta do calendário do segmento, este ano com mais que o dobro do tamanho daquela 1a. edição.

Como nos anos anteriores, o fórum acontecerá no Royal Palm Plaza em Campinas, este ano com a gestão educacional da Academia de Viagens, e apresentará debates e palestras de especialistas, que versarão sobre gestão de viagens, gestão de eventos, programa de parcerias, demandas do viajante corporativo e gestão de despesas de viagens, este tema a ser apresentado pela Solange Vabo, presidente de nossa empresa.

Um evento que promete discussões e muita interação com a plateia, com novas abordagens para temas do nosso dia-a-dia, mesclado com assuntos inovadores, atrairá gestores de viagens, gerentes de procurement e de contratos, além de profissionais do departamento financeiro, todos em busca de conhecimento e soluções para as demandas de suas empresas.

Para quem não puder comparecer ao fórum, recomendo acompanhar a cobertura do Portal Panrotas e aqui do Blog Distribuindo Viagens.

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AS OPÇÕES PARA O EMPRESÁRIO AGENTE DE VIAGENS

Este texto é, de certa forma, uma continuação detalhada do post anterior, que mexeu com as convicções de alguns leitores e gerou dúvidas em outros: BATE-PAPO NO TWITTER COM UM AGENTE DE VIAGENS ANTENADO

O cenário não é bom.

Não navegamos em céu de brigadeiro há anos, talvez décadas.

Diante de tantas dificuldades (não é preciso enumerá-las aqui, pois você as conhece bem), o empresário agente de viagens se vê às voltas com poucas alternativas.

Uma delas (talvez a principal) é resistir e, de forma coesa (alô, ABAV!), trabalhar as iniciativas que têm, efetivamente, potencial para mudar o mercado, conforme sugeri no post anterior e detalho abaixo:

1 – Iniciativa Tributária
A desoneração fiscal, já aplicada a diversos outros setores da economia brasileira, tem potencial para aliviar as médias e grandes agências (as pequenas agências já são beneficiadas pelo Super Simples).

2 – Iniciativa Comercial
A cobrança de taxa de emissão nos portais das cias. aéreas, além de significar um princípio fundamental de isonomia (regras iguais para concorrentes na mesma atividade), tem potencial de receita extra para o caixa das cias. aéreas e de recolocar os agentes de viagens de volta ao jogo principal da distribuição, o que também significa economia na distribuição para as cias. aéreas, pela capilaridade de milhares de agências.

3 – Iniciativa Institucional
A regulamentação da profissão do agente de viagens, pleito quase tão antigo quanto a atividade em si, promoverá o reconhecimento do mercado consumidor (e da sociedade em si) ao valor de seu serviço e estimulará a autovalorização profissional, itens importantes num pacote de ações para recuperação do negócio em si.

4 – Iniciativa Autorreguladora
A fiscalização das entidades de classe sobre as práticas lesivas aos clientes (maquiagem de bilhetes, “mark ups” fraudulentos, desvio de reembolsos etc.), praticadas por alguns poucos, mas que denigrem toda a categoria profissional, servirá como medida preventiva às ações baseadas no C.D.C., bem como valorizará a imagem do agente de viagens como profissional sério e confiável.

Outra alternativa, já utilizada por muitos empresários agentes de viagens, é a diversificação, com atividades geralmente complementares ou afins, como operadora turística, turismo receptivo, programas de incentivos, representação de destinos, operação de eventos etc.

Há ainda a opção de diversificação mais profunda, com outros negócios funcionando paralelamente ao agenciamento de viagens, como corretagem de seguros, administração patrimonial, compra e venda de imóveis, consultoria de RH, gestão de despesas, entre outros.

O que existe em comum nessas alternativas é a utilização dos pontos mais fortes da agência de viagens, como a qualificação do pessoal, o conhecimento tecnológico e o relacionamento comercial, para desenvolver e prosperar em outro empreendimento.

A questão agora é saber o que seria mais interessante para você e sua agência de viagens:

(   ) Resistir como agente de viagens e ajustar-se às mudanças?

(   ) Diversificar com outros nichos da sua atividade principal?

(   ) Diversificar com outros negócios diferentes?

(   ) Todas as alternativas anteriores

(   ) Nenhuma das alternativas anteriores

Obviamente, não tenho a menor pretensão de estimular esta ou aquela opção, mas sugiro que você faça sua escolha intimamente.

Você não precisa contar pra ninguém…

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BATE-PAPO NO TWITTER COM UM AGENTE DE VIAGENS ANTENADO

Como usualmente faço a cada novo texto, twittei o post anterior e recebi um comentário do Rafael Magela, que estava numa viagem de incentivo no exterior:

@luisvabo: O egocentrismo da humanidade não nos deixa perceber o óbvio: VÍRUS

@rafaelmagela: @luisvabo Muito bacana a reflexão, agora a dúvida… O que fazer em um ambiente tão consumista e capitalista como o nosso? :/

@luisvabo: @rafaelmagela Equilíbrio, moderação, consciência e minimalismo. Não precisamos de tanto, não é?

@rafaelmagela: @luisvabo Minimalismo? Me desculpa, não conheço o termo… Mas concordo, não precisamos do exagero, glamour e muito menos do luxo…

Depois de brincar com o “não conheço o termo…” (impensável para quem não desgruda da internet um segundo, como o Magela), a conversa enveredou para as dificuldades econômicas por que passam os principais segmentos de agências de viagens no Brasil, apesar da demanda aquecida e crescente:

@rafaelmagela: @luisvabo Refletindo um pouco nosso mercado (turismo e seus nichos/oportunidades de negócio), o que explica o fato da demanda ter crescido…

@rafaelmagela: @luisvabo e nós termos várias TMC’s brasileiras, agências, operadoras, com dificuldades financeiras e de ganharem mercado? :/

@luisvabo: @rafaelmagela O volume cresceu, mas está mudando de direção: do agente “intermediário” para o agente “online”. Quem não mudar, vai dançar…

@rafaelmagela: @luisvabo As TMC’s vão ter que virar OTA e operadoras/consolidadoras vão “sumir”? Sem querer ser radical no comentário, mas já sendo :/

Ao responder este comentário radical, acabei por resumir um outro post anterior, bem recente e que deu o que falar, considerando os comentários (no post e fora dele) recebidos: AGENTE DE VIAGENS, CONSULTOR DE TURISMO OU ESPECIALISTA EM GESTÃO E TECNOLOGIA?

@luisvabo: @rafaelmagela As TMC’s já viraram OTA’s focadas no mercado corporativo (inclusive a sua), embora nem todas ainda dominam o novo ambiente… Este aprendizado pode depurar o mercado…

@luisvabo: @rafaelmagela As Operadoras virarão OTA’s com foco no B2C e/ou no B2B2C. As Consolidadoras virarão Operadoras ou desaparecerão.

Apesar de eu não ter detalhado (140 caracteres não é exatamente a minha praia…), acredito também que os consolidadores permanecerão fortes e dependentes do seu cliente, o agente de viagens, conforme argumentei no post anterior: “O consolidador não será um consultor de viagens, mas um especialista em gestão e tecnologia de viagens para agências.”

@rafaelmagela: @luisvabo Vou me lembrar dessas “tendências”! So acho que boa parte do nosso mercado ainda não está preparada pra esses cenários…

@luisvabo: @rafaelmagela A maior parte não está preparada e a outra parte investe, mas sem acreditar muito… Quem viver, verá. Boa viagem de volta.

@rafaelmagela: @luisvabo É verdade, tem gente investindo sem muita perspectiva :/ mas o pior é ver gente desistindo sem tentar. Bons negócios.

O Rafael devia estar embarcando de volta e eu fiquei matutando sobre quantos agentes de viagens devem estar, neste exato momento, buscando soluções para suas dificuldades (e não estão sozinhos, pois são muitos os que estão “ralando” nos negócios neste primeiro quadrimestre do ano).

Fiquei imaginando o que poderia ser feito, objetivamente e no curtíssimo prazo (para quem está afogando, boia é ilha), para minimizar as dificuldades econômicas do empresariado de turismo…

Ouso chutar algumas obviedades e outras nem tanto, relacionadas abaixo por ordem de urgência em relação ao impacto sobre o caixa das agências de viagens:

1 – Desoneração fiscal.

2 – Isonomia comercial (entre cias. aéreas e agências de viagens).

3 – Regulamentação da profissão.

4 – Autorregulação da atividade.

Seguramente existem outras medidas mitigadoras dos problemas atuais, mas estas acima são as que me parecem mais factíveis no curto prazo e que dependem majoritariamente de nossa união como empresários do setor.

Temos chance?

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