Quarto com piscina no Six Senses Shaharut, em Israel

Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Junho chegou, e a reabertura de hotéis de luxo na Europa e nos Estados Unidos se torna mais frequente. Já dá para visualizar algumas mudanças neste setor. Ou não. Na realidade, por razões diversas, a hotelaria de luxo na era covid-19 não será muito diferente. Claro que protocolos de limpeza foram modificados, e todas as redes já criaram os seus. Esta semana a associação de hotéis de luxo independentes Leading Hotels of the World anunciou o programa Health Stays. O Baccarat Hotel, em Nova York, foi além e criou o cargo de Diretor de Saúde e Segurança Ambiental. Grandes grupos e pequenas propriedades terão que fazer ajustes em função da segurança sanitária para funcionários e hóspedes. Mas o maior impacto para a hotelaria de luxo, principalmente no Brasil e para os hoteleiros independentes, será mesmo o econômico.

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Hotelaria de luxo na era covid-19: fachada do hotel Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro
Copacabana Palace, Rio de Janeiro: reabertura em agosto | Foto de Carla Lencastre

No início de junho, a pesquisa “Recuperação da hotelaria urbana no Brasil”, realizada pela HotelInvest em parceria com Omnibees, STR e FOHB, e lançada pela Panrotas, indicou que o setor será o último segmento da hotelaria a sair da crise. Somente lá para 2023, em um cenário otimista. O levantamento, que não considerou resorts, faz a ressalva de que hotéis de luxo voltados para o lazer no Rio de Janeiro e em capitais do Nordeste podem ter recuperação menos lenta. O Rio começou a promover o relaxamento do isolamento, e teoricamente os hotéis podem funcionar. Mas a situação na cidade continua crítica e ícones da hotelaria, como o Belmond Copacabana Palace, seguem fechados. Os poucos hotéis abertos recebem profissionais da área de saúde e pessoas que necessitam de um local para se isolar.

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Piscina do Memmo Baleeira, no Algarve
Memmo Baleeira, Algarve: reabertura em junho | Foto @MemmoBaleeira

Na Europa, neste momento a prioridade da hotelaria de luxo na era covid-19 é salvar as férias de verão com o turismo interno, até porque a maioria dos países ainda está com restrições nas fronteiras. Para citar um que lidou bem com a crise, em Portugal as primeiras notícias de reabertura de hotéis independentes de luxo ou lifestyle, todos com a certificação nacional Clean&Safe, são no litoral, como o Sublime Comporta, a pouco mais de uma hora de Lisboa. O Memmo Hotels, com duas propriedades na capital e uma no Algarve, reabre primeiro o Baleeira, no litoral, em 6 junho. Também no Algarve será reaberto no dia 19 o Vila Vita Parc.

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Hotelaria de luxo na era covid-19: piscina em um dos quartos do novo Six Senses Shaharut, no Deserto de Negev, em Israel
Six Senses Shaharut, no Deserto de Negev: inauguração em setembro | Foto de divulgação/Assaf Pinchuk

Enquanto os independentes se preocupam com o verão no Hemisfério Norte, redes seguem expandindo as marcas da hotelaria de luxo na era covid-19. Depois do Regent Shanghai Pudong, ex-Four Seasons que trocou de bandeira em plena pandemia, o grupo britânico IHG confirmou para este ano a inauguração do Regent Phu Quoc, no Vietnã. E anunciou um InterContinental em Roma em 2022. Também parte do IHG, Six Senses chega em dezembro a Israel (Shaharut, no Deserto de Negev, foto de uma das suítes no topo do texto) e anunciou, no início da pandemia, um hotel em Roma para 2021, entre outros já previstos.

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O que pode mudar na hotelaria de luxo na era covid-19, além dos protocolos de limpeza

A seguir, listamos algumas novidades que já estão sendo postas em prática.

Serviço

Item de luxo essencial que terá que ser ajustado sem perder a graça. Principalmente em hotéis butique nos quais serviço caloroso é característica importante. Check-in virtual não é comum neste segmento, mas muitas vezes a operação já era realizada em uma área exclusiva para garantir privacidade. No Rosewood Little Dix, nas Ilhas Virgens Britânicas, hóspedes que chegarem pelo mar farão check-in na embarcação.

Há serviços que hotéis de alto padrão continuarão oferecendo, entre eles levar a mala até o quarto e o de abertura de cama. O hóspede decide se quer ou não, como já acontecia antes. A apresentação do quarto pode ser substituída por um telefonema. Hotéis de rede podem investir em tours virtuais para mostrar as amenidades dos quartos, apps para contato em tempo real e até robôs para atender a alguns pedidos de room service.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Alimentos & bebidas

A maioria dos hotéis de luxo já oferecia serviço à la carte, mesmo quando havia também um bufê. Este será outro ajuste relativamente simples. Assim como o dos minibares, que podem ser abastecidos sob demanda, quando e se o hóspede quiser, como anunciou o novo 1 Hotel West Hollywood, em Los Angeles. Já no hotel boutique Esencia, na Riviera Maya, uma novidade para a reabertura em 10 de junho é o menu digital do restaurante. O hóspede pode fazer o pedido pelo próprio celular.

O Esencia faz parte do Forbes Travel Guide. O guia fez uma extensa lista de hotéis de luxo que estão abertos ou vão reabrir nos próximos meses. O único representante brasileiro (na lista atualizada em 16 de julho) é o Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, com reabertura está prevista para 20 de agosto. Mesma data do Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

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Design

Em hotéis de luxo, espaço e distanciamento social sempre foram importantes. A maioria das propriedades não terá que fazer grandes mudanças no desenho das áreas comuns. Mas marcar hora para usar a academia de ginástica ou ir ao restaurante passa a ser recomendável ou mesmo obrigatório. A decoração de quartos e suítes está sendo repensada aqui e ali, com objetos menos fáceis de serem limpos deixados de lado. O menu de tratamentos do spa, por exemplo, pode ser acessado por QR code. É mais uma novidade no Hotel Esencia, em Tulum.

Leia mais: O que vai mudar na limpeza dos hotéis com o novo coranavírus

Há um ponto de convergência entre os mais luxuosos e os mais econômicos: serão poucos os ajustes nos desenhos de quartos e áreas comuns. Nos hotéis de luxo, não falta espaço; nos econômicos modernos, como os operados sob a bandeira da Wyndham, menos é mais. Estas propriedades privilegiam, nos últimos anos, um design minimalista e funcional. O que facilita muito alcançar a limpeza almejada na hotelaria na era covid-19.  

Clique aqui para ler nossos textos sobre o impacto da covid-19 na hotelaria

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Praia do resort Six Senses Con Dao, no Vietnã

O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Somos viciados em plástico no nosso dia a dia. A indústria hoteleira também. É possível um grupo hoteleiro de luxo, com 18 propriedades em 14 países e em expansão, substituir o plástico nos hotéis tanto nas áreas visíveis aos hóspedes quanto nas invisíveis? E trabalhar com fornecedores plastic free? A rede asiática Six Senses pretende provar que sim em 2022. O objetivo é ambicioso. Em uma concorrida apresentação durante a ILTM Cannes (a maior feira de viagens do mercado de luxo, realizada mês passado na França), o CEO do grupo, Neil Jacobs, chamou a atenção para alguns dos obstáculos.

Adeus ao plástico nos hotéis: banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação
Banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação

Canudos e garrafas descartáveis são apenas a ponta dos icebergs de plástico nos oceanos. Na rede Six Senses, parte do gigante grupo britânico InterContinental (IHG), canudos deixaram de ser usados em 2016. Garrafas de plástico, na década de 1990. Mas como lidar, por exemplo, com fornecedores de alimentos? Reconhecido especialista em sustentabilidade na hotelaria de luxo, Jacobs deixa claro que não há solução fácil.

“A meta de ser plastic free em 2022 é audaciosa. Em alguns países, como no Vietnã, peixes e frutos do mar chegam em caixas plásticas. É assim que funciona a cadeia de fornecedores. Estamos trabalhando com comunidades e autoridades para propor alternativas. Compartilhamos as soluções com outras redes hoteleiras, caso elas se interessem. Sustentabilidade e bem-estar viraram palavras banais. Ativismo é importante. Mas fundamental é como você se comporta. Temos que fazer o que for necessário para tornar o planeta melhor. Você não precisa mudar o mundo, mas faça algo.”

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Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico descartável na hotelaria

Adeus ao plástico nos hotéis: uma das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação
Um das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação

O Vietnã é um dos grandes responsáveis pela poluição plástica do planeta, o que só aumenta o tamanho do desafio. O Six Senses Con Dao, em uma ilha a 45 minutos de voo de Ho Chi Minh City (a antiga Saigon), completa uma década no final deste ano. É um dos resorts mais sustentáveis do grupo e um dos principais eco-lodges do mundo. O hotel participa de iniciativas para proteção da fauna local e tem 50 pool villas construídas em madeira, com vista para o Mar da China. De lá chega o peixe fresco. Em caixas plásticas.

Ainda na ILTM, Jacobs foi a principal atração de um evento da IHG, no belo InterContinental Carlton, no qual mostrou outros exemplos de que ser plastic free vai muito além de banir canudos e garrafas. Várias amenidades encontradas em banheiros de hotéis de luxo foram apresentadas na versão Six Senses, como escovas de dente em bambu, cotonetes com haste em madeira e embalagens feitas em papel reciclado, tudo com o bom design que se espera de uma rede de eco-luxo.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegadas

Há muito plástico em hotéis, e é difícil se livrar dele. Inclusive para a Six Senses, que tem sustentabilidade no DNA. Plástico é barato, é fácil de limpar, é leve. É conveniente para hoteleiros e para hóspedes. Seria um aliado se não destruísse o meio ambiente (e microplásticos ainda fazem mal para a saúde).

Leia mais: Luxo em cenário de Star Wars e outros novos hotéis de 2020

As dificuldades das grandes redes para acabar com o plástico nos Hotéis

Cada vez mais viajantes de diferentes perfis se preocupam com jornadas sustentáveis. Para a Geração Z, que começa agora a viajar por conta própria, sustentabilidade pode ser inegociável. Semana passada, a publicação americana Skift, voltada para a indústria de viagens, fez uma reportagem sobre várias das dificuldades das redes hoteleiras para se tornarem plastic free. IHG, Accor, Marriott, Hilton, Hyatt, todas já anunciaram prazos, que talvez não sejam alcançados, para acabar pelo menos com os plásticos descartáveis. Em O Problema com as Promessas, as amenidades líquidas são um dos exemplos citados. Se o hotel escolhe uma embalagem maior de plástico, ela irá da mesma maneira parar no aterro sanitário ou, pior, no mar. Se a opção for por vidro, é preciso higienizar e reabastecer, o que demanda logística. É simples? Não. É possível? Sim. É necessário? Sem dúvida. Você pode ler o texto da Skift, em inglês, clicando aqui.

Leia mais: Marriot está (finalmente) se livrando das cortinas de plástico

O longo caminho da hotelaria no Brasil para acabar com o plástico nos hotéis

Se grandes grupos internacionais ainda parecem no começo de um longo percurso, não é diferente no Brasil. Há exceções, claro. Por exemplo, o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, tem uma extensa história de ações sustentáveis muito antes de ser administrado pela Belmond. Mas redução de plástico em hotéis brasileiros ainda é algo distante da realidade.

“A venda da água em garrafas plásticas nos minibares nos oferece uma das maiores margens de lucro e não temos planos de mudar”, me disse há apenas alguns meses o gerente geral de um recém-renovado hotel de quatro estrelas na orla da Zona Sul carioca. Mas aqui e ali o cenário brasileiro vai se transformando. Apontamos alguns bons exemplos baianos no nosso texto da semana passada. Ainda que não mude o mundo, é alguma coisa.

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Os novos hotéis e spas cinco estrelas no Forbes Travel Guide 2020

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Piscina do novo Anantara Tozeur Resort, na Tunísia

Luxo em cenário de Star Wars e outros novos hotéis de 2020

A versão 2019 da International Luxury Travel Market (ILTM Cannes), a maior e mais importante feira de viagens de luxo, realizada na primeira semana de dezembro na ensolarada Riviera Francesa, esteve como sempre repleta de novidades, entre tendências e produtos, como novos hotéis de 2020. Em estandes lindamente decorados de gigantes da hotelaria, em apresentações para a imprensa, em bate-papos individuais ou em almoços, jantares, coquetéis e festas concorridas em hotéis, restaurantes e até na praia banhada pelo Mar Mediterrâneo, durante intensos quatro dias muito se conversou sobre o mercado de viagens de luxo em 2020. Big players da indústria estiveram por toda a parte e foram muitos os anúncios de aberturas hoteleiras em 2020.

Leia mais: Rosewood anuncia abertura em São Paulo para o final de 2020

Entre tantas novidades, selecionei para a revista Panrotas, semana passada, 20 novos hotéis em diferentes cidades pelo mundo (Paris, Londres e Nova York inclusive) para ficar de olho em 2020.

Você pode conferir a lista completa na edição digital clicando aqui (o texto começa na página 24).

Separei aqui seis hotéis bacanas, fora de grandes centros, para dar uma amostra do que vem por aí na hotelaria de luxo.

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Hotéis novos DE 2020 fora de grandes centros.

Anantara Tozeur Tunisia. Em soft opening desde o final de 2019, este esperado resort no Deserto do Sahara (foto em destaque no topo) fica na região da Tunísia que aparece nos filmes da saga Star Wars como o planeta Tatooine. São 50 quartos e 43 villas a 1h15m de voo da capital, Túnis. Anantara tem hoje 41 hotéis. O 42º (e terceiro na Europa) será o The Marker Dublin, na Irlanda, que reabre no segundo semestre. O projeto do Anantara brasileiro, no antigo Kiaroa, na Península de Maraú, na Bahia, foi adiado.

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Novos hotéis de 2020: Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão
Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão | Foto de divulgação

Six Senses Fort Barwara. A Six Senses, parte do IHG, continua em expansão. Fort Barwara fica a três horas de carro de Jaipur, na Índia. Em uma fortaleza do século 14, terá 48 quartos, dois restaurantes e duas piscinas. O hotel incorporou dois templos, e o spa seguirá a filosofia ayurveda. Em 2020, Six Senses conclui o projeto no Butão e abre em Bumthang. Este quinto lodge forma um itinerário em conjunto com os quatro inaugurados em 2019.

Na torcida para que os roupões do Fort Barwara sigam o padrão de originalidade de outros hotéis indianos de luxo, como você pode ver aqui.

Leia mais: O difícil adeus ao plástico na hotelaria

Novos hotéis de 2020: interior do restaurante grifado do primeiro O&O na Europa, em Portonovi, Montenegro
O restaurante grifado do primeiro O&O na Europa | Foto de divulgação

One&Only Portonovi. O O&O de Montenegro será o primeiro da marca na Europa. Banhado pelo Adriático, entre o mar e a montanha, o resort fica a 45 minutos de carro de Kotor, Patrimônio Mundial pela Unesco, e a uma hora de Dubrovnik, na vizinha Croácia. Terá 113 acomodações, entre suítes e villas; dez residências, spa e restaurante do chef estrelado Giorgio Locatelli. Ainda para este ano está marcada a inauguração do O&O Mandarina, na Riviera Nayarit, o segundo resort do grupo no México (um terceiro está a caminho, em Puerto Vallarta). E a abertura do O&O Desaru Coast, na Malásia. Nesta mesma região do Sudeste Asiático, a duas horas de carro do Aeroporto de Singapura, foi inaugurado recentemente um Anantara.

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Novos hotéis de 2020: piscina com vista para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo
Piscina voltada para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo | Foto de divulgação

Villa Igiea, a Rocco Forte Hotel. Rocco Forte em pessoa anunciou em Cannes a reabertura do Villa Igiea, fora do centro de Palermo. Em um palácio do final do século 19 e com 68 quartos e suítes, a maioria com vista para o mar, será o 14º hotel de Sir Rocco (sétimo na Itália, segundo na Sicília). Hotel desde o início do século 20, Villa Igiea recebeu nobres europeus e celebridades de Hollywood ao longo das décadas, antes de fechar.

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Novos hotéis de 2020: café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf
Café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf | Foto de divulgação

Barrière Le Carl Gustaf. O grupo francês Barrière chega a Saint-Barth, no Caribe, e já aceita reservas para a partir de 1º de março. Serão 23 acomodações, todas com vista para o mar, entre quartos, suítes e bangalôs. O hotel boutique terá também uma filial da clássica brasserie Le Fouquet’s, de Paris, que faz parte do mesmo grupo e completa 150 anos em 2020.

Cayo Guillermo Resort Kempinski. A rede alemã baseada em Genebra cresce em Cuba, depois do sucesso do Gran Hotel Manzana La Habana, aberto em 2017. O novo resort à beira-mar, em Playa Pilar, tem 245 quartos. Com 76 hotéis em 31 países, Kempinski pretende chegar a uma centena de hotéis em todo o mundo no próximo ano.

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ILTM Cannes 2018 apresenta as mais esperadas aberturas hoteleiras para 2019

Na semana passada, aconteceu no sul da França a ILTM Cannes 2018, o maior e mais importante evento de turismo de luxo do mundo. Durante quatro dias bastante intensos da feira, os principais players da indústria de viagens de luxo se reuniram em Cannes para discutir as principais novidades e tendências do mercado e os novos rumos do setor para 2019. Levada pela Air France, fiz parte do seleto grupo de imprensa convidado para acompanhar as discussões.

O turismo de bem-estar foi tema campeão, já que segundo estudo da Global Wellness Summit (ligada à rede de hotéis Six Senses), dos 4,2 trilhões de dólares movimentados anualmente pela indústria do bem-estar, 639 milhões vêm do turismo. O estudo revelou também que os gastos no turismo de bem-estar crescem duas vezes mais rápido que os do turismo em geral e que aproximadamente 25% dos turistas já busca de conforto e bem-estar em suas viagens. 

Hoteleiros, operadores, agentes e jornalistas discutem as novidades e tendências do turismo de luxo. Foto: Mari Campos

 

Nada mais natural, portanto, que a hotelaria queira também uma fatia deste mercado, seja focando na qualidade de sono de seus hóspedes, na alimentação ou até na minimização dos efeitos do jetlag. Redes como Four Seasons levam tão a sério a ideia do sono restaurador durante uma viagem que desenvolveram sua própria versão da “cama ideal”. Há tempos focando em sustentabilidade, bem-estar e menus balanceados, a Six Senses está lançando até um aplicativo gratuito que promete ajudar a combater os efeitos do jet-lag nos viajantes, o TimeShifter.

Mas a ILTM Cannes 2018 foi também terreno fértil para anúncios de aberturas, parcerias e expansões hoteleiras.  A IHG, que já conta com 200 hotéis, confirmou que está em franco processo de expansão: levou a marca Kimpton para 14 países diferentes e quer expandir e consagrar a marca The Regent como “timeless brand”, inaugurando novas propriedades em Phy Quoc, Jakarta, Hong Kong e Kuala Lumpur.

A Accor também abrirá diversas propriedades no ano que vem em diferentes bandeiras, incluindo Raffles Maldives, Fairmont Rio, Fairmont Century Plaza LA, Sofitel Wafi City Dubai e SO/ Havana. Sua marca SO/, aliás, passa a ser completamente independente da marca Sofitel; e a 21c Museum Hotels se junta à coleção MGallery. 

A The Doyle Collection concluiu o programa multimilionário de “redesign” em oito propriedades europeias (iniciado há cinco anos) e passa a focar cada vez mais em restaurantes e bares que sejam destinos por si sós, esperando atrair público externo cada vez maior em hotéis como The Bloomsbury e The Marylebone . 

A Minor Hotels, que já conta com 164 hotéis em 26 países, traz os novos Anantara Quy Nhom Villas no Vietnã, o Anantara Tozeur Resort na Tunísia, o Anantara Maraú Bahia (antigo Kiaroa) e o Tivoli Evora Eco Resort em Portugal, dentre outros. A empresa também está investindo pesado no seu programa Anantara Private Jet e nos cruzeiros fluviais asiáticos Mekong Kingdom Cruises. 

Os pratos caprichados do chef Marco Colagreco darão a tônica também no esperado Capella Bangkok. Foto: Mari Campos

O grupo Capella confirmou que finalmente abrirá no primeiro semestre do ano que vem sua esperada unidade Capella Bangkok, um projeto que já leva dez anos em execução, com apenas 100 quartos, em uma área pouco convencional para a hotelaria na cidade. O novo hotel contará com diferentes restaurantes (incluindo um sob comando do badalado chef Marco Colagreco) e as experiências ali serão totalmente customizadas para os hóspedes.  Os novos Capella Ubud e Capella Sanya, assim como o Capella Maldives (já em desenvolvimento e que deve abrir em dois anos), também foram assunto recorrente na feira. 

Independente, o Caldera House abre suas portas em Jackson Hole com apenas oito suítes de 2 e 4 quartos cada, focando em experiências customizadas no inverno e no verão – e assumidamente de olho no público brasileiro que frequenta o destino. 

A rede de hotéis boutique Evoke comemorou a evolução da marca e o sucesso de seu mais novo hotel em Paris, o belo Brach Paris, no 16ème arrondissement, que conta com design de Philippe Starck e um delicioso e badalado restaurante.

A Rosewood confirmou a abertura de nada menos que 21 hotéis nos próximos cinco anos, o que a levará a quase dobrar seu portfólio (atualmente em 24 propriedades mundo afora).  Durante a ILTM, foi dada a largada também ao sistema de reservas do Rosewood Hong Kong, cuja dada de abertura foi oficialmente estabelecida em 17 de março. E a rede passa também a investir pesado no público feminino, com o lançamento da campanha #RosewoodGirlfriends, que criou experiências e promoções para incentivar o público feminino a se hospedar em pequenos grupos nos hotéis da rede.

A One&Only Hotels and Resorts comemorou na ILTM o sucesso da recente abertura em Ruanda e também confirmou a inauguração em 2019 de sua propriedade em Montenegro – o esperado primeiro One&Only em solo europeu.

Outras esperadas reaberturas, como dos hotéis Le Sereno St Barth e do Cheval Blanc St Barth na ilha francesa homônima (completamente reconstruídos após a passagem do furacão Irma no ano passado) também foram grandiosamente celebradas durante os dias do evento.

O anúncio mais polêmico durante a feira foi sobre a parceria firmada entre a SLH (Small Luxury Hotels) e o programa The World of Hyatt.  A partir de agora, a SLH passa a ter acesso aos quase 10 milhões de membros do programa de fidelidade da Hyatt e as “qualifying nights” em propriedades SLH passam a contar para a evolução de status no programa. Com o slogan “a perfect match”, a curiosa parceria foi lançada com a justificativa de que a SLH complementaria perfeitamente o portfólio da Hyatt hotéis – mas representantes de ambas bandeiras acabaram não respondendo as perguntas dos jornalistas sobre quais as relações comerciais que estariam por trás disso. 

Confira em breve outras novidades apresentadas na ILTM Cannes 2018 por aqui.

 

 

 

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Os melhores hotéis do mundo

Nesta semana, saiu a esperadíssima lista da Travel+Leisure com os prêmios de “melhores hotéis do mundo”. Assim como a listagem da concorrente Condé Nast Traveler, esta lista tem hoje em dia absurda influência na indústria turística internacional, seja entre viajantes, entre agentes de viagem ou no próprio mercado hoteleiro mesmo.

Afinal, todo hoteleiro quer ver sua propriedade entre os chamados “melhores hotéis do mundo”, certo? E todo viajante, independente do budget e das probabilidades (a gente bem sabe o quanto o aspiracional é importante nos desejos de viagem), sonha em também se hospedar nos “melhores hotéis do mundo”.

A lista deste ano contempla não apenas os melhores hotéis, mas também faz um ranking das melhores ilhas, cidades, armadores de cruzeiros, aeroportos etc – selecionados, em princípio (há várias discussões sobre a fórmula utilizada atualmente por estas publicações para estes rankings), através do voto dos leitores. Alguns dos quesitos estão também separados geograficamente para quem estiver interessado em apenas uma região específica do planeta. 

Mas a cereja do bolo continua sendo a hotelaria, é claro. De acordo com a lista, as 20 melhores marcas hoteleiras do mundo hoje são Shangri-la, Four Seasons, St Regis, Thompson, Banyan tree, Taj, Montage (uma rede de hotéis boutique com apenas seis propriedades no mundo), Anantara, COMO, Aman, Auberge, Alila, The Peninsula, The Leela Palaces, Rosewood, One&Only, Oberoi, Oetker Collection, Red Carnation (uma empresa ainda familiar) e Six Senses.

A Six Senses Hotels and Resorts foi a grande vencedora, apontada como a melhor marca hoteleira do mundo todo – feito bastante celebrado nos últimos dias por se tratar de uma empresa cujos hotéis primam não apenas pela excelência em serviço mas também pelas localizações extraordinárias e pelo foco indiscutível em sustentabilidade, um fator ainda infelizmente tão pouco levado à sério pela hotelaria internacional. Em rápida expansão, a Six Senses inaugurou diversos hotéis nos últimos meses e tem novos hotéis para abrir as portas em breve em destinos como Butão, Bali e Israel.  Seu hotel em Portugal, Six Senses at Douro Valley, figura também na lista dos melhores do mundo. 

Foto: Divulgação

O ranking dos 100 melhores hotéis é absolutamente inspirador, com propriedades nos cinco continentes que vão de hotéis boutique a resorts à beira-mar, de pequenos lodges a palácios. Em viagens pessoais de férias e também em viagens a trabalho tive o prazer de me hospedar em vários dos hotéis premiados, em diferentes continentes. Na lista deste ano, a América Latina ganhou destaque com propriedades premiadas do México à Patagônia chilena e a Europa ficou com 18 hotéis premiados. Mas a Ásia é a grande menina dos olhos da premiação deste 2018: nada menos que 27 hotéis premiados no continente asiático, incluindo o hotel que lidera a lista como o melhor do mundo, o espetacular Four Seasons Bali at Sayan.

A rede Four Seasons tem dois resorts na paradisíaca Bali. Mas é justamente o Four Seasons Bali at Sayan que figura também na minha lista pessoal de melhores hotéis do (meu) mundo – voltar a me hospedar ali é um sonho constante. Localizado na idílica Sayan, a dez minutinhos da adorável Ubud e em meio a terraços de plantações de arroz, o hotel está completando 20 anos de existência com um serviço cada vez mais exclusivo e premiado em seus apenas 60 quartos distribuídos em uma gigantesca propriedade. 

Foto: Divulgação

O nosso impacto ali já começa logo na chegada: localizado no Ayung River, o resort fica isolado e, exclusivíssimo, é acessível através de uma ponte suspensa entre coqueiros e arrozais. Cada uma das vilas tem não apenas sua própria piscina privativa como também um lily pond exclusivo (os típicos reservatórios d’agua cheios de lírios de Bali) e espaço para meditação no andar superior. Tem um dos melhores e mais atenciosos serviços da hotelaria que eu já vi, excelente restaurante e diversas atividades possíveis, de um belíssimo spa a aulas de culinária balinesa ou tour pelos arrozais e comunidades dos arredores. 

Dá pra ler mais detalhes da minha estadia no Four Seasons Bali at Sayan aqui e  a lista completa dos melhores hotéis do mundo segundo a Travel+Leisure você pode conferir aqui. 

 

 

 

 

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