Esses foram os 3 temas que chamaram nossa atenção no 2o. dia do GBTA Convention, em Denver e apresento abaixo, de forma resumida, o que vimos (sim, este texto é um resumo).
–> MA-10 – Improving Policy Compliance: Tactics and Technology
Logo às 9:00h assistimos apresentação de Tom Ruesink, Presidente da Ruesink Consulting Group, sobre as novas estratégias para uma implantação bem sucedida de um sistema de controle de política de viagens.
Baseado no conceito “One-Number Score Metric”, que define o valor de cumprimento de política de um determinado passageiro, o programa estabelece metas e desafios quantificáveis para os itens controlados por um “self booking tool”, com objetivo de destacar comportamentos positivos e não dar ênfase demasiada ao descumprimento de política.
O tal do “One-Number Score Metric” ainda está sendo elaborado, mas a ideia é interessante, na medida em que pontua, com pesos diferenciados, os passageiros “frequent users” de um sistema de gestão de viagens.
Tom discorreu longamente sobre os itens da política de viagens que impactam diretamente no custo:
– Antecedência da reserva (para conseguir as menores tarifas)
– Uso de Self Booking e Self-Ticket (permite redução no transaction fee).
– Menor Tarifa Obrigatória (menor ATP)
– Fornecedores preferenciais (benefício das tarifas acordo)
– “Direct connect” (menores preços devido aos menores custos de distribuição das integrações web).
Em contraponto, LeAnne Bell, Travel Data Manager da Kraft Foods, apresentou diversos “reports”, por “travel manager” e por usuário, mas baseados na antiga metodologia de destacar o negativo, apontando quem descumpriu as políticas de viagens.
A diferenciação básica dos conceitos apresentados por Tom e LeAnne é que o primeiro é baseado no “Bonus Feeling”, em que a ideia é estimular o usuário a desejar o cumprimento da política de viagens, enquanto que LeAnne ainda atua na ideia do “Fear Feeling”, que estimula o usuário a ter receio de aparecer no “non-compliance report”…
Sem dúvida, Tom apontou a tendência nesta área, num ambiente em que a tecnologia terá papel cada vez mais relevante para o controle, em tempo da real, da política de viagens da empresa.
–> MB 9 – Mobile Travel Apps: What works now? What is coming next?
Em seguida, às 10:15h, assistimos Mike Uomoto, VP da Rearden Commerce citar os 5 principais motivos que estão levando as pessoas a elegerem o mobile como plataforma dominante:
1 – Produtividade: permite comunicação e trabalho, ao mesmo tempo.
2 – Personalização: identifica quem eu sou e o que eu gosto.
3 – Localização: sabe onde eu e as outras pessoas estão.
4 – Proativo: notifica, alerta e oferece (“push technology”).
5 – Conectividade: linkedin, facebook, twitter, google+ etc. etc.
Sobre o futuro da plataforma mobile, Uomoto abordou pesquisas sobre as seguintes tecnologias, para onde o mobile deverá apontar:
– Reconhecimento de objetos
– Realidade aumentada
– Gamificação mobile
– Nova geração LBS
– Mobile-CRM
– Mobile Payment
– NFC
Nick Tasse-Guilen, Product Manager da iSOS avaliou pesquisas recentes que apontaram que:
1 – Entre viajantes a negócios, antes de iniciar uma viagem, 80% planejam usar laptops e 20% planejam usar smartphones durante a viagem. Os mesmos viajantes responderam, ao finalizar a viagem, que 76% usaram smartphones e somente 24% efetivamente fizeram uso de laptop…
2 – Entre as empresas de RH especializadas na contratação de executivos, entre 6 habilidades diferentes, 48% consideram fundamental a habilidade em operar smartphones, contra 52% divididos entre as 5 outras habilidades, como dominar um idioma estrangeiro ou navegar na web em um laptop…
Heidi Skatrud, VP da Ruhzheimer, levantou a necessidade das empresas definirem políticas de uso do smartphone corporativo, em especial com relação a:
– uso para ligação particular
– utilização de SMS
– acesso às redes sociais
– aplicativo pessoal ou corporativo
– uso de “roaming” internacional
Coincidentemente (ou não), esta é a primeira vez, em 7 participações no GBTA Convention, que eu não trouxe meu laptop… e sinto que o mobile já é a opção definitiva do viajante corporativo.
–> Airlines CEO Pannel
Após apresentação de Jeff Cacy, Managing Director da Boeing, sobre o 787 Dreamliner e outras novas aeronaves, na qual foram citadas as cias. aéreas que adquiriram esses novíssimos equipamentos (AA e GOL, entre outras, encomendaram Dreamliners), o moderador Peter Greenberg, Travel Editor da CBS News, apresentou Yingming Wang, Chairman da Hainan Airlines e Douglas Parker, Chairman e CEO da US Airways (Keith Williams, CEO da British Airways deu “no-show”).
Após início morno, em que Wang falou, com certa dificuldade no inglês, sobre as crescentes rotas internacionais da cia. aérea chinesa, com hub em Beijing, para Washington, Seattle, entre outras cidades norteamericanas, além de diversas cidades europeias, africanas e asiáticas, o moderador questionou Parker, da US Airways, sobre a cobrança de taxas acessórias (ancillary fees), cuja rentabilidade já estaria superando o negócio do transporte aéreo.
O CEO da US Airways respondeu que as “ancillary fees” são caminho sem volta, pois tornaram-se a tábua de salvação da aviação comercial norteamericana, o que não configurou nenhuma novidade, face ao que quase todas as cias aéreas americanas estão praticando, já há 3 anos ou mais.
Apesar de usar e abusar dos serviços acessórios, a US Airways desistiu de vender refrescos e refrigerantes à bordo, pois os passageiros optavam por água, por ser grátis.
Parker chegou a citar que pagou USD 6 por uma diet coke no hotel em que estava em Denver e que não entendia o motivo dos passageiros não a acharem natural a mesma cobrança durante um voo…
O CEO da US Airways foi categórico ao afirmar que o GDS não é capaz de cobrar as “ancillary fees” por “inability to show what we are able to show on web” (preferi não traduzir este trecho).
Já o chinês Wang reafirmou que não cobra taxas acessórias, pois a Hainan é focada em “business travel, quality of service and client satisfaction”, citando o rosário marketeiro de qualquer cia. aérea.
Provocado sobre consolidação entre cias aereas, Wang disse, referindo-se a Hainan, que continua solteiro, por ser jovem, mas que está livre para casar no futuro, pelo fato de ser uma empresa privada (é a maior cia. aérea privada da China).
Já Parker afirmou que sente-se bem, solteiro, operando de forma lucrativa, embora entenda que a consolidação é uma realidade, pois existem muitas cias. aéreas operando globalmente…
Aos ser questionado sobre novos destinos, para países com economia emergente, em especial Brasil, Mexico e Russia, respondeu que a US Airways somente voa para onde possa fazer dinheiro, sob o olhar surpresso de Wang, que acabara de informar que todo o lucro da Hainan é transferido para o programa de ampliação de rotas, expansão de frota e qualidade de serviço, principal razão pela qual não concordava em cobrar “ancillary fees”.
Wang garantiu ainda rigoroso cumprimento de horário (exceto sob condições climáticas ou restrição de tráfego áreo que impeça ou dificulte a regularidade operacional), sob o olhar incrédulo do CEO da US Airways que afirmou não poder garantir isso, enquanto persistirem as atuais condições do tráfego aéreo e do disputado mercado de aviação comercial mundial.
Um painel que prometia muito, mas que acabou transformando-se num comparativo entre as atuais mazelas do mercado aéreo dos EUA versus a agressividade comercial das empresas chinesas.
Apesar do brilhantismo do moderador Peter Greenberg, a presença de Keith Williams (da BA) provavelmente teria dado mais graça ao painel, como um terceiro elemento, de equilíbrio, entre as realidades díspares apresentadas.
Finalizo por hoje e, já que o mobile está na ordem do dia, assistirei novos debates sobre o tema, nesta 3a. feira 23/08:
TA8 – Mobile Technology in a Managed Travel Program
TB9 – Mobile Revolution: Why Should You Care?
No próximo post, você poderá ler aqui o resumo do que eu encontrar de mais interessante neste 3o. dia do GBTA Denver 2011.
See you…
.
Para quem não conseguiu participar é excelente poder ler um relatório assim.
Adriano,
A ideia é oferecer um “overview”, pelo menos daquilo que eu participei, aos leitores do Blog Distribuindo Viagens.
Conversando com a Heloisa Prass, que está aqui ao meu lado, sobre a tendência de posts curtos e a falta de tempo das pessoas em ler textos longos, o comentário dela foi definitivo: “quem quiser superficialidade e texto curto, usa o twitter”…
[]’s
Luís Vabo
Só uma curiosidade, se não levou o laptop… digitou tudo isso no Iphone??!!
Acredite, Adriano,
Fiquei craque em digitar com um dedo só.
Para postar no Blog, nada melhor que a telinha do iPhone.
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo,
Agradeço muitíssimo por essa dedicação, depois de um dia cheio, em nos transmitir o que de melhor se passou no evento.
Fica o registro.
Um forte abraço,
Aristides
Aristides,
Gosto de descrever minha visão sobre o que vejo, aprendo ou percebo, em especial sobre assuntos ligados ao mercado de gestão de viagens corporativas.
Fico feliz em compartilhar o conhecimento que acabei de adquirir, e mais ainda, quando tem utilidade para outras pessoas.
Isso é uma das coisas que me movem, mas existem outras…
Obrigado pelo interesse e paciência em ler um texto tão longo para os padrões do Blog.
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo,
Agradeço muitíssimo por essa dedicação, depois de um dia cheio, em nos transmitir o que de melhor se passou no evento.
Fica o registro.
Um forte abraço,
Aristides
Caro Vabo,
Seu resumo nos mostra tendências bem interessantes no mercado de viagens corporativas.
Chamou minha atenção uma colocação do Tom Ruesink, quando ele fala em corportamentos positivos, buscando não dar ênfase demasiada ao descumprimento de política. Achei bem interessante.
Abraços.
Rubens
Rubens,
Trata-se de uma tendência, já utilizada há algum tempo no Brasil.
A empresa cliente opta se deseja implantar o controle da política de viagens baseado na punição pelo descumprimento (Fear Feeling) ou na premiação pelo cumprimento (Bonus Feeling).
O importante é que existam as duas formas, pois cada empresa tem sua própria cultura e metodologia.
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo,
Seu resumo nos mostra tendências bem interessantes no mercado de viagens corporativas.
Chamou minha atenção uma colocação do Tom Ruesink, quando ele fala em corportamentos positivos, buscando não dar ênfase demasiada ao descumprimento de política. Achei bem interessante.
Abraços.
Rubens
Rubens,
Trata-se de uma tendência, já utilizada há algum tempo no Brasil.
A empresa cliente opta se deseja implantar o controle da política de viagens baseado na punição pelo descumprimento (Fear Feeling) ou na premiação pelo cumprimento (Bonus Feeling).
O importante é que existam as duas formas, pois cada empresa tem sua própria cultura e metodologia.
[]’s
Luís Vabo