A força do agente de viagens

Existem entendimentos variados sobre quem é o agente de viagens.

O Paulo Salvador, amigo blogueiro conhecedor do assunto, apresentou o agente de viagens tradicional como o profissional especialista, focado em serviço, viajante experiente, um tanto psicólogo, sempre antenado com seus clientes, antes, durante e após as viagens.

Apesar de considerá-la um tanto romântica, respeito esta visão pois também conheço diversos profissionais com este perfil, típico de consultores, como um “personal travel adviser” que se destaca, entre outras virtudes, por oferecer segurança, conhecimento e tranquilidade ao viajante.

Como empresário de uma agência de viagens e também de uma empresa desenvolvedora de tecnologia para o setor, me sinto à vontade para apimentar o debate e apresentar um ponto de vista um pouco diferente deste sentido “one to one” do serviço do agente, pois enxergo a atividade como fomentadora de soluções de viagens, seja para turismo ou corporativo, seja pela consultoria individual ou através do que a tecnologia, como ferramenta, permitir.

Estou seguro que no Brasil, assim como já ocorre em todo o mundo, coexistirão OTAs (“online travel agencies”) de diversos tamanhos, as grandes Submarino e Despegar, com as globais Expedia e Travelocity e as inúmeras de médio e pequeno portes, em sua maioria derivadas de agências de viagens tradicionais.

Penso que é justamente neste item que minha opinião de observador e, ao mesmo tempo, profissional deste mercado, não consegue assimilar o conceito de que o verdadeiro agente de viagens é aquele que se destaca quando explode um vulcão, chega um tsunami ou ocorre uma inesperada revolução num país repleto de turistas, pois não assistimos esse tipo de ocorrência com muita frequência…

Penso que o agente de viagens deve ser reconhecido pela sua capacidade de encontrar soluções para seu cliente, seja um turista de férias ou um executivo viajando a negócios, durante todos os dias do ano, na tragédia e na calmaria, na guerra e na paz, na exceção sim, mas também na regra.

E isso pode ser feito tanto através dos agentes de viagens tradicionais (que não morrerão) quanto dos agentes de viagens que souberem aplicar a tecnologia a seu favor e a favor de seu cliente, pois para participar deste mercado, não é mais necessário gastar milhões em tecnologia ou investir em superacordos com as cias. aéreas e redes hoteleiras.

Tampouco há que recear competir com os preços de qualquer concorrente, pois os grandes fornecedores (cias. aéreas e hotéis, principalmente) são os principais interessados em evitar a concentração do mercado nas mãos de qualquer mega “player”.

Apesar desta vigilância, realizada pelo interesse do próprio fornecedor que não quer mais perder o controle sobre a distribuição de seu produto, esta concentração pode ocorrer em alguns casos sem, no entanto, ameaçar a livre concorrência ou impedir que o agente de viagens verdadeiramente inovador, mantenha seu negócio e cresça em meio a alguns tubarões.

Da mesma forma que hoje competem pequenas operadoras de turismo com as megaoperadoras e que as agências de viagens corporativas de todos os portes concorrem com as “travel management companies” multinacionais, o agente de viagens que desejar competir com as grandes OTAs (“online travel agencies”), poderá fazê-lo a partir de tecnologia disponível tanto pelos GDS, que oferecem todo tipo de solução, quanto por empresas de tecnologia independentes, que oferecem menor oferta de sistemas, porém mais aderentes ao mercado local.

Por experiência própria, afirmo que o agente de viagens, tradicional ou não, sobreviverá.

Muito provavelmente seu perfil mudará, como vem mudando, ao logo do tempo.

Inspirado pelo Prof. Mauricio Werner, também blogueiro neste espaço, complemento que o agente de viagens que utilizar adequadamente a internet, manterá e ampliará o valor do serviço que presta.

Se você, agente de viagens tradicional ou não, corporativo ou de turismo, empresário ou funcionário, deseja olhar nossa atividade de forma ampla, completa e continuar participando do mercado em qualquer de seus segmentos, informe-se, estude, capacite sua agência, treine sua equipe, saia da caixa e aprenda a usar a tecnologia como uma ferramenta que privilegia a criatividade, que nivela desiguais e que gera oportunidades para todos.

Se você tiver que que escolher somente uma área da sua agência para investir, invista em conhecimento.

Se você puder investir um pouco mais, invista em tecnologia aplicada ao seu negócio.

E seja bem-vindo de volta ao jogo.

Empreendedorismo (2): Rapi10 faz 2 anos !

Todos conhecem o Submarino Viagens e o Despegar.com, OTAs (online travel agencies) bem sucedidas, que estão há mais tempo na internet e, portanto, são as mais conhecidas do mercado de turismo na internet no Brasil.

Também sabemos que algumas agências de viagens tradicionais já haviam ingressado no mundo das reservas online no Brasil, até bem antes do que essas. A Solid, por exemplo, atuou neste mercado de 1996 a 2000, quando então lançou o sistema Reserve e direcionou seu alvo para o mercado corporativo, o que acabou por gerar a oportunidade de um novo negócio, separado da agência.

O fato novo é que já existem OTAs derivadas de agências tradicionais, operando com rentabilidade, gerando oportunidades de negócio e mostrando que falta pouco para que o negócio agência de viagens online possa ser explorado por todas as agências de viagens tradicionais, que desejarem usufruir deste crescente canal de vendas, que é a internet.

Caso de sucesso é o Rapi10, empreendimento da Copastur, que acaba de completar 2 anos de atividades, operando com inteligência e gerando rentabilidade onde, até bem pouco tempo atrás, gastava-se muito com mídia online para uma receita que não crescia na mesma velocidade.

Rapi10 faz 2 Anos
Equipe Rapi10 comemora 2 anos em ritmo de Copa do Mundo

Casos como este confirmam que a internet pode e deve ser utilizada como meio de distribuição para os agentes de viagens, sejam novos entrantes ou agências tradicionais.

As tecnologias para viabilizar, de forma econômica, este novo negócio estão surgindo.

Brevemente, voltaremos a este assunto.

Experiência e sangue novo

A eleição da nova diretoria da ABGEV, empossada em 27/05/10, conseguiu um resultado de representatividade abrangente, em relação aos segmentos do mercado, às regiões do país e, principalmente, ao equilíbrio entre experiência e novidade.

Na diretoria executiva estão 2 das mais experientes profissionais do setor, empresárias da educação e fundadoras da associação. Experiência pura:
– Viviânne Martins – Presidente – Academia de Viagens
– Patricia Thomas – Vice-presidente – Academia de Viagens

Além de representantes dos 3 maiores estados da federação, o conselho reúne 5 gestores de viagens, de variados setores como tecnologia, varejo e indústria, além de 3 fornecedores, com experiência em viagens corporativas nos setores de hotelaria, tecnologia e serviços:
– Eduardo Murad – IBM
– Eliane Taunay – Pepsico
– Gustavo Syllos – Slaviero Hotéis
– Juliana Costa – Carrefour
– Luís Vabo – Reserve
– Paulo Daniel da Silva – Fiat
– Ronnie Motta – Cadbury
– Walter Teixeira – TX Consultoria

Devido à essa multiplicidade, o mais interessante e produtivo certamente serão os debates envolvendo a experiência dos “cascudos” (Walter Teixeira à frente) e o posicionamento “fora da caixa” dos jovens conselheiros (Ronnie Motta está entre os que trazem sangue novo).

A trajetória profissional desta turma confirma que o novo conselho veio contribuir para o crescimento da ABGEV e, contribuindo junto, eu espero aprender muito com ele.