CRESCIMENTO DAS CONSOLIDADORAS X DIFICULDADE DAS OPERADORAS

Nos últimos 5 anos (ou pouco mais), temos presenciado um fenômeno no mercado brasileiro de viagens e turismo: o crescimento da participação das agências Consolidadoras na distribuição de passagens aéreas.

Improvável na opinião de muitos (onde me incluo), em especial na década passada quando a atividade de consolidação parecia ameaçada pelas novas possibilidades de distribuição geradas pelas novas tecnologias, este crescimento foi a aposta de poucos (os próprios consolidadores), que abraçaram a tecnologia, a capacitação e a diversificação, como molas propulsoras (ou mantenedoras) de sua atividade principal: conceder crédito para emissão de bilhete aéreo.

Hoje, todas as Consolidadoras, algumas mais, outras menos e cada uma ao seu estilo, seguiram a cartilha de 1) oferecer tecnologia formatada à demanda do negócio do agente de viagens, seja lazer ou corporativo, 2) promover workshops, encontros e treinamentos sobre como os agentes devem vender as cias. aéreas que representam e 3) ampliar a oferta de serviços para além da emissão do bilhete aéreo, agregando hotéis, locação de carros e seguro viagem, entre outros, ao seu portfolio de serviços.

Coincidentemente, neste mesmo período, um outro fenômeno silencioso vem derrubando, ainda esporadicamente, mas de forma preocupantemente crescente, diversas Operadoras de turismo, grandes e médias, antigas e nem tanto, especializadas ou não, de forma indiscriminada em relação ao território e à área de atuação.

E todos põem a culpa na internet, nas grandes OTAs, nessa “nova forma” de vender (nem tão nova, já que lá se vão 18 anos da internet comercial no Brasil).

Parafraseando Einstein, num cenário em constante evolução não dá pra fazer as coisas da mesma forma e esperar um resultado diferente.

Pois é isso que têm feito as Operadoras tradicionais, operam da mesma forma que faziam há 10, 20 anos, inserindo aqui e acolá, uma ou outra iniciativa de “modernização” em seu modelo de negócio, buscando ar fresco para uma imagem construída em cima de práticas do século passado.

Apesar da dura realidade de que “quem perde clientes, perde para alguém”, é impossível afirmar que os 2 fenômenos tenham ligação entre si, mas surpreende a morosidade com que as Operadoras se mexem para (re)encontrar o seu caminho, enquanto as Consolidadoras já o encontraram, embora, acertadamente, continuem buscando aprimorá-lo permanentemente.

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AS 10 MAIS DAS PESSOAS EMPREENDEDORAS

Empreendedorismo está definitivamente na moda.

Pra onde eu olho, há algo que me chama a atenção para este fato: os novos profissionais só querem saber de empreender.

Na entrevista de um candidato a estágio, com 19 anos, rolou o seguinte diálogo:

– Qual seu objetivo em estagiar conosco?

– Quero aprender muito, tenho muita curiosidade em conhecer como uma empresa estruturada faz as coisas acontecerem com pessoas tão diferentes, todos indo na mesma direção.

A resposta intrigou o entrevistador que apertou:

– E esta curiosidade vai levá-lo aonde? Qual seu maior sonho?

– Quero aprender o máximo que puder, para poder montar o meu negócio…

Meu filho, Luís Vabo Júnior, leciona Empreendedorismo na PUC-Rio e temos conversas muito interessantes sobre este tema, aprendo muito com ele, em especial com a forma como um talento ou atributo pessoal (conceito de alguns anos atrás) foi transformado em ciência.

– “Fulano tem espírito empreendedor”, dizia-se, até os anos 90, daquelas pessoas que “tinham nascido com tino para os negócios”.

– “Beltrano capacitou-se em empreendedorismo”, diz-se hoje dos alunos que, como o estagiário da entrevista acima, só pensam em tocar o seu próprio negócio.

Mas como identificar um espírito empreendedor? Quais são as 10 características mais comuns entre os empreendedores?

Segue uma lista que é um apanhado de opiniões variadas, associadas às minhas próprias observações sobre o comportamento e a atitude das pessoas:

1. O empreendedor tende a estabelecer metas desafiadoras para si, assume riscos razoáveis, mas possíveis.

2. Não se omite frente à responsabilidade sobre os problemas, procura soluções e se esforça muito para encontrar.

3. É proativo, observador, detalhista, rastreia o ambiente, sempre procurando informações e oportunidades e coloca mãos à obra para atingir seus objetivos.

4. Acha que tudo pode ser melhorado e procura formas de inovar e de apresentar soluções mais eficientes.

5. É determinado, persiste nos seus objetivos, tem foco, dedica tempo e concentra energia nos seus projetos.

6. Deseja saber a opinião das pessoas envolvidas em seu trabalho, quer saber objetivamente o que acham de seu desempenho, precisa de feedback e encontra meios de obtê-los.

7. Não esconde seu maior sonho: tornar-se empresário.

8. Não receia trabalhar, ousar, arriscar, errar, refazer, errar de novo, insistir, tentar outra vez, tantas vezes quanto for necessário, até acertar.

9. Acredita em si mesmo mais do que em seus próprios gurus, por mais extraordinários que sejam, embora nem sempre admitam isto.

10. Sente-se forte, independente e capaz de vencer tudo o que encarar, é só uma questão da curva de aprendizado até tornar-se o melhor em qualquer assunto.

Qualquer semelhança com o comportamento adolescente não é mera coincidência.

Ao menos do ponto de vista conceitual, os jovens empreendedores têm muito a ver com os adolescentes, pois também questionam os procedimentos, as práticas e a atitude dos adultos, neste caso, os empresários que um dia, se bem sucedidos, eles se transformarão.

Ou, como dizia Elis: “Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.”

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O MELHOR CONSELHEIRO

Quem você considera que é o seu melhor conselheiro?

Não me refiro aqui a conselheiro amoroso, religioso ou pessoal, mas àquele que agrega valor ao seu negócio, com sua análise, recomendação, sugestão ou conselho, sobre variações de um único tema: os rumos da sua empresa.

Penso nisso toda vez que reafirmo uma das verdades absolutas a respeito do empreendedorismo: o empreendedor é um sujeito solitário.

Sempre que digo esta frase para alguém, a pergunta inevitável é:

– “Como assim, solitário?”

Comento que não existe solidão maior do que ter que tomar decisões que impactam muitas pessoas (colaboradores, fornecedores, parceiros e clientes) sem ter a quem consultar além da sua própria consciência, recorrer à sua própria experiência, debater com seu próprio umbigo, sem chance de argumentar com o contraditório ou experimentar pontos de vista diferentes.

Não, eu não estou com a tal “crise do imperador”…

Na verdade, este tema sempre surge na minha cabeça quando começa a aproximar-se mais uma reunião do nosso conselho de clientes.

Lembro-me de quando tomamos a iniciativa de criá-lo e muitos amigos disseram:

– “Você está louco? Colocar clientes, concorrentes entre si, juntos numa mesma sala durante 4 horas? Pirou de vez?”

Nunca tive dúvida de que isso seria decisivo para o sucesso de nossa empresa, criar um ambiente propício ao debate de ideias, críticas e sugestões, de forma a suscitar opiniões, recomendações e conselhos daqueles que são os maiores interessados no sucesso da nossa empresa: nossos clientes.

– “Se dispor de um Conselho para nos assessorar nos negócios é um fator importante para nossa governança corporativa, então queremos os melhores conselheiros, os mais experientes, os que conhecem como ninguém os nossos produtos e serviços”, disparou Solange quando formulei pela primeira vez, há uns 3 anos, o conceito de criação de um conselho de clientes.

Estava dada a largada para a criação do Colire, o Conselho de Licenciados Reserve, que reúne os maiores especialistas no sistema Reserve Travel Manager: os sócios das agências licenciadas Reserve.

Sim, nós encontramos nossos melhores conselheiros em nossos clientes, que nos ajudam a aprimorar o produto, corrigir o rumo e a encontrar as melhores soluções para o futuro, pelo simples fato de que estamos todos no mesmo barco e remando na mesma direção.

E você? Quem é seu melhor Conselheiro?

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