Exposição de arte pré-colombiana no Metropolitan Museum

Todas as vezes que visito o Metropolitan Museum tenho a sensação de que os curadores não cansam de se superar. Desta vez o museu oferece aos visitantes a impressionante exposição Golden Kingdoms: Luxury & Legacy in the Ancient Americas, dedicada inteiramente à arte pré-colombiana. A exposição contempla as expressões artísticas e a vasta iconografia criada pelos principais povos que habitaram as Américas, desde tempos imemoriais até a chegada dos colonizadores europeus no século XVI.

Vaso em cerâmica representando uma criatura mitológica de feições felinas. Norte do Peru, cerca de 200-400 d.C.

As peças foram organizadas seguindo a trajetória histórica destes povos, desde os primeiros assentamentos até as culturas mais desenvolvidas. São objetos de rara beleza criados em cerâmica, pedra, conchas e materiais nobres como o ouro, a turquesa e o jade.

Detalhe de um peitoral em conchas e turquesa. Norte do Peru, cerca de 200-800 d.C.

Para os povos pré-colombianos estas obras de arte alcançaram significativa importância na sociedade não apenas pelo alto valor dos materiais empregados, mas principalmente como forma de expressão de status social, poder político e crença religiosa. Diferente do que ocorria em outras culturas, o ouro quase nunca era usado como moeda corrente pois se revestia de especial valor simbólico e foi amplamente empregado em objetos de culto ou de aparato cerimonial.

Desta forma, os curadores do Metropolitan criaram uma narrativa central para a exposição, balizada por obras de cunho religioso ou oficial, provenientes de grandes coleções de arte, o que torna a exposição uma oportunidade única para se apreciar este tesouro da história da arte, reunido em um único local.

Serpente Emplumada representando a divindade Quetzalcoatl. Chichen Itza, México, cerca de 800-1250 d.C.

O inconfundível geometrismo das formas, recorrente na linguagem artística pré-colombiana foi amplamente empregado na criação de seres mitológicos, como a Serpente Emplumada ou a figura reclinada de Chac Mool, provenientes de Chichen Itza, no atual México.

Figura reclinada de Chac Mool, uma das mais representativas do povo Maia. Chichen Itza, México, cerca de 800-1250 d.C.

Em decorrência de suas grandes dimensões, as Stelas de pedra se destacavam entre as inúmeras peças expostas. A Stela é um tipo de monumento composto por um único bloco de pedra contendo relevos decorativos. Aparece em diversas culturas do Mundo Antigo e poderiam ter diferentes funções como a demarcação de um território, a comemoração de algum evento ou mesmo a homenagem a um Deus ou soberano.

Stela de pedra com relevo representando uma figura feminina da realeza Maia. Proveniente do México ou Guatemala, cerca de 760 d.C.

Outras peças, por sua vez, se destacavam pelo apuro na execução como o conjunto de objetos funerários provenientes do norte do Peru, composto por uma adaga ritual, uma máscara funerária e uma coroa. Ricamente executadas em ouro, prata, turquesa e pigmentos minerais, estas peças rapidamente se tornaram um dos destaques da exposição.

Conjunto de peças funerárias composto por adaga, máscara mortuária e coroa, em ouro, prata e turquesa. Proveniente de uma tumba no norte do Peru. Cerca de 900-1100 d.C.
Detalhe da adaga cerimonial ricamente decorada em ouro e turquesas

A coroa foi executada com a técnica do repoussé, que consiste em usar uma lâmina de ouro tratada pelo verso, criando uma textura em relevo semelhante a um tecido. Esta técnica pode ser percebida em várias outras peças da exposição, visto que os povos da região central dos Andes deram preferência à laminação do ouro ao invés de usar a fundição.

A coroa foi executada em lâmina de ouro com a técnica do repoussé

Mesmo após a devastadora ação dos conquistadores europeus, ainda é possível perceber a permanência de certos modos de produção artística, que se tornaram tão característicos dos povos pré-colombianos. Um magnífico exemplo desta permanência é a coroa em ouro e esmeraldas, já de meados do setecentos e que pertencia à imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição.

Coroa de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em lâmina de ouro tratada com a técnica do repoussé e adornada com 450 esmeraldas. Colômbia, cerca de 1770.

O geometrismo das formas também pode ser percebido nas peças de cerâmica e nos vários exemplares de tapeçaria e tecidos. Estas obras ficam em exibição até junho de 2018.

Manta tecida com pelo de Vicunha e usada em funerais. Foi preservada pela aridez do deserto do sul do Peru. Final do primeiro milênio a.C.

A Parada da Páscoa em Nova York – um festival de gorros e chapéus!

Seguindo uma tradição que remonta a década de 1870, o domingo de Páscoa em Nova York foi celebrado com um inusitado desfile na Quinta Avenida – a Easter Parade. Além de comemorar o feriado religioso, os moradores locais aproveitaram a oportunidade para festejar o início da primavera. Este ano os nova-iorquinos tiveram razões especiais para esta comemoração, já que tiveram um dos mais rigorosos invernos dos últimos tempos, com nevascas e termômetros marcando temperaturas negativas quase todos os dias. Quem passou a noite de Reveillon na Times Square sofreu com a sensação térmica de quase 20 graus abaixo de zero. Mas agora chegou o momento de aproveitar o calor.

A concentração da parada aconteceu em frente à Catedral de St. Patrick. Ao fundo aparece o Rockefeller Center

No domingo, 01 de abril, parece que as agruras do inverno caíram no esquecimento, quando a Quinta Avenida se coloriu com uma das mais divertidas paradas do calendário de Nova York, conhecida também como Easter Bonnet Festival – o Festival dos Gorros e Chapéus.

A tradição do uso dos chapéus promete permanecer por muito tempo

 

Esta tradição começou na segunda metade do século XIX, quando a parada era balisada pelas três igrejas que faziam parte do percurso: a Catedral de St. Patrick, a Igreja Episcopal da Santíssima trindade e a Igreja Episcopal de São Tomás. Na ocasião, as igrejas enfeitavam seus santuários com as flores do início da primavera que, com o devido tempo, se tornaram símbolos de prosperidade e passaram a fazer parte dos trajes dos celebrantes.

As amigas resolveram padronizar e criaram um belo conjunto

Logo após a Segunda Guerra, quando os Estados Unidos já haviam se consolidado como a mais nova superpotência do mundo, a parada ganhou um aspecto menos religioso e mais simbólico, sempre representando a ideia de prosperidade da nação. Este desfile na Quinta Avenida se tornou tão emblemático que foi transformado no musical Easter Parade (1948), que teve a participação de Judy Garland e Fred Astaire.

Este participante prestou uma homenagem a Fred Astaire
Alguns participantes não se limitaram aos chapéus e compareceram com idumentárias completas

Este ano milhares de pessoas se reuniram em frente à Catedral de St. Patrick, usando os mais elaborados chapéus. Adultos, crianças e até mesmo os pets participaram da animada festa, mostrando a feição familiar do evento. Os enfeites variavam, desde os mais simples, como as orelhinhas de coelho, até superproduções completas, com roupas e sapatos.

O cachorrinho fantasiado foi uma das atrações da parada
As crianças também aderiram ao uso dos chapéus e fizeram a festa na avenida
As orelhinhas de coelho também foram muito usadas

Alguns participantes chamaram tanto a atenção do público que mal conseguiam sair do lugar. Faziam pose e se deixavam fotografar por uma multidão de fotógrafos profissionais e principalmente amadores que, com seus celulares, movimentavam rapidamente suas contas de Facebook e Instagram.

As três senhoras fizeram sucesso e atraíram uma multidão de curiosos

A comunidade asiática marcou presença na porta da catedral, com direito a performance e música. Toda a alegria da Parada do Domingo de Páscoa marcou o início da temporada de eventos ao ar livre que deverá se estender até o outono.

A comunidade asiática marcou presença na porta da catedral

 

Eataly NYC Downtown – o espaço gastronômico do momento em Nova York

Prestes a completar seu oitavo mês de funcionamento, o Eataly NYC Downtown se consagra como uma referência dentre as principais opções gastronômicas de Nova York. Seguindo a mesma filosofia do Eataly da Quinta Avenida, que combina mercado, restaurante, happy hour e loja, o Eataly Downtown já se tornou referência na região do Distrito Financeiro. Todos os dias abre suas portas às 7 da manhã e só as fecha após as 11 da noite, servindo café da manhã, almoço, jantar e refeições rápidas.

Entrada do Eataly NYC Downtown pela Church Street

O espaço, que oferece mais de 10 mil ítens importados principalmente da Itália, está equipado com 4 restaurantes informais, 1 restaurante de alto nível, 6 balcões de refeições para viagem (que podem ser encomendadas pelo Facebook Messenger), além de um café e uma sorveteria. Tudo isso combinado com uma das localizações mais nobres de Downtown Manhattan: o novo complexo do World Trade Center.

Entrada do Eataly Downtown logo após as escadas rolantes

O Eataly Downtown ocupa todo o terceiro andar da torre 4 do novo complexo, sendo que o acesso pode ser feito tanto pela Church Street quanto pela impressionante estação Oculus. Assim que subimos as escadas rolantes, entramos no mundo da fantasia da rede Eataly, onde tudo parece ter sido pensado para seduzir o consumidor – da gentileza no atendimento ao modo de exposição dos produtos.

O balcão de queijos oferece uma variedade impressionante de opções

São tantas opções de massas, molhos e azeites que chega a ser difícil escolher o que comprar. As gôndolas e expositores foram cuidadosamente montados para oferecer as dezenas de opções de geléias, queijos e chocolates. Em um balcão especial, as sofisticadas trufas são expostas como jóias.

Balcão de massas frescas produzidas no próprio local
Balcão de chocolates
Balcão de doces com destaque para as especialidades italianas

Além da imensa variedade de produtos, os restaurantes oferecem vistas espetaculares do novo complexo do World Trade Center e dos arredores. A decoração também foi pensada para criar aconchego, apesar da imensidão do espaço. Os diferentes restaurantes foram intercalados por carrinhos de doces e bebidas, com destaque para o carrinho de cannolis. A pizzaria, por sua vez, ostenta dois extravagantes fornos a lenha revestidos com pastilha dourada, bem no espírito americano.

O carrinho da canollis desperta o desejo pela famosa sobremesa italiana
A impressionante vista de um dos restaurantes, tendo ao fundo as torres do World Financial Center
Os extravagantes fornos a lenha revestidos com pastilha dourada

Para consolidar o espaço como um centro de referência gastronômica, além do mercado e dos restaurantes, o Eataly NYC Downtown sempre promove atividades para envolver ainda mais os visitantes. Para a primavera já estão marcadas as já conhecidas aulas de culinária, inclusive com sessões dedicadas às crianças. Assim, é possível aprender a fazer pizza, massas variadas e até mesmo a tradicional Mozzarella italiana.

Espaço onde são ministradas as aulas de culinária

Nesta Sexta-feira Santa, o Eataly Downtown preparou um evento especial para seus clientes – um inusitado leilão de peixes. A casa contratou 3 leiloeiros profissionais que movimentaram os corredores no final da tarde. A clientela, animadíssima, se reuniu ao redor dos balcões da peixaria e não se intimidou em fazer seus lances. Os arrematantes eram aclamados com palmas e gritos de congratulações.

O leilão de peixes movimentou a área da peixaria
Leiloeiros profissionais foram contratados para animar a tarde da Sexta-feira Santa

Quem estiver planejando uma viagem para a Big Apple, vale a pena dedicar parte do tempo para conhecer o sul de Manhattan, o novo World Trade Center e o Eataly NYC Downtown.

Vista da área dos restaurantes