A LUTA DE EDMAR…

Não dá para passar despercebido o trecho do post do Artur “Cadê o agente de viagens que estava aqui?” em que ele aponta a união entre as agências de viagens e entre as Abavs, como a única solução para a sobrevivência da nossa atividade e afirma, com todas as letras, que “não dá para a Abav contar apenas com as Abavs para que a feira funcione. E mesmo as Abavs não tinham (e ainda não têm, é uma luta de Edmar Bull) uma unidade e uma só língua e estratégia. Enfim… a união é a única solução.”

Ao reconhecer a luta de Edmar Bull, Artur refere-se a um dos 8 projetos iniciais da atual gestão (hoje já são mais de 30 ações em andamento das 50 planejadas até 2017), que é o projeto SOMOS UMA ABAV, seguramente o mais estratégico e que inspira o sucesso de todos os demais.

Batizado com uma expressão que, ao mesmo tempo que admite o que Artur afirma (“…as Abavs não tinham uma unidade e uma só língua e estratégia”), o projeto SOMOS UMA ABAV está sendo desenvolvido a partir de 3 ações iniciais:

1) Reuniões trimestrais com os presidentes das Abavs estaduais, buscando o alinhamento e a gestão participativa.

2) Unificação e padronização de marcas, emails, domínios internet, incluindo hospedagem e infraestrutura, recadastramento das agências de viagens associadas, alinhamento da comunicação associativa, unificação do posicionamento junto à esfera política federal etc.

3) Revisão do estatuto visando o fortalecimento da ABAV como instituição única com representações estaduais.

As ações 1) e 2) estão em pleno andamento e visam emprestar à gestão da entidade um modelo de governança baseado na busca por resultados, engajando as Abavs estaduais, de forma unificada, nas ações estratégicas de interesse do associado ABAV de qualquer lugar do país.

A ação 3), por si só, já é uma constatação de que o estatuto precisa ser atualizado aos novos tempos, priorizando a visão de longo prazo para a perpetuidade do negócio agência de viagens, única forma de unir tantos empresários em torno do principal objetivo comum nesses tempos de mudanças: a sobrevivência e o crescimento.

A luta de Edmar está só começando, mas já recebe tantas adesões que pode ser chamada de a luta do agente de viagens, o qual vem demandando, ao longo dos últimos anos, a modernização da ABAV.

Modernizar a ABAV passa pela modernização da atividade agenciamento de viagens, seus processos, sua relação com clientes, fornecedores e parceiros, entre outros desafios como o de atualizar o “mindset” do empresário agente de viagens.

Uma missão desta envergadura atesta e reconfirma o que Artur escreveu sobre a ABAV: “a união é a única solução”.

O momento de mudança é agora, o associado deseja isso e a oportunidade não poderia ser melhor.

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RETROSPECTIVA 2016: TECNOLOGIA

O ano voa, mal começou e parece que já vai acabar…

Ano de crise ética, política e econômica, de impeachment, de renascimento da esperança, de Jogos Olímpicos, de início de retomada da economia (será?), de reconstrução da nação…

A evolução tecnológica acelera o ritmo de inovações, buscando atender demanda do consumidor e o mercado de viagens e turismo vai junto, embalado por uma tsunami de novidades, de tecnologias disruptivas, que oferecem novas formas de fazer a partir de comportamentos diferentes.

Pensando nesse tema, li o excelente artigo do Luis Carlos Vargas, da Travelport, publicado Portal Panrotas em 19/04, que me estimulou a reler o também ótimo artigo do Alexandre Cordeiro, do Sabre, no Portal Panrotas de 16/03, ambos sobre a revolução que a tecnologia está provocando no mercado de viagens e turismo (recomendo a leitura de ambos).

Inspirado por esses dois artigos, iniciei a construção deste post, mas lembrei-me de entrevista que concedi no final do ano passado, sobre as tendências e novidades do mercado de viagens e turismo para este ano de 2016.

O resumo das respostas desta entrevista são as tendências tecnológicas em que acreditamos e apostamos em nosso planejamento estratégico para este ano de 2016:

1. As empresas buscarão, mais do que nunca, novos meios para cortar custos, otimizar processos, reduzir despesas, fazer mais com menos e, seguramente, a tecnologia de gestão de despesas (expense management) é o caminho natural.

2. As agências de viagens focarão em capacitar-se para novas ferramentas tecnológicas para o atendimento e encantamento do cliente, seja para operação ou agenciamento de viagens, de turismo ou corporativas.

3. A diversificação será a tônica para um mercado sem barreiras, em que todos podem tudo, agenciar, operar, intermediar, consolidar, distribuir e representar, diretamente para o cliente final ou através do agente de viagens ou através de grupos associados com o mesmo propósito.

4. O NDC (New Distribution Capability), novo padrão tecnológico desenvolvido pelo IATA para distribuição de reservas e bilhetes aéreos, deixará de ser uma promessa e começará a mostrar suas vantagens, integrado aos sistemas que focam em inovação (no início) e a todos os demais (em seguida).

5. Não bastará a uma agência de viagens corporativas ser uma TMC puramente, devido à crescente demanda por novos e variados serviços, como gestão de despesas, gestão de eventos e gestão de frotas, entre outros serviços e produtos agregados a viagens corporativas.

6. Da mesma forma, não bastará a uma agência de viagens de turismo e lazer ou a uma operadora de turismo, ser intermediário de serviços prestados por cias. aéreas e hotéis, entre outros, já que estes investem cada vez mais na comercialização direta com o consumidor.

7. A similaridade entre todos esses cenários são os investimentos em tecnologia, não mais opcionais, mas mandatórios, seja num sistema backoffice mais eficiente, num motor de reservas para entrar no mercado de OTAs, num sistema de gestão de viagens corporativas (self-booking tool) para disputar o mercado de viagens corporativas, num sistema de gestão de eventos ou de frotas, ou mesmo numa plataforma de gestão de despesas para diversificar e abrir o leque de ofertas para a mesma carteira de clientes corporativos.

O que não dá mais é para ficar parado lamentando a velocidade do bonde sem ao menos tentar entrar nele, afinal poucas coisas são tão democráticas quanto as novas tecnologias.

Quanto mais se usa em casa, mais se aprende a usar no trabalho.

E o agente de viagens já descobriu isso.

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A QUEDA DO POSTE

“Serei carta fora do baralho”.

Com este vaticínio, Dilma finalmente acertou…

Tal e qual um profeta, ela conseguiu antecipar seu próprio futuro, habilidade que nunca demonstrou ter durante os 64 meses que esteve à frente dos destinos da nação.

Alguém me perguntou o motivo do Temer também não ter sido impedido e, após as explicações regimentais, afirmei que o “impeachment” não é propriamente um julgamento, mas um processo eminentemente político.

A motivação pode ser corrupção, crime de responsabilidade ou outra, mas o que realmente leva o “impeachment” a superar o passo-a-passo burocrático dos discursos, embates e votações (nas Comissões, na Câmara, no Senado etc) é mesmo a pura vontade política oriunda do clamor das ruas.

Somente crime de responsabilidade (ou corrupção) não é suficiente. Somente vontade política também não é suficiente. A vontade das ruas isoladamente também não resolve a parada.

Dilma será impedida por ter conseguido a proeza de unir esses 3 ingredientes numa panela só (não, o panelaço não vem dessa analogia), associado a um quarto ingrediente, um baita tempero, que apimentou o caminho para o processo: a sua conhecida incompetência serial.

– Incompetência de origem: aceitou Lula compará-la a um poste e permaneceu comportando-se como um.

– Incompetência no discurso: quando leu, errou a leitura, quando improvisou, falou absurdos, quando não sabia, gaguejava, quando achava que sabia, chocava com seu pensamento caótico.

Poucos presidentes brasileiros deixaram um legado de tantas frases e pensamentos para a história...
Poucos presidentes brasileiros deixaram um legado de tantas frases e pensamentos para a história…

– Incompetência política: errou nomes de ministros, ignorou deputados e senadores, desrespeitou partidos inteiros, esqueceu de combinar com os aliados, maltratou os não-aliados.

– Incompetência estratégica: absorveu o papel de presidente submissa a um ex-presidente que tinha projeto de retornar ao poder.

– Incompetência de gestão: conseguiu destruir, em um mandato, tudo o que Lula colheu de resultados do que foi plantado desde o Plano Real de Itamar Franco.

A política brasileira é engraçada, é mesmo o retrato de nosso povo e, por isso, Dilma ainda posará de vítima, de coitada, de perseguida.

Como brasileiro prioriza o mais fraco (torcemos para o lutador que está perdendo), valoriza a pobreza (achamos que ser rico é sinônimo de ser ladrão), acalenta o perdedor (choramos com as quedas que nos tiram a medalha de ouro), é bem possível que Dilma ainda venha posar de vítima, de coitadinha, de injustiçada.

Dilma abatida atinge Lula mas não o anula
Dilma abatida atinge Lula mas não o anula

E será muito importante a manutenção de toda a mobilização popular, pois o poste de Lula estraçalhou o futuro de uma geração inteira, mas haverá ainda quem vote no sujeito em 2018.

Quem viver verá…

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