BREXIT, BRAXIT E OUTRAS XENOFOBIAS

Assim como todo mundo, andei lendo sobre a decisão dividida da Grã-Bretanha, sobre permanecer ou deixar de integrar a União Europeia, e suas consequências para o próprio Reino Unido, para os demais países da Europa e, de certa forma, para o mundo, entre outros motivos, por colocar em xeque o modelo geográfico de alianças entre as nações.

Mas o que mais me intrigou não são os potenciais resultados desta estranha decisão, mas sim quais as reais motivações para metade dos britânicos terem optado pelo caminho solo num mundo cada vez mais globalizado e que, por isso, parece melhor atuar em blocos com mais afinidades do que divergências.

O melhor comentário sobre isto encontrei no texto imperdível de Leandro Ruschel:

Brexit e a maior mentira de todos os tempos

Na contra-mão da visão de Ruschel, este vídeo abaixo é uma aula sobre aquilo que considero ser a real motivação cultural da decisão britânica (embora o vídeo sequer cite este assunto).

Recomendo que você ganhe alguns minutos do seu dia para assisti-lo e fazer a sua própria reflexão.

https://youtu.be/3SI1yFjgnfU

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11 ASSUNTOS QUE NINGUÉM AGUENTA MAIS OUVIR FALAR

O título deste post poderia ser: CANSEI DE DISCURSO REPETITIVO…

Alguns políticos têm a característica de se apegar a um determinado discurso e, por preguiça ou falta de conteúdo, passam sua vida pública repetindo aquele mantra, verdadeira ladainha, como um samba de uma nota só…

É o caso de alguns políticos de cidades do interior que se elegem, ano após ano, por defenderem a construção de uma ponte sobre um rio que divide a cidade ou passam o mandato discursando sobre a seca no sertão.

Poucas coisas são mais irritantes do que o discurso monocórdio de políticos dissociados da realidade
Poucas coisas são mais irritantes do que o discurso monocórdio de políticos dissociados da realidade

Quando a ponte finalmente é construída ou quando passam vários anos sem a seca assolar sua região eleitoral, o discurso esvazia e o político tem dificuldade de encontrar outro tema para justificar sua relevância junto ao eleitorado e, por isso, ele segue com o mesmo velho e surrado discurso, tentando dar uma sobrevida ao tema que domina, apesar de superado.

Percebo situações muito parecidas no dia-a-dia de alguns executivos, atores do mercado de trabalho mutante que vivemos atualmente, profissionais que, diante da velocidade com que os temas, os problemas e as soluções surgem e desaparecem num ritmo vertiginoso, acabam por fixar-se em alguns macro-temas, nos quais tornam-se especialistas, mesmo quando o assunto entra em obsolescência (e isso ocorre cada vez mais rapidamente).

Existe um desalinhamento do mercado de viagens e turismo à realidade do atual cenário econômico brasileiro
Existe um desalinhamento do mercado de viagens e turismo à realidade do atual cenário econômico brasileiro

Não farei juízo de valor aqui, até porque estou longe de considerar-me dono de qualquer verdade (e suspeito que eu mesmo possa ser um desses executivos repetitivos), mas mesmo assim eu convido você a refletir sobre 11 temas de nosso mercado de viagens e turismo e identificar quais têm alguma analogia com os casos dos discursos repetitivos (alguns à exaustão), ou seja, temas que pareciam importantes quando surgiram e que, apesar de não mais gerarem tanto interesse das pessoas, ainda insistem em ser ressuscitados de tempos em tempos:

1) Ameaça das OTAs

2) Fim do comissionamento

3) Fragmentação de conteúdo

4) Fusão de empresas

5) Gamification

6) Geração Y

7) Open booking

8) Oportunidades das redes sociais

9) Relevância dos Apps

10) União das entidades

11) Venda direta

Existem outros temas como estes, que perambulam como mortos-vivos num cenário real de uma economia de sobrevivência, que tornaram-se pouco impactantes, desimportantes, batidos de tão repetitivos, especialmente num momento que as cabeças dos empresários e dos profissionais estão concentradas na perpetuação do negócio e, em momentos de crise, focam sua atenção em: 1) manter receita e 2) reduzir despesas.

Seu tempo é precioso, selecione bem em que dedicar sua atenção, pois a vida é curta, a economia decresce, a tecnologia avança, mas os bons negócios estão cada vez mais raros e não há tempo a perder.

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VAMOS TRABALHAR? TEMOS UM PAÍS PARA RECONSTRUIR

Conversando via WhatsApp com um primo que mora em Brasilia, ambos animados com a nova perspectiva que se desenha para o país, a partir da admissibilidade no Senado do processo de impedimento da presidente da república por crime de responsabilidade, travamos o seguinte diálogo:

– “Quando queremos alguma coisa, devemos fazer a nossa parte. É pela ação de cada um que o coletivo se move”, Wildes afirmou, feliz com o sucesso do movimento popular.

– “Tivemos uma grande vitória, o avanço do PT foi quebrado, mas não podemos nos iludir, ele não está morto, devemos trabalhar para retirar o máximo possível dos seus espaços de poder”, continuou meu primo.

Respondi, indicando a minha preocupação com o enraizamento do petismo em todas as esferas do poder:

– “Isso é que vai dar muito trabalho, por muito tempo. Estado está completamente aparelhado por essa turma despreparada e ineficaz…”

Foi aí então que o assunto evoluiu, a partir da afirmação de Wildes:

– “Sem o poder e sem a complacência da sociedade, este aparelhamento reduzirá bastante. O PT perdeu a bandeira da ética e a sociedade conheceu a face cruel da esquerda, assim na minha opinião resta a parcela ideológica da sociedade que, sem poder, tende a diminuir. Desculpe a minha inocência, mas sou um otimista incorrigível”.

O que respondi é um resumo do que penso sobre a esperada reconstrução de nosso país e, por isso, resolvi postar aqui, para sua leitura, reflexão e comentário:

“Minha preocupação é com esta tendência de nossa sociedade se apoiar em bandeiras da ética.

Já tínhamos visto isso antes num certo caçador de marajás, que também deu em “impeachment”, mas bastaram 14 anos para o brasileiro cair de novo no conto de outro salvador da pátria, com Lula e o PT.

Não basta o mandatário ou os políticos serem éticos e honestos, aliás os políticos somente serão éticos e honestos quando o povo brasileiro for ético e honesto, pois os políticos nada mais são do que uma parcela do povo brasileiro, aliás eles representam exatamente a qualidade (formação, educação, atitudes, crenças, comportamento, etc) média da nossa sociedade, pro bem e pro mal…

Os políticos brasileiros são como a média do povo que representam: pensam, antes de tudo, em si mesmos, defendem seus próprios interesses, priorizam o bem estar individual em detrimento do coletivo
Os políticos brasileiros são como a média do povo que representam: pensam, antes de tudo, em si mesmos, defendem seus próprios interesses, priorizam o particular em detrimento do coletivo

O que precisamos agora é estabelecer um monitoramento permanente, quase policial, da atitude de todos aqueles que vivem do dinheiro público, sejam políticos das esferas federal, estadual ou municipal, de todos os poderes, executivo, legislativo e judiciário, assim como de todos os servidores de órgãos e empresas públicas, além das ONGs, parcerias público-privadas e de todos os criativos mecanismos criados para sugar os cofres públicos.

Os altos impostos brasileiros alimentam uma oligarquia formada pela classe política e servidores públicos
Os altos impostos brasileiros alimentam uma oligarquia formada pela classe política e servidores públicos

Uma vez feito isso (e já começamos a fazer), é urgente fazer reformas profundas, as conhecidas reformas que todos falam mas ninguém encara:
– Reforma política
– Reforma tributária
– Reforma trabalhista
– Reforma previdenciária

Com a maior longevidade da população, o novo governo deverá rever a idade mínima para aposentadoria, para desligar a "bomba relógio" da previdência social
Com a maior longevidade da população, o novo governo deverá rever a idade mínima para aposentadoria, para desligar a “bomba relógio” da previdência social

Em seguida (pois essas 4 reformas acima são prioritárias e impactam todas as demais políticas), devem ser priorizados apenas 2 itens que, sozinhos, têm o poder de mudar a cultura de uma sociedade:
– Saúde
– Educação

Todo o restante (transportes, moradia, saneamento, emprego, comunicações, energia, etc etc etc) será resolvido ao longo do tempo, com planejamento adequado e execução obstinada, se os itens acima tiverem o tratamento prioritário que merecem, e que recebem em todos os países que, um dia, pretenderam, planejaram, investiram e sairam desse atoleiro que o Brasil está.

Mesmo que isso demore alguns anos ou até algumas gerações, há que se começar um dia, e vejo esta como mais uma oportunidade para darmos o primeiro passo.

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Obs.: Este é o primeito trecho da conversa com Wildes, que prosseguiu com o detalhamento das propostas de reforma sugeridas. Em breve, publicaremos a continuidade desta conversa.