Ainda a respeito do post SEU SISTEMA FAZ “MARK UP” OU “MAKE UP” DE BILHETE?, recebi por email as seguintes manifestações formais dos presidentes da ABAV e da ABRACORP (ambos autorizaram a publicação dos textos aqui no Blog), versando sobre a preocupação das entidades a respeito dos assuntos expostos e, especialmente, sobre a proposta da criação de um Conselho de Autorregulamentação do Agenciamento de Viagens, cuja ideia também foi bem recebida pela presidente da ALAGEV, que manifestou-se através de post no Blog Viagens Corporativas.
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Email do Edmar Bull
“Bom Dia a Todos,
É realmente de muita preocupação esta situação.
Gostaríamos de ter a documentação e denúncia oficial para tratarmos deste assunto de perto junto com nossos comitês de ética, conduta e depois jurídico.
Aguardo o mais breve possível esta documentação.
Atenciosamente,
Edmar Bull
Presidente do Conselho de Administração da ABRACORP”
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Email do Antonio Azevedo
“Prezados,
Os fatos expostos pelo Luís Vabo são realmente preocupantes, apesar de não serem surpreendentes, mas já estão sendo repercutidos, de forma oportunista junto ao setor corporativo, onde predomina a política de remunerações por fee e onde existe uma competição mais acirrada, podendo causar grandes transtornos e perda de credibilidade.
Todavia temos de separar o joio do trigo, pois apesar das praticas danosas serem praticadas livremente no mercado, incluindo-se algumas agencias associadas tanto a Abav, como a Abracorp são na verdade constituídos por um grupo minoritário dentro do universo da Abav.
O Sistema Abav, tem contudo um Código de Ética e Comissões de Ética em todos os Estados, que atua regulamentar mediante apuração de denuncias, que são ínfimas e nas quais o poder de punição e limitado, sendo mais de ordem moral do que material.
Nosso setor, como todos sabem, tem pouca ou nenhuma regulamentação. Por tal motivo, a Abav, vem lutando desde 2001, pela aprovação do PL. 5.120, que daria ao nosso setor o reconhecimento profissional e a possibilidade de avançarmos, por etapas, numa possível Auto Regulamentação , que consideramos todavia um tanto utópica, face ao número elevado de agencias de viagens existente em todo o Brasil.
A título comparativo podemos citar algo maior do que a auto regulamentação, que são os Conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas, amparados em leis especificas e que tb tem grandes dificuldades, atuando em sua maior parte como normativos e a base da fiscalização tb e baseada em denuncias.
Baseados em atividades do Iccabav, especialmente no Programa Proagencia, desenvolvido junto com o Sebrae Nacional, defendemos como mais viável e moderno, um sistema de Certificação de Atividades de nosso setor, que posteriormente poderiam ser exigidos pelos contratantes de nossos serviços e aí sim poderíamos ter o poder de órgão normativo que poderia suspender ou mesmo cancelar os certificados, impedindo desta forma as barbáries ora existentes.
Finalizando, informo que a Abav, em conjunto com a Abracorp tem atuado ativamente junto as Cias Aéreas e junto a órgãos governamentais, visando a adoção de medidas, que em parte poderão diminuir a incidência das agencias infratoras, em prol de uma concorrência mais ética e mais saudável.
De parte da Abav, são essas as nossas propostas e os nossos focos, mas temos as portas sempre abertas, para as entidades irmãs, notadamente neste caso para a Abracorp, com quem temos grande interação e integração.
Cordiais saudações,
Antonio Azevedo
Presidente ABAV Nacional”
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Email resposta do Blogueiro
Acompanhamos de perto o trabalho da ABAV e da ABRACORP junto aos órgãos do governo federal e às demais entidades do trade e, apesar de sabermos que o conceito de um conselho de autorregulamentação não é uma ideia nova e, portanto, pode e deve ser avaliada sob todos os aspectos, enviei a seguinte resposta a ambos os presidentes, na qual insisto na importância da autorregulamentação através de um conselho multiassociativo, ou seja, com a participação formal das principais associações e entidades envolvidas no agenciamento de viagens:
“Prezado Presidente Antonio Azevedo,
Agradeço sua mensagem, cujo esclarecimento vem ao encontro do que conhecemos sobre o trabalho da ABAV e ABRACORP, para a adoção de medidas, pelas cias. aéreas e órgãos governamentais, que reduzam a incidência de fraudes nas atividades de agenciamento de viagens.
Nosso propósito, ao publicar o texto no Blog do Panrotas, foi justamente levantar o debate sobre uma prática que, apesar de não surpreender (uma vez conhecida de todos), vem denegrindo a nossa atividade e tornando negativa a percepção dos clientes sobre as agências de viagens corporativas, como consequência dos desvios de uma minoria.
Apesar de sempre existir o risco de um texto ser utilizado para fim diverso, penso que o debate amplo, aberto e transparente é o melhor caminho para a evolução do mercado.
Nossa sugestão a respeito de um conselho de autorregulamentação, que também não é novidade, tem o objetivo de evitar que nossa atividade venha a ser regulada por instituições públicas que, geralmente, estão bem distantes da nossa realidade.
Acredito que qualquer um desses modelos (conselho de autorregulamentação, conselho fiscalizador de profissão regulamentada, certificação de atividades etc.) será mais eficaz para o mercado (agências, fornecedores e clientes) do que dependermos de outras instituições regularem a nossa atividade.
Atenciosamente,
Luís Vabo”
Interessante todas as repercussões… mas dado o tom das manifestações oficiais, não oficiais e afins, na prática, nada mudará. Até porque os players que importam — e que não se manifestaram, porque aliás? — em algum nível tem interesse ou literalmente o “pé sujo” na areia da conveniência. E se beneficiam direta ou indiretamente das transgressões deles próprios e de outros: fornecedores de tecnologia; serviços; operadores; emissores; consultores; secretárias; gestores; consolidadores; brokers; etc. E se for diferente, taque a primeira pedra, ou melhor, jogue um caminhão de pedregulhos quem for livre deste mal… Daqui a pouco irão dizer que nunca viram ou ouviram dizer acerca dos sistemas altamente sofisticados dos consolidadores que pedem reembolso de e-tickets (alertam o vencimento da validade do bilhete) na véspera de seu vencimento e não reembolsam as agencias emissoras; das trocas de titularidade de e-tickets (mas eles não são intransferíveis?); das agencias que cobram as taxas de remarcação dos clientes e não as recolhem no BSP (mas as companhias aéreas fazem vistas grossas para empresas emissoras?); dos make-ups em tickets (seja por meio de tour codes; sobreposição de valores; etc., isto desde do tempo do carbonado) ; das férias grátis para as secretárias; gestores; etc. e tantas outras coisas que oportunamente se tornaram ferramentas para viabilizar seus negócios ou maximizar suas receitas. Enfim, se quiserem melhorar há de se falar sobre ética em negócios, em moral, e não em regulamentação, pois, regulamentação é coisa de mercado sério, e o que se discute aqui ainda não o é! Até lá… é só apontar a ferida… e não trazer soluções!
Pois é, Jefferson,
É por acreditar que nada mudaria, que ninguém abordou o tema tão abertamente antes.
Se este mercado não é sério, penso que temos que trabalhar para torná-lo sério e não somente listar suas mazelas do presente e do passado.
Francamente, escrevi este post e vou continuar levantando temas para reflexão e debate, porque acredito que temos lideranças sérias e que a transparência nas relações comerciais é o caminho para separar o joio do trigo.
Nada de colocar todo mundo no mesmo saco…
[]’s
Luís Vabo
Prezado Luís Vabo,
Mesmo este assunto todo não dizer-me nada a respeito, não apenas pelo segmento principal do meu trabalho, assim como pela minha filosofia de trabalho, conjugada à minha absoluta ignorância sobre o tema, até a semana passada, acho muito interessante que você, pela posição de destaque que ocupa, seja como Agente, como distribuidor de tecnologia, como personalidade atuante e de peso dentro das associações do nosso trade, que levante e empunhe determinadas bandeiras, de forma bem visível. Eu já o fiz no passado, creio que deva se recordar, mas por todo desgaste e o próprio desinteresse daqueles a quem pretendia representar, fizeram-me crer que era uma total perda de tempo. Assim como eu, creio que os seus textos mais recentes, o tenham colocado na mira do ódio de todos aqueles que vestiram a carapuça e se mantêm em óbvio silêncio. Espero, de coração, que tenha mais disposição, do que eu tive e alcance o sucesso desejado. Em Terra Brasilis, me parece um tanto utópico, mas quero acreditar que seja possível. Outra coisa que me chamou muito a atenção, foi, uma vez mais, a demora em termos uma resposta dos presidentes das entidades acima. Certamente a assessoria de imprensa de ambas entidades, deve ser presidida pelo “Flexa”, a tartaruga de estimação do estereótipo do ex Presidente Itamar, do Casseta & Planeta; não fosse a repercussão de seu texto, penso que não iriam se manifestar, fazendo tal qual caramujo, encolhendo-se na casca e deixando a onda passar… Faz-me pensar até onde o Sr. Jefferson Santos está certo em suas idéias, acima expressadas
Boa noite, Mury,
Não concordo que as entidades tenham demorado a posicionar-se, considerando os inúmeros compromissos associativos e empresariais de seus titulares, pois publiquei o texto na quinta-feira passada e os presidentes das associações se manifestaram:
– ALAGEV: na quinta-feira, pelo blog
– ABRACORP: no sábado, por email
– ABAV: no domingo, por email
Quanto à repercussão do texto, espero que meu objetivo tenha ficado claro para as pessoas de bem.
[]’s
Luís Vabo
Prezado Luís Vabo,
Como dizia um Tenente-Coronel conhecido: “Explica, mas não justifica!”. Com isso acho ainda mais louvável que você tenha tempo de escrever seus posts com regularidade que o faz, de responder a cada uma das observações feitas em curto espaço de tempo (foram mais de 30) como sempre o fez, conciliando com todas as suas atividades profissionais e, certamente, com as familiares / pessoais. Mais ainda, pois o faz sem qualquer assessoria. Realmente, a representante da ALAGEV foi rápida e eficaz em fazê-lo; mas não a havia mencionado, até então. Aliás, as “meninas” sempre são muito mais eficientes, não é mesmo?
Lendo e relendo as respostas dos Presidentes, ao menos a do Sr. Azevedo, procura uma ação corretiva a um fato que não o surpreendeu. O mesmo não posso dizer do Sr. Bull, que agora que documentos probatórios aos fatos relatados, para iniciar procedimentos corretivos, sobre o assunto, que ao meu ver, não foi nenhuma surpresa… Surpresa, sim, talvez tenha sido pela forma corajosa e pública, que você o fez. Como este assunto não me diz respeito, em nada, poderia ficar “quietinho”, assistindo ao “Circo pegar fogo”; espero realmente que algo grande aconteça e se inicie um pouco a verdadeira moralização do trade, em todos os segmentos de atuação, principalmente aquela que se beneficia do erário público. À você, Luís Vabo, rendo-lhe todos os elogios e considerações, enaltecendo a sua iniciativa. Espero, de coração, que não tentem transformá-lo em uma tipo de Dom Quixote.
[]’s
LFMM
Mury,
Conforme esta observação que fiz no texto inicial, confesso que eu não tenho real vocação para a ingenuidade…
[]’s
Luís Vabo
Esta foi a melhor postagem que já li nos blogs do PANROTAS!
Parabéns pela CORAJOSA iniciativa!
Thks, Luiza,
Nossa intenção é aprimorar o mercado, através da disseminação de conceitos e práticas comerciais corretas.
Estou certo que não estou sozinho nessa…
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo, bom dia !
Acompanho sempre seu blog, comento pouco é verdade mas você é um dos poucos, não o único que utiliza este canal com uma inteligência impar instigando, provocando sempre a reflexão.
Não foi diferente com o tema SEU SISTEMA FAZ “MARK UP” OU “MAKE UP” DE BILHETE? e acompanhei cada um dos comentários até chegar a este post. Sua CORAGEM e POSTURA mantendo um ideal, filosofia e linha de raciocínio é espetacular e mostra bem o quando nosso mercado ainda é amador, mas há pessoas trabalhando para mudar essa imagem.
Tenha certeza que realmente você não está sozinho, não participo de nenhuma associação até o momento mas defendo este ideal. Como comentou o Syllos no post anterior o único receio é que com isso tudo crie-se uma comissão para “legislar em causa própria” aí toda essa nossa luta será em vão.
Abs.
Carlos Eduardo Cordeiro
Bom dia, Carlos Eduardo,
Seu comentário me estimula, pois percebo que, assim como você e eu, existem muitos, talvez a maioria, que sentem o quanto precisamos e podemos evoluir em nosso mercado.
Estamos todos cientes (nenhum de nós é inexperiente) que estamos diante de uma questão de base, de formação do povo brasileiro e, francamente, não podemos ter a pretensão de mudar isso agora, não nesta geração…
Mas não acho razoável não tentar, pelo menos, criar mecanismos que nos ajudem a avançar, mesmo com o risco de oportunistas (e sempre os há) tentarem desviar o objetivo.
Afinal, se fosse fácil, já teria sido feito.
Mas vale tentar.
[]’s
Luís Vabo
Parabéns Luis!
Mas todos nós sabemos quem faz e como são feitas as falcatruas em todas as áreas do trade, como EVENTOS, LAZER, CORPORATIVO e INCENTIVOS. Sofre apenas o HONESTO, este sim perde concorrências, mercado, clientes, pois até mesmo os clientes se corrompem com o famoso BV, bola para os leigos ou os que se fazem de leigos. A clientela está recebendo tanto mimo, dinheiro, bola e BV que já virou regra pagar para prestar serviço.
E tanto o trade como o mercado faz o que nosso Ex-Presidente nos ensinou. Finge que não sabe de nada e diz que vai cortar na carne. Vejo isso nas respostas que você recebeu.
Grande abraço e ótima luta.
Pois é, Jefferson,
Infelizmente, somos mesmo um país de Gersons…
[]’s
Luís Vabo
Uma fez mais, sinto-me um ignorante, dentro dos meus quase 27anos de turismo… O que significa ” B V “?..
vez mais*
Luiz Mury,
BV significa BONIFICAÇÃO POR VOLUME.
Mas para os mais relacionados isso significa. De acordo com o volume de negócios que você passar para a minha agência eu repasso para sua conta bancária “X” % desse VOLUME.
Não somos ignorantes, apenas seguimos um legado que nossos pais nos deixaram. A ÉTICA!!!
Abraços
Prezado Jefferson,
obrigado pelo esclarecimento.
Abs.
Ola Luiz, corajosa atitude, talvez, ou com certeza, seu modelo de negocio possa servir de exemplo para o futuro.
Posso sugerir outro tema? acabou de sair no UOL:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/13/diarias-em-hoteis-ficam-ate-376-mais-caras-por-causa-da-copa-2014.htm
Abs
Tiago
Tiago,
Vamos desenvolver novos temas e este será um deles.
[]’s
Luís Vabo
Ola Luiz, corajosa atitude, talvez, ou com certeza, seu modelo de negocio possa servir de exemplo para o futuro.
Posso sugerir outro tema? acabou de sair no UOL:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/13/diarias-em-hoteis-ficam-ate-376-mais-caras-por-causa-da-copa-2014.htm
Abs
Tiago
Tiago,
Vamos desenvolver novos temas e este será um deles.
[]’s
Luís Vabo