Li algumas matérias do Portal Panrotas sobre o 1º Seminário Aeroportos Brasileiros, que aconteceu semana passada, na Fecomércio, em São Paulo e, de tudo que li, chamou-me a atenção a afirmação do presidente da Avianca, José Efromovich, de onde adaptei o título deste post.
“Desafio é manter aéreas saudáveis”, disse Efromovich, numa manifestação que poderia ser interpretada como em interesse próprio.
Ora bolas, está certíssimo o presidente da Avianca ao defender medidas que mitiguem as mazelas das empresas aéreas brasileiras, como o preço do combustível e as altas taxas aeroportuárias.
Nada mais natural do que o representante de um player importante de uma indústria, vir à público defender sua atividade econômica, seguramente por achar importante a saúde das transportadoras, mas também para aliviar o peso absurdo sobre suas próprias costas.
Você pode estar perguntando: E onde entram os agentes de viagens nisso?
Sem querer abrir polêmica (é mais forte do que eu), sinto falta de um grande player (não me refiro a lideranças associativas) de nossa indústria de agenciamento de viagens e turismo vir à público fazer a mesma coisa a respeito das agências de viagens, neste momento de crescente dificuldade econômica.
A diferença fundamental, entre tantas outras, entre as cias. aéreas, aqui representadas pela ABEAR, e as agências de viagens, representadas pela ABAV, é o tamanho e a quantidade de empresas de cada um desses segmentos.
No mais, as dificuldades econômicas são proporcionais ao tamanho do negócio e as práticas comerciais são igualmente predatórias, tudo em nome da liberdade de mercado e da livre concorrência.
Penso que não basta esperar que nossas entidades lutem (ok, mobilizem, articulem, negociem…) sozinhas em prol da atividade de agenciamento de viagens (aliás bem mais ameaçada do que a de transporte aéreo), como têm feito as atuais gestões das ABAV Nacional, de São Paulo, de Brasília e do Rio de Janeiro (apenas para citar as que eu acompanho).
Como os novos tempos nos mostram, as grandes mudanças exigem mobilização de todos, ação conjunta e, no mínimo, manifestação de opinião, aberta, clara, sem receio de exposição.
“Pensei em comentar, mas preferi ficar na minha”, dizem alguns. “Achei corajoso o seu post, mas minha posição não permite que eu manifeste meu ponto de vista”, alegam outros. “Concordo com tudo que você escreveu, mas não acredito que algo mudará”, e assim por diante.
Sinto que está faltando “papo reto” em nosso mercado de viagens e turismo…
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Pois é Vabo, falta “papo reto” ha muito tempo e pela quantidade de comentários a respeito do seu post, imagino que essa falta de mobilização e de ação conjunta permanecerá nos deixando sem voz! Uma pena!
Wilson,
Em alguns casos, o interesse e a mobilização até nos surpreende e os comentários extrapolam.
Isto é bem legal, mas nem sempre acontece.
Faz parte…
[]’s
Luís Vabo
Prezado Luis
Precisamos encontrar solucoes novas para problemas antigos e abrir espaco para o equilibrio de nosso setor. Muito do que ainda vivemos hoje é reflexo de praticas e decisoes do passado que nao foram desenvolvidas e aprimoradas atraves do tempo, salvo as inovacoes tecnologicas.
Concordo com a preocupacao em manter as aereas saudaveis mais devemos sempre ter uma visao mais abrangente e integrar todas os envolvidos. De nada adianta uma cia aerea saudavel operando em um aeroporto com goteiras, sem cadeiras, com banheiros imundos (citando o post da Panrotas sobre o Galeao de 2/7/2013). Precisamos ter o basico antes de tudo. Seguranca, educacao etc.
O que temos visto em varias oportunidades é um desequilibrio constante levando a analises e resultados desconectados com o todo, gerando frustracoes e descompassos bem ao estilo do jeitinho brasileiro de ser, porem o que observo é que a insatisfacao ja entrou na reflexao diaria de cada um de nos, o que considero MUITO POSITIVO.
Por mais legitimo que cada setor lute por melhorias nunca devemos esquecer de ter uma visao mais abrangente.
Hoje as Associacoes das Empresas Aereas – Abear reivindicam melhores condicoes sobre o sistema tributario sobre as taxas aeroportuarias, combustiveis etc e no passado nos agentes de viagem tambem lutavamos para melhores condicoes comerciais incluindo manter o comissionamento base na epoca 9% hoje reduzido para 6% e minguando para ZERO em muitas cias.
Pensando mais adiante vejo as cias aéreas utilizando avioes com consumo de combustiveis 30% menores do que hoje em dia (O 787 recem lancado recentemente ja opera com uma economia de 20%).
Resta-nos nos agentes de viagem reinvidicar, tambem, melhores condicoes para equlibrar essa equacao.
Abs
James Jones
James,
O que discuto aqui é que as cias. aéreas, e alguns de seus maiores representantes, têm o direito de reivindicar melhores condições, sejam tributárias, operacionais ou normativas.
Da mesma forma, gostaria de verificar o mesmo de nossa parte, com os maiores empresários do trade manifestando-se a favor da atividade agenciamento de viagens.
Apesar de eu reconhecer que este é um papel das entidades, acredito que todos os que têm voz poderiam usá-la.
[]’s
Luís Vabo
Meu caro Vabo
Seus “pitacos”, quando vem com conteudos inerentes ao nosso dia a dia, sempre tem demonstrado audiencia.
E uma pena que estamos atuando so na retorica, nao ha mais DESAFIOS disponiveis para nos, foram todos exaustivamnte usados e esgotados, logico
que isso nao significa que devemos ficar olhando a banda passar. Todas nossas entidades e associacoes representativas, trabalham em prol de mais respeito, mas infelizmente acabam se deparando com “entidades” mais poderosas neutralizando os esforcos, houve no passado muitas demonstracoes de nossa classe (quando eramos fortes) Cuja mobilizacao era significativa e tinhamos liderancas que nos incentivava ao …..teu FILHO nao foge a luta.
Nos ultimos anos, aos poucos fomos “afrouxando” nossa guarda
É verdade, Rocco,
Quanto mais inerente ao dia-a-dia, mais comentários o texto recebe.
Talvez por isso, este blog receba tantos comentários: procuro refletir sobre o dia-a-dia do nosso mercado de viagens e turismo, seja assunto doce ou amargo.
De qualquer forma, sinto falta de seu comentário sempre.
[]’s
Luís Vabo
SE vc considerar que 50% das agencias são originadas pelo marido que queria dar uma “atividade para a querida esposa”….., a coisa não fica muito consistente , não é mesmo?
Oldemar,
Penso que, na verdade, isto não faz tanta diferença se a atitude for profissional.
No meu caso, a querida esposa que me deu esta atividade… 🙂
[]’s
Luís Vabo
Luis
Nosso problema esta na grande falta de lideranças no setor de agencias,na incapacitaçao e por isto desvalolizaçao da atividade profissional.Nao tenho nada contra vc começar pela esposa ou marido ..Tenho contra alguns que levam isto como hobby e desvalorizam nosso trabalho ,se os profissinoais desta area derem-se ao respeito e unirmo-nos seremos fortes para seremos respeitados..Certissimo quem defende sua categoria.. Nosso defeito é nos defendermos a nossa..
É verdade, Sonia,
Profissionalizar nossa atividade começa pela postura e atitude dos atuais empresários e profissionais.
[]’s
Luís Vabo
Rocco, Vabo e James mais uma vez tiro o chapeu para vocês…. infelizmente no nosso pais, entidade de classe na verdade é um grande partido politico….. se não mudarmos nos mesmo…. eles nunca mudaram…… essa copa das confederações deu um grande exemplo do que somos capazes…..não acham? abs
Fabrizio,
A política associativa e a política partidária são as melhores formas de exercer a democracia, quando as coisas funcionam.
Quando algo vai muito mal, a força do conjunto da sociedade sempre é mais efetiva.
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo,
O atraso de gestao, de uma maneira em geral, tem trazido maiores ou menores problemas aos setores representados. Todas essas entidades e associacoes nascem com a finalidade de agregar, crescer e trazer beneficios aos seus pares — e parecem naufragar, ou melhor, estolar, quando crescem demais e se envolvem de menos.
Some-se a essa luta a mudanca que ocorre mundo afora, em termos de tecnologias, relacionamentos e canais de vendas. As agencias de viagem sao as maiores perdedoras desse novo tempo, aliadas a falta de uniao entre seus lideres e a sofrivel gestao diante de um quadro viciado, que leva alguns deles a imobilizacao voluntaria…
Se tudo funcionasse corretamente, ainda assim haveriam aqueles que levantariam as vozes para contradizer. E dificil analisar melhor, fora da realidade em dez anos longe do Brasil, mas tenho amigos que sofreram ate estolarem e ainda assim insistem num modelo que nao volta jamais. Outros trilham novos voos e com menos turbulencia.
Talvez seja esta a hora: nao de associar-se; mas de inventar-se. O Brasil, por pior que seja seu modelo face ao mundo atual, nao pode legalizar posicoes que aos poucos saem do radar mundial. E melhor apostar numa nova tendencia porque a cada dia as empresas deixam de ser locais e passam a ser mundiais nas suas acoes.
Bencaos do Senhor e meu abracao para voce — e meu perdao aos amigos que ainda insistem no voo cego. Over!
Bom dia, Marcos,
Seu comentário merece reflexão…
[]’s
Luís Vabo
Vabo,
Muito pertinente seu post e gostaria de colocar minhas considerações.
Trabalho a mais de 4 anos em um projeto que possui justamente esse foco e voltado exclusivamente para as agências de viagens. Nesse tempo todo percebi que temos dois grandes problemas: “falta de qualificação profissional na maioria das agências e MEDO das mudanças”.
O mercado tem apresentado grandes mudanças nos últimos anos e isso tem “assustado” a maioria das agências de viagens, pois não estavam preparadas para isso. Soluções existem, mas uma grande parte do mercado não as quer enxergar.
É aquela situação de se desamarrar, se soltar do que está acostumado e buscar novas oportunidades para o seu negócio. “Empurre sua vaquinha do precipício”, é bem como mostra essa parábola mesmo.
Sinto que muitos “donos” de agências esperam que alguém faça alguma coisa por eles e isso não vai acontecer, precisam mudar de postura e agirem como “empresários”, tratando suas empresas realmente como um negócio e não um “passatempo”.
Não buscam qualificação!! Todos os profissionais de outros segmentos que conheço estão sempre buscando se qualificar, aprender coisas novas, se atualizar e melhorar suas metodologias e por consequência os seus resultados. Não vejo isso acontecer em nosso segmento, não por falta de oportunidades pois existem várias disponíveis no mercado, mas por falta de interesse mesmo… As agências não buscam isso!
Querem melhorar como então?
Se querem resultados diferentes, precisam fazer coisas diferentes.
Tem que se deixar os “egos” de lado, ninguém é dono da razão. Saber muitas vezes mudanças são necessárias e o que parece ruim agora, pode ser muito bom lá na frente.
Mas a resistência é muito grande e isso é natural do ser humano “mudar causa desconforto e as pessoas não resistem à mudança pura e simplesmente. Elas resistem porque já estão habituadas à situação atual, não dispõem de informações suficientes a respeito da nova realidade ou não estão seguras. Até a situação futura chegar, haverá dúvidas, incertezas e muitas interrogações, mas aí pode ser tarde demais!
Papo reto: Na minha opinião, para manter as agências saudáveis, primeiro “elas” precisam desejar isso! É preciso sair da inércia e buscar as soluções que o mercado oferece ou criá-las usando idéias e inovações, mas definitivamente, não esperar que alguém vá fazer isso por elas.
Uma coisa é cobrar das entidades representativas ações em âmbitos políticos e legais, outra coisa é manter-se saudável e competitivo.
“A união faz a força”
Apenas um desabafo…
Abraços e parabéns pelas abordagens.
Concordo integralmente com você,
Coincidência ou não, neste próximo sábado, 06/07/13, a palestra principal de nosso Workshop Semestral Reserve 2013 é “Desafios em série exigem organização, talento e vontade”.
Ou seja, o primeiro passo é genuinamente desejar.
[]’s
Luís Vabo
Boa tarde Vabo!
Na minha opinião o que falta na verdade é coragem de todos nós Agentes de Viagens ( empresarios e colaboradores )para encarar cias. aereas e governo. Porque? Porque tememos retaliações de todos os lados. Não considero a classe unida a muito tempo e sempre todos olham para seu umbigo, onde pensam que se eu estou ganhando dinheiro e meu concorrente não, está tudo certo, pois ele vai quebrar e eu abocanho mais uma fatia de mercado. Essa já é uma politica antiga eu sei, mais ná verdade é o que ocorre! Falta de união, falta de conversa, falta de troca de idéias. Todos temos medo que nosso vizinho descubra algum segredo e tome nossos clientes. Por este motivo continuamos pensando: porque vou levantar uma bandeira e ajudar os demais se posso resolver meus problemas sozinho! O seu testo deixa bem claro o medo de que OS GRANDES do mercado tem de brigar! Ninguem quer perder seu OVER não é mesmo!!
Grande abraço!!
Pois é, Roberto,
Há muitas formas de crescer em nosso mercado de viagens e turismo atualmente, mas para se tornar um grande player hoje, muitas agências mantiveram por anos, ou décadas, um relacionamento comercial simbiótico com as cias. aéreas, naquela época (para alguns até hoje) sua principal fonte de remuneração.
Um cenário desses só terá alteração sensível na próxima geração de empresários de agências de viagens e turismo, aqueles que montarão seu negócio baseado exclusivamente na remuneração do cliente.
[]’s
Luís Vabo