Tenho essa mania de não omitir minhas opiniões.
Sempre fui assim, na escola, na universidade, na minha carreira de engenheiro e, nos últimos 15 anos, como empresário do turismo e nas associações que participo, como ABGEV/ALAGEV e ABRACORP.
Seguindo essa tradição (ou será compulsão?) afirmo aqui: eu gosto do estilo da Dilma.
Pronto, falei.
Espero não receber o patrulhamento de tucanos nem de petistas, mas acho que o cargo de Presidente do Brasil deve ser exercido de forma apartidária.
Mesmo que Dilma ou qualquer outro presidente não consiga realizar esta façanha (apartidarismo), nossa presidenta é a que chegou mais próximo desse objetivo.
Caso especial do corriqueiro “a criatura superou o criador”, bem comum na política brasileira, Dilma bate recordes de popularidade, o que a torna cada vez mais poderosa, mais difícil de encarar politicamente.
A oposição se esconde, com medo de expor-se aos quase 80% do eleitorado que considera boa ou ótima a gestão da presidenta (dados CNI/Ibope).
Os especialistas creditam este sucesso ao seu estilo firme de conduzir os processos políticos, como ao destituir ministros suspeitos de envolvimento em corrupção ou passar descompostura (dedo em riste) em prefeitos que a desafiaram publicamente sobre os royalties do petróleo.
Pode ser, mas eu vejo mais pelo lado da agenda política do governo federal, liderada pela presidenta, cujo posicionamento tem recebido a melhor das avaliações do povo brasileiro, como alguns casos abaixo:
Lei de Acesso à Informação
Dilma foi a primeira a dar o exemplo, mandando divulgar o salário, incluindo os extras (e são muitos), dos ocupantes de cargos públicos do Executivo. Os demais poderes ainda titubeiam sobre o que, como e quando cumprir a lei.
Comissão Nacional da Verdade
Ao reunir todos os ex-presidentes para cerimônia histórica da abertura dos porões de informações sobre desaparecidos políticos, Dilma reuniu três virtudes na figura do Presidente da República: sensibilidade feminina, senso de justiça e discurso de estadista.
Novo Código Florestal
Não há quem acredite que Dilma não vá vetar o todo ou partes do texto que sairá do Legislativo. Como é um tema que o povo não conhece, ele prefere imaginar que ela o fará com um olho no meio ambiente e outro na produção de alimentos, setor econômico fundamental para o país, em especial para os mais pobres.
Queda dos juros
Tecnicamente certa ou errada, não sabemos (ou podemos supor) mas o fato é que a queda de braço do Banco Central com a Febraban é enxergada pelo povo brasileiro como a briga Dilma X Banqueiros. Com o atual nível de dependência dos bancos em relação ao BC, quem vocês acham que vencerá essa guerra?
Combate à corrupção
A realidade pode até ser diferente, mas a percepção que fica é que o governo federal apoia, estimula e até patrocina a onda de combate à corrupção, tendo recebido da Chefe de Estado dos EUA Hillary Clinton o elogio público por Dilma estar estabelecendo um “padrão mundial” de transparência e combate à corrupção…
O fato é que a manutenção de diversos programas sociais e a criação de novos, como o recente Brasil Carinhoso, lançado em cadeia nacional no Dia das Mães, associados às suas posições a respeito de temas do interesse do povo, acabam por identificá-la com uma parcela ainda maior da população do que ocorria com o ex-presidente Lula, tornando-a uma candidata imbatível para a re-eleição (se a eleição fosse hoje).
Como a eleição não é hoje, resta saber quanto tempo vai durar esta “paixão” do eleitorado…
.
Prezado Vabo,
Seus argumentos são consistentes em defesa de nossa Presidenta. Também concordo, embora não enxergasse a Presidenta com bons olhos em início de mandato.
É fato que sempre esperamos do novo governante (ou administrador) atitudes novas que imprimam sua própria marca.
Mas eleição é momento, e nesse momento os ventos são favoráveis.
Apostaria em águas tranquilas até o final da regata?
Um abraço,
Flávio
Flavio,
Na verdade, não tive a intenção de defender a presidenta (até por que ela não está precisando, né?).
Aposto em águas menos tranquilas, pois ano de eleição ativa a ambição política.
Todos os potenciais candidatos, que hoje estão na muda, certamente não estarão escondidos daqui a 2 anos.
[]’s
Luís Vabo
Meu Prezado Vabo,
De politica posso falar um pouco, por isso me atrevo a opinar seu post sobre a presidente Dilma. Mesmo afastado das questoes do dia a dia politico no Brasil, vemos algumas mudancas positivas na gestao que ela empreende em favor de um governo mais justo e etico.
Claro que ela pegou uma bucha de canhao ruim do governo anterior e, para desativar as mas particulas, sofreu muitissimo por causa da ‘base aliada’ que sustenta seu governo. Ainda assim passou por cima dos caciques e escalpou indios de todas as matizes que arruinavam sua gestao.
Falta muito, e claro, mas ela (des)fez em pouco mais de um ano a ruina semeada nos oito anos anteriores, mostrando claramente que sabe separar o joio do trigo. Deve estar sendo espezinhada diuturnamente por aqueles que acham que estao acima do bem e, principalmente, do mal…
Com a sua popularidade em alta, com seu governo em linha crivel e com a possibilidade de um amanha melhor para o Brasil, principalmente apos o julgamento do mensalao, a presidente Dilma podera ter um pais como deseja a maior parte dos brasileiros, serio e etico.
E dificil, dificilimo, pela heranca maligna ainda enraizada e pela evolucao da corrupcao nas demais esferas brasileiras, tal qual um cancer, mas receberia a boa blindagem do povo brasileiro para levar em frente esse governo e suas dificeis gestoes — mas venceria, porque o bem vence o mal.
Com meu abraco a voce, seus seguidores, ao trade e, porque nao, a presidente Dilma, juntamente com as Bencaos do Senhor…
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK + 44 79 7973.3380
Prezado Hernandez,
Sua opinião, de quem presencia de fora o que está acontecendo por aqui, nos mostra um pouco da percepção da comunidade internacional a respeito do momento especial que o Brasil está vivendo.
Muito bom o seu “abraço à presidenta Dilma”…
[]’s
Luís Vabo
Meu caro amigo,
Concordo com você em quase tudo. De fato a Presidente passa uma imagem de competência e, de certa forma, aproxima-se do tal “apartidarismo” tão desejável. Um bom presidente precisa pensar na próxima geração e não na próxima eleição. Mas discordo dela no caso dos juros, ou do Dilma X Banqueiros. Não se podem baixar juros com pito ou bronca, nem com decreto. Boa parte da “gordura” dos juros é criada pela própria ação (e omissão) do governo, pois os níveis do IOF e do Depósito Compulsório (que os bancos são obrigados a deixar depositado no BC) são responsáveis, em grande parte, pelo tamanho dos jutos cobrados. Não quero com isto defender o setor bancário, pois nem tenho competência para tal. Mas reparo que, em determinados momentos, a exemplo de seu antecessor, Dilma também cede à tentação do populismo, da bandeira fácil, do agradinho ao povo. Mas é compreensível, as tentações são muitas e manter os níveis de popularidade em 80% exigem determinadas concessões. No geral, não está nada mal, lá isso é verdade!
RC,
Considerando que este comentário vem do Rui Carvalho, cuja visão crítica é conhecida de todos os que frequentam o Blog Distribuindo Viagens, confirmo que a presidenta Dilma vai mesmo muito bem, obrigado…
Concordo integralmente com sua visão sobre a queda dos juros e, por isso, iniciei o texto com “Tecnicamente certa ou errada, não sabemos…”, pois dentro da visão técnica de um Presidente da República, não pode haver apenas a análise econômica (isto é papel do Banco Central), mas também das variáveis políticas e, principalmente, das consequências sociais.
Pertence ao povo a percepção de que o embate é entre Dilma e os banqueiros, o que acaba por catalisar ainda mais seus índices de popularidade.
Se ela o fez movida por puro populismo ou por autêntica pressão política com objetivos sociais (mesmo que tecnicamente eu discorde), é algo que não me sinto em condições de julgar.
Talvez mais adiante…
[]’s
Luís Vabo
Meu caro amigo,
Concordo com você em quase tudo. De fato a Presidente passa uma imagem de competência e, de certa forma, aproxima-se do tal “apartidarismo” tão desejável. Um bom presidente precisa pensar na próxima geração e não na próxima eleição. Mas discordo dela no caso dos juros, ou do Dilma X Banqueiros. Não se podem baixar juros com pito ou bronca, nem com decreto. Boa parte da “gordura” dos juros é criada pela própria ação (e omissão) do governo, pois os níveis do IOF e do Depósito Compulsório (que os bancos são obrigados a deixar depositado no BC) são responsáveis, em grande parte, pelo tamanho dos jutos cobrados. Não quero com isto defender o setor bancário, pois nem tenho competência para tal. Mas reparo que, em determinados momentos, a exemplo de seu antecessor, Dilma também cede à tentação do populismo, da bandeira fácil, do agradinho ao povo. Mas é compreensível, as tentações são muitas e manter os níveis de popularidade em 80% exigem determinadas concessões. No geral, não está nada mal, lá isso é verdade!
RC,
Considerando que este comentário vem do Rui Carvalho, cuja visão crítica é conhecida de todos os que frequentam o Blog Distribuindo Viagens, confirmo que a presidenta Dilma vai mesmo muito bem, obrigado…
Concordo integralmente com sua visão sobre a queda dos juros e, por isso, iniciei o texto com “Tecnicamente certa ou errada, não sabemos…”, pois dentro da visão técnica de um Presidente da República, não pode haver apenas a análise econômica (isto é papel do Banco Central), mas também das variáveis políticas e, principalmente, das consequências sociais.
Pertence ao povo a percepção de que o embate é entre Dilma e os banqueiros, o que acaba por catalisar ainda mais seus índices de popularidade.
Se ela o fez movida por puro populismo ou por autêntica pressão política com objetivos sociais (mesmo que tecnicamente eu discorde), é algo que não me sinto em condições de julgar.
Talvez mais adiante…
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo
A revista Forum deste mês traz uma resenha do livro “A vida quer é coragem” que conta parte da trajetória de nossa Presidenta, que tomo a liberdade de colar uma parte aqui em seu espaço.
“…Como a trajetória de Lula era quase do conhecimento público quando assumiu a presidência, seus movimentos eram de compreensão mais inteligível. No caso de Dilma, ainda se vive um processo de “decifrar a esfinge”. E o livro de Amaral é, até o momento, o trabalho mais completo nesse sentido.
Nele, aparecem detalhes de como Dilma lidou com a relação que o então marido teve com Bete Mendes enquanto ela estava presa. Ao também ser preso, Araújo decide revelar em uma mensagem para a mulher em uma carta de “letra miúda, papel fino, dobrado e redobrado até caber num chiclete mascado, escondido no fundo do maxilar do portador”, a relação que teria tido com a então famosa atriz. Carlos viria a reencontrar a companheira logo depois. “Foi uma emoção enorme aquele reencontro”, lembra. E completa na narrativa do livro: “Ela nunca me perguntou sobre o caso com Bete que eu contei naquela carta.”
A foto que acabou se tornando a contracapa do livro de Amaral, e que Fórum publica nesta edição, talvez seja o retrato mais completo da atual presidenta. O olhar de quem sabe o que está acontecendo e do que está por vir. Um olhar profundo de quem não se autopenitencia pela situação vivida. Muito pelo contrário. De uma jovem que tinha a exata dimensão do tamanho do combate do qual era uma das muitas personagens cuja vida estava em jogo.
Mas há outros trechos reveladores no livro. Não se pode deixar de tratar do momento em que foi informada sobre o câncer pelo médico Roberto Kalil Filho, quando ao final do telefonema, olhou para o seu secretário Anderson Dorneles e disse: “A vida não é fácil. Nunca foi.”
Esse parece ser um mantra de Dilma. Algo que ela parece repetir a todo momento para si. “A vida não é fácil. Nunca foi”. Nos momentos mais duros do governo, essa frase parece ser a válvula de escape para lidar com certas situações. Se “a vida não é fácil e nunca foi”, Dilma acaba arriscando, mesmo sem parecer que assim o faz. E faz isso muito mais do que Lula, mesmo sem parecer.
A vida quer é coragem é fundamental para começar a compreender a alma de Dilma. Veja bem: “começar a compreender”. Para entendê-la de fato, outros trabalhos contando sobre os bastidores do seu governo serão fundamentais.”
Prezado Vabo
A revista Forum deste mês traz uma resenha do livro “A vida quer é coragem” que conta parte da trajetória de nossa Presidenta, que tomo a liberdade de colar uma parte aqui em seu espaço.
“…Como a trajetória de Lula era quase do conhecimento público quando assumiu a presidência, seus movimentos eram de compreensão mais inteligível. No caso de Dilma, ainda se vive um processo de “decifrar a esfinge”. E o livro de Amaral é, até o momento, o trabalho mais completo nesse sentido.
Nele, aparecem detalhes de como Dilma lidou com a relação que o então marido teve com Bete Mendes enquanto ela estava presa. Ao também ser preso, Araújo decide revelar em uma mensagem para a mulher em uma carta de “letra miúda, papel fino, dobrado e redobrado até caber num chiclete mascado, escondido no fundo do maxilar do portador”, a relação que teria tido com a então famosa atriz. Carlos viria a reencontrar a companheira logo depois. “Foi uma emoção enorme aquele reencontro”, lembra. E completa na narrativa do livro: “Ela nunca me perguntou sobre o caso com Bete que eu contei naquela carta.”
A foto que acabou se tornando a contracapa do livro de Amaral, e que Fórum publica nesta edição, talvez seja o retrato mais completo da atual presidenta. O olhar de quem sabe o que está acontecendo e do que está por vir. Um olhar profundo de quem não se autopenitencia pela situação vivida. Muito pelo contrário. De uma jovem que tinha a exata dimensão do tamanho do combate do qual era uma das muitas personagens cuja vida estava em jogo.
Mas há outros trechos reveladores no livro. Não se pode deixar de tratar do momento em que foi informada sobre o câncer pelo médico Roberto Kalil Filho, quando ao final do telefonema, olhou para o seu secretário Anderson Dorneles e disse: “A vida não é fácil. Nunca foi.”
Esse parece ser um mantra de Dilma. Algo que ela parece repetir a todo momento para si. “A vida não é fácil. Nunca foi”. Nos momentos mais duros do governo, essa frase parece ser a válvula de escape para lidar com certas situações. Se “a vida não é fácil e nunca foi”, Dilma acaba arriscando, mesmo sem parecer que assim o faz. E faz isso muito mais do que Lula, mesmo sem parecer.
A vida quer é coragem é fundamental para começar a compreender a alma de Dilma. Veja bem: “começar a compreender”. Para entendê-la de fato, outros trabalhos contando sobre os bastidores do seu governo serão fundamentais.”