A TECNOLOGIA QUE SUBSTITUI O TRABALHO

Sobre a interessante matéria publicada ontem pela Janize Colaço sobre as mudanças nas carreiras, e no próprio conceito do emprego, provocadas pelas novas tecnologias.

Este é o principal desafio dos planejadores da sociedade que queremos para as próximas gerações: o trabalho humano está sendo substituído.

Muita tecnologia, automação total de processos, integração plena de sistemas, disseminação da internet das coisas, tudo muito bonito, mas o crescimento populacional continua vertiginoso e ninguém ainda conseguiu imaginar no que as pessoas vão trabalhar?

Alguém poderá pensar que as carreiras estão mudando, as especialidades serão outras ou talvez não precisemos de tantos trabalhadores… Será?

A tecnologia vem substituindo diversas profissões, algumas bem tradicionais como caixas de banco, relojoeiros, operadores de telemarketing, árbitros esportivos, caixas de supermercado, analistas de crédito, embaladores, carteiros, entre diversas outras.

A tecnologia levou a robotização da sociedade a um caminho sem volta
A tecnologia levou a robotização da sociedade a um caminho sem volta

O mais incrível é que a maioria das pessoas não percebe esta ameaça à sua profissão e insiste em manter-se na sua especialidade mesmo quando tem alternativa, capacidade e talento para mudar o roteiro da sua vida.

Algumas outras atividades vêm sofrendo o impacto da internet, enquanto fornecedora infinita de informações a qualquer indivíduo, tais como as de consultoria (médica, jurídica, de turismo, financeira etc), afinal o Google descobre tudo rapidamente a custo zero.

Apenas para ilustrar o quanto a automação de processos vem avançando rapidamente, a montadora Ford acaba de anunciar que em até 2021, lançará o primeiro veículo totalmente autônomo, a ser industrializado e vendido em massa, através de suas concessionárias.

Nem Google, Apple ou Tesla, o primeiro carro autônomo nas ruas será de uma montadora tradicional
Nem Google, Apple ou Tesla, o primeiro carro autônomo nas ruas será de uma montadora tradicional

Não é um teste, não é um demo, não é um piloto, será o primeiro carro autônomo (sem volante, sem acelerador e sem pedal de freio) que você poderá comprar normalmente para uso na cidade ou nas estradas.

Pense nisso: será daqui a somente 5 anos…

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HACKATHON COMO ESTÍMULO À INOVAÇÃO

Hoje virou moda, mas o tipo de evento criado pela Sun (em 1999) para programadores, “hackers”, “crackers” e outras tribos, o hackathon (acrônimo de “hacker” e “marathon”) popularizou-se de vez também no Brasil, e isso é muito bom.

No hackathon, profissionais de tecnologia, analistas e arquitetos de software, design thinkers e UX designers, programadores (junior, pleno, senior e gênio), testadores e product owners, etc. etc. se reúnem em grupos, geralmente de 3 a 5 pessoas, para desenvolver uma solução para algum problema, ou algo que substitua ou melhore uma solução existente.

O compartilhamento de ideias é um dos pontos fortes do hackathon
O compartilhamento de ideias é um dos pontos fortes do hackathon

O evento é uma forma interativa de estimular ideias criativas, promover o trabalho em equipe, valorizar a liderança autêntica, além de planejar, realizar e entregar dentro do prazo, mesmo sob pressão, e qualquer semelhança com o dia-a-dia não é mera coincidência…

Com a maratona de programação, grupos, empresas e organizadores de eventos promovem oportunidades para catalisar o espírito empreendedor dessa turma que traduz ideias em linhas de códigos.

Jovens programadoras também curtem o desafio da maratona de desenvolvimento de software
Jovens programadoras também curtem o desafio da maratona de desenvolvimento de software

Quando bem planejadas, arquitetadas, desenhadas, desenvolvidas e testadas, estas linhas de código acabam por produzir protótipos que podem se transformar em novos produtos, e é aí que reside o maior barato do hackathon…

Além do gosto da aventura, do desafio de um trabalho compartilhado, da forma meio caótica, ininterrupta, incluindo a madrugada, a vontade de produzir algo literalmente do zero, em tão pouco tempo, a possibilidade concreta da solução desenvolvida ser utilizada como parte de um sistema ou produto tecnológico é mesmo a maior motivação de todos.

Durante as 24 horas de programação, o cansaço não pode vencer a motivação
Durante as 24 horas de programação, o cansaço não pode vencer a motivação

Foi o que testemunhamos sexta e sábado passado, durante o 1o. Hackathon Reserve 2016, em que grupos com 4 profissionais de tecnologia cada, concorreram a viagens e treinamentos especializados, mas o que os motivou mesmo foi o desejo de ver sua ideia ser aplicada num produto real, comercialmente viável, uma solução que resolva um problema de fato e que traga real benefício aos usuários.

Deste evento, cuja comissão julgadora era formada por mestres, doutores e executivos de outras empresas de tecnologia e e-commerce, no mínimo 2 projetos criativos, bem idealizados, desenvolvidos e apresentados, mostraram logo de cara que têm potencial para crescer e se transformar em soluções tecnológicas para problemas reais.

Os vencedores do 1o. Hackathon Reserve 2016
Os vencedores do 1o. Hackathon Reserve 2016

Caso estas novas soluções venham a ser efetivamente desenvolvidas e incorporadas aos sistemas da empresa, o que beneficiará até 3 milhões de usuários, de 30 mil empresas e 100 agências de gestão de viagens corporativas, terá sido atingido o principal objetivo do hackathon, tanto dos participantes quanto do organizador, que é o de provar a capacidade do voluntariado em transformar as boas ideias em boas soluções, o esforço em resultado, a iniciativa em acabativa, a inovação em produto.

Guerreiros da maratona de programação: experiência única !
Guerreiros da maratona de programação: experiência única !

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POR QUE SERÁ?

E lá vou eu na minha sina, não bastasse termos assumido o gigantesco desafio da Diretoria de Tecnologia e Integração da ABAV, e resolvemos começar a implantação de Grupos de Trabalho da ABAV justamente pelo tema Tecnologia, conforme o Portal Panrotas publicou.

Por que será?

Conforme afirma o Edmar no post Tecnologia, sem mitos e preconceitos do Blog Espaço ABAV, “não foi difícil identificar por qual segmento deveríamos começar, na missão de organizar grupos de trabalho em busca de soluções para os problemas do dia-a-dia do agente de viagens.”

Por que será?

A tecnologia já é o segundo item mais importante e de maior valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens, de qualquer porte, de qualquer segmento, de qualquer lugar do mundo.

Por que será?

Este fato (já deixou de ser tendência) acaba de ser confirmado pela Sita, cuja apresentação no Air Transport IT Summit 2016, em Barcelona, transformou em dados estatísticos a realidade que todos nós, viajantes e profissionais da indústria de viagens e turismo, já vivenciamos há alguns anos.

Por isso, a ABAV destacou a Tecnologia como seu primeiro Grupo de Trabalho, considerando que o ICCABAV já trata o item número um em importância e valor agregado à prestação de serviços de uma agência de viagens: as pessoas.

Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil
Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV reúne alguns dos mais experientes profissionais, especializados em tecnologia para distribuição de serviços de viagens e turismo, do Brasil

Não conseguimos reunir todos (não há espaço para tantos), mas seguramente agrupamos a nata da tecnologia em viagens no Brasil (e ainda temos 3 vagas), com ótimas cabeças que nos ajudarão a buscar soluções, interpretar tendências e antecipar caminhos para o mercado de distribuição de viagens e turismo no Brasil.

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