Incrível a capacidade do Panrotas de renovar o Fórum a cada edição.
Solange e eu participamos de todas as edições do FP, no início como palestrante ou moderador, nas últimas 3 edições como patrocinador e, desde sempre, como atentos ouvintes e motivados aprendizes.
Este ano, assistimos a 2 eventos num só, ambos super bem produzidos, mas com conteúdos absolutamente diferentes, gerando interesse e atenção da plateia também bastante diferentes.
O primeiro Fórum Panrotas de 2013 aconteceu no dia 19/03 e foi caracterizado por painéis políticos, econômicos e estratégicos, o que o tornou menos dinâmico e, às vezes, menos interessante para o profissional do turismo, do que o segundo.
Dois ministros do turismo (África do Sul e Brasil), um bem mais preparado do que o outro para o público presente, apresentaram a experiência de seu país com a organização da última Copa da Fifa e o planejamento de seu país para a próxima edição do evento em 2016, respectivamente.
Três cias. fabricantes de aviões (Boeing, Airbus e Virgin Galactic) apresentaram suas visões e projetos do que será o transporte aéreo no futuro e, entre aviões mais modernos, silenciosos, rápidos, seguros, confortáveis e econômicos, o projeto do avião com alimentação híbrida, que tornará viável no médio prazo um “avião elétrico”, foi o que mais aproximou-se de uma nova tecnologia disruptiva em relação ao tema proposto.
Dois presidentes de cias. aéreas (GOL e TAM), ambos em “período de silêncio”, apresentaram seus produtos e serviços para uma plateia de vendedores de seus produtos e serviços, moderados por um Artur também em “período de silêncio”.
O segundo Fórum Panrotas de 2013 aconteceu no dia 20/03 e mostrou, logo de manhã, sua primazia sobre o primeiro, quando Peter O’Connor arrebatou a atenção da plateia com seu conhecimento, experiência, visão crítica e, muito importante, capacidade de comunicação com o público presente.
Que espetáculo assistir um show (não foi uma palestra) de um profissional que sabe falar, alto e pausadamente, facilitando as tantas pessoas que entendem um pouco de inglês (e abrem mão do tradutor eletrônico), com dinamismo no palco e estimulando a participação das pessoas, trazendo informações novas, algumas intrigantes e muito conhecimento de causa.
Greg Webb subiu ao palco aparentemente preocupado em suceder um palestrante show-man, mas manteve o nível e debateu com bastante maestria algumas posições dos GDSs visivelmente antagônicas com a visão apresentada por Peter.
Destaco também, neste segundo dia, o painel das OTAs, com a brilhante moderação da querida Adriana Cavalcanti, elegante e descontraída ao mesmo tempo, ponto alto de um painel com tantos e diferentes players (e ainda senti falta do Decolar, Submarino e Rapi10, pelas suas características únicas).
É estimulante assistir a mudança de discurso dos gestores de sites que começaram outro dia mesmo (2 ou 3 anos atrás) e, agora, posicionam-se abertamente como aquilo que sempre foram: agências de viagens.
Também é curioso testemunhar o quanto a maioria dos agentes de viagens presentes ainda não se deu conta (ou, ao menos, não declara) que já são ou serão OTAs, pois trata-se de um conceito similar à velhice: querendo ou não, só não vai chegar lá quem for embora antes…
Artur abordou-me no final do evento e perguntou porque estive tão quieto durante as palestras, mas não tive tempo de responder, tamanha a quantidade de pessoas, parceiros, clientes e amigos, todos falando e cumprimentado todos ao mesmo tempo, que fazem do network do Fórum Panrotas um grande sucesso.
Por isso, respondo aqui a pergunta do Artur: assisti a este segundo dia do Fórum Panrotas como um observador desta fase de transição histórica (a rigor, a nossa geração está irremediavelmente presa a esta fase de transição), e segue abaixo o que testemunhei, também em “período de silêncio”:
– Escutei agentes de viagens, que operam de forma totalmente dependente da internet, insistindo em questionar as OTAs…
– Percebi que a velha e desgastada relação de amor e ódio entre hoteleiros e operadoras, permanece presente e mais viva do que nunca na internet.
– Observei que as cias. aéreas, que sempre desejaram eliminar o “custo de comercialização” representado pelo agente de viagens, sentem-se frustradas por perceberem que não conseguirão nem com a internet !
– Confirmei que a publicidade online continuará levando a maior fatia do bolo, enquanto as OTAs não resolverem encarar este absurdo “custo de distribuição”, que entrega cliques, mas não necessariamente vendas, conforme antecipei em “QUEM LUCRA COM TURISMO ONLINE É O GOOGLE” e Paulo Salvador repercutiu em “QUEM PERDE COM O TURISMO ONLINE SÃO OS HOTÉIS”.
Resumindo, penso que os destaques deste Fórum Panrotas 2013 foram Peter O’Connor, entre os palestrantes, Adriana Cavalcanti, entre os moderadores, além da competência da família Alcorta e equipe Panrotas (sem bajulação, esta é a mais pura realidade).
Não vejo a hora de chegar 1o. de abril de 2014 !
.
Caro Luis
Excelente análise do que foi o Fórum Panrotas 2013.
Quero aproveitar e deixar registrado para os que não puderam ir a este fórum que quando você menciona “Dois ministros do turismo (África do Sul e Brasil), um bem mais preparado do que o outro para o público presente” estamos falando do NOSSO Ministro do turismo que sem dúvida alguma trocaria facilmente pelo ministro do turismo da África do Sul. Totalmente despreparado, sem carisma e que, pelo menos a mim, me envergonhou como cidadão brasileiro ao se “esquivar” dos fatos ao invés de enfrentar os diferentes problemas apresentados.
Espero que nós e sobretudo os empresários do setor possam com sua capacidade técnica, inteligência e jogo de cintura fazer com que o turismo no Brasil continue de desenvolvendo sem que tenhamos que depender do nosso governo.
Um grande abraço
Pois é, Marcio,
Agradeço por detalhar o pensamento da maioria presente.
[]’s
Luís Vabo