LET’S STARTUP: O QUE NOS MOVE A (RE)COMEÇAR?

Já faz algum tempo que uma ideia veio surgindo, devagar no início, insistente depois, durante minhas conversas com a Solange sobre futuro (uma de nossas obsessões) e volta e meia me pegava planejando um próximo passo, mesmo antes de qualquer decisão ter sido tomada sobre isso.

De certa forma inspirados por Vabo Junior, empreendedor e professor de empreendedorismo da PUC-Rio e, mais recentemente, do Insper em São Paulo, decidimos levar adiante um novo sonho: devolver ao mercado e à sociedade um pouco da nossa própria experiência de empreendedores, adquirida ao longo dos últimos 23 anos, uma breve história construída com 20% de teoria e 80% de esforço, criatividade e obstinação.

Com o aprendizado do próprio Reserve ter sido uma startup, que nasceu e foi acelerada pela nossa TMC, a Solid Corporate Travel, nos idos de 2004, foi natural a criação de um programa de aceleração de startups, anglicismo que resume a descrição de “novas empresas criadas a partir de uma ideia, trabalhando em condições de extrema incerteza, em busca de um modelo de negócios repetível e escalável, com muito foco e absoluta obstinação por resultados”, essas que são características comuns a todo novo empreendimento para que seja bem sucedido.

Para iniciar nossa trajetória para este novo sonho, definimos então alguns requisitos para as startups que acreditamos que podemos contribuir, requisitos estes originados nos principais objetivos relacionados ao nosso propósito inicial, aquilo que nos moveu a partir para este novo sonho a esta altura de nossas vidas, que são:

1 – Estimular novos empreendedores

2 – Desenvolver tecnologias emergentes

3 – Resolver um problema do mercado

4 – Criar valor para a sociedade

Baseados nestes 4 macro-objetivos, os requisitos são a base do programa e descrevem as condições de participação de novas startups, sendo por isso apresentados para os empreendedores que manifestam o interesse em ingressar no programa.

O pontapé inicial do Programa Reserve de Aceleração de Startups foi dado neste final de 2018, com a adesão das duas primeiras empresas, a MyView Soluções com Drones e o Ligaí Conexões Inteligentes, ambas integralmente alinhadas com os objetivos do programa e com seus requisitos.

O Ligaí é uma startup que nasceu dentro do Reserve ou seja, é uma outra empresa com outro CNPJ e outro corpo de acionistas, na qual o Reserve participa societariamente com tecnologia, gestão corporativa e mentoria executiva.

O Ligaí resolve problemas relacionados às integrações entre sistemas e mineração de dados aplicando robótica cognitiva e aprendizado de máquina

É o mesmo processo de aceleração de startup que estamos implementando na MyView, sendo que esta é uma empresa que já existe há 3 anos e está no precioso momento de começar a voar alto.

A pesquisa de soluções inteligentes com a aplicação de drones autônomos faz parte do negócio da MyView

Ambas foram idealizadas por jovens empreendedores, demandam tecnologia nos seus projetos dominantes, solucionam alguns problemas do mercado e criam valor para a sociedade.

Na MyView, utilizaremos AI para o desenvolvimento de drones autônomos (sem piloto remoto) e para reconhecimento de imagens complexas em inspeções técnicas, que é o atual core-business da empresa (plataformas offshore, linhas de torres de transmissão, tanques e ambientes confinados etc), substituindo procedimentos menos seguros e caríssimos, como helicópteros e/ou técnicos alpinistas.

No Ligaí, o sistema permite a criação de robôs que vasculham dados, higienizam, transformam, mineram e analisam padrões ocultos que se escondem dos relatórios comuns. Com o volume de informações que as empresas trabalham, o Ligaí, também com o uso de AI, tem a capacidade de separar o joio do trigo, os dados irrelevantes das informações cruciais, filtrar o que é mais importante para a tomada de decisão, tudo com máxima privacidade e segurança.

O Programa Reserve de Aceleração de Startups prioriza empresas que tenham sinergia de cultura, com empreendedores que alinhem valores e atitude empreendedora

Respondendo diretamente à pergunta do título, nosso propósito é estimular startups a resolver problemas reais do dia-a-dia, mas o que nos move mesmo nesta direção é o desejo de deixar um legado, seja de um aprendizado específico, de uma metodologia de gestão, de uma pesquisa científica ou mesmo de um estilo de vida em que trabalhar, produzir, correr riscos e gerar empregos são atividades totalmente compatíveis, ou mesmo condicionantes, para ser feliz.

Feliz Natal e um próspero, desafiador, produtivo e eficaz 2019 !

Em tempo: para contactar o Programa Reserve de Aceleração de Startups, envie email para: watc@reserve.com.br

FILHO É QUE NEM EMPRESA: O MUNDO NÃO CRIA PRA GENTE

Vabo Jr publicou, em outubro, um ótimo texto no blog na Endeavor com o sugestivo título “Empresa é que nem filho: a gente cria para o mundo”.

Como faço nas ocasiões em que um determinado texto de outro autor me encanta, estimula ou instiga, eu republiquei o post aqui no blog B2B Tech e prometi abordar, em outro momento, o ponto sobre o qual nossas visões sobre este tema são ligeiramente diferentes, e o faço abaixo:

Conceber e criar uma empresa requer propósito, planejamento e muita disposição, da mesma forma que mantê-la saudável e estimular seu desenvolvimento são desafios permanentes, que acabam por ocupar parcela importante da vida do empreendedor.

Analogamente, ao conceber e gerar um filho, passamos a planejar mais a nossa própria vida, a nos mover baseados em um novo propósito, pois criar um filho demanda disponibilidade e dedicação, e acompanhar seu crescimento, sua formação e evolução pessoal é um desafio constante, diário e acaba por transformar-se em parte importante do cotidiano dos pais, que passam a buscar o exercício do equilíbrio em sua vida pessoal/profissional, tentando conciliar tudo e todos.

Nenhum prato pode cair no chão ! O equilíbrio na vida profissional e pessoal é o exercício mais complexo de todos

O mais incrível aqui é que tanto a sua empresa quanto o seu filho serão tratados com todo o cuidado, carinho e atenção, e mesmo contando com a colaboração de um time de pessoas envolvidas (avós, tios e amigos de um lado, e colaboradores, clientes e fornecedores de outro), a verdade óbvia é que a responsabilidade é toda sua, e dos seus sócios na empreitada, mas esteja certo que o mundo não vai ajudá-lo a formar o seu filho, tampouco a gerir a sua empresa.

Ao criar uma empresa para o mundo, desenvolvê-la, ajudar a fazê-la crescer e, alguns anos depois, desligar-se dela vendendo sua participação societária, o fato é que ela deixará de ser sua, independentemente das suas marcas pessoais deixadas na história e na cultura da empresa, ou mesmo da importância dela na sua trajetória profissional. Ambos perecerão com o tempo, seu sobrenome corporativo mudará para outro ou simplesmente deixará de existir e você será, apenas por algum tempo, um mero registro na história daquela empresa que ajudou a fundar, e isto é natural, faz parte do jogo, é pra isso que ela foi criada: para o mundo.

Leia também: As 10 mais das pessoas empreendedoras

Por outro lado, ao criar um filho para o mundo, formá-lo, ajudar a educá-lo e acompanhar seu crescimento, você terá entregue o melhor de si, dedicado muito mais empenho e comprometimento do que a qualquer outro projeto da sua vida, exatamente para vê-lo formar-se como um ser humano pleno, e então você poderá testemunhar suas conquistas pessoais e profissionais, registrá-las para os netos e para a “posteridade”, exibi-las para os amigos e para a sociedade e orgulhar-se do seu melhor produto, da sua criação máxima, da sua obra-prima pessoal.

E é justamente aqui que reside a diferença definitiva, pois mesmo criando-o para o mundo, ele terá sempre o seu DNA, manterá o seu sobrenome, carregará alguns de seus atributos e defeitos por toda a vida, enfim sempre será seu filho.

Vabo Júnior e eu concordamos que, tal e qual uma empresa, um filho deve ser criado para o mundo, o que significa que estará sujeito a erros e acertos, tropeços e recomeços…, mas se você planeja educar um filho, prepará-lo para querer e buscar ser melhor do que você, alguém que além de capacitar-se tenha o genuíno propósito de mudar o mundo, então você terá que fazê-lo pessoalmente, pois o mundo jamais o fará por você.

E somente assim, tornando-se pai, você perceberá que deixou de ser um ponto, para transformar-se em uma linha no tempo-espaço.

.

Obs. 1: Para conhecer mais sobre Empreendedorismo, consulte a Endeavor.
Obs. 2: Alles Gute zum Geburtstag !