DIRETO DE HARVARD – AULA 04: CRIANDO MODELOS DE NEGÓCIO

“That’s my life! Nothing makes me happier than discuss new business models with my OPM students from Harvard Business School.”

Lynda Applegate não é mais uma professora da Harvard Business School, ela é a diretora geral do programa OPM Owners and Presidents Management e leciona em Harvard há mais de 30 anos.

A diretora geral do programa Owner and President Management da Harvard Business School, Lynda Applegate

Lynda estava feliz como uma criança, agitada antes, durante e após a aula, ela estimulava a participação dos alunos e familiares (esta foi uma aula aberta a todos os acompanhantes dos graduandos), fazendo analogias da construção de um plano de negócios com situações da vida real.

Por isso, ela aproveitou que o jogador de futebol brasileiro Kaká estava participando da aula (interessado em matricular-se no OPM 2018/19/20 para capacitar-se na vida de empreendedor, que deve abraçar no final da carreira) e fez analogias do planejamento de um negócio com a estratégia de um jogo de futebol.

O jogador de futebol Kaká participou de algumas aulas demonstrando interesse em matricular-se no HBS OPM 2018/2020

A soccer game needs strategy and execution in perfect alignment

Simulando com o próprio corpo a movimentação de jogadores no campo, Lynda destacou que os jogadores podem passar 90 minutos correndo, tocando a bola, fazendo e recebendo faltas, batendo escanteio, lateral etc. durante todo o tempo, buscando uma única oportunidade de abrir a defesa adversária e chutar para o gol, exatamente como acontece nas empresas.

O dia-a-dia de uma empresa é formado por atividades e procedimentos rotineiros, que podem parecer enfadonhos (e às vezes são), exatamente como a movimentação lateral e de meio de campo de um time de futebol, com idas e vindas e, da mesma forma, somente de vez em quando acerta-se o gol, conquista-se um bom contrato ou faz-se um ótimo negócio, ocasião da vitória que faz valer a pena todo o planejamento e a rotina para se chegar àquele objetivo.

Sometimes you have a one time shot to win. You do it or you can never have the chance again

Na segunda parte da aula, Lynda nos apresentou um vídeo do programa de TV (já apresentado no Brasil) Shark Tank, em que um empreendedor tem 5 minutos para apresentar seu projeto para 4 ou 5 investidores, que atuam como jurados e podem perguntar o que quiserem sobre o projeto e o modelo de negócio pretendido, com objetivo de aportar algum investimento para entrar como sócio naquele projeto ou declinar sumariamente (I am out).

A cada avanço do vídeo, Lynda arguia a plateia sobre qual decisão teríamos quanto a investir, ou não, naquele projeto, enquanto os primeiros jurados justificavam porque descartavam participar (I am out!), até que uma reviravolta no final, provocada por uma abordagem diferente de um dos investidores, para aquele mesmo produto, fez com que os dois últimos investidores passassem a disputar agressivamente a participação naquele mesmo negócio que os primeiros investidores não conseguiram valorizar.

Vitória sem esforço produz conquista sem mérito, conquista sem mérito é mero acaso

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Obs.: No próximo post, abordaremos Direto de Harvard – Aula 05: Cara a Cara com Michael Porter, a última das 200 aulas do Owners and Presidents Management Programm da Harvard Business School, a Graduation Class com o maior nome da estratégia competitiva e gestão por resultados, em todo o mundo.

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DIRETO DE HARVARD – AULA 03: NEGOCIANDO O IMPOSSÍVEL

“Some negotiations are easy. Others are more difficult. And then there are situations that seem completely hopeless”

Esta terceira aula que assistimos na Harvard Business School, parte do programa de graduação de Vabo Jr na HBS OPM, foi ministrada pelo professor Deepak Malhorta, uma emergente celebridade entre os mais brilhantes mestres de Harvard, especialista em negociações complexas e autor de diversos livros sobre o assunto, sendo Negotiating The Impossible, seu best-seller mais recente e premiado.

Best-seller do Prof. Deepak Malhotra da Harvard Business School descreve o comportamento de grandes negociadores e faz analogias com acordos comerciais do dia-a-dia

O professor Malhorta iniciou sua aula com um exercício simples, ele pediu aos alunos que completassem mentalmente a frase abaixo, escrevessem e guardassem até o final da aula (convido você a fazer o mesmo, antes de continuar esta leitura):

A great negotiator is someone who……

Logo em seguida, apresentou um vídeo de uma negociação complexa, com uma entrevista com o líder da equipe de transição do novo governo do Afeganistão em 2002, uma negociação por poder que envolveu múltiplas partes com profundas diferenças regionais, culturais e religiosas, além de óbvios interesses econômicos e expectativas completamente divergentes.

Lakhdar Brahimi foi o líder da equipe de negociação com as diversas forças políticas, regionais, religiosas e culturais no Afeganistão em 2002

Em determinados trechos da entrevista, o professor pausava o vídeo para debater a percepção dos alunos com relação à estratégia que acabara de ser apresentada, suas motivações e resultados esperados, criando analogias com as negociações corporativas do dia-a-dia…, um show de aula com participação ativa dos alunos e moderação inteligente de um especialista.

Malhorta é um obstinado pesquisador de negociações complexas ao longo da história, desde o conflito entre os impérios Egito x Hittite, no século XIII AC, quando o faraó Ramses II e o rei Hattusili III, motivados pela redução de gastos com a guerra, engendraram uma improvável estratégia de negociação, para encerrar décadas de sangrentas batalhas de uma forma que não ficasse claro quem deu o primeiro passo na direção da paz (um insuportável sinal de fraqueza) e que não houvesse declaração de vencedor ou vencido.

De lá pra cá, diversas outras negociações impossíveis foram destrinchadas por ele, com analogias para aplicação direta no mundo dos negócios, como as negociações da “Crise dos mísseis de Cuba”, do “Acordo nuclear USA x India” e da “Paz no Vietnam”, mas nenhuma foi tão palpitante quanto “Negociando com uma arma na cabeça”.

Os conceitos debatidos nas aulas de negociação do professor Malhotra consideram 3 variáveis cruciais que os negociadores usualmente ignoram ou subestimam, em especial por terem o mindset relacionado a dinheiro e poder:

1) O poder do cenário

“Sim, tenho truques no bolso e cartas na manga, mas não sou um mágico que oferece ilusão com jeito de verdade. Eu ofereço verdade camuflada docemente de ilusão.”

2) O poder do processo

“A boa notícia é que há luz no fim do túnel. A má notícia é que não existe túnel.”

3) O poder da empatia

“Compreender é a coisa mais importante quando se lida com pessoas, incluindo o esforço de compreender o incompreensível.”

Prof. Deepak Malhotra é um dos maiores especialistas em negociações complexas em todo o mundo e leciona na Harvard Business School

No final das contas, uma negociação, qualquer negociação, resume-se fundamentalmente a interação humana. Não interessa o que está em jogo ou a distância entre os interessados, o objetivo da negociação deve ser integrar com o outro lado de uma forma que leve à compreensão mútua e, por fim, a um acordo.

Algumas das frases dos alunos para completar a proposta pelo professor Malhorta no início da aula:

“A great negotiator is someone who……….”

Student 1: …, closes deals.

Student 2: …, generates results.

Student 3: …, has a process.

Student 4: …, influences and estimulates parts to collaborate in a creative way, in order to achieve their goals.

Student 5: …, succeeds to establish a deal aligned to his objectives, even not completely, and convinces the other part that is the best solution to both parts.

Student 6: …leads all parts to a genuine perception of being well succeeded.

E você, me conte a sua frase completa, pls !

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Obs.: No próximo post, abordaremos Direto de Harvard – Aula 4: Criando Modelos de Negócio, ministrada pela diretora geral do Owners and Presidents Management Programm da Harvard Business School, Mrs. Lynda Applegate.

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DIRETO DE HARVARD – AULA 02: NEUROCIÊNCIA COMO FERRAMENTA DE LIDERANÇA

“Are you scaring your people into mediocrity?”

Esta segunda aula que assistimos na Harvard Business School, parte do programa de graduação de Vabo Jr na HBS OPM, foi ministrada pela professora convidada Christine Comaford, neurocientista renomada que trabalhou como engenheira da Microsoft e da Apple e foi consultora de 2 presidentes americanos e de 8 bilionários de todo o mundo (americanos adoram esses currículos).

Segundo a neurociência, o cérebro é dividido em partes, com cada uma responsável por algum tipo de função, sentimento, percepção, pensamento ou reação, entre outras.

Cada parte do cérebro tem uma função, sentimento, percepção, pensamento ou reação e seu comportamento é estudado separadamente pela neurociência

Christine baseia o conceito de sua aula-palestra em seu mais recente livro sobre o assunto, Smart Tribes, que recomenda 3 variáveis a serem observadas e respeitadas num processo de liderança:

1) Safety: quando a pessoa se sente segura.

2) Belonging: quando a pessoa se sente acolhida e pertencente a um grupo social.

3) Mattering: quando a pessoa percebe que é importante e/ou que suas atitudes são relevantes para os demais indivíduos do grupo social.

A primeira demanda do ser humano é pelo sentimento de segurança, 1) Safety, sem o qual o cérebro não realizará suas tarefas em sua plenitude e, por isso, somente sentindo-se seguro, o indivíduo passará a demandar a fase seguinte, 2) Belonging, caracterizada pela necessidade de sentir-se parte de um grupo social, como a família e os amigos, ou uma empresa, ou um departamento, ou ainda um clube ou um condomínio.

A última fase, 3) Mattering, trata da relevância de uma pessoa e/ou dos assuntos tratados por esta pessoa. Ou seja, tem a ver com ser considerado, ser respeitado, ser importante de alguma forma para aquele(s) grupo(s) ao(s) qual(is) pertence.

Safety, Belonging e Mattering são os 3 sentimentos fundamentais para se construir a motivação

A partir destas premissas, Christine propõe aos líderes, uma série de atitudes comportamentais que considerem estas premissas em relação aos seus times, como forma de perceber, entender, acolher e respeitar, pois sem esses precedentes, não existem meios de engajar, estimular e inspirar as pessoas na direção da visão do líder.

A neurocientista classifica as atitudes das equipes em 4 macrotipos

Segundo esta classificação, pode-se esperar de um profissional:

1) criatividade ou experiência

2) análise de opções ou cumprimento de procedimentos

3) generalização ou detalhamento

4) agilidade ou reflexão

Sobre estas 4 características dos comportamentos mais frequentes das pessoas, acaba-se por identificar cada profissional como mais afeito a agir assim ou assado, embora todos tenhamos, em algum momento ou em determinadas situações, qualquer um desses tipos de atitudes.

Criativo X experiente, analítico X processual, generalista X específico, ágil X reflexivo

Mas o que mais me surpreendeu nesta aula, foram as perguntas dos alunos (mega-empresários de todo o mundo) sobre situações por que passaram ou estão passando, tentando verificar se aquele novo conceito apresentado é mesmo adaptável ao seu dia-a-dia na empresa, pois é isto o que importa.

Aqui em Harvard não há nunca o dono da verdade, nenhum mestre ou especialista será encarado como tendo a palavra final sobre determinado assunto, tudo pode (e deve) ser questionado, desde que de forma respeitosa e muito, muito bem consubstanciado, com novas informações e argumentos “high level” (expressão muito utilizada por aqui).

E este foi o maior aprendizado desta nossa segunda aula do nosso mini-curso HBS OPM: Whether you are humble and respectful, you can doubt and argue anything…

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Obs.: No próximo post, abordaremos Direto de Harvard – Aula 03: Negociando o Impossível, um tema espinhoso para muitos, mas que é parte fundamental das qualidades necessárias a um líder, com o professor Deepak Malhotra, da Negotiations, Organizations, and Markets Unit da Harvard Business School, autor do best-seller com o mesmo nome Negotiating The Impossible.

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