QUAL ROBÔ TE AJUDOU HOJE?

Sim, os robôs estão em toda parte !

Pesquisa feita pela seguradora Zurich, em parceria com a Oxford, mostrou que 31,4% dos brasileiros têm medo de perder seu trabalho para a automação nos próximos cinco anos e desse total:

  • 39% têm um trabalho manual que envolve criatividade
  • 34,6% têm um trabalho manual rotineiro
  • 28,1% têm um trabalho intelectual de conhecimento
  • 26,6% têm um trabalho intelectual criativo

O presidente da Abracorp citou esta tendência no post desta semana no Espaço Abracorp, em que aborda o relacionamento desigual entre cias. aéreas, via IATA, e as agências de viagens: Garantir a entrega é tão importante quanto receber

Nesse ótimo texto, Prado afirma: “Não esperemos que a tecnologia faça tudo por nós, como alguns imaginam” e prossegue o vaticínio: “As mídias sociais e a Inteligência artificial têm presença crescente e marcante na vida das pessoas e das empresas.”

Na Black Friday de 2019, a Drogarias Venancio, a Procter & Gamble e a MyView realizaram a primeira entrega intermodal (aéreo + terrestre) de um produto no Brasil, através de um drone automatizado (sem piloto) e um robô terrestre (movido e geolocalizado por inteligência artificial). Neste caso, foram utilizados 2 robôs para realizar a entrega.

Eu pesquiso o assunto automação desde 1998, quando fui apresentado ao tema pela primeira vez e me apaixonei literalmente.

Naquela época, quem imaginou o futuro (que é hoje) com humanóides caminhando pelas ruas, trabalhando, dirigindo carros ou simplesmente convivendo com os seres humanos, errou feio, errou rude…!

Toda tentativa de humanizar máquinas, tornando-as “semelhantes” a seres humanos, tem o único propósito de facilitar a interface delas com os próprios seres humanos, pois os mecanismos com inteligência artificial são construídos para resolver problemas dos seres humanos, não para substitui-los.

Exatamente por isso, o termo “robô” refere-se a “dispositivo eletromecânico capaz de realizar trabalhos de maneira autônoma ou pré-programada”, segundo a definição da Wikipedia.

Ou seja, se a tarefa exigir somente inteligência e não movimento, “robô” pode também designar um software capaz de realizar trabalhos de maneira autônoma ou pré-programada, ou seja, neste caso um robô nada mais é do que um programa de computador – um código – desenvolvido e monitorado diariamente por programadores.

E é por isso que os robôs se multiplicam todos os dias em todas as áreas da vida cotidiana, com ou sem inteligência artificial.

Robôs atuam como garçons em restaurante na China

Em nosso mercado de viagens e turismo, robôs humanóides atendem, fazem checkin e checkout, carregam malas e entregam toalhas aos hóspedes em hotéis no Japão, entre outros países, desde 2015.

Hóspede é atendido por um robô ao fazer o checkin em hotel no Japão

Robôs simulam o comportamento de pilotos em simuladores de voo de última geração, para treinamento de operação de aeronaves de fabricantes como Boeing e Airbus.

Simuladores para treinamento de pilotos comerciais operam como robôs inteligentes e “sentem” o comportamento dos pilotos

Sistemas automatizados (ou robóticos) calculam o yield dos voos e a ocupação dos hotéis, definem tarifas dinâmicas baseados em inúmeras variáveis, rastreiam preços e disponibilidade de voos e hotéis em tempo real e notificam o agente de viagens ou o próprio cliente.

Web crawlers (robôs que varrem a internet) vasculham o inventário de cias. aéreas, operadoras e consolidadoras e comparam a oferta de serviços e preços, analisam dados, indicam, recomendam e até escolhem pelo usuário, baseado em seu perfil, em suas preferências pré-cadastradas e/ou pelo seu histórico de uso.

E mais recentemente, softwares inteligentes (robôs associados a sistemas complexos) reativam reservas aéreas momentos antes que expirem, facilitando a vida e gerando maior eficácia aos consultores de viagens corporativas, entre outros serviços automatizados pelo OBT.

O fato é que muitos outros robôs são criados e estão, neste exato momento, sendo desenvolvidos, não para substituir, mas para apoiar os serviços prestados pelos agentes de viagens, executando em poucos segundos, tarefas que demandariam horas ou dias de atenção e dedicação de um profissional.

E esta é a boa notícia: os robôs (autônomos, humanóides ou softwares) estão aí para nos ajudar e não para nos substituir, exatamente como ocorreu com a internet no passado, quando muitas pessoas se sentiram ameaçadas em seu emprego ou em seu negócio, até perceberem o quanto a web ajudou a humanidade, ao abrir novas e infinitas oportunidades.

Pare e pense: qual robô ajudou você hoje?

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INCRÍVEL INOVAÇÃO

Ontem à noite, na pizzaria do Bráz da Barra da Tijuca (sim, temos Bráz no Rio de Janeiro), ouvi que “o Facebook anunciou hoje diversas novidades para enfrentar o Google+”.

Zuckerberg, que estaria tentando reproduzir o estilo despojado do prematuramente aposentado Steve Jobs, anunciou, entre outras novidades que, agora, o usuário do Facebook pode ouvir música de um seu “amigo”, tornando possível compartilhar uma música com alguém, sem estar junto dessa pessoa.

Deu-se um silêncio na mesa…

“Quem vai querer ouvir música com alguém que não está presente?”, perguntaram na mesa ao lado.

“Muita gente”, respondeu um fã do FB.

Independentemente do fato de se esta funcionalidade será do interesse das pessoas, essa história lembrou-me o que aconteceu com a cia. Gillette, quando do lançamento do aparelho de barbear descartável.

É conhecido “case” de marketing o fato de que o lançamento do primeiro aparelho de barbear com lâminas descartáveis, em 1901, foi um divisor de águas nessa indústria, tal o fator disruptivo que esta ideia provocou no comportamento do consumidor, habituado há séculos, a barbear-se com navalhas afiadas e reutilizadas.

O sucesso foi tamanho que a Gillette encontrou-se, em dado momento de sua trajetória (meados do século passado), com dificuldades em inovar o produto e, após 20 anos e milhões de dólares em P & D, a cia. promoveu uma grande campanha de marketing, em 1975, para anunciar uma grande inovação:

Colocara uma segunda lâmina, paralela à primeira.

O feito parecia pouco inovador (duas lâminas onde antes havia uma), mas os marketeiros imortalizaram o produto:

“A primeira faz tchan, a segunda faz tchun e, tchan, tchan, tchan, tchan…”

Apesar do estrondoso sucesso que o aparelho GII obteve, o mais inacreditável estava ainda por vir…

Em 1998, após anunciar investimentos de USD 750 milhões em P & D, a Gillette iniciou uma agressiva campanha de marketing em escala mundial, que custou mais de USD 300 milhões, para anunciar uma espetacular e inacreditável inovação neste produto vencedor:

Inseriu uma terceira lâmina entre as duas anteriores…

Chega um momento da vida de um produto que, para manter o frescor da novidade sem correr o risco de mexer muito no time que está vencendo, altera-se uma gota e divulga-se um oceano…

Exatamente como faz (como ninguém) a Apple com seu iPad 1, 2 e, breve, o 3 e seu iPhone 1, 2, 3, 4 e 5…

Coloca uma câmera a mais, afina o produto, melhora um pouco o processamento, a memória, o brilho da tela etc., mas o produto é o mesmíssimo e continua com a imagem de inovador…

Por isso, hoje, sou um tanto cético quando escuto que determinado produto é inovador, em especial quando este epíteto é dado pelo próprio produtor e seguido de variados adjetivos.

Para mim, inovação é uma palavra muito cara e penso que, em muitos casos, as empresas se apropriam dela de forma equivocada.

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