NÃO FOI DESTA VEZ, MAS A LUTA CONTINUA…

Lamentavelmente, ainda não foi desta vez que o Projeto de Lei 2724/2015, previsto para ser pautado dia 12 de junho, na Câmara dos Deputados, não foi apreciado naquela data.

O PL 2724/2015 aborda alterações na Lei Geral Do Turismo, a transformação da Embratur em agência reguladora e a abertura de capital das cias. aéreas.

Mas nada de esmorecer, a luta continua e agora temos mais tempo de enviar mensagens ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, conforme explico no texto abaixo.

A oportunidade é única, a hora é agora !

Leia o texto abaixo e participe você também !!

Desde que atuo voluntariamente em associações de agente de viagens, como a ABRACORP e a ABAV, escuto que os agentes de viagens formam um grupo grande e forte mas, por atuarem muito individualmente, cada empresário seguindo o seu próprio instinto comercial, acabam por diluir o poder que têm e, assim, desperdiçam o benefício da força do grupo perante fornecedores, governo e até consumidores.

Na verdade, eu questiono um pouco este raciocínio, acho que é verdade em parte, mas o principal motivo advém de um gap de comunicação de suas lideranças, nas quais me incluo, com suas bases, as agências de viagens, os associados enfim, que são os representados da ABAV e para quem todos nós trabalhamos voluntariamente, mas que podem e devem demonstrar sua força ao agirem coletivamente.

Este é um dos momentos em que esta força precisa atuar, mais precisamente hoje, 11 de junho de 2018 !

O motivo é que amanhã, 12 de junho de 2018, está pautada para votação, alguns dos assuntos do mais alto interesse da atividade de agenciamento de viagens e do turismo de uma forma geral, na Câmara dos Deputados, reunidos no Projeto de Lei 2724/2015, que trata de:
– Lei Geral do Turismo
– Abertura de capital das cias. aéreas
– Transformação da Embratur em agência

Ou seja, há muito tempo assuntos tão relevantes para os agentes de viagens, e para todos que atuam no mercado de viagens e turismo, não entram de forma conjunta na pauta dos deputados e é aqui que todos podemos, isoladamente, colaborar pelo benefício de todos.

Basta enviar um email para dep.rodrigomaia@camara.leg.br afirmando seu apoio ao Projeto de Lei 2724/2015.

Para facilitar e unificar nosso discurso, sugiro o texto abaixo:

Prezado Presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia,

Sou agente de viagens de [nome da sua cidade], venho manifestar meu apoio à aprovação do PL 2724/2015 e solicitar seu especial empenho ao pautá-lo para o dia 12 de junho de 2018.

Atenciosamente,

Importante ressaltar que quem nos deu este alerta e solicitou nosso apoio foi o Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, deputado Herculano Passos que nos enviou a mensagem abaixo:

Presidente da Frente Parlamenra Mista em Defesa do Turismo estimulando o trade turísitico a apoiar o PL 2724/2015

SOMOS TODOS PROTAGONISTAS DA MESMA NOVELA

Quando citei o termo “teia” no lugar do conhecido “cadeia” de distribuição, durante o primeiro Forum Abracorp, realizado dentro da ABAV Expo 2017, referia-me exatamente ao atual ecossistema de negócios de viagens e turismo, no Brasil e no mundo.

Não há mais uma ligação linear entre os players da indústria, quando o cliente corporativo acionava uma agência que contratava um broker de hotelaria (por exemplo) que contratava um hotel, que prestava o serviço de hospedagem para o cliente corporativo, e o processo todo evoluia sem conflitos, sem zona cinzenta, com cada um cuidando do seu pedaço…

As relações entre os diversos atores do ecossistema da distribuição de serviços de viagens se assemelha a uma teia tridimensional

Hoje não existem mais donos do pedaço, e todo mundo pode fazer (ou querer fazer, ou julgar que sabe fazer) um ou mais papéis desta verdadeira teia da distribuição, onde hoteleiros vendem via agência ou via broker ou direto ao cliente, brokers vendem milhares de hotéis concorrentes entre si, via agência ou direto ao cliente, agências vendem direto ao cliente ou operam pacotes de hospedagem (como se operadoras fossem), e clientes compram via agência ou via broker ou diretamente no hotel, acreditando que podem fazem melhor sozinhos.

Não há limites (e é bom que não haja), todos os integrantes desta imensa teia são importantes para o seu funcionamento, não há preponderância de um sobre qualquer outro, pois da mesma forma que o cliente é fundamental, os prestadores de serviço também o são, afinal como seriam as viagens corporativas sem as agências de gestão de viagens? Ou sem os OBTs e GDSs? Ou ainda sem as cias. aéreas, hotéis, meios de pagamento, entre muitos outros??

Os esforços concorrenciais dos diversos players da nossa indústria acabam por provocar sua evolução natural

Para esta teia funcionar, cada um exerce seu papel na exata medida de sua relevância para o conjunto da distribuição dos serviços de viagens, compondo uma teia ampla, abrangente, às vezes caótica, mas que, independentemente do cenário econômico e dos diferentes atores, caminha sempre pra frente, evolui, recebe novos entrantes, inova, realiza e produz.

E somente isso já é forte motivo para se comemorar.

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A VIA CRUCIS DA HOTELARIA…

Olhando para a enorme quantidade de novos hotéis na Barra da Tijuca, legado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, imaginei como um mega-evento como este tem a capacidade de ludibriar até os economistas mais pessimistas (e olha que todos são).

Há apenas 1 ano era virtualmente impossível alugar um imóvel por temporada ou conseguir um quarto de hotel, pousada, hostel, air-bnb ou o que fosse, no Rio de Janeiro, e as diárias exorbitavam, não havia referência alguma para a precificação, cobrava-se o que queria e, no final, encontrava-se cliente.

Estava claro que uma bolha estava sendo inflada.

Por conta de um evento que dura pouco mais de 2 semanas, esta bolha havia engolido a construção civil alguns anos antes, empolgada com as perspectivas geradas por um potencial fluxo de turistas, de investimentos, de novos empreendimentos, de capital estrangeiro, de boa-venturança prometida por um governo claudicante que simulava ser forte.

Como se estivéssemos vivendo uma economia paralela, enquanto o país ruía, a hotelaria arrecadava o que queria, afinal os Jogos pareciam justificavar toda a euforia, as reservas de um ano gordo pagariam os investimentos feitos e, mesmo que o movimento viesse a cair (algo esperado no pós-Jogos e considerado nos “business plans” de todos os investidores), pelo menos aquele “real estate” estaria pago.

Conversando com Solange sobre isso, a maior dúvida que nos veio à cabeça foi “como redes hoteleiras internacionais, com capilaridade global, investidores experimentados em centenas de países, com todo tipo de economia e de sistemas políticos, puderam cair nessa esparrela de que o governo brasileiro conseguiria estimular o fluxo turístico e aa viagens corporativas ao ponto de garantir o ROI de tantos empreendimentos?”

Onde estavam as planilhas de cálculo, os estudos de viabilidade, as projeções econômicas, as avaliações de cenários, as análises de risco, os planos de negócio e toda a teoria econômica que costuma embasar decisões que direcionam fluxo de bilhões de dolares de um país para outro?

Reafirmando a fama de malandro, do esperto que se dá bem em cima do gringo, como um Eike Batista estatal, o governo brasileiro conseguiu atrair capital de risco baseado simplesmente em powerpoint, promessas e gogó…

O resultado são mega-hotéis amargando menos de 10% de ocupação, empreendimentos de médio porte lutando pra sobreviver, pequenos estabelecimentos fechando as portas, além de imóveis comerciais e residenciais pela metade do preço, sem encontrar comprador, ou locações de salas comerciais por preço inferior ao valor do condomínio ou, em alguns casos, alugados sem valor de aluguel, apenas para liberar o locador do condomínio e taxas.

Com retorno negativo do investimento em ativos fixos, os proprietários e investidores tentam vender o negócio, buscam uma saída, querem passar o mico preto, mas acabam esbarrando em quem está com o mesmo problema, em quem também optou por realizar o prejuízo, mas nem isso estão conseguindo.

A super-oferta da hotelaria brasileira foi agravada pelas crises política, econômica e ética, gerando um cenário terrível

Em estado de quase penúria, os negócios imobiliários no Rio de Janeiro (com raras exceções, em todo o Brasil) parecem ter saído de uma estrada ensolarada à beira do mar e entrado repentinamente num longo túnel, onde nossas pupilas demoram a se acostumar com a escuridão, começamos a tatear sabendo que existe uma saída, mas ninguém consegue encontrar.

Acho que já vi este filme antes…

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