ESCLARECIMENTO

Dirijo-me aqui a todos que costumam prestigiar este Blog com sua leitura, em especial aos que deixam seu comentário após a leitura e, inclusive, àqueles que comentam mesmo sem ler.

Há algum tempo venho abordando assuntos polêmicos, não de forma frequente e corriqueira, mas sempre que julgo que o tema carece um debate amplo, aberto e transparente, que mereça este espaço privilegiado cedido pelo Panrotas ao mercado brasileiro de viagens turismo.

Como aconteceu com a “farra das passagens aéreas” pelo Congresso Nacional, que abordei em março de 2010, escrevi também sobre a natimorta TASF, em junho de 2010, sobre a “enxurrada de ADMs“, “agências fantasmas“, “maquiagem de bilhete“, “tarifa de operadora no corporativo“, “fornecedores que remuneram funcionários das agências” etc, etc, em diversos posts em 2012, numa série que intitulei “Até Quando?“, bem como recentemente, em texto de fevereiro de 2013, quando alertei sobre a prática de algumas agências corporativas que, simulando o mercado de operadoras turísticas, passaram a incluir um “mark up” no bilhete aéreo, infelizmente omitindo esta informação do cliente.

O post da semana passada, “SEU SISTEMA FAZ “MARK UP” OU “MAKE UP” DE BILHETE? (Você sabe do que estou falando…)” nada mais é do que um aprofundamento do post de fevereiro, mas não é o único tema polêmico que já abordamos aqui (e não será o último).

Faço este esclarecimento porque surpreendi-me com a repercussão deste texto, não dos comentários em si, todos alinhados com a temática abordada, mas pelo fato, reconfirmado, de que os temas levantados (reembolso, fee+DU e make up de bilhete) continuam sendo tabu no mercado.

Sim, houve quem pedisse prova das “denúncias” apresentadas, como se algo escrito no texto fosse alguma novidade (talvez a única novidade tenha sido alguém escrever abertamente sobre isso e muita gente ter tido a motivação de comentar, também abertamente).

Por isso, esclareço que o objetivo dos textos deste Blog é, e sempre será, levantar assuntos para a reflexão e o debate, para que seja aberto espaço para diferentes opiniões, concordâncias e controvérsias, sejam temas sobre distribuição de viagens (título do Blog), tecnologia (aplicada ao turismo ou não), comportamento, sociedade, política ou qualquer outro.

Não é objetivo deste Blog (e muito menos do autor), fazer aqui uma denúncia, até porque para que haja uma denúncia, há de haver um denunciado e, por mais ácido e direto tenha sido o teor do texto, nenhum nome de agência, empresa ou pessoa foi citado, nem no post, nem nos comentários, justamente pelo fato de que este não é o foro adequado para isto (e sabemos qual é).

O fato é que, com a intenção de preservar nossa atividade dessas e de outras práticas condenáveis, insisto na proposta da criação de um “Conselho Nacional de Autorregulamentação do Agenciamento de Viagens”, um CONAV, à semelhança do conhecido CONAR, porque acho que os agentes de viagens merecem controlar sua atividade, em vez de esperar (ou até desejar…) que a ANAC, o Ministério do Turismo ou a Embratur o façam.

De qualquer forma, o debate já terá valido a pena…

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

12 thoughts on “ESCLARECIMENTO

  1. A ignorância é nossa maior inimiga e o debate nada mais faz do que trazer a tona diferentes opiniões e dessa forma gerar conhecimento.

    Infelizmente, há corrupção, que surge a partir do uso de meios ilícitos para obter (no geral) dinheiro. E esses corruptos tem medo do conhecimento gerado pelos debates. Continue gerando todos essas inquietações, precisamos de mais “Vabo’s” e menos medrosos, menos corruptos, menos leigos.

    Concordo quanto a criação de um conselho. Mas não precisamos SÓ de um órgão para regulamentar, mas TAMBÉM que os próprios agentes, empresários, clientes, etc. supervisionem os serviços oferecidos, não só no turismo, mas em qualquer área.
    Devemos cobrar mais transparência sempre!

    Parabéns pelos posts!

  2. Luis,

    Vc tem toda a razão. O problema é que muita gente prefere as doces ilusões às amargas verdades. Corrigir os erros dá trabalho e requer coragem. Parabéns pelos posts.

  3. Mestre Vabo,

    Vc tem todo meu apoio!

    Sempre defendi um conselho de autorregulamentação neste mercado.
    Mas a pergunta é: quem comporá tal conselho?
    Corremos o risco de criar um Conselho de Ética, como do Senado Federal, cujos componentes são alguns dos próprios investigados por faltar com a ética…

    Abs

    1. Grande Gustavo Syllos,

      Quem julga um ministro do STF??

      Obviamente que qualquer Conselho de Ética (e não é o que proponho aqui, pois todas as associações, ABAV, ABRACORP, ALAGEV etc têm seu Código e/ou Conselho de Ética) atua estritamente de acordo com o Regimento ou Estatuto, e limitado à atuação dos respectivos associados.

      A ideia de um CONAV (Conselho Nacional de Autorregulamentação do Agenciamento de Viagens) só funcionará se for um conselho, à exemplo do CONAR, multiassociativo, com a participação de integrantes das associações envolvidas no processo de agenciamento de viagens (ABAV, ABRACORP, BRAZTOA, ALAGEV, ABEAR etc etc).

      Estou sonhando? Talvez, mas toda realização importante começa com um sonho e, neste caso, não sonho sozinho, como você bem lembrou…

      []’s

      Luís Vabo

  4. Ola Amigo Vabo
    Eu de novo !!
    Salvo erro não vi nenhum presidente , vice , ou alguem ligado a alta cupula de todas as associações acima sitadas que poderiam ou deveriam se pronunciar.
    Caso isso não ocorra e que deve ter muita gente com o rabo preso .
    Uma lastima !!!!!
    Vamos aguardar um pronunciamento de quem de direito .

    1. Não é bem assim, André,

      Os presidentes das principais associações relacionadas ao tema (ABAV, ABRACORP e ALAGEV) são sensíveis aos problemas relatados e já pronunciaram-se.

      A presidente da ALAGEV, Viviânne Martins, pronunciou-se através do Blog Viagens Corporativas.

      Os presidentes da ABAV, Antonio Azevedo, e da ABRACORP, Edmar Bull, pronunciaram-se através de email hoje e autorizaram a sua publicação, o que será feito aqui amanhã.

      []’s

      Luís Vabo

  5. Vabo, Vabo, Vabo!

    É incrível ter que vir a público meio que “explicar” que estamos debatendo algo que irá melhorar nosso mercado…

    Ao Expor situações que prejudicam nosso mercado você deveria ser aplaudido e não ouvir gente pedindo provas…. incrível isso!!

    É isso ai meu amigo, quando temas que incomodam muita gente vem a tona as pessoas arrepiam!

    Você já disse “o objetivo do blog não é promover caça as bruxas” mas lhe cofesso que estou louco para que isso aconteça!

    E Estou certo de o que Ministério Publico, já está ciente e irá tomar as providencias, não para caçar bruxas mas sim para checar informações e ai…. o que vai acontecer só Deus sabe.. Mas naturalmente quem não deve não teme, não é?

    Agora é aguardar….

    Precisamos mesmo vencer os tabus e “limpar” nosso mercado…

    Boa noite!

    1. Boa noite, Daniel,

      Definitivamente, o objetivo aqui é promover o debate abertamente, de forma transparente e objetiva.

      E, quem sabe, lançar a semente de uma ideia, o CONAV, sobre o qual abordei no post e em comentários ao texto.

      []’s

      Luís Vabo

  6. Prezado Vabo,

    Concordo com você quando diz que precisamos ter uma regulamentação maior no turismo, porem acho que precisamos desenvolver algo em que as agências consigam sobreviver. Hoje o mercado está massacrando todo mundo, eu mesmo tenho algumas contas em que vivo de incentivo e se não as tivesse não atingiria meus PIVS. Alem disso ainda tenho que conviver com a lei que da direito a micro empresa de dar um lance após o meu quando eu uma licitação. Como podem aparecer agências muito maiores que a minha ainda optantes do simples? Acho que chegamos a um ponto de “Subsistência” principalmente no mercado publico trabalhando ou no prejuízo ou para cobrir outras contas. Vendo isso parti para a implementação de um sistema (o RESERVE) o qual é minha tentativa em “Dizimar” os custos operacionais e trabalhar em uma nova realidade.

    Eu, assim como muitos do nosso mercado (lembro de um Post seu a respeito disso) já busquei outra alternativa a não ser o turismo (que no meu caso é locaçao de veículos) porque realmente não vejo bons ventos para as agências em geral.

    Outro ponto importante dentro do mercado publico, o qual acho que a ABAV já deveria estar discutindo a muito tempo é a LEI KANDIR (o imposto retido em todos os pagamentos de orgãos publicos federais). Se a nova instrução normativa (que está suspensa sob liminar) demonstra que a passagem é um serviço e a taxa de serviço é outra como atender clientes com 20 reais de TEB (ou em muitas vezes menos que isso) e ter em todo pagamento a retenção de 7,05% da qual é necessário depois enviar todo um processo para que a companhia aérea faça a devolução? Ter uma equipe dentro do escritório apenas para cuidar de algo que não é seu!

    Se puder em um futuro próximo gostaria que debatesse essa situação da LEI KANDIR. Tenho certeza que as agências em geral tem interesse, mas deixam de lado por ser mais um Tabu.

    Abraços

    Alexandre Petkow

    1. Boa tarde, Alexandre,

      Você está certo ao indignar-se com a prática de diversas agências de grande porte abrirem microempresas para desempatarem leilões públicos, conforme já abordei em post anterior.

      Da mesma forma, buscar outra alternativa de negócio é uma forma legítima (e honesta) de buscar sua sobrevivência empresarial e crescimento nos negócios, bem como automatizar processo através de tecnologia e reduzir custos operacionais.

      Quanto à Lei Kandir, é mesmo um caso (ou descaso) a ser abordado aqui, com mais detalhe, pois trata-se de uma caixa preta que precisa ser escancarada.

      Aguarde que, em futuro próximo, postaremos sobre este assunto.

      []’s

      Luís Vabo

      P.S.: Obrigado pela sua escolha.

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