Os governos federais dos últimos 20 anos bem que tentaram, alguns com mais e outros com menos empenho, mas pouca ou nenhuma evolução fizemos nas tão faladas reformas política, tributária e trabalhista.
Outras reformas não foram completas, mas foram suficientes, se não para resolver, ao menos para amenizar as questões de que tratam, como as reformas previdenciária, ambiental e, principalmente, a reforma social.
Não me refiro, no terceiro caso, ao Bolsa Família ou a outros planos assistencialistas do governo, apesar de reconhecer sua profundidade e importância na distribuição de renda às camadas mais pobres da população.
Acredito que a principal revolução com impacto social deu-se no inconsciente coletivo, na mentalidade e na atitude das pessoas em relação ao tema social.
Fato semelhante ocorre com o tema sustentabilidade, codinome da responsabilidade ambiental, conceito já existente em 8 de 10 objetivos, missão ou visão das empresas.
Já a questão social é ainda mais complexa, pois se o planeta precisa de ajuda nos próximos 50 anos, seus habitantes precisam de ajuda hoje, agora, já…
Penso que o compromisso social é, portanto, tão ou mais importante do que a responsabilidade ambiental, devido à sua urgência e, sobretudo, à seu carater irrecuperável.
Para ter-se uma ideia da carência absoluta de bons projetos nesta área, basta observar o extraordinário resultado nas populações onde o Bolsa Família foi implantado: melhora o IDH, reduz a evasão e a repetência escolar, aumenta o consumo de proteínas, aumenta a expectativa de vida, reduz o analfabetismo e cria oportunidades de trabalho.
Um plano com todas essas “virtudes” só não é unanimidade devido à impossibilidade de ser mantido eternamente e aos detratores do comportamento paternalista do Estado sobre o cidadão.
De qualquer forma, entre as reformas faltantes, a trabalhista parece-me a de maior impacto sobre a empregabilidade e, portanto, sobre a vida das famílias, o que, por si só, bastará para ajudar ainda mais o crescente desenvolvimento da economia brasileira.
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