FILHO É QUE NEM EMPRESA: O MUNDO NÃO CRIA PRA GENTE

Vabo Jr publicou, em outubro, um ótimo texto no blog na Endeavor com o sugestivo título “Empresa é que nem filho: a gente cria para o mundo”.

Como faço nas ocasiões em que um determinado texto de outro autor me encanta, estimula ou instiga, eu republiquei o post aqui no blog B2B Tech e prometi abordar, em outro momento, o ponto sobre o qual nossas visões sobre este tema são ligeiramente diferentes, e o faço abaixo:

Conceber e criar uma empresa requer propósito, planejamento e muita disposição, da mesma forma que mantê-la saudável e estimular seu desenvolvimento são desafios permanentes, que acabam por ocupar parcela importante da vida do empreendedor.

Analogamente, ao conceber e gerar um filho, passamos a planejar mais a nossa própria vida, a nos mover baseados em um novo propósito, pois criar um filho demanda disponibilidade e dedicação, e acompanhar seu crescimento, sua formação e evolução pessoal é um desafio constante, diário e acaba por transformar-se em parte importante do cotidiano dos pais, que passam a buscar o exercício do equilíbrio em sua vida pessoal/profissional, tentando conciliar tudo e todos.

Nenhum prato pode cair no chão ! O equilíbrio na vida profissional e pessoal é o exercício mais complexo de todos

O mais incrível aqui é que tanto a sua empresa quanto o seu filho serão tratados com todo o cuidado, carinho e atenção, e mesmo contando com a colaboração de um time de pessoas envolvidas (avós, tios e amigos de um lado, e colaboradores, clientes e fornecedores de outro), a verdade óbvia é que a responsabilidade é toda sua, e dos seus sócios na empreitada, mas esteja certo que o mundo não vai ajudá-lo a formar o seu filho, tampouco a gerir a sua empresa.

Ao criar uma empresa para o mundo, desenvolvê-la, ajudar a fazê-la crescer e, alguns anos depois, desligar-se dela vendendo sua participação societária, o fato é que ela deixará de ser sua, independentemente das suas marcas pessoais deixadas na história e na cultura da empresa, ou mesmo da importância dela na sua trajetória profissional. Ambos perecerão com o tempo, seu sobrenome corporativo mudará para outro ou simplesmente deixará de existir e você será, apenas por algum tempo, um mero registro na história daquela empresa que ajudou a fundar, e isto é natural, faz parte do jogo, é pra isso que ela foi criada: para o mundo.

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Por outro lado, ao criar um filho para o mundo, formá-lo, ajudar a educá-lo e acompanhar seu crescimento, você terá entregue o melhor de si, dedicado muito mais empenho e comprometimento do que a qualquer outro projeto da sua vida, exatamente para vê-lo formar-se como um ser humano pleno, e então você poderá testemunhar suas conquistas pessoais e profissionais, registrá-las para os netos e para a “posteridade”, exibi-las para os amigos e para a sociedade e orgulhar-se do seu melhor produto, da sua criação máxima, da sua obra-prima pessoal.

E é justamente aqui que reside a diferença definitiva, pois mesmo criando-o para o mundo, ele terá sempre o seu DNA, manterá o seu sobrenome, carregará alguns de seus atributos e defeitos por toda a vida, enfim sempre será seu filho.

Vabo Júnior e eu concordamos que, tal e qual uma empresa, um filho deve ser criado para o mundo, o que significa que estará sujeito a erros e acertos, tropeços e recomeços…, mas se você planeja educar um filho, prepará-lo para querer e buscar ser melhor do que você, alguém que além de capacitar-se tenha o genuíno propósito de mudar o mundo, então você terá que fazê-lo pessoalmente, pois o mundo jamais o fará por você.

E somente assim, tornando-se pai, você perceberá que deixou de ser um ponto, para transformar-se em uma linha no tempo-espaço.

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Obs. 1: Para conhecer mais sobre Empreendedorismo, consulte a Endeavor.
Obs. 2: Alles Gute zum Geburtstag !