Você já está preparado para a Era dos Nômades Digitais?

Uma nova geração de profissionais e empreendedores está definindo o futuro do trabalho. E o turismo tem tudo a ver com isso.

 

Para compreender e adaptar os modelos de negócio dessa indústria, a ProjectHub e a Panrotas anunciaram o primeiro programa de mentorias para empreendedores do turismo e as inscrições para a primeira turma vão até o dia 20 de julho.

 

A forma como trabalhamos está mudando radicalmente. E não estamos falando das reformas ao redor do mundo. Os empreendedores e profissionais se aliaram a tecnologia e aceleraram a globalização de seus negócios e o próximo passo é o crescimento acelerado dos nômades digitais. Essa nova forma de viver e trabalhar afeta não só o mercado de trabalho e a forma como entregamos nossos produtos e serviços, mas também, mercados específicos, como o turismo.

Nos últimos cinco anos, tivemos uma evolução tecnológica impressionante com os serviços em nuvem para facilitar o nosso cotidiano e o trabalho remoto. Hoje podemos trabalhar praticamente de qualquer lugar sem grandes dificuldades. Tudo pela internet. Os nômades digitais olharam para essa mudança e foram além. Decidiram trabalhar em qualquer lugar do mundo, usando apenas as ferramentas tecnológicas para realizar as tarefas que fariam da mesma forma presencialmente.

Em 2014, o jovem Pieter Levels, programador, designer e empreendedor holandês, criou a NomadList, uma comunidade com mais de 20.000 usuários pagantes  exclusiva para nômades digitais poderem trocar experiências e saber em quais cidades, falando de custo, velocidade de internet e diversão, são melhores para se hospedar. Ele deu o primeiro passo para estruturar a comunidade e ajudar os recém chegados a escolher seus destinos.

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O impacto no turismo começa a partir daqui. Os nômades digitais não são turistas comuns que estão na Califórnia, por exemplo, apenas para conhecer a Golden Gate em São Francisco. Eles estão lá em busca de networking, espaços colaborativos, experiências, e claro, trabalhar. A oferta de turismo é completamente diferente e em constante evolução.

E a comunidade como um todo pensa dessa forma, é uma questão de adaptação do mercado de turismo a essa nova proposta. E a escolha pela colaboração é reflexo do perfil dos nômades digitais, já que que 75% da comunidade são freelancers ou donos de pequenos negócios.

E quando falamos da parte colaborativa, temos dois perfis para os nômades: quando a pessoa oferece seus serviços para alguém ou alguma empresa, remotamente, e recebe mensalmente por seu trabalho, como um trabalho comum. Ou ativo, quando a pessoa também oferece suas habilidades em troca de hospedagem, alimentação e estrutura nos países e cidades em que passa.

Três brasileiros, Eric Faria, João Machini e Ricardo Lima se encontraram na Califórnia em um hostel, e também, com o propósito de melhorar a vida dos nômades digitais, criaram a WorldPackers, uma comunidade em que nômades digitais ativos podem encontrar oportunidades de trabalho em troca de hospedagem e outras regalias ao redor do mundo.

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E pode parecer algo completamente fora do comum, mas os jovens millennials estão em busca disso. De acordo com uma pesquisa da ONU (Organização das Nações Unidas), 86% deles querem encontrar um trabalho “interessante” fora do padrão que conhecemos, e 88% destes querem fazer parte de uma cultura positiva, que seja globalizada. E, no mundo, existem mais milhares de nômades digitais mapeados, e muitos outros que ainda não participam da comunidade.

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O nascimento de startups como a NomadList e a WorldPackers representam uma transformação tanto para o futuro do trabalho quanto para o futuro do turismo, que agora recebe um novo perfil de consumidores em busca de serviços e experiências.  

Para compreender e adaptar os modelos de negócio dessa indústria, a ProjectHub e a Panrotas anunciaram o primeiro programa de mentorias para empreendedores do turismo e as inscrições para a primeira turma vão até o dia 20 de julho.

Gol Labs, a primeira aceleradora de uma companhia aérea brasileira

Neste ano importante para repensar modelos de negócio que assegurem a competitividade quando o mercado retomar seu crescimento, as grandes empresas estão encontrando alternativas já conhecidas pelo ecossistema de inovação para se manterem atualizadas e acompanharem as necessidades dos clientes e a velocidade da revolução digital. No último dia 25, a Gol, empresa de linhas aéreas brasileira, inaugurou em um de seus galpões no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a Gol Labs, espaço em formato de laboratório, para acelerar projetos com muita criatividade.

Seguindo os passos de empresas como a Microsoft e a Samsung com seus projetos para apoiar startups, a multinacional brasileira decidiu entrar para o time de uma forma diferente. A Gol Labs tem a função de trabalhar projetos para a empresa-mãe como novidades tecnológicas, melhorias na experiência do usuário, entre outras novidades, tudo isso em semanas, o que antes poderia durar meses.

Uma nova ferramenta criada pela equipe de tecnologia poderia demorar de seis meses a um ano para ser efetivamente implantada considerando todo o processo de validação, aprovação e implantação. E isso não acontece apenas na Gol. Diversas empresas ficam para trás quando falamos de tecnologia e inovação por conta de impasses internos.

Levando os projetos para a Gol Labs, os novos projetos podem ser criados, recriados e aprovados fora da estrutura global da Gol. Assim, os produtos já chegam prontos e testados para a equipe de tecnologia interna, acelerando o processo. A meta, com esse formato, é poder fazer entregas funcionais todos os meses, o que antes era impossível.

O mais interessante desse passo da Gol é a nova opção que outras grandes empresas  têm para se aproximar do universo empreendedor e, consequentemente, das desejadas startups. O formato, ainda que a Gol não tenha sido pioneira, é pouco utilizado no Brasil e reforça a importância da abertura das empresas para a inovação.

O próprio CIO da empresa, Paulo Palaia, comentou em entrevista que, além de acelerar os projetos, a Gol Labs tem a tarefa de observar o mercado e ficar atento a novas ideias que possam resolver problemas da multinacional para que parcerias e investimentos sejam feitos.

Nesse momento, nunca foi tão importante que empreendedores do mercado de Turismo estejam com seu pitch preparado e com seus modelos de negócio estruturados para uma eventual negociação com a Gol e com outras empresas da indústria. Não à toa, a PANROTAS se uniu a Lucas Foster, uma das principais referências em empreendedorismo e criatividade para lançar o primeiro programa de mentorias estruturado para  empreendedores do Turismo. As inscrições ficam abertas até 20 de julho pelo link.

No Canadá, por exemplo, o incentivo às startups e a inovação se deu quando o governo percebeu que as grandes empresas precisavam de soluções para problemas antigos e, no mercado nacional, não existiam empreendedores para trazer ideias inovadoras que pudessem resolver tais problemas. A Gol pensou da mesma forma que o governo canadense, mas resolveu abrir a sua própria startup.

Iniciativas como essa no Brasil incentivam o crescimento de mercados colaborativos que priorizam a criatividade e a inovação como ferramentas para encontrar saídas e novas soluções problemas específicos e tem resultados impressionantes. Os espaços de co-working, o crescimento de aceleradoras e incubadoras no país e o investimento de grandes empresas em novas ideias são prova disso.

Por que empreendedores do mundo inteiro escolhem o Canadá como destino?

Muitos empreendedores buscam a internacionalização e ter oportunidade de gerir sua empresa de outro país, seja por conta de um mercado mais favorecido ou por falta de recursos aqui no Brasil. E quem está se tornando um país referência para empreendedores é o Canadá. Há alguns anos o incentivo pela imigração e pela abertura de startups só aumenta, desde 2013 são abertas 2.750 vistos para empreendedores irem para lá.

Mas, antes, vamos entender quando e porquê os canadenses assumiram esse posto. O país, desde 2004, está se estruturando economicamente e o primeiro ponto que chama atenção, ainda mais para nós brasileiros, são os impostos. Usando os Estados Unidos como exemplo, outra potência quando falamos de startups e tecnologia, os impostos são 46% mais altos que no Canadá.

Ainda falando especificamente sobre negócios, de acordo com a Forbes e Bloomberg, o Canadá é o melhor país para se fazer negócio dentre os integrantes do G20 e, desde 2004, é o país mais estável do G7, o que atrai não só investidores, mas também parcerias internacionais e facilidade de negociação.

Financial District, Toronto, Canadá. Foto: Unsplash

Fora dos negócios, o destaque fica para a força de trabalho. Dentre os canadenses na população ativa, 61% completaram o ensino superior, no Brasil, apenas 14% concluíram. Encontrar profissionais de qualidade por lá, com certeza, não é um problema.

E para quem achava que não dava para melhorar, as 2.750 vagas que comentei acima são para candidatos ao Startup Visa Program, um projeto do governo do Canadá para captar empreendedores do mundo todo. O Canadá foi o primeiro país a criar um visto específico para empreendedores que querem abrir ou gerenciar sua startup de lá. Claro, existem pré-requisitos para ser selecionado como incubar sua empresa lá, ter investimentos apenas de fundos e investidores canadenses e a sua equipe precisa ter fluência em inglês ou francês.

Uma pergunta que me fiz quando visitei o Canadá e conheci o Startup Visa Program foi: porque o Canadá precisa tanto chamar empreendedores para virarem residentes? Entendendo um pouco mais sobre o país e conversando com pessoas que moram por lá, percebi que todos estão muito bem acomodados por lá, todos tem boas empregos, vivem bem financeiramente e por isso não precisam se preocupar em abrir empresas ou pensar em empreender.

Mas, chegou um momento em que o país precisava de novas ideias, as grandes empresas precisavam resolver problemas antigos, mas sem novas ideias, não era possível. Ou seja, eles precisam da energia criativa e empreendedora de pessoas de outros países interessadas em crescer no Canadá.

O programa e o fomento nas cidades que citei acima, além do investimento nos empreendedores que já estão por lá, é um ação do governo para movimentar o mercado nacional e estimular parcerias externas. Hoje, o Canadá está no NAFTA, acordo de países da América do Norte e Central e no CETA, uma espécie de acordo de livre comércio com países europeus.

Ainda assim, o mercado canadense é bastante conservador, é necessário ter uma proximidade com as incubadoras, aceleradoras, investidores e outros parceiros. Portanto, é essencial para você empreendedor visitar o Canadá, conhecer os principais centros de inovação e tecnologia, como Waterloo, a segunda cidade do mundo com maior densidade de startups, ficam atrás apenas do Vale do Silício. E a região, como Toronto e Cambridge estão seguindo o mesmo caminho.

Em setembro, o Canadá sediará mais uma edição da Creative Business Cup, campeonato de empreendedores criativos realizado pela ProjectHub e este é um momento não só de fomento, mas de network de aprendizado sobre a economia criativa, empreendedorismo e o mercado de startups. Neste período, vou liderar uma Missão Internacional em parceria com a Next Level Hub com empreendedores brasileiros para sentir a experiência e como funciona o mercado canadense.

Quem estiver interessado, existem duas formas de fazer parte da missão: através do CreativeHub, meu programa de mentoria, por lá os empreendedores participantes passarão por uma banca e um será selecionado para se juntar a missão com todas as despesas pagas. Fora da mentoria, você pode comprar o pacote e participar.

Para dúvidas e acompanhar a economia criativa pelo mundo, acesse o site da ProjectHub