O PROGRAMADOR É ARTISTA OU TÉCNICO?

Taí um tema que encontra múltiplas e variadas versões, opiniões e experiências, em especial se confrontarmos escolas de gestão distintas.

Não há uma verdade única, mas há interessantes argumentos por (A) quem defende a codificação como uma atividade criativa análoga à arte, como pintar um quadro ou esculpir uma escultura, e (B) os que defendem que a produção de software, enquanto business, mais se assemelha à construção de um produto, como uma linha de montagem de um automóvel, por exemplo.

Segundo os defensores do conceito A, enquanto artistas, os desenvolvedores não devem ser pressionados com relação ao cumprimento de uma jornada fixa de trabalho, da mesma forma que a definição de prazo para conclusão de um projeto acaba por atrapalhar seu processo criativo.

Programadores seriam como artistas que esculpem uma obra de arte a partir do nada
Programadores seriam como artistas que esculpem uma obra de arte a partir do nada

Para os que percebem o software como um produto (segundo o conceito B), cuja construção aproxima-o mais das ciências exatas do que das artes, a etapa de alta criatividade está mais no projeto que antecede a montagem, e a codificação em si deve ser realizada por times com conhecimento das melhores técnicas, com método, processo e disciplina.

Profissional criativo é desejável em qualquer atividade, mas não é mandatório que todo programador seja criativo, desde que ele domine as técnicas mais atualizadas de programação para o projeto que esteja desenvolvendo.

Ou como diria o Sidney Lima Filho, especialista no tema:

– “Programar é igual a pintar, nem todo pintor é criativo, mas existem grandes obras de arte que são pinturas. Antes de me pedir para não ter horário, mostre-me o seu quadro. Criatividade é a habilidade de criar sistematicamente. Se você só cria de vez em quando, então você não é criativo, apenas teve algum rompante de criatividade. Programar é uma atividade criativa, portanto a qualidade da sua solução também reflete sua capacidade criativa.”

Ainda na ótica de quem acredita no conceito B, a criatividade na codificação se aproximaria das soluções que um engenheiro criativo aplica à linha de montagem, buscando melhor resultado do que aquele previsto no projeto original.

Neste caso, o conceito de times coesos, trabalhando juntos, no mesmo local e no mesmo horário, fazem muita diferença na produtividade, na eficácia e, por conseguinte, nos resultados alcançados na produção de software, em especial em projetos de grande porte.

Um trabalho que depende de uma equipe e no qual há uma interdependência de etapas, de compartilhamento de conhecimento e troca de experiências, seguramente terá melhores produtividade, eficácia e resultado, se toda a equipe trabalhar junta.

Programadores atuando como um time, trabalhando juntos no mesmo local e no mesmo horário, produzem software com maior produtividade, eficácia e resultados
Programadores atuando como um time, trabalhando juntos no mesmo local e no mesmo horário, produzem software com maior produtividade, eficácia e resultados

Ou seja, um time que desenvolve software de forma compartimentada, em que cada desenvolvedor é responsável por determinada funcionalidade ou trecho do código, será mais produtivo, eficaz e atingirá melhores resultados se todos atuarem no mesmo local e no mesmo horário.

A disciplina é mesmo um componente fundamental nesse tema e quando me refiro à comunicação presencial, destaco standup meetings diários, espírito de equipe, motivação pela criação compartilhada com amigos e colegas e reuniões de projeto, que é o que fazem o que chamo “team commitment”.

Entre produtividade ou eficácia definitivamente fique com os dois, mas atente que é um grupo de profissionais atuando juntos que impactará diretamente a conquista de resultados.

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POR QUE SERÁ?

E lá vou eu na minha sina, não bastasse termos assumido o gigantesco desafio da Diretoria de Tecnologia e Integração da ABAV, e resolvemos começar a implantação de Grupos de Trabalho da ABAV justamente pelo tema Tecnologia, conforme o Portal Panrotas publicou.

Por que será?

Conforme afirma o Edmar no post Tecnologia, sem mitos e preconceitos do Blog Espaço ABAV, “não foi difícil identificar por qual segmento deveríamos começar, na missão de organizar grupos de trabalho em busca de soluções para os problemas do dia-a-dia do agente de viagens.”

Por que será?

A tecnologia já é o segundo item mais importante e de maior valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens, de qualquer porte, de qualquer segmento, de qualquer lugar do mundo.

Por que será?

Este fato (já deixou de ser tendência) acaba de ser confirmado pela Sita, cuja apresentação no Air Transport IT Summit 2016, em Barcelona, transformou em dados estatísticos a realidade que todos nós, viajantes e profissionais da indústria de viagens e turismo, já vivenciamos há alguns anos.

Por isso, a ABAV destacou a Tecnologia como seu primeiro Grupo de Trabalho, considerando que o ICCABAV já trata o item número um em importância e valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens: as pessoas.

Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil
Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil

Não conseguimos reunir todos (não há espaço para tantos), mas seguramente agrupamos a nata da tecnologia em viagens no Brasil (e ainda temos 3 vagas), com ótimas cabeças que nos ajudarão a buscar soluções, interpretar tendências e antecipar caminhos para o mercado de distribuição de viagens e turismo no Brasil.

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QUAL O “TRUQUE” DA SUA EMPRESA?

Segundo Steve Ballmer, ex-CEO e atual maior acionista da Microsoft, a maior parte das empresas tem apenas uma criação e se esta criação for brilhante, isto é suficiente para torná-la bem sucedida.

“Muitas empresas são o que chamamos de ‘mágico de um truque só’. Se você tem essa postura no mercado, você será bem-sucedido, pois fez algo de forma brilhante, criou uma coisa e acertou”, declarou ele durante palestra na Oxford University, Inglaterra.

Ballmer citou a Coca-Cola como caso clássico de criação de um produto revolucionário que sustenta a empresa até hoje, além de Apple e Microsoft como grandes companhias que se sustentam até hoje baseadas em um ou, no máximo, 2 “truques” (ou criações).

Segundo Steve Ballmer, a Microsoft opera até hoje baseada em dois "truques" criados por Bill Gates: o PC e a tecnologia corporativa
Segundo Steve Ballmer, a Microsoft sobrevive baseada em dois “truques” criados por Bill Gates: o PC e a tecnologia corporativa

No Brasil, quando uma empresa é criada a partir de um determinado produto ou serviço e, ao longo do tempo, se vê na situação de diversificar para crescer, a criação original é batizada de “vaca leiteira” ou de “galinha dos ovos de ouro”, dependendo da situação.

Ou seja, toda empresa pode e deve diversificar produtos e serviços, desde que evite por em risco a operação que suporta financeiramente a empresa, sob pena de lhe faltar o sustento para a sobrevivência.

Faça um exercício e imagine quais são os “truques” de grandes empresas que estão no nosso dia-a-dia: Friboi, Nestlé ou Samsung, por exemplo.

Ou ainda, identifique qual a criação original de grandes empresas do mercado de viagens e turismo brasileiro: Gol, CVC ou Blue Tree Hotels, por exemplo.

Melhor, reflita e responda: qual é mesmo o “truque” da sua empresa?

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