Mtur: ser ou não ser

Brasil_TurismoConsidero um ótimo debate a existência ou não do Ministério do Turismo no Brasil. Inicialmente porque obriga (no bom sentido) empresários, líderes governamentais e a sociedade a falar sobre a atividade econômica e sua situação diante das políticas públicas federais do Brasil. O turismo é importante para o Brasil? Quais as políticas públicas e privadas estão em marcha? Por outro lado, e cada vez mais, fica clara a necessidade de organização do setor privado em torno de temas comuns e uma atuação política forte, coerente e decisiva para convencer, informar e defender o setor a longo prazo.

Bem, se o Ministério existe, e queremos que ele siga adiante, uma reflexão sobre sua atuação nos últimos anos, ao lado de uma avaliação sobre as políticas que vêm sendo desenvolvidas, o orçamento e os profissionais que estão à frente da pasta. Quais os critérios levaram a indicação de Ministros e quais as equipes são necessárias para uma política de estado para a indústria de viagem e turismo ? Qual é o Plano Nacional de Turismo ?

Se achamos que ele deve ser adicionado a outra pasta, precisamos refletir: qual seria essa pasta? Como fica a política de desenvolvimento e como fica a EMBRATUR e a promoção internacional ? Como as entidades organizadas da sociedade devem se relacionar com o poder federal ? Nos atuais moldes ?

Muitas são as perguntas, e mais do que debater se deve ou não existir um ministério para a pasta, devemos, nós profissionais da área, refletir o que queremos, como queremos e com quem queremos tocar o desenvolvimento e a promoção do turismo brasileiro. E você ?

P.S. Na busca por uma imagem para esse post, coloquei no Google “imagem do Ministério do Turismo”, mas infelizmente não dava para ilustrar esse post. Dá uma olhada.

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Jeanine Pires

Apaixonada pela indústria de viagens e turismo, há 31 anos atua como líder do setor no Brasil e no exterior. Já Presidiu e foi Diretora da EMBRATUR entre 2003 e 2010; é Diretora da Pires Inteligência em Destinos e, no final de 2022, entrou para a CVC Corp como Diretora de Alianças e Relações Governamentais. Jeanine foi Co-fundadora da startup ONER Travel em 2020 e já atuou como Presidente do Conselho da Fecomércio São Paulo e da WTM Latin America. Com formação e especialidade em marketing de destinos e economia do turismo, Jeanine faz palestras, cursos e consultorias.

15 thoughts on “Mtur: ser ou não ser

  1. Jeanine, fiz a busca sugerida por você no Google. Realmente, precisamos debater todas as questões apresentadas no seu texto.

    A parta precisa de um padrão técnico, continuidade e projetos de curto, médio e longo prazos bem definidos.

    Abraços.

  2. Cara Jeanine,

    Inicialmente gostaria de lhe parabenizar pela lucidez de suas palavas. Fico feliz em saber que pertencemos ao mesmo grupo: o dos profissionais que vivenciaram a luta e os fatos que antecederam a criação do Ministério do Turismo e que entendem a importância de sua existência para o fortalecimento da atividade turística em nosso país.
    Este fortalecimento certamente não será alcançado atrelando o Ministério do Turismo a nenhuma outra pasta, por mais prestigiada que seja e muito menos extinguindo a Embratur.
    Fico me perguntando a quem interessa a extinção do Ministério do Turismo? Ao acessar um site na internet me deparo com uma manchete cujo título soa estranho: “Representantes do Turismo propõem a extinção do Ministério”. O texto é da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e tem como signatários alguns dos grandes expoentes da atividade turística nacional, dentre eles Guilherme Paulus.
    Também ontem matéria do Panrotas destaca: “Líderes chamam de retrocesso possível extinção do Mtur” onde a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), dentre os signatários desta também consta Guilherme Paulus que pela segunda vez citamos aqui apenas como um exemplo.
    Talvez nunca tenhamos vivenciado um momento tão oportuno para debater os critérios que levam às indicações no Ministério do Turismo e na Embratur. Certamente, todos sabem, do mais modesto cidadão até o mais preparado dos profissionais, que estes critérios (com raras exceções) quase sempre não precedem as nomeações.

    1. Adelmo, obrigada pela participação e pela colaboração.
      Para defendermos a existência do MTUR precisamos dizer por que, para que e com quem? Nos atuais moldes não vejo que o turismo tenha resultados.
      Gostei muito dos comentários da Mariana no sentido de que precisamos fazer uma reflexão séria e propositiva. Além disso, as entidades e lideranças privadas precisam ter uma forma de participação e de colaboração mais efetiva, unida em torno de temas comuns, menos corporativa de cada área e mais em temas de interesse do turismo e dos benefícios para o Brasil.
      Seria legal termos uma forma de debater o tema, de forma aberta aonde todos possam colaborar.
      Vamos ver se conseguimos avançar. O debate não seria se do Mtur deve ou não existir, mas como deve ser a gestão do Mtur em nível federal, sua relação com o setor privados, estados e municípios e também qual o programa e orçamento de trabalho.
      Que pauta você acha importante ?
      Abraços
      Jeanine

  3. Querida Jeanine,

    Eu sou favorável ao fim do MTUR, especialmente nos moldes e com a estrutura em que ele se encontra hoje.
    Ao mesmo tempo, penso que é urgente criarmos um modelo ideal a ser desenvolvido, já sabendo que a utopia não se atinge, mas que permita flexibilidade de adaptação e adequação, de modo a (inclusive) permitir que o modelo se adapte nas secretarias e diretorias nos diferentes níveis.
    Há um mar de incompreensão política e legislativa no que se relaciona ao Turismo, e as falas ficam se repetindo.
    Queria te ver liderando esse movimento de mudança! Te ajudo no que precisar!

    Bjs e parabéns pelos textos, leio todos!

    1. Querida Mari, obrigada pelos comentários e também pela contribuição.
      Fazer um modelo, como você diz, entender a política necessária ao setor e, sobretudo MUDANÇAS, são aspectos fundamentais nesse momento.
      Creio que é um debate muito importante para as lideranças nacionais, estou sempre aqui, e claro que sua colaboração é imensa.
      Vamos começar a pensar? Qual seria o caminho para essa reflexão do setor e para as propostas?
      Beijo

  4. Olá Jeanine e Mariana, realmente precisamos alinhar muitos pontos em nossa Indústria.
    Também concordo que no momento termos ou não um Ministério não convêm. Estamos vivenciando este furacão chamado Lava Jato.
    Com possíveis trocas de quem ganhou as eleições e muita alteração política ainda para passar pela limpeza que o país precisa tanto.
    E claro temos que colocar em prática os pontos que vocês duas levantaram e mais uma “pitada” de regionalidade, para ficar com mais nossa cara.
    Mas note que falando de “Indústria” de união no setor, está mais do que na hora de colocar os diferentes grupos na mesa para discutir, pois como disse o Adelmo além dos mencionados por ele, hoje tem mais um órgão se pronunciando sozinho FBHA com indicação de nome e tudo mais.
    Enquanto agirmos desconectados e sem uma base real dos interesses dos principais players vamos ficar “batendo cabeça”.

    1. Clovis obrigada pela sua colaboração. Creio que você está correto em sugerir ações conectas e articuladas. Nosso setor é muito fragmentado e cada segmento cuida do seu jardim, precisamos ter algo de interesse geral do setor. Mostrar sua importância e repetir e repetir o que representamos para a economia desse país
      Um forte abraço
      Jeanine

  5. Janine, parabéns pelo texto. Como sempre, lúcido e esclarecedor. Na verdade, não importa se teremos um Mtur ou um secretaria dentro de algum ministério afim. O que realmente importa é como o Estado encara o turismo… Todos nós, profissionais da área e economistas em geral, reconhecem a importância do setor de turismo para a economia de um país. Aparentemente, os políticos e os administradores públicos em particular não o reconhecem como tal. O Mtur sempre teve um papel secundário e seus ministros sempre foram indicações políticas para acomodar este ou aquele pedido de um partido político qualquer. Nunca recebeu a devida atenção, nem mesmo nestes dois momentos importantes que foram a Copa do Mundo e as Olimpíadas 2016 no Rio. Aliás, nem mesmo o poder executivo da cidade do Rio dá a devida importância ao setor de turismo para a cidade, haja visto a pouca ou nenhuma política / ação direcionada para o desenvolvimento do turismo na cidade do Rio. Ao mesmo tempo, temos que entender que a área de turismo não é estanque, isolada…deve estar de mãos dadas com a segurança, com transportes, com a educação e cultura, para nomear algumas áreas. Falta em nosso país esta visão macro, falta-nos uma visão de longo prazo. E ao mesmo tempo falta-nos a união do setor privado em torno da causa comum que é o desenvolvimento do turismo nacional. Há muitas atitudes corporativas, há falta de sintonia entre os vários estados e municípios. A idéia da ‘farinha pouca, meu pirão primeiro’ tem prevalecido.

    Como voce mesma indicou, temos a necessidade [urgente] de um debate nacional sobre este tema.

    Abraço.

  6. Prezada Jeanine,
    Parabéns por suas palavras. deixo aqui meu comentário sobre o assunto.

    O que esperamos?
    Deixemos de esperar e façamos acontecer!!!
    Mas precisamos entender que só UNIDOS faremos acontecer!

    Por acaso vamos assistir de camarote a extinção do MTur para podermos nos apresentar tentando demonstrar sua importância e viabilidade somente depois do ato concretizado? Usemos nossas expertises e conhecimento, e, comecemos a agir em defesa do SIM para a continuidade do Ministério do TURISMO, e que possamos contribuir e fazer acontecer o que realmente precisamos!!!

    Em vez de corrermos para ações corretivas em atos para dizer sobre sua importância e retorno, vamos agir PREVENTIVAMENTE, demonstrando que a ATIVIDADE TURÍSTICA e o MTur estão intrinsecamente vinculados e são IMPORTANTÍSSIMOS para o País, não permitindo assim a sua Extinção.

    Muito já se conquistou com a aplicação dos Programas do MTur; experiência, e ações não faltaram em estudos sobre nossos cenários dos aeroportos, dos riscos e legados possíveis, melhorias para segurança pública, mobilidade e acessibilidade, linhas de crédito para diversos segmentos turísticos, ações em direção ao desenvolvimento sustentável, setores portuários e receptivos, qualificação profissional, oferta hoteleira dentre outros.

    Desde 2011 vem se falando que precisamos contar com uma Infraestrutura Turística capaz de suprir as necessidades dos Megaeventos, e assim obter melhores estradas, portos, e aeroportos em todo país, já ouvi e li discursos como o do Presidente da CNC – Confederação Nacional do Comércio, Bens Serviços e Turismo, Sr. Antônio Oliveira Santos, que enfatiza:

    “Um trabalho de equipe é sempre o melhor caminho para o êxito, quando as intenções convergem para a busca do desenvolvimento de um SETOR TÃO IMPORTANTE como o do TURISMO. Poucos países do mundo têm o privilégio de sediar Grandes Eventos internacionais, os chamados Megaeventos”.

    O Brasil no período de 2011 a 2016, vem sediando megaeventos como: 5° Jogos Mundiais Militares, Rio +20, Copa das Confederações, Copa do Mundo, 450 anos do Rio de Janeiro, Olimpíadas 2016, onde ficaram as preocupações sobre a capacidade de realizar estes megaeventos e passarmos a ser um dos mais disputados DESTINOS TURÍSTICOS do Mundo.

    Eventos é apenas um dos segmentos turísticos que temos como aplicar e utilizar em nosso País que possui dimensões continentais e com isto oferta naturalmente atrativos como neve na região sul, sol e praia no litoral nordestino, a floresta amazônica, cerrado, e tantos outros atrativos naturais além dos culturais, carnaval, Boi Bumbá, Bumba meu Boi, enfim, comercialmente podemos ter uma “carteira” de atrativos que podem alavancar a região que souber usufruí-la.

    Houveram erros no percurso, sim claro e muitos, mas corrigimos alguns e podemos corrigir outros como está sendo feito em outras áreas, é natural, por isto a importância em analisar seus INDICADORES afim de realizar tratativas as não conformidades que apareceram.

    A Calmaria ou os erros encobertos em dado momento sucumbem a realidade, assistimos de “camarote” as tantas mudanças no Mtur meramente como moeda de escambo político, num curto espaço temporal tivemos 8 Ministros e na atualidade estamos no vácuo. Isto sim, deve ser mudado, a forma de se vislumbrar o desenvolvimento da atividade turística, pois rebaixá-lo para uma secretaria o deixará ainda mais a mercê do ostracismo que lhe é imposto.

    Daí a NECESSIDADE de hastearmos nossas bandeiras, em todos os segmentos da atividade turística como: agenciamento, organizadores de eventos, transportes turísticos, guiamento, receptivos, A&B, Instituições de Ensino Superior, profissionais que atuam na área turística e todos os outros que sobrevivem diretamente da atividade turística. Neste momento em busca de um OBJETIVO PRINCIPAL, não permitir sua extinção, e bradar a rosa dos ventos que o MINISTÉRIO DO TURISMO é importantíssimo para o desenvolvimento e auxílio econômico do País; concomitantemente, opinarmos um nome TÉCNICO que seja CONSENSO para o trade turístico e possa segurar o leme deste Ministério aprumando sua “proa” rumo ao horizonte desejado!!!!

    1. Itamar obrigada pelos comentários e pela clareza dos temas. Temos muito o que conversar e concordo com você, mais do que isso fazer.
      A liderança das entidades e profissionais, assim como dos secretários é fundamental para modelar as ações e seguir adiante com mais força.
      Obrigada

  7. Querida Janine
    Como vai?
    Minha sugestão é colocar você, o Sales, o Rui, a Aninha, o Mustafá e todos aqueles com paixão e amor pelo que fazem e seus estados para discutir, criar um programa nacional e resolver as questões neste patamar mesmo. E se houver espaço para mais uma pessoa, me chame!

  8. Urgente colocar dirigentes interessados em fazer progredir o turismo no país mais do que em inflar seus próprios egos e/ou em atender às necessidades de seus partidos e compadres. O Turismo está terrivelmente loteado, e isso inclui a Embratur. O resultado é visível: favorecimento sistemático de regiões ligadas aos dirigentes da vez, sem qualquer compromisso com critérios técnicos e planos de médio e longo prazo, se os há. O corpo técnico do MTur e da Embratur é obrigado a se submeter aos desmandos dessa gente, sofrendo a frustração diária de ver seu trabalho ir pelo ralo por causa dos caprichos da politicagem. Outra coisa que vai junto, para o ralo, é o dinheiro público mal gerido por esses “dirigentes” indicados por critérios exclusivamente políticos.

    1. Obrigada por seus comentários. Considero também muito importante a participação, valorização e integração das equipes técnicas dos órgãos de turismo. São essas as pessoas que garantem o profissionalismo, a qualidade técnica e a continuidade dos projetos públicos.

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