A FORÇA DAS PEQUENAS AGÊNCIAS

Estamos experimentando um momento único na economia brasileira: a ressaca pós-pandemia.

Após amargar 2 anos de negócios represados, muitas empresas sucumbiram, outras saíram menores da estagnação e um grupo de empresas (maior do que se supunha no início da pandemia) fez o dever de casa logo no início de 2020, encarou a realidade, preparou-se em todas as frentes e, em um determinado momento, investiu de onde não tinha para estar pronta para a retomada.

Entre essas empresas estão muitas agências de viagens, que resistiram bravamente a um cenário que combinava, simultaneamente, falta de produtos e falta de clientes, mas um grupo específico de agentes destacou-se.

O fato é que as pequenas agências de viagens continuam sendo, como eram antes da pandemia, o motor da atividade de agenciamento de viagens, as que geram mais empregos, as que mais pagam impostos e as que mais arriscam do seu próprio bolso.

E não há nenhuma novidade nisso.

Em outros segmentos econõmicos, as milhões de pequenas empresas brasileiras exercem o mesmíssimo papel de liderança como empregador, contribuinte e empreendedor.

As micro e pequenas empresas são 99% do total de empresas no Brasil, são responsáveis por mais da metade dos empregos formais (estima-se que empreguem cerca de 2/3 da força de trabalho incluindo os informais), contribuem com quase 30% do PIB nacional e investem mais da metade do montante de capital de risco aplicado em novos negócios em nosso país.

Por isso, carece destacar este fenômeno em nosso mercado de viagens e turismo, pois mesmo sem dados concretos (saudades do Big Data ABAV), as milhares de micro e pequenas agências de viagens seguem sendo o sustentáculo de uma atividade marcada pela resiliência e superação.

O difícil de admitir é que, de uma forma ou de outra, todo o nosso mercado (cias. aéreas, redes hoteleiras, locadoras de carros, operadoras, consolidadoras etc.) depende, no final das contas, da força e da capilaridade da distribuição da pequena agência de viagens brasileira.

Os primeiros sinais de recuperação econômica pós-pandemia não poderiam vir de outro lugar, mas das pequenas agências, um exército guerreiro, resiliente e obstinado, para a felicidade de todos.

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