É O PRINCÍPIO DO FIM

Eu tenho um amigo que, incrédulo com as bizarrices do comportamento humano em tempos de redes sociais digitais, costuma dizer a frase “o mundo acabou e não nos avisaram”.

Pois bem, este início de 2022 está comprovando que meu amigo pode ter razão.

As pessoas perderam a percepção de risco ao seguirem um pseudo-líder (autodenominado “coach”) que leva discípulos (ou seguidores) a subir uma trilha para uma das montanhas mais altas de São Paulo, num dia de forte chuva, com ventos de 110 Km/hora, para pernoitar em sacos de dormir, objetivando literalmente nada…

No final da aventura motivacional, que só não se transformou em tragédia graças aos bombeiros de SP, o mentor ainda endereçou um ensinamento (praticamente inédito): “quem não se arrisca, não chega ao topo”.

Neste caso, o grupo chegou ao topo da montanha para ser melancolicamente resgatado, e provar absolutamente nada.

É o risco pelo risco, totalmente inútil.

O mesmo gosto pelo risco que ceifou dezenas de vidas, porque alguns “experientes” barqueiros consideraram não haver risco algum em ficar próximo de uma montanha de pedra, que visivelmente esfarelava na frente de todos, em Capitólio, MG, gerando uma triste tragédia, amplamente divulgada.

É o risco pela imprudência, muito triste.

Mas a boa notícia é que a pandemia de covid entrou em rota de colisão com a imunidade de rebanho.

Tanta gente vacinada e tanta gente vacinando, que a atuação dos negacionistas (cada vez menos) não tem sido suficiente para superar o esforço da maioria, que acredita que o bem da sociedade é o único caminho para o bem do indivíduo.

As novas cepas, daqui pra frente, parece que serão cada vez mais contagiosas e menos letais, o que nos leva à provável situação de que toda a humanidade será contaminada em algum momento no curto prazo.

Sim, tudo indica que 2022 não será um ano para amadores, mas poderá ser o princípio do fim de nossa agonia coletiva, apesar do desprezo que muitas pessoas demonstram pela vida.

A conferir…

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