ESCOLHA DE SOFIA: VENDER VIAGENS OU ATENDER O CLIENTE?

Henry Ford é autor, entre outras, da famosa frase que inspira empreendedores até hoje, 120 anos depois: “Se eu tivesse perguntado aos consumidores o que eles queriam, teriam dito um cavalo mais rápido.”

Esta frase foi reeditada por outro especialista em marketing e criador de produtos inovadores focados na real necessidade do consumidor: ”As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas” (Steve Jobs)

A partir desta premissa, insistimos todos em oferecer o que nós, agentes de viagens, acreditamos que as empresas precisam: viagens corporativas.

A pandemia do coronavírus nos mostrou que, se fôssemos seguir o que os clientes querem agora, estaríamos investindo em:

Treinamento à distância

Devido ao distanciamento social, o EAD virou febre. A febre vai passar, mas seus efeitos vieram para ficar.

Eventos remotos

O olho no olho via Zoom (e outras plataformas) não é a mesma coisa, mas funciona, seja para uma reunião ou para mega-eventos. Parece ser outra tendência que já virou realidade.

Teletrabalho

Empresas que não admitiam sua adoção, agora o defendem com fortes argumentos: redução de gastos com escritório, alimentação, transporte, ações motivacionais presenciais etc. Quem tinha dificuldade em avaliar o desempenho de cada colaborador a partir de métricas subjetivas, passou a fazê-lo baseado no único indicador que restou: a entrega de resultados.

Gestão de despesas

Com a pandemia, o mundo inteiro freou a lógica econômica, vigente desde a segunda guerra mundial, que preconizava investimentos permanentes no crescimento dos negócios como única solução para sua perpetuidade, estimulando gastos crescentes como estratégia para seguir adiante. Esta lógica foi posta em cheque e, agora e daqui pra diante, controlar todas as despesas passou a ser tão importante quanto foi reduzi-las durante a pandemia. 

Após analisar esses fatos, vejo que os agentes de viagens corporativas estão diante do desafio de escolher entre:

1) Seguir oferecendo o que sabem fazer, mas o cliente não quer e não pode comprar neste momento: viagens corporativas

ou

2) Direcionar seu time para oferecer o que as empresas precisam e mais querem neste momento: controle e redução de todas as despesas corporativas.

Como iniciei, concluirei este texto com outra frase famosa de Henry Ford, que também merece a nossa reflexão sobre qual caminho devemos seguir:

“Não nos tornamos ricos graças ao que ganhamos, mas com o que não gastamos”.

E é justamente nisso que todas as empresas do mundo estão dispostas a investir, agora e sempre: gastar menos e gastar melhor.

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LET’S STARTUP: O QUE NOS MOVE A (RE)COMEÇAR?

Já faz algum tempo que uma ideia veio surgindo, devagar no início, insistente depois, durante minhas conversas com a Solange sobre futuro (uma de nossas obsessões) e volta e meia me pegava planejando um próximo passo, mesmo antes de qualquer decisão ter sido tomada sobre isso.

De certa forma inspirados por Vabo Junior, empreendedor e professor de empreendedorismo da PUC-Rio e, mais recentemente, do Insper em São Paulo, decidimos levar adiante um novo sonho: devolver ao mercado e à sociedade um pouco da nossa própria experiência de empreendedores, adquirida ao longo dos últimos 23 anos, uma breve história construída com 20% de teoria e 80% de esforço, criatividade e obstinação.

Com o aprendizado do próprio Reserve ter sido uma startup, que nasceu e foi acelerada pela nossa TMC, a Solid Corporate Travel, nos idos de 2004, foi natural a criação de um programa de aceleração de startups, anglicismo que resume a descrição de “novas empresas criadas a partir de uma ideia, trabalhando em condições de extrema incerteza, em busca de um modelo de negócios repetível e escalável, com muito foco e absoluta obstinação por resultados”, essas que são características comuns a todo novo empreendimento para que seja bem sucedido.

Para iniciar nossa trajetória para este novo sonho, definimos então alguns requisitos para as startups que acreditamos que podemos contribuir, requisitos estes originados nos principais objetivos relacionados ao nosso propósito inicial, aquilo que nos moveu a partir para este novo sonho a esta altura de nossas vidas, que são:

1 – Estimular novos empreendedores

2 – Desenvolver tecnologias emergentes

3 – Resolver um problema do mercado

4 – Criar valor para a sociedade

Baseados nestes 4 macro-objetivos, os requisitos são a base do programa e descrevem as condições de participação de novas startups, sendo por isso apresentados para os empreendedores que manifestam o interesse em ingressar no programa.

O pontapé inicial do Programa Reserve de Aceleração de Startups foi dado neste final de 2018, com a adesão das duas primeiras empresas, a MyView Soluções com Drones e o Ligaí Conexões Inteligentes, ambas integralmente alinhadas com os objetivos do programa e com seus requisitos.

O Ligaí é uma startup que nasceu dentro do Reserve ou seja, é uma outra empresa com outro CNPJ e outro corpo de acionistas, na qual o Reserve participa societariamente com tecnologia, gestão corporativa e mentoria executiva.

O Ligaí resolve problemas relacionados às integrações entre sistemas e mineração de dados aplicando robótica cognitiva e aprendizado de máquina

É o mesmo processo de aceleração de startup que estamos implementando na MyView, sendo que esta é uma empresa que já existe há 3 anos e está no precioso momento de começar a voar alto.

A pesquisa de soluções inteligentes com a aplicação de drones autônomos faz parte do negócio da MyView

Ambas foram idealizadas por jovens empreendedores, demandam tecnologia nos seus projetos dominantes, solucionam alguns problemas do mercado e criam valor para a sociedade.

Na MyView, utilizaremos AI para o desenvolvimento de drones autônomos (sem piloto remoto) e para reconhecimento de imagens complexas em inspeções técnicas, que é o atual core-business da empresa (plataformas offshore, linhas de torres de transmissão, tanques e ambientes confinados etc), substituindo procedimentos menos seguros e caríssimos, como helicópteros e/ou técnicos alpinistas.

No Ligaí, o sistema permite a criação de robôs que vasculham dados, higienizam, transformam, mineram e analisam padrões ocultos que se escondem dos relatórios comuns. Com o volume de informações que as empresas trabalham, o Ligaí, também com o uso de AI, tem a capacidade de separar o joio do trigo, os dados irrelevantes das informações cruciais, filtrar o que é mais importante para a tomada de decisão, tudo com máxima privacidade e segurança.

O Programa Reserve de Aceleração de Startups prioriza empresas que tenham sinergia de cultura, com empreendedores que alinhem valores e atitude empreendedora

Respondendo diretamente à pergunta do título, nosso propósito é estimular startups a resolver problemas reais do dia-a-dia, mas o que nos move mesmo nesta direção é o desejo de deixar um legado, seja de um aprendizado específico, de uma metodologia de gestão, de uma pesquisa científica ou mesmo de um estilo de vida em que trabalhar, produzir, correr riscos e gerar empregos são atividades totalmente compatíveis, ou mesmo condicionantes, para ser feliz.

Feliz Natal e um próspero, desafiador, produtivo e eficaz 2019 !

Em tempo: para contactar o Programa Reserve de Aceleração de Startups, envie email para: watc@reserve.com.br

E AGORA, IATA? O QUE SERÁ DO NDC?

Há 5 anos e meio, em 28 de junho de 2013, postei aqui pela primeira vez sobre o NDC, ou New Distribution Capability, o novo padrão tecnológico, proposto e promovido pelo IATA, para a distribuição de reservas aéreas em todo o mundo, num texto que sequer citava a sigla que agora tornou-se famosa: SOBRE AGÊNCIA, GDS, OTA, CIA. AÉREA E IATA.

De lá para cá, muita coisa mudou, o IATA patrocinou e promoveu de forma obstinada o desenvolvimento deste novo padrão, muitas empresas de tecnologia apostaram no novo modelo, o Brasil foi o primeiro país, ainda em 2015, a homologar oficialmente a emissão do primeiro bilhete aéreo no padrão NDC nas Americas (antes mesmo dos EUA), e toda a indústria de distribuição segue investindo pesadamente na evolução de sistemas baseados no novo padrão.

Atualmente, ouvimos falar do NDC com uma frequência cada vez maior mas, recentemente, um importante movimento de aquisição empresarial lançou uma dúvida sobre o tema:

Com a Farelogix by Sabre e a Navitaire by Amadeus, qual será o futuro do NDC como padrão aberto, democrático e “sem dono”?

Para entender o que está jogo, vale recapitular o resumo desta ópera, em 7 atos:

1) Visando recuperar o controle da estratégia de distribuição dos produtos de suas associadas, as cias. aéreas, o IATA iniciou um ambicioso projeto para estabelecer um novo padrão para o desenvolvimento de sistemas de reservas aéreas.

2) Alguns poucos fornecedores de tecnologia aderiram na primeira hora e se especializaram no novo padrão, o que os levou a conquistar importante espaço junto às cias. aéreas de todo o mundo, para aderirem a seus sistemas de hosting e distribuição de reservas aéreas através de direct connect (conexão direta sem uso de GDS) baseado no novo padrão NDC.

3) As 2 empresas mais proeminentes nesse novo mercado, Farelogix e Navitaire, ambas norteamericanas, cresceram e se desenvolveram graças à oportunidade gerada pelo NDC e, por isso, passaram ambas a serem percebidas como os novos hubs do mercado de distribuição de reservas aéreas.

4) Depois de alguns anos de evolução (das cias. aéreas, do padrão NDC, das plataformas de distribuição, dos OBTs a elas integrados, das TMCs etc) os GDSs perceberam o que um padrão tecnológico único e aberto ao mercado representará para o seu negócio e, imediatamente, reagiram e resolveram “liderar” esta nova corrida do ouro.

5) De uma postura inicial reativa, passaram a participar proativamente, interagir e influenciar as diretrizes do novo NDC, um padrão tecnológico em constante desenvolvimento, através de reuniões, conferências, grupos de trabalho e diversos outros foruns promovidos pelo IATA.

6) Num segundo momento, identificaram os 2 principais players desse novo jogo mundial da distribuição de reservas aéreas, que apesar de ainda incipiente em relação ao volume total de viagens, está em vertiginoso e incontrolável crescimento.

7) Amadeus adquiriu a Navitaire e Sabre adquiriu a Farelogix, duas companhias construídas com o paradigma de superar os padrões fechados (e caros, segundo as cias. aéreas) dos GDSs, utilizando o novo padrão NDC do IATA.

Neste momento, todos os olhos e ouvidos estão voltados para o próximo movimento da IATA, que poderá responder (ou não) o que toda a indústria de distribuição de viagens precisa saber, em especial aqueles que acreditaram e seguiram investindo no NDC, baseados na proposta da IATA de um padrão aberto, democrático e “sem dono”:

Golias venceu David?

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Veja outros posts sobre o NDC aqui no Blog B2BTech:

NOVA CAPACIDADE DE DISTRIBUIÇÃO de 25/02/2014

NOVO ANTIGO DESAFIO (DESDE 2004) de 05/08/2015

PONDO ORDEM NA CASA de 28/03/2016

BAGAGEM EM TEMPOS DE NDC de 12/06/2017