CONTROVÉRSIAS DE FIM DE ANO

Como sabemos, o ministro Joaquim Barbosa acabou por negar o pedido de prisão imediata dos mensaleiros, feito pelo procurador geral Roberto Gurgel, em mais uma decisão coerente com a legislação, em especial com a constituição, apesar da frustração do povo brasileiro.

A esta altura, José Dirceu & Bros. já passaram o Natal com suas famílias e continuarão sentindo o tal “alívio” porque também passarão o Reveillon livres, leves e soltos.

Por mais controverso que este assunto possa parecer, o fato é que quem redige e aprova as leis não é o ministro presidente do supremo e nem o próprio STF, mas sim a outra casa, a que representa o poder legislativo, cujo presidente ameaçou insurgir-se contra uma decisão judicial da mais alta corte do poder judiciário.

Penso que é aí que está o cerne do problema.

Mesmo que estejamos realmente diante da oportunidade de, após este histórico julgamento dos mensaleiros, melhorar a atuação da justiça, através de melhores decisões de melhores juízes, o problema maior reside no arcabouço de leis que permite recursos protelatórios “ad infinitum”, possíveis apenas para os que podem pagar bons advogados.

Para almejar uma justiça de qualidade temos que, antes de tudo, buscar uma completa revisão nas leis, muitas arcaicas, que nada tem a ver com a regulação de uma sociedade moderna, outras viciadas por casuísmos, interesses de minorias, aprovações ao sabor do toma-lá-dá-cá que, infelizmente, ainda permeia o procedimento legislativo.

Tendo que interpretar, decidir e julgar ao sabor das ultrapassadas leis vigentes, e da jurisprudência de decisões tomadas sobre essas mesmas leis, as sentenças dos juízes brasileiros, de todas as instâncias, continuarão parecendo saídas de uma caixa preta…

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PROBLEMA: IDENTIFICANDO UMA OPORTUNIDADE

Como prometido no post anterior, segue abaixo o resumo dos meus conceitos de criação e montagem de um novo negócio, resumidos em “apenas” 40 palavras, iniciadas hoje pela Fase 1:

Fase 1: O PROBLEMA (a identificação da oportunidade).

Uma das formas mais frequentes de motivação para um empreendedor é a certeza (ou expectativa) de resolver um PROBLEMA do consumidor, do cliente, da sociedade. Se a sua ideia atende uma demanda (e uma demanda não atendida é um problema a ser resolvido), você pode ter identificado uma oportunidade.

O momento de maior sensibilidade do potencial empreendedor é quando a PERCEPÇÃO de que sua ideia pode resolver determinado problema, lhe dá a certeza de que seu projeto será bem sucedido.

A capacidade de visualizar a aplicação da ideia em diferentes PERSPECTIVAS evita a armadilha de achar que somente você, por ser o autor da ideia, sabe a melhor maneira de aplicá-la.

Imaginar todas as POSSIBILIDADES, incluindo as mais remotas ou mesmo as impensáveis…, de abordagem mercadológica para a sua ideia é o melhor caminho para certificar-se de sua viabilidade.

Estudar profundamente seu PÚBLICO alvo, buscando perceber que tipo de consumidor terá interesse na sua ideia. Se pessoa física, qual a faixa etária, o sexo, o grupo de interesses, etc. Se pessoa jurídica, qual o segmento econômico, capacidade financeira, características de contratação, entre outros fatores.

Com todos esses dados levantados, é fundamental fazer uma adequada PROJEÇÃO da aderência do produto ou serviço desenvolvido a partir da sua ideia, seja para definir sua viabilidade econômica, sua aceitação no mercado, qual sua real utilidade, ou ainda, se vai vender ou empacar…

Por tudo isso, a PERSPICÁCIA do empreendedor nessa fase de identificação da oportunidade (ou percepção do problema) é crucial para o futuro sucesso do negócio. Olhos de águia são a melhor metáfora do que se espera de um verdadeiro empreendedor durante esta fase inicial do projeto.

Este é o momento certo de estabelecer as PRIORIDADES da sua vida, pois vida de empreendedor é vida de workaholic por conceito e você trocará o dia pela noite, a praia pelo escritório nos fins de semana, o cinema pela pesquisa na web, os encontros com os amigos pelas reuniões com fornecedores, as festinhas em família pelo jantar com clientes.

Caso você se sinta preparado (e motivado) para isto, siga em frente e vá para a Fase 2: PROJETO (a organização da ideia), tema objeto de um próximo post.

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POST PARA PLANEJAR 2013

Fim de ano é época de Planejamento Estratégico, que inclui revisitar o do ano que termina versus o que foi efetivamente realizado, pois não dá pra planejar 2013 sem avaliar os erros e os acertos de 2012.

Toda vez que iniciamos este trabalho, tanto no Reserve, quanto na Solid, eu me coloco intimamente na singular posição de quem está planejando um novo negócio.

Não que isso vá ser o motor do PE, mas será, na minha cabeça, o motivador para eu sempre questionar tudo o que fizemos no ano que termina, inclusive os acertos, bem como imaginar coisas “fora da caixa” para o ano que inicia, incluindo ações de risco.

Penso que esta forma de lidar com o PE é particularmente eficaz durante a fase de “brainstorming”, quando todos podem e devem colocar para fora suas percepções sobre o que fizemos e suas ideias sobre o que devemos fazer e qual caminho seguir.

Sempre que penso sobre isso e busco algo na literatura de gestão corporativa (ok, ok, também busco no Google, claro), sempre me deparo com metodologias simplistas, que buscam resumir em algumas poucas palavras, sempre iniciadas com a mesma letra, o caminho para uma determinada solução.

Assim ocorre com os 5S da Qualidade (os S são do japonês):
1 – Seiri (utilização)
2 – Seiton (ordenação)
3 – Seiso (limpeza)
4 – Seiketsu (higiene)
5 – Shitsuke (autodisciplina)

A mesma fórmula de resumir um assunto complexo, com palavras iniciadas com a mesma letra, é aplicada aos 5P do Marketing, que inicialmente eram 4 e muitos defendem 7 ou 8 conceitos com P (os P vêm do inglês e podem ser traduzidos para o português mantendo-se a letra inicial):
1 – Product (produto)
2 – Price (preço)
3 – Place (praça, ok um pouco forçado, mas é aceito, defendido e utilizado)
4 – Promotion (promoção)
5 – People (pessoas)

A mesmíssima metodologia também foi, mais recentemente (2003) utilizada para sintetizar conceitos nos 5P da Estratégia (os P também são do inglês e são traduzidos para o português, mantendo-se o P, com uma forçada de barra um pouco maior):
1 – Plan (plano)
2 – Ploy (pretexto, não é exatamente isto, mas tem sido mal traduzido assim)
3 – Pattern (padrão)
4 – Position (posição)
5 – Perspective (perspectiva)

Como são metodologias largamente utilizadas nas universidades e no mundo corporativo, assim como igualmente questionadas em ambos os ambientes, em vez de reagir a elas, decidi seguir no jogo e escrevi meu próprio corolário (ooops, essa é das antigas…) sobre a criação de um novo negócio, um empreendimento, desde a identificação da oportunidade (Problema), a organização da ideia (Projeto), a elaboração do business plan (Planejamento), o esforço de marketing e venda (Persuasão) até o empenho na manutenção do negócio (Perpetuidade).

Ok, também forcei alguns Ps, mas se acadêmicos, pesquisadores e gurus de gestão o fazem, não serei eu a fazer diferente.

Portanto, paciência, pautei e prometo publicar uma penca de Ps nos próximos posts, partindo de: OS 40 “P” DO EMPREENDEDOR…

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